São muitas as
questões levantadas pela nossa consciência quando estamos determinados a
efetivar nossa transformação espiritual, quando decidimos deixar para trás
nosso passado inferior, precisando para isso redefinir nossas prioridades , o
que só conseguiremos fazer sendo sinceros quanto aos erros que
estamos cometendo, além, claro, quanto aos sentimentos negativos e instintos
inferiores até então alimentados, e que ainda trazemos em estado latente em
nosso íntimo, mesmo que, de alguma forma, já não mais os expressemos na
convivência diária com nossos irmãos do caminho.
Hoje já temos a
consciência, ou pelo menos deveríamos ter, em decorrência do estudo e da vivência
no Espiritismo, que a Verdade é Única, e ela está no Cristo, em tudo que Ele
nos trouxe através de seus ensinamentos e exemplos, não mais podendo assim haver
sofismas que venham nos desviar do caminho a seguir.
Infelizmente, em vez de nos
fixarmos a esta Verdade, insistimos de forma recorrente a nos acomodar às realidades
temporárias que mais se adequam aos nossos desejos imediatistas, elevando-as a
um patamar no qual elas não merecem estar, as permitindo moldar nossas posturas
e servirem de base as nossas escolhas.
Realidades que possuem
apenas a aparência do que vem a ser o certo, de acordo com o que cada um de nós
enxerga o mundo, as adequando aos nossos desejos, sempre encontrando uma forma
de as proteger através das mais variadas justificativas e desculpas, por mais
que elas venham a nos desviar de nossa jornada evolutiva.
Quando assim agimos nos
mantemos, geralmente, afastados e ainda distantes do tão almejado equilíbrio
íntimo, o protelando de forma inconsequente, sem atinar que será ele, no futuro,
que possibilitará a que venhamos nos livrar dos mais resistentes resquícios da inferioridade,
a mesma que alimentamos por séculos de erros e desvios de conduta.
O egoísmo, a vaidade, o
orgulho, a dúvida, o medo, são sentimentos comuns ainda em nosso atual estágio
evolutivo, e mesmo que através deles não venhamos a cometer graves crimes que
firam a legislação humana, a eles nos mantemos presos por transgredirmos as
Leis Divinas, ainda que para a sociedade humana sejamos vistos como pessoas de
bem.
Entretanto, estes
sentimentos, ainda que disfarçados, não deixam de ser fatos geradores para que
venhamos a recalcitrar em antigos erros cármicos, realimentando nossa inferioridade,
e mesmo que não venhamos prejudicar diretamente a ninguém, permanecemos
estacionários, porque são eles que nos impedem de agir diretamente em prol do
próximo, de pensarmos menos em nós e mais no coletivo, quando preferimos nos
manter comodamente em uma posição de neutralidade, para não dizer de nulidade.
Desta forma, o passo inicial
para vivenciarmos a Verdade Cristã, não mais nos perdendo nos labirintos de inúmeras
equivocadas realidades humanas, está ligado intimamente ao que o Mestre nos
ensinou, e que o Espiritismo, como seu Consolador Prometido veio ratificar e
ampliar, escolhendo priorizar aquilo que precisamos, como o apóstolo nos
ensinou, o que nos convém, e não, o que desejamos por mais que nos seja
permitido, focando nossa vontade, não mais justificando nossas equivocadas
escolhas, não mais criando subterfúgios ou fatores condicionantes que visem
adiar nossas escolhas e atitudes no bem.
Estudar o Cristo,
enxergar o Mestre nos conceitos que Ele deixou para nós, valorizando sentimentos
como o amor, a humidade, a caridade, a tolerância, a coragem, e tudo o que de mais
valioso pudermos fazer nascer dentro de nós, gerando a empatia, conhecendo melhor
o nosso irmão do caminho, e assim como também a nós mesmos, em uma análise
profunda do que fomos, do que somos, e de tudo, sem exceção, que precisaremos
mudar e transformar para que venhamos a ser, de fato, um tarefeiro do bem.
Na essência, é finalmente
vivenciar a Lei Cristã que recomenda amar ao próximo como a nós mesmos, e a
Deus sobre todas as coisas!
Que assim seja!