sábado, 14 de dezembro de 2019

Espiritismo e as Fake News



Mais um ano se aproxima do fim e é incontestável a impressão que a todos nós ele deixa que distantes ainda estamos de encontrarmos, como sociedade, a transformação espiritual para o bem que tanto necessitamos com o objetivo de elevar a categoria do nosso planeta na hierarquia dos mundos, deixando de ser um local predominantemente de provas e expiações, dificuldades e sofrimentos, para um lugar onde predomine o bem, onde o desejo da Regeneração, da mudança, da valorização do sentimento cristão sejam a tônica da maioria dos espíritos encarnados e desencarnados.

Com o avanço tecnológico e da velocidade das informações, principalmente, decorrente da internet e das redes sociais, todos deixaram de ser meros espectadores para se tornarem divulgadores, participando ativamente da divulgação de notícias, da ocorrência de fatos, agindo como verdadeiros meios de comunicação, sendo cada um pequeno jornal, repassando aquilo que vê, que lhe mandam, que postam em sua "timeline".

Infelizmente, hoje, como ontem, apenas diferenciando pelo alcance que cada um possui de levar adiante uma notícia de acordo com o número de seus seguidores, poucos se preocupam de verificar se a fonte da notícia que receberam é digna ou não, se é ou não confiável, se procede de fatos verdadeiros, ou se é mera criação de uma mente doentia, baseada em intenções inferiores, sempre almejando alcançar objetivos próprios e que, necessariamente, não se baseiem no bem, nos sentimentos cristãos.

Para salientar, uma mentira é sempre uma mentira, é uma distorção de fatos, e mesmo que a intenção, aparentemente seja o bem, não merece elogios, não merece "compartilhamento", não merece "curtida", mesmo que em um primeiro momento a notícia inverídica venha a beneficiar aquilo que consideramos ser o correto, mesmo que venha a colocar um reconhecido criminoso na cadeia.

Não se pode combater um erro com outro erro, não se pode combater o mal com o mal, não se pode combater a violência com violência, caso contrário, estaremos apenas contribuindo para que as energias inferiores continuem a dominar a atmosfera do nosso planeta, em um círculo vicioso onde vítimas e algozes ficam alternando suas posições sem prazo final do conflito.

Um fator que deve ser levado em conta, e que é de fundamental importância é a procedência do boato, da mentira, da atualmente conhecida "FAKE NEWS",  porque todos aqueles que as produzem tem um objetivo escuso, desleal, egoísta, estão apenas tentando manipular pessoas, induzi-las a acreditar em algo que é falso, ou que não têm nenhuma prova concreta que seja verdadeiro.

Apesar do termo "FAKE NEWS" ser considerado moderno por estar em voga, ele já acompanha a sociedade humana há séculos, e aqueles que dele se utilizaram tinham os objetivos tão maléficos como os que têm hoje, fazendo com que o verdadeiro espírita, o verdadeiro cristão, deles se afastem e combatam com toda a energia e força que o bem permitir.

Quando Jesus esteve entre nós, os fariseus e aqueles que sentiam-se prejudicados em seus interesses mesquinhos e individualistas pela Verdade Divina que Ele trazia, espalhavam por toda parte que Ele era um farsante, que era um louco, um simples carpinteiro, até que O levaram ao Governador da Judéia, um romano, para que fosse punido por crimes que nunca cometera, sendo julgado pelo povo que clamou por sua morte por estarem influenciados e enganados pelas mentiras que foram plantadas por seus inimigos.

Também os primeiros cristãos, em Roma, eram perseguidos e entregues as feras condenados por crimes que nunca cometeram, também acusados falsamente de serem os culpados de todas as desgraças que aconteciam naquela época, como as doenças, as pestes, a seca, a falta de alimento, tudo os governantes colocavam a culpa nos cristãos, divulgando mentiras, levando o povo acreditar que aqueles homens e mulheres simples, que só queriam fazer o bem, eram seus inimigos.

