quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Uma única palavra...





Uma das maiores dificuldade que encontramos quando, já conscientes estamos da nossa necessária transformação individual, para trilharmos o caminho do bem, quando já estudamos e trabalhamos efetivamente para assumirmos a postura e a conduta espírita cristã, é a de controlar e erradicar os sentimentos negativos que acumulamos por diversas jornadas evolutivas, onde, mesmo quando não provoquem crimes graves e dolorosas expiações, fazem com que nosso processo de ascensão seja lento, e as vezes, até mesmo imperceptível, tal a dificuldade que temos de superar e expurgar os vícios e as tendências inferiores que agregamos ao longo do tempo à nossa personalidade.


Alguns desses sentimentos, que prejudicam nossa evolução, como a vaidade excessiva, o orgulho desmedido, a ausência da caridade, o egoísmo, fazem com que, quando ainda neófitos no caminho do bem, nos percamos em nossas tarefas, supervalorizando-as, assim como a nossa atuação, fazendo com que nos julguemos superiores aos nossos irmãos do caminho que ainda não dispõe desta visão, da consciência da necessária renovação íntima, esquecendo que até recentemente éramos nós a nos chafurdarmos no erro, sem a mínima concepção das prioridades cristãs, passando, de forma indevida, a nos considerar arautos da Boa Nova, já capazes de algo ensinar, de ditar o modo de vida do próximo, de julgar e prejulgar a forma como nossos companheiros de jornada vivem, nos vendo no direito de interferir em suas existências, ditando regras ou receita simplistas de felicidade, sem atinar que cada um vive um momento único na jornada evolutiva de nosso planeta, sendo diferente e exclusiva a forma como se deve agir com o intuito de galgar mais um degrau rumo ao equilíbrio espiritual no bem.




O Espiritismo é o Consolador Prometido por Jesus, todo ele baseado, nos mais puros conceitos do amor e da caridade, sendo oferecido a nós pela Bondade Divina, para que aqueles que no momento vivem no plano espiritual possam nos apresentar a continuidade e a eternidade da vida, de onde viemos e qual o nosso destino, nos fazendo ver que a vida é contínua, independente da variação de planos, e que cada ato nosso, positivo ou negativo, é fato gerador de uma consequência, e que esta nos acompanhará no futuro, nos proporcionando momentos de dor, de alegria, de possibilidade construtiva ou destrutiva, de acordo com os sentimentos que nortearem nossas escolhas e decisões.


Uma das formas que temos de valorizar nossa estadia no plano físico, assim como os tem aqueles que se encontram hoje no plano espiritual, é através da palavra, da comunicação direta como nossos irmãos do caminho, sendo o que falamos e o que nos falam, em muitas das vezes, fatores predominantes e preponderantes para determinar o momento que estamos vivendo e de que forma estaremos procedendo em nossas ações e reações, já que a palavra é fator essencial na exteriorização do que sentimos, do que priorizamos, do que desejamos para nossa existência, tanto nos fatos imediatos e corriqueiros, como para nossos planos futuros e para aquilo que temos como ideal em nossa existência.


Por vezes uma única palavra fere mais que mil agressões físicas ou armas destruidoras, da mesma forma que pode servir para salvar uma vida, a nossa ou de um irmão do caminho, quando nela trazemos a paz, o amor, a esperança.


Quantas vidas foram tiradas, quantas catástrofes de grandes proporções foram levadas a efeito por discursos inflamados, por calúnias urdidas de forma cruel, da mesma forma que lares foram destruídos e famílias separadas devido a maledicência, a boatos, ao uso inferior e mesquinho da palavra por parte daqueles que carregam dentro de si os mais inferiores sentimentos e as mais degradantes paixões.


Da mesma maneira, foi graças a ela que diversos trabalhadores de boa vontade, diversos trabalhadores conhecidos ou anônimos, puderam levar adiante a paz, a concórdia, o entendimento, o otimismo, a esperança, fortalecendo aqueles que sucumbiam a dúvida, ao medo, despertando neles a fé, a coragem, a determinação, a vontade e o desejo de serem pessoas melhores, de lutarem por seus direitos, de defenderem seus ideais, fazendo com que o bem acabasse por prevalecer, independente de lugares ou situações, no recôndito de um lar, ou frente a uma nação, um povo, uma classe social, onde vários, com um interesse comum no bem, se sentem orientados e motivados a reverterem uma situação adversa e avançar.


