sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Como espíritas precisamos valorizar...




Somos todos espíritos!



Nada mais lógico, e de acordo com a Doutrina Espírita, nada mais irrefutável!



Entretanto para nós, espíritas ainda não perfeitamente integrados ao sentimento cristão que deve nortear os passos daqueles que tem como estandarte: “Fora da Caridade não há Salvação”, mais preocupados com a fenomenologia mediúnica, com o intercâmbio, com as manifestações ostensivas, acabamos muitas vezes por dogmatizar situações, nos prendendo excessivamente a conceitos, agindo mesmo contrariamente a própria posição que o Codificador, Allan Kardec, sempre assumiu, ao afirmar que apesar de inúmeras similaridades, cada um de nós é um mundo a parte na criação, o que nos leva a compreensão das diferenças que este processo evolutivo acaba por gerar, onde prioridades e necessidades, assim como escolhas e posturas, se transformam e diferenciam ao infinito, dependendo sempre do livre arbítrio de cada um.



Nesta postura preferimos sempre ler e debater sobre questões mais ainda no campo das possibilidades e realidades do que realmente de fatos, onde nossa atenção se volta e se prende em assuntos como a chegada do terceiro milênio, a transformação da categoria do nosso planeta, quando nos tornaremos um mundo de regeneração, e não mais de expiações e provas, quando haverá o expurgo para planetas ainda mais inferiores dos espíritos que ainda persistirem no caminho do mal e do erro, ou temas como as crianças índigo, a perspectiva de irmos a outros planetas em melhores condições que o nosso, entre outros assuntos que a lógica fica sempre atrelada a suposições, ainda que estas sejam corroboradas por nossos amigos e benfeitores espirituais.



Válido e construtivo que procuremos nos manter informados e participes desses conhecimentos, ampliando sempre nossa capacidade intelectual, porém, não poderemos deixar de focar nossa atenção sobre a nossa necessidade mais preeminente, não só de caráter individual, mas, principalmente, coletivo, que envolve toda a sociedade terrena, esteja ela encarnada ou desencarnada: a Transformação Espiritual para o Bem!



Nossa atenção principal, assim como nosso esforço produtivo, seja em nosso lar, no nosso trabalho, no nosso convívio social, no centro que frequentamos e que engajados estamos em algum tipo de tarefa, deverá primar sempre pela luta constante contra os sentimentos inferiores, as paixões e os vícios que ainda alimentamos, oriundos de nossas experiências anteriores, de outras vidas, e que ainda de alguma forma, são valorizados e influentes em nossa personalidade atual, assim como dos nossos irmãos do caminho que, de alguma forma, temos condições de influenciar e compartilhar momentos e experiências diárias.



Por mais que nos encantem assuntos subjetivos, ou as ações do intercâmbio mediúnico com nossos mentores e benfeitores espirituais, quando passamos a conhecer as nuances do mundo espiritual através dos exemplos e relatos que nossos irmãos desencarnados nos trazem, precisamos estar sempre atentos e vigilantes para as mudanças que precisamos levar a efeito no que tange a nossa postura atual, sendo absolutamente sinceros com nossas limitações, com nossas imperfeições, e com tudo que ainda sirva de entrave para nossa efetiva evolução espiritual, principalmente, aquilo que, intuitivamente, sabemos ser herança nossas de outras existências terrenas.



Como espíritas precisamos valorizar sempre aos ensinamentos que servem de base da nossa Doutrina, que são os conceitos cristãos, as palavras, as ações e os exemplos de Nosso Mestre Jesus, e estes estão incisivamente traçados sobre os sentimentos que comandam nossa personalidade, onde o que mais importa é a forma com que sentimos e agimos frente aos embates da vida, em nossos relacionamentos com nossos irmãos do caminho, e aquilo que alimentamos em nosso mais íntimo ser.



Os assuntos que mais devem tocar nosso coração e prender nossa atenção se referem a luta constante contra o egoísmo, o orgulho desmedido, a vaidade destrutiva, a cobiça, a usura, o preconceito, a inveja, a intolerância, a sensualidade, o sexo desregrado, os excessos de todos os tipos, tudo que nos afaste da positividade de sentimentos, e que ainda nos mantém em ligação com o astral inferior.



Nossas ações em nosso centro espírita, assim como nossa postura frente a qualquer situação que venhamos a viver no plano físico, devem estar ser revestidas de caráter transformativo, renovador, do inferior para o superior, vindo a nos servir de base para todas nossas escolhas, para a definição de nossas necessidades e prioridades, agindo basicamente sobre o nosso “eu”, sendo natural que quando assim façamos, passemos também a influenciar, direta e indiretamente, aqueles que conosco tem a oportunidade de conviver, quando conquistamos a oportunidade de servir muitas vezes de instrumento para que a espiritualidade superior venha a interagir com o nosso plano, de forma a beneficiar situações e pessoas de nosso convívio.



Nosso estudo, nosso trabalho, nossa postura, desta forma, dentro de nossas ações na Doutrina Espírita, assim como também em todas as nossas tarefas de nossa vida diária, visando nossa transformação espiritual, e a vitória sobre nossas ainda latentes imperfeições, devem se basear no fortalecimento de nossos sentimentos nobres, de caráter puramente cristão, como a bondade, a humildade, a fraternidade, a caridade, o equilíbrio, a coragem, o respeito, a ética, a tolerância, a aceitação das diferenças, o não julgar, o sempre perdoar, e a mais completa regra, aquela que nos levará a plena vitória sobre nós mesmos, se bem compreendida em sua essência, e plenamente vivenciada, que vem a ser amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos.



Que seja esse o nosso foco, que seja esse o nosso assunto constante, que seja essa a nossa prioridade.

Amar, no bem, sempre!