E assim foi ao longo da história da humanidade terrestre, como com os alemães que acreditavam em seus governantes quando estes afirmavam que os judeus eram seus inimigos, pensando que após perderem tudo que tinham, estavam presos e trabalhando, baseados em notícias falsas que chegavam até eles, enquanto, na verdade. seus pseudo-inimigos estavam sendo sumariamente exterminados em campos de concentração.

A igreja católica queimou na fogueira milhares de pessoas acusadas falsamente de feitiçaria e heresia, preocupada unicamente com seus interesses, da mesma maneira que fazia acreditar que os escravos no Brasil não tinham alma, ou foram criados pelo Criador apenas para servir aos senhores brancos.

Allan Kardec fez inúmeros relatos nos 11 anos de edição da Revista Espírita de como o Espiritismo nascente era acusado falsamente, era caluniado, quando sofria as mais baixas perseguições por parte da Igreja, da Ciência, dos meios de comunicação, onde tudo faziam pra desvirtuar seus objetivos maiores, seu ideal cristão, fazendo com que as pessoas que tinham dificuldade de acessar seus princípios baseassem suas opiniões em mentiras, distorções caluniosas e mal intencionadas.

Assim, a mentira disfarçada de verdade não é uma novidade dos tempos modernos, da era da internet e das redes sociais, ela é tão velha quanto a personalidade humana, mudando apenas a forma e a velocidade como é divulgada, alterando assim a tática a ser utilizada, onde antes, com a dificuldade de se chegar o conhecimento a todos, ele era interdito a maioria, enquanto que hoje, age-se pelo excesso, empurrando continuamente um número incontável de informações, alterando-as a cada segundo, fazendo com o a maioria das pessoas prefira acreditar naquilo que lhe convém, naquilo que vem de encontro com sua forma de pensar, em detrimento a verdade única e insubstituível dos fatos.

Desta forma, se desejamos ser cristãos, se desejamos ser espíritas, que estudemos, que  aprendamos a pensar por nós mesmos, que como Kardec nos exemplificou, não venhamos a emitir nenhuma opinião, ou basear nossas decisões, sobre aquilo que não conhecemos ou não temos certeza que como funciona de fato.

SER ESPÍRITA é respeitar a tudo e a todos, valorizar sempre o bem, sempre o amor, sempre a paz, e acima de tudo, A VERDADE!

Que assim seja!




 

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Religião e Razão




Um ponto delicado, mas importantíssimo se estudado e comentado: a Religião!

Para o espírita, fato incontestável, é que antes de qualquer avaliação sobre sua conduta frente aos preceitos de sua Doutrina ele precisa ser essencialmente: cristão!

A Doutrina Espírita é a terceira revelação, Moisés veio trazer a primeira, unificando Deus e apresentando suas leis, Jesus Cristo, Ele, o Mestre, a segunda, ratificando sim, a necessidade única do cumprimento das leis divinas, mas para isso, veio nos apresentar o Amor, em sua mais pura concepção, nos doando as noções básicas da vida, e prometendo, para completa-las a amplia-las, o Consolador Prometido, o Espiritismo, aquele que nos trouxe a expansão de seus ensinamentos básicos, sendo, tudo o que ele nos trouxe na atualidade incompreensível para a época da revelação cristã, bem como as subsequentes, principalmente o período da idade média, o período do Terror, onde quem ousasse sequer cogitar sobre assuntos fora dos dogmas impostos pela igreja era sumariamente taxado de herege, com forte possibilidade de terminar sua passagem pelo plano físico na fogueira, em uma época onde o vulgo não tinha acesso aos evangelhos, sem o direito até mesmo de estuda-los e conhece-los no recesso do seu lar.

Ele, o Consolador Prometido, surgiu na hora certa, quando o homem começava a questionar os dogmas religiosos, quando a ciência passou a ganhar espaço e importância através de suas descobertas, quando não mais a igreja teve forças para obstruir seu avanço, dando oportunidade para que as pessoas começassem a pensar por vontade própria, questionando, buscando respostas, não mais agindo como simples cordeiros, com pastores mais interessados em manter seu poder e seu mando, do que, de fato, elas evoluíssem como seres humanos.