Assim como qualquer outro fator que exista para que venhamos a interagir com o todo, com o mundo onde vivemos, seremos sempre o responsável por aquilo que falarmos, com o uso que fizermos desta ferramenta que temos a nossa disposição para cumprirmos nossos objetivos, sendo aquilo que plantarmos exatamente aquilo que iremos colher, assumindo as consequências do que geramos, não só para nós, mas também para nossos irmãos do caminho, e no ambiente onde estivermos inseridos.


Desta forma, se nosso objetivo é a transformação espiritual no bem, é vencer nossas tendências inferiores, anular os sentimentos negativos que ainda vivem em nós de forma latente, cuidemos de usar a fala, a comunicação de que dispomos, para levar apenas positividade por onde passarmos, seja em nosso lar, no nosso trabalho, no nosso dia a dia, nas lides espiritas, alinhavando-a com o sentimento cristão, com os preceitos doutrinários, fazendo com que aqueles que conosco convivam possam se sentir seguros ao nosso lado, confiantes, sabedores que, apesar de nossos defeitos e de nossas imperfeições, nossas intenções, nossa postura, nosso objetivo maior será sempre o bem, fazendo com que em nossas palavras transpareça a sinceridade com a qual devemos nos revestir.


No processo evolutivo a qual atualmente atravessamos, temos a consciência que a palavra é poderosa aliada á disciplina que precisamos desenvolver para que venhamos a sair vencedores, pois ela pode nos impedir de exteriorizar sentimentos que ainda trazemos guardados dentro de nós e que ainda não conseguimos transformar, servindo assim de freio para que não venhamos a cometer novos desmandos, nos auxiliando a, passo a passo, virmos a alcançar os nossos objetivos maiores, única forma de almejar novos e mais abrangentes desafios.


Não foi a toa que o Mestre Jesus, ao ser inquirido sobre o uso de alimentos considerados impuros pela religião de sua época, deixou claro que mais faz mal ao homem aquilo que sai de sua boca do que aquilo que entra, nos mostrando de forma simples, mas categórica, a responsabilidade que temos frente ao nosso presente e ao nosso futuro, por cada palavra, assim como por cada ato, por cada pensamento, que gerarmos enquanto atravessarmos o pântano íntimo de nossas imperfeições.



Santifiquemos nossos pensamentos, para que venhamos a exteriorizar apenas o bem, levando a palavra sincera, amiga, caridosa, amorosa, por onde passarmos e com quem falarmos, sempre visando o crescimento, o equilíbrio e a paz.  

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

O primeiro passo...





O arrependimento de nossas faltas será o primeiro passo para nossa reabilitação espiritual, quando nos encontrarmos desviados da senda evolutiva, quando estivermos entregues aos instintos inferiores, aos sentimentos negativos, decorrente de inúmeras existências de erros e desatinos que, até então, nortearam nossas escolhas.


Saber que erramos, nos conscientizarmos que desperdiçamos tempo e energia em atitudes contrárias a postura cristã, se faz de fundamental importância para reiniciarmos nossa jornada rumo à ascensão espiritual, saindo da zona estacionária onde nos debatemos já à um prolongado período, dispersos que estivemos nas necessidades e prioridades geradas pela nossa imperfeição.


Neste caminho de volta ao equilíbrio, do abandono de nossas falhas e desatinos, não haverá juízes implacáveis, não haverá a necessidade de castigos e sofrimentos inenarráveis, não haverá agentes encarregados de nos seviciar a alma até que sejam expurgados nossos pecados e culpas, o único ser que tem a autonomia e o poder de nos julgar e condenar é Deus, e Ele não o faz, e nunca o fará, porque Ele é puro amor, Ele nos ama incondicionalmente, e é Onisciente, sabendo exatamente quem somos, do que somos capazes, dos nossos erros, e da nossa infinita capacidade de reação, de crescimento, de retomada de direção no caminho no bem, pois, é nosso Criador, e para Ele nada é surpresa, tudo se encadeia de uma forma absolutamente lógica e necessária, para o equilíbrio geral de nosso universo.


Nós mesmos, através da iluminação de nossa consciência, da descoberta em nosso íntimo do amor que trazemos vivo dentro de nós, é que seremos nossos próprios juízes, nossos censores, responsáveis maior por nossa recuperação, da mesma forma que o fomos quando caímos nas teias do erro e dos desregramentos das paixões.


