Todos somos espíritos eternos, e um dos principais benefícios que a
Codificação Espírita nos trouxe, foi a comprovação da vida após a morte, como é
essa continuidade, assim como a lei da reencarnação atualizada, já que dela se
fala desde os mais remotos tempos, simplificando-a e explicando-a, caminho pelo
qual todos já percorremos há inúmeros séculos, cada um de acordo com suas
escolhas, com suas necessidades e prioridades.
Assim, por toda essa bagagem que carregamos decorrente do aprendizado,
do trabalho, das experiências vividas, a nossa personalidade já possui uma
base, uma forma, as características principais que a acompanham, e ao
renascermos, mesmo encobertos pelo véu temporário do esquecimento, ainda que
infantes, que ingênuos, ignorantes ainda das coisas da vida em nossos primeiros
anos encarnados, o nosso ser eterno estará ali, adormecido quanto a fatos
passados, mas, plenamente atuante em termos de gostos e tendências, para bem ou para o mal, de acordo com aquilo que
até então valorizamos no caminho percorrido, já que a lei é para todos, ou
seja, somos quem somos, somos o que construímos ao longo do tempo, e o que
disso carregamos em nosso íntimo.
Tendo essa personalidade como base de que seremos na atual existência
física, a ela serão agregados os valores que formos recebendo, os fatores
externos, como a educação no lar, quando o possuirmos, já que há irmãos do
caminho que são criados em instituições, como a instrução escolar, como os
ambientes à nossa volta, as pessoas com quem conviveremos, os amigos, as
situações sociais, entre inúmeros outros agentes influenciadores na nova
personalidade que estaremos construindo, ou seja, quem fomos e somos decorrente
de outras vidas, mas o que atualizarmos nesta nova existência.
Ninguém é igual a ninguém, isso é fato, da mesma forma que cada um
atravessa um estágio evolutivo diferenciado, um momento único, assim,
decorrente de tudo isso, e das situações e experiências que a cada minuto vamos
vivenciando, formamos o nível de discernimento que rege quem somos, ou seja,
criamos um código de conduta individual, e desta forma, algo independente do
grau de aceitação e obediência que pudermos ter das leis humanas, onde cada um
de nós acaba, mesmo que inconscientemente, criando as próprias leis, aquilo que
acha bom ou ruim, certo ou errado, e isso em nosso íntimo, sendo este código
aquele que seguimos em nossas escolhas e julgamentos, mesmo que não externemos,
mesmo que nos utilizemos das normais máscaras sociais no nosso dia a dia, na
relação com os diversos grupos que fazem parte de nossa existência.
Precisamos fazer apenas uma breve observação, mas importante para a
continuidade de nosso estudo de hoje, que vem a ser o fato que vivemos todos em
um mundo onde o inferior ainda predomina, em um mundo de provas e expiações, e
aqueles de nós que aqui não estão em esclarecedoras e divinas missões,
precisamos admitir que ainda são constantes as batalhas contra a negatividade
de sentimentos, aqueles que ainda prevalecem em nosso íntimo, mesmo que
relutemos em admitir.
Dito isso, fica claro que, por mais que nos consideremos bons e
justos, por mais que julguemos saber o que vem a ser o certo e o errado, por
mais que venhamos nos escorar em desculpas e justificativas, fato é que as
nossas leis individuais, o código de conduta que criamos para nós, lembrando
que ele é composto do que carregamos de outras vidas e do que agregamos até
agora desta, mesmo que em nenhum item, o que já é bem difícil, venhamos a ferir
nenhum item da legislação humana, precisamos admitir, que em muito é antagônico
e contraditório em relação as leis divinas, as leis cristãs.
Caridade, humildade, perdão incondicional, reconhecimento dos próprios
erros, bondade, disciplina, respeito, aceitação das diferenças, entre tantos
outros exemplos e ensinamentos que o Cristo nos trouxe, são requisitos mínimos
para que venhamos alinhar as nossas leis individuais, com as leis humanas, e
principalmente, as leis divinas.
Assim, precisamos nos esforçar para estudarmos e conhecermos as leis
maiores, a avaliar quem somos e em quem precisamos nos tornar, e até lá, neste
período, que aprendamos a ter um pouco mais de humildade, de empatia, para
entender e reconhecer, que por mais que saibamos, nada sabemos, que não somos
os donos da razão, que nossas experiências não sã a base para a verdade, para o
que é certo ou errado, que não temos todas as respostas para a felicidade, e
todos os remédios contra a infelicidade, entender que não podemos impor ideias
ou condutas, da mesma forma que não podemos admitir que nos imponham ou vir a
aceitar sem questionar e discernir.
Precisamos viver não como sempre vivemos, não de acordo com o que
nossos pais achavam ser o certo e o errado, não como as coisas eram no nosso
tempo, porque o nosso tempo é hoje, precisamos viver de acordo com o Cristo,
algo que muitos já acham que o fazem, mas não o fazem, porque o que nos define
além de nossas palavras e de nossas atitudes, são os nossos sentimentos, e
basta ler a passagem evangélica quando os apóstolos discutiam para ver quem era
o primeiro no Reino de Deus, para compreender, ao ver o Cristo lavar aos seus pés,
o valor da humildade, e o que, de fato, o Mestre espera de cada um de nós, e o
quanto ainda disso estamos distantes.
E assim vamos indo, ainda que só na intenção, no caminho do bem!
Fiquemos em paz!