Não mais a crença cega em um inferno de penas irremissíveis. ou de um céu beatífico e contemplativo para quem a ele pelas boas ações tivessem acesso, não mais a figura do diabo, ser criado para o mal, não mais as figuras de anjos que nada mais fazem do que glorificar e assistir a queda inevitável da maioria dos homens, em um curto período de uma única existência; não mais a Terra como centro do universo, e sim, como mais um, entre bilhões de mundos habitados, onde todos caminham juntos, e progressivamente, para a perfeição auferida como direito insofismável a todos.

A Terceira Revelação, o Consolador Prometido, não veio como as anteriores, sob o comando e o protagonismo de um único predestinado ser, como Moisés e Jesus Cristo, mas sim, através de uma plêiade de espíritos que, ao mesmo tempo, e de forma incisiva, começaram a se manifestar ostensivamente, nos quatros cantos do mundo, despertando a atenção da humanidade encarnada para um fenômeno que viria definitivamente provar que a vida prossegue após a até então temida morte, e quem vinha lhes dizer isso era exatamente seus queridos mortos, através de diversas maneiras, gerando fatos que no início beiravam ao sobrenatural, mas depois, com a observação séria, o estudo metódico, foram devidamente colocados em seus lugares de direito, no conhecimento e aceitação dos que a eles dedicaram seu tempo, como sempre foram as principais descobertas que alavancaram os mais importantes avanços da humanidade terrestre.

Foi exatamente este o papel que coube a Allan Kardec, ele não foi o inventor ou quem “descobriu” a Doutrina Espírita, ele teve o nobilíssimo trabalho de assumir o comando de reunir, compilar, estruturar, decodificar, todo o extenso cabedal de informações e conhecimentos que estavam sendo trazidos pelos espíritos em inúmeras reuniões realizadas nos mais diversos pontos do globo terrestre.

Em um trabalho sério, disciplinado, metódico, ele reuniu os fatos e corajosamente, tomou para si a responsabilidade de criar um corpo de doutrina, auxiliado e secundado por seus benfeitores espirituais, comandados pelo Espírito da Verdade, gerando nomenclaturas específicas e explicando racionalmente todos os fenômenos e ensinamentos que foram ao longo do tempo ocorrendo e sendo trazidos ao seu conhecimento pela extensa correspondência que mantinha com todos aqueles que a esta tarefa se dedicavam nos cinco continentes.  

A lei da reencarnação, da pluralidade das vidas e dos mundos habitados, a lei da causa e efeito que veio demonstrar e explicar as inúmeras variedades de existências terrestres, pondo por fim as dúvidas crescentes sobre a justiça e a bondade divina, explicando o porquê das diferenças sociais, de capacidades realizadoras, de saúde e das imperfeições físicas e orgânicas, racionalizando a fé, tornando-a lógica e natural, ampliando a visão sobre Deus, fazendo renascer o mesmo sentimento que os primeiros cristãos tinham quando da passagem do nosso Amado Mestre Jesus pela Terra.

Desta forma, não importa se muitos preferem tratar o Espiritismo como uma Doutrina ou como uma religião, gerando intermináveis temas de debates, onde muitos tentam afasta-la dos princípios evangélicos, enquanto que outros insistem de certa forma em ”ritualiza-la”, gerando normas de condutas através de sistematização obrigatória, esquecendo que o que mais é a Doutrina mesmo sendo raciocinada, lógica e científica, sua tarefa principal e fundamental é a de ser o Consolador Prometido por Jesus Cristo, e assim, se basear essencialmente nos conceitos que o Mestre nos trouxe através de seus exemplos e parábolas.