Sabedores precisaremos ser, que quanto mais nos desviamos do caminho, maior será o esforço e a distância que teremos que percorrer para vir a retoma-lo, e geralmente, estaremos em condições mais difíceis, mais cansados, mais desequilibrados, mais curvados pelo peso de nossas iniquidades, o que fará parecer que estamos percorrendo o dobro ou mais da distância anterior, sem deixar de levar em conta que o caminho de descida é sempre mais fácil e prazeroso que o de subida.


Conscientes também precisaremos estar, que durante esta empreitada, a do retorno ao caminho do bem, por inúmeras vezes irão ocorrer situações e aparecerão pessoas, que dificultarão sobremaneira a que venhamos a atingir nossos objetivos, e isso pelos mais diversos motivos, nos testando, para avaliar se realmente estamos aptos e dispostos a vencer, que não estamos inseguros, se estamos ou não, sendo sinceros, e fortes o suficiente para vencer nossos antigos vícios e avançar.


Poderão ser inimigos e antigas vítimas querendo obstruir nossa passagem ou companheiros e associados no erro que não se conformam com nossa tentativa de mudança, ou acham que estamos loucos em procura-la, fazendo com que nossas frágeis e iniciais resoluções corram sérios riscos de cair mais uma vez no esquecimento, vindo a ser novamente adiadas para um futuro incerto.


Somos, porém, os autores de nossa história, se caírmos e fraquejarmos, seremos os culpados e os responsáveis, se resistirmos e vencermos, seremos os artífices e os responsáveis por nossas conquistas, nada e ninguém têm o poder absoluto de nos fazer evoluir ou estacionar.


Teremos, sim, que enfrentar fortes influências e acerbos obstáculos, mas todos eles gerados por nós mesmos, decorrentes de pretéritas escolhas, sendo este o “castigo” maior que precisaremos suportar para avançar, o de superar as consequências naturais de nossas decisões, de nossos atos, da carga negativa que acumulamos em nossos alforjes quando traçamos para nós o rumo de nossa existência, fazendo com que venhamos a ter que retroceder por todo caminho indevidamente percorrido, até encontrar àquele que nos levará a novas e efetivas conquistas, nos transportando a novas paragens, novas possibilidades realizadoras, que só o bem pode oferecer.


Somos o maior adversário a ser vencido, são nossas paixões, nossos vícios, nossas tendências inferiores, nossos sentimentos negativos as maiores dificuldades que entravam a nossa ascensão, e para definitivamente expurga-las de nossa individualidade eterna, se faz necessário, primeiramente, detecta-las e assumi-las como fatores castradores e inibidores de nossa transformação, combatendo-as de frente, com disciplina, com vigilância, com determinação, com seriedade e sinceridade nas intenções, buscando o apoio seguro e a orientação de nossos amigos e benfeitores espirituais, no exemplo maior de Nosso Mestre Jesus, que não por acaso deixou explícito que para vencermos, necessário se faz segui-lo, sem esquecermos da força íntima ao carregar a nossa cruz, o baú de nossos erros, até transforma-los em pontos de luz que só a experiência no estudo e no trabalho efetivo podem nos proporcionar.



Se todos temos do que nos arrepender, que então nos arrependamos, seguindo de fronte erguida na busca de nossa reabilitação, com humildade, com esforço, com equilíbrio, olhando ao alto para buscar a luz a nos guiar, e estendendo a mão a todos aqueles que queiram nos acompanhar, já que, como prometido, nenhuma ovelha ficara esquecida, pois somos vários, mas nos devemos amar como a um só. 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Que seja Amor...

Ninguém está isento de erros, ainda distante estamos de atingir ao nível espiritual daqueles que, acima das paixões humanas, já não mais se deixam arrastar ou dominar por sentimentos como o ódio, a mágoa, o ressentimento, o egoísmo, o orgulho, o preconceito, a vaidade, exemplos que são de conduta, e que podemos constatar através da extensa literatura espírita, principalmente, estas, objeto de nossos estudos, as obras de André Luiz, onde espíritos benfeitores, instrutores, mentores, assistentes, encontram-se mais próximos do ideal cristão ao qual podemos aspirar chegar quando em contínua tarefa em nosso orbe terrestre, nos mostrando por seus exemplos um equilíbrio, um discernimento, uma amplitude visionária que longe ainda estamos de possuir.