Tipos de mediunidade, formas de doutrinação, como é a vida no plano espiritual, quais são as consequências de nossos erros, saber da existência do umbral, que já tivemos outras existências, a lei da ação e reação, tudo isso são ferramentas, são acréscimos da bondade divina para que venhamos a atingir o nosso principal objetivo no nosso planeta, que vem a ser a nossa transformação espiritual, o de assumirmos de vez nossa condição de homens de bem, deixando para trás definitivamente nossas imperfeições, nossos vícios, nossos sentimentos e nossas posturas inferiores.

Assim, o Espiritismo veio essencialmente nos trazer uma base mais segura e inviolável para nos tornarmos, de fato, cristãos, nos dando uma referência lógica da necessidade de amarmos ao próximo como a nós mesmos, de não julgarmos para não sermos julgados, perdoando para ser perdoando, nossos irmãos e até mesmo nossos adversários, para compreendermos e aceitarmos as diferenças de todos os tipos, principalmente, as de caráter evolutivo, onde o mais forte tem como dever primordial auxiliar ao mais fraco, o mais lúcido ao mais confuso, o são ao enfermo.

O Espiritismo veio nos dar a base e as razões para sermos pacientes, tolerantes, bondosos, sinceros, honestos, prudentes, disciplinados, para aprendermos a agir não só visando nosso próprio beneficio ou o da nossa família direta, mas sim, do todo, do coletivo, para aprendermos a doar antes de receber, a ajudar sem esperar recompensas ou agradecimentos, ou seja, essencialmente, o Espiritismo veio nos ensinar a sermos, de forma lógica e raciocinada, puramente tarefeiros do Mestre Jesus Cristo em nosso planeta!     
Cabe a nós, se assim o desejarmos, decidirmos se o Espiritismo é uma religião ou uma Doutrina, desde que ele nos faça sermos pessoas melhores, que ele nos ensine a ter uma fé segura, baseada em fatos, em uma lógica irrefutável do poder e da bondade divina, desde que ele nos leve a amar acima de tudo, nos tornando assim uma pessoa melhor, uma pessoa do bem, alguém capaz de realizar e de auxiliar, transformando a nós mesmos e ao ambiente por onde passarmos, levando a paz e o amor na mente, na razão e no coração.

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Somos capazes de vencer...






Normal e aparentemente justificável nossas queixas e reclamações quando inúmeros dissabores, principalmente, quando fogem ao nosso controle, surgem em nossa existência gerando repercussões negativas, sejam orgânicas, físicas, mentais ou psicológicas, além daquelas que de alguma forma mexem com nossa paz, com nosso equilíbrio íntimo.

Doenças graves, acidentes, perdas de entes queridos, fracasso profissional ou financeiro, desilusões amorosas, traições, entres tantos outros fatos que nos levam a dor, ao sofrimento, ao desânimo, a revolta, a indignação, ainda mais quando estes percalços possam também atingir direta ou indiretamente aos nossos familiares, aos nossos amigos, aqueles que nos são caros e estimados.

Porém, quando adquirimos a fé raciocinada, o conhecimento através do estudo da Doutrina Espírita, que como Consolador Prometido por Jesus veio nos reconduzir aos seus ensinamentos em sua essência, em sua total pureza, longe dos dogmas humanos que por muitos séculos os desvirtuaram, e até hoje os desvirtuam, passamos a encarar essas dificuldades sob outro prisma, com um novo olhar, uma nova postura, fazendo com que reconheçamos que não há efeitos sem causas, que tudo em um determinado momento teve sua origem, seu fato gerador, e o fato de que agora não compreendamos o porquê, não significa que não seja estritamente necessário para o nosso aprendizado, para nossa evolução humana, fazendo parte para a conquista da necessária experiência para almejar novos e abrangentes estágios, sejam estes expiações, resgates, provas ou missões que nos caberá realizar para nossa vitória como individualidade.

Fato é que não basta reconhecer que tudo tem sua razão, não basta apenas termos fé na Força Maior que nos comanda, para que sejamos firmes e resolutos, para que mantenhamos em todos os momentos, o equilíbrio íntimo necessário para não esmorecer, não fraquejar, não desabar, não desalinharmos da rota que escolhemos seguir para conquistar de forma definitiva nossa transformação espiritual para o bem.

Foram muitos séculos entregues de forma voluntária as paixões e aos vícios, inúmeras existências voltadas aos sentimentos inferiores, ao egoísmo, a inveja, a cobiça, ao orgulho desmedido, a usura, ao preconceito, ao medo, a dúvida, para que de uma hora para a outra, mesmo que bem intencionados e sintonizados com nossos benfeitores espirituais, consigamos nos momentos de dor, de desespero, de perda, da tentação natural no convívio com situações rotineiras em nossa sociedade moderna, nos mantermos firmemente pautados nos objetivos maiores da conduta espírita cristã e, consequentemente, não recalcitrarmos, não repetirmos erros, não reincidirmos em crimes, ainda mais quando se trata da postura, da reação que assumimos quando defrontados somos com os mesmos motivos que outrora nos fizeram falir.

Por esta razão que se torna extremamente necessário que venhamos a nos policiar, a nos disciplinar, a, como recomendou o Mestre, orar e vigiar, de forma constante, de forma contínua, sem nos permitirmos à distração, ao descaso, a displicência, não subestimando a carga negativa que ainda trazemos dentro de nós, mesmo que nesta encarnação esta carga permaneça adormecida, apenas com repentes que nos levam a perceber onde estão as nossas maiores dificuldades em relação a essência de nossa personalidade eterna, e que por vezes, precisa apenas de uma faísca, de um único segundo de descuido, para que venha a ruir todos os anos que dedicamos na busca de nos tornarmos, nesta encarnação, um efetivo tarefeiro da seara do Nosso Mestre Jesus, um efetivo homem de bem.

Não é, e não será por um bom período ainda, uma tarefa simples, fácil, teremos inúmeros percalços a superar e a vencer nesse período de transição do inferior para o superior.

Teremos inúmeros adversários a vencer, inimigos, associados, cúmplices, da atual ou de pretéritas existências, estejam eles encarnados ou desencarnados, que desejarão que permaneçamos no erro, na estagnação, pelos mais variados motivos.

Precisamos, assim, nos manter firmes e resolutos em nossos objetivos maiores, tendo como maior obstáculo a transpor, a nós mesmos, o nosso eu inferior, o nosso passado culposo, e os resquícios mais ou menos fortes de nossas antigas paixões, deixando claro o quanto nossa determinação se faz necessária para que não venhamos por mais uma vez sermos derrotados em nossas mais sinceras esperanças de mudança.

Somos capazes de vencer, essa precisa ser a nossa certeza, porque como prometido, o fardo que teremos que carregar nunca será superior as nossas forças, confiando que, quando no caminho do bem, não nos faltará a presença constante de nossos amigos espirituais, cabendo a nós, através da oração, dos bons pensamentos, das atitudes corretas, potencializar suas ações em nosso benefício, os fortalecendo e nos fortalecendo, principalmente, quando maior se fizer a necessidade de superação.

Resignação não é conformismo, é aceitar e conviver com a dor enquanto nada pudermos fazer para debela-la, aprendendo e trabalhando para que a cada dia nos aproximemos mais de nosso objetivo maior, carregando nossa própria cruz, para, como bem esclareceu Nosso Mestre, podermos segui-Lo rumo as mais altas paragens Divinas.


Que assim seja!

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

A Energia Vital!






Todos os corpos, em toda a criação, seja qual forem seus estágios evolutivos atuais, estão saturados da energia, do fluído vital apresentado e explicado por Allan Kardec nas obras da Codificação Espírita, o que os possibilita de cumprir seus objetivos, suas missões, seus resgates ou expiações, como parte integrante da grande família universal.