Enquanto isso nós, seus tutelados, assim como André Luiz quando do relato de sua trajetória no plano espiritual, por sermos estudiosos, por algo já sermos conhecedores dos preceitos do Espiritismo, de sua ligação íntima com os conceitos cristãos, já podemos nos considerar propensos a encontrar este equilíbrio, porém, indiscutivelmente ainda frágeis em nossas resoluções, indecisos em assumir a disciplina e a constância no proceder que é exigida daquele que, de fato, busca nesta existência o início efetivo de sua transformação espiritual para o bem, conscientes que estamos, da alta influência que nossos antigos vícios, nossas antigas imperfeições, ainda têm sobre nossas escolhas, sobre nossas reações, sobre nossos mais íntimos sentimentos.


Nesta ciência que devemos ter de nossa ainda viva inferioridade, natural se faz que erros ainda sejam cometidos e repetidos, tal a dificuldade de assimilação da nova postura que sabemos ter que assumir caso nosso desejo de renovação seja sincero, porém, se não devemos ser excessivamente severos com o nosso proceder, não esperando que venhamos a nos tornar perfeitos de um dia para o outro, certo também, é que não devemos nos acomodar com esta prerrogativa de errar, tudo fazendo, nos esforçando, agindo de forma determinada e disciplinada para que isso não venha a ocorrer, tornando assim o erro, exclusivamente o que ele deve ser, a exceção e não a regra.


Fator predominante quanto ao rumo que estamos dando a nossa jornada e a forma pela qual estamos desenvolvendo a busca a que nos destinamos, à do nosso aperfeiçoamento espiritual, de acordo com os parâmetros do espiritismo cristão, é a intenção pela qual guiamos as nossas escolhas, as nossas ações, as nossas reações, a nossa forma de pensar e de sentir, fazendo com que os erros e os desvios do caminho que venham a ocorrer não os sejam por livre e espontânea vontade, por opção pensada e racionalizada, e sim, por mero acidente, por indevida compreensão dos fatos, ou por naturais desvios que as situações possam vir a tomar que independem de nossa vontade, quando vão de encontro a necessidades e prioridades, nossas ou dos nossos irmãos do caminho, e que atualmente, fujam da nossa limitada compreensão, quando devemos ter a certeza e a fé que Deus, e as forças superiores que regem o destino de nosso planeta, sabem sempre o que é o melhor para todos nós.


Através do estudo, do trabalho, da sinceridade de intenções no caminho do bem, nos sentiremos mais fortalecidos para agir sempre de acordo com a nossa consciência, e de forma mais aproximada possível, dos ensinamentos e exemplos do Cristo, sabedores que apenas as ações baseadas no amor, na paz, no bem, serão aquelas que nos trarão efetivos benefícios quanto a nossa ascensão individual, mesmo que para isso sejam necessários sacrifícios, renúncias, perdas, sofrimentos, dificuldades, adversidades, sabedores que deveremos ser que a melhor forma de avançarmos será, como predisse o Mestre, carregando a nossa própria cruz, e esta, geralmente, está distante daquilo que, de forma leviana, ainda insistimos em eleger como prioridade em nossa existência mundana, principalmente, porque os tesouros que precisamos acumular são unicamente aqueles que poderemos carregar por onde formos, e bem poucos dos que valorizamos hoje poderão conosco adentrar as portas do túmulo, quando do retorno à nossa verdadeira existência, a espiritual.


Cada um saberá sempre o que é melhor para si, não há padrão absoluto de proceder, porque atravessamos períodos evolutivos diferenciados, onde as necessidades se encontram de acordo com o estágio que precisamos vencer e superar, o certo, porém, é que toda e qualquer ação terá a sua consequência, o seu retorno a quem a gerou, e que o nosso presente, assim como o nosso futuro, estão interligados e interdependentes com o que somos, o que sentimos, o que criamos, e que a dor ou a alegria não mais são que as respostas àquilo que plantamos para nós.


Para colher amor e paz, que se plante, regue, adube, faça florescer e se espalhar à nossa volta, o amor e a paz.


Somos senhores do nosso destino, somos o que fazemos, somos o que sentimos, somos a nossa razão e, principalmente, a nossa emoção, somos o que é e o que faz a nossa mente e o nosso coração.


Que seja Amor.