O homem, por já possuir o discernimento, o livre arbítrio, o poder de decidir seu destino por suas próprias escolhas e decisões, baseando-as na razão e na emoção, e não mais somente nos seus instintos, torna-se responsável pelo bom ou pelo mau uso que faz deste poder, pelo uso consciente ou pelo desperdício desta energia vital que recebe da bondade divina, em suas atribuições diárias e contínuas, através de seu corpo físico quando encarnado, ou no uso de seu períspirito quando vivendo no plano espiritual.

Quando nascemos, ou melhor, renascemos na matéria, somos aquinhoados com a quantidade deste fluído, dessa energia, suficiente para cumprirmos o tempo que o nosso planejamento reencarnatório exige, de acordo com nossas necessidades, com nossas prioridades, para podermos de forma efetiva e eficiente cumprimos aquilo ao qual nos prontificamos realizar, ou que nos foi imposto por aqueles que sabem o que é melhor para nossa evolução, quando não temos condições de escolher por nós mesmos a melhor maneira de prosseguirmos nossa marcha rumo a transformação espiritual para o bem.

O uso dessa energia irá variar sempre em sua potência de acordo com a nossa capacidade individual de utiliza-la, sendo que, quanto mais nos aprofundarmos no estudo e nos trabalhos para a espiritualização do nosso ser, quanto mais educarmos nossos pensamentos, nossas palavras, nossas atitudes, nossa postura, quanto mais determinados estivermos para viver de acordo com a moral cristã, com os preceitos espíritas, nos desligando cada vez mais dos desejos meramente materiais e carnais, mais estaremos capacitados para senti-la nos envolvendo, potencializando-a assim para servir de arrimo para nossas tarefas, uma ferramenta a mais para levarmos o bem que nos propusermos realizar, nos fortalecendo para superar os embates e os desafios que a vida nos impuser ou que nós mesmos, por livre iniciativa, formos buscar.

Esta energia que em nós está presente, que nos satura, e a todo ser vivo do nosso planeta, pode ser sempre acrescida, potencializada, de acordo com o que nos propusermos a realizar, sendo ela que doamos, quando, por exemplo, trabalhamos em favor do próximo na tarefa do passe salutar, como se realizando uma transfusão, dando não só nossa própria energia, como também, a ela captando no ambiente ao nosso redor, na natureza, na atmosfera terrestre, ou a nós fornecida por nossos amigos espirituais, que nos secundam os esforços em levar o bem, sempre que nossa intenção for sincera e de acordo com os elevados conceitos do amor cristão.

Não só nas tarefas espíritas ela é utilizada na doação e na renovação de energias, já que a bondade divina não concede privilégios por títulos, o diferencial é que no espiritismo, como em outras correntes que dela fazem uso de forma específica, temos a possibilidade de agir com conhecimento de causa, conhecedores que podemos ser, através do estudo da sua existência, da sua capacidade realizadora, o que facilita assim sua utilização de forma incisiva, de acordo com as necessidades do consulente, ou daquele que busca seu benefício nas casas e nos centros espíritas.

Da mesma forma que, conscientes poderemos manusear esta energia de forma a auxiliar ao próximo e a nós mesmos, nos fortalecendo e ampliando nossa capacidade realizadora, também, por nossos excessos, por nosso desequilíbrio, por nossa falta de vigilância, poderemos vir a desperdiça-la, nos enfraquecendo, limitando assim as nossas oportunidades de trabalho e elevação, encurtando nosso tempo no plano físico, ou contraindo enfermidades que limitem nossa atuação, impedindo que tenhamos força e disposição, além de tempo e energia, para que venhamos a desempenhar as tarefas as quais nos programamos e que faziam parte do planejamento de nossa atual existência, nos desviando assim dos nossos objetivos maiores.

Assim, vícios como o álcool, o fumo, as drogas tóxicas, os excessos alimentares, os desregramentos sexuais, o mau uso do tempo, dos nossos sentimentos, não nos permitindo ter uma vida regrada entre nossas atividades diárias e o nosso necessário repouso, fazem com que nossas energias se percam, desperdiçando nosso fluído vital, e o pior, sem ações que possam vir a fazer com que ele seja reposto, fazendo com que o tempo previsto para estarmos encarnados venha a se reduzir, o que significa que, pelo mau uso de nossa capacidade realizadora, agimos, na verdade, como suicidas, mesmo que indiretos, onde por livre vontade, deixamos de realizar de forma positiva a energia que dispusemos quando em jornada no plano físico.

Durante nossa existência, devido aos nossos erros e acertos, o nosso planejamento reencarnatório sofre inúmeras mudanças e transformações, sendo que, nossos amigos e mentores espirituais estão sempre ao nosso lado renovando nossas possibilidades e as readequando de acordo com nossas prioridades, sendo que por multas vezes, ao contrário do que desejamos e esperamos, é a dor, a enfermidade, o fracasso, a decepção, que são por eles utilizados para que venhamos a rever nossa postura, modificando assim a forma de pensar e de agir, aquela que vinha, gradativamente, nos arrastando para mais um fracasso cármico.

Mesmo que, devido aos nossos erros, não mais possamos cumprir a risca e na integra nossos objetivos para a atual encarnação, não possuindo nem mesmo o fluído vital necessário para o tempo que ainda iríamos precisar para essa total realização, poderemos sempre algo melhorar e acrescentar em nossa existência para que, ao desencarnarmos, estarmos em melhores condições do que antes, vindo a nos sentir mais fortes e capacitados para dar continuidade em nossa jornada evolutiva.

O fluído vital, mesmo que venhamos a atingir uma posição de difícil recuperação, poderá sempre ser de alguma forma renovado se nos prestarmos de forma sincera e efetiva a algo recuperar de nosso tempo, procurando ações e realizações no bem, estudando e trabalhando não só para nosso próprio melhoramento, mas, principalmente em favor dos mais necessitados e da sociedade onde vivemos, nos alicerçando nos bons pensamentos, nas boas intenções, na oração, atraindo para nós a espiritualidade superior, e dando ensejo para que nossos benfeitores espirituais ajam de forma incisiva no fortalecimento de nossas energias, vindo assim a nos fortalecer e de certa forma recuperar, para prorrogarmos um pouco mais o tempo que dispomos no plano físico para, de fato, vir a fazer algo de produtivo visando nossa ascensão espiritual.

Esta energia, o fluido vital, ainda é pouco conhecida pelo homem, pela ciência humana, se restringindo ainda àqueles que não têm receio em manter a mente aberta para aquilo que, ainda para nós é imensurável, sendo que no passado, ela muito foi utilizada pelos que detinham um conhecimento acima do homem vulgar, considerados magos, sacerdotes, que se escondiam atrás do maravilhoso e do profano para se utilizar de um poder, que na verdade, estava disponível a todos, desde que tivessem a disposição de se disciplinar para dele fazer uso, principalmente, quando o objetivo fosse o bem e o amor ao próximo.

Quando o homem se cientificar de sua capacidade, da energia que possui, assim como a atmosfera que o rodeia, e da capacidade que detém em manipula-la, com certeza terá um novo padrão de existência terrestre, onde as enfermidades serão vistas e tratadas sobre outro prisma, onde a possibilidade de realização se transformará, fazendo com que as diferenças sejam reduzidas, já que o maior fator potencial desta energia é o bem, a paz, o amor, tudo aquilo que Jesus nos exemplificou, sendo Ele o melhor modelo do que seremos capazes de realizar quando dominarmos e conhecermos esta força, invisível, mas, real que todos temos dentro de nós.

terça-feira, 30 de julho de 2019

Sobre não mudar ao próximo, mas amar...






A vida humana, desde que tivemos a oportunidade de começar a enxerga-la sob a ótica espírita, ou seja, compreendendo a eternidade da alma, sendo que seu início se perde no tempo, de acordo com a lei da reencarnação, das vidas sucessivas, onde racionalmente temos a certeza que não há morte, não há fim, mas, apenas uma continuidade de existências, na busca do aperfeiçoamento, da melhoria íntima, da corrigenda dos erros, no ressarcimento dos débitos, passou a se basear fundamentalmente no trabalho, na positividade, na evolução, e não mais apenas, como na maioria das vezes até então, um campo repleto de dificuldades e limitações geradas pelo nosso passado culposo ou nosso presente inconsequente,com um fim limitado a um inferno eterno de dores ou um céu meramente contemplativo.

Ainda que hoje tenhamos que enfrentar a dor, se, de fato, compenetrados estivermos no desejo de transformação espiritual de acordo com os conceitos cristãos, o fazemos com equilíbrio, com a resignação necessária, sem deixar de lutar para vencê-la e superá-la, mas conscientes que o tempo para que isso ver a se tornar realidade irá variar de acordo com nossas necessidades evolutivas, quando, então, foge da nossa alçada o seu término imediato.

Porém, desde que conquistamos a este patamar de percepção e conhecimento, normal se faz que desejemos levar adiante, principalmente, aos nossos entes queridos mais próximos estes mesmos princípios que vieram clarear nossa mente e acalentar nosso coração.

Normal também se faz, entretanto, que encontremos resistência, que encontremos até mesmo desprezo e escárnio quanto a nossa mudança de postura, a mudança que a postura espírita cristã exige, principalmente, quando começamos a lutar contra questões que fazem parte da “normalidade” de nossa sociedade, como o afã excessivo da conquista dos bens materiais, assim como do poder, da busca do corpo perfeito, dos valores distorcidos que temos hoje atrelados aos conceitos de felicidade e sucesso.

Ainda mais, quando passamos a querer que nossos entes queridos e nossos amigos também passem a enxergar as ofensas, as perseguições, as agressões, que venham a sofrer, principalmente aquelas que não se consideram merecedores, como situações que mereçam ser encaradas e vivenciadas de forma pacífica, não revanchista, tentando despertar a caridade e a benevolência através do perdão, do esquecimento das faltas, do respeito as diferenças, aconselhando-os a não julgar, ou seja, que ajam, de fato, de acordo com os exemplos do Nosso Mestre Jesus.

Pouco há de se esperar que venhamos a conseguir caso nossos entes queridos ainda não estejam dispostos a mudar, a renovar seus sentimentos, ainda mais quando eles não se consideram em erro, quando eles pensam que estão certos, quando o olho por olho e dente por dente ainda é a lei que rege suas reações frente a qualquer mal sofrido, até mesmo quando ainda preferem se entregar a revolta, ao desespero, ao medo, quando tenham que enfrentar situações adversas na vida, sejam quais forem suas origens.

Precisamos relembrar o quanto tempo demoramos para nós mesmos, chegar a este estágio de, pelo menos, considerarmos a nossa necessidade de mudança, quanto tempo levamos para reconhecer nossos próprios erros, e quanto tempo demoramos para ligarmos a solução de nossos problemas íntimos às verdades cristãs, e agora ao seu complemento, os conceitos espíritas.

Fora os anos durante esta nossa atual existência, que ainda caminhávamos pelo caminho do erro, precisamos considerar o tempo que levamos em outras oportunidades, tanto como encarnados como desencarnados, entregues as paixões degradantes, aos vícios, aos sentimentos negativos, aos instintos inferiores, fazendo com que também agíssemos de forma contrária a qualquer tentativa de aproximação de nossos amigos interessados em nos fazer buscar nossa transformação para o bem.

Como qualquer mudança de postura íntima, fator primordial para que ela venha a se concretizar é o desejo daquele que precisa mudar, ele tem que tomar a iniciativa, ele tem que se programar, se disciplinar, e planejar os passos que deseja dar, os objetivos que deseja alcançar.

Podemos aconselhar, como somos aconselhados, podemos ajudar, como somos ajudados, podemos desejar e torcer, como torcem e desejam por nós, mas a mudança real depende única e exclusivamente de nós, assim como depende dos nossos irmãos do caminho a sua mudança.

Então, louvável, que desejemos levar adiante aquilo que recebemos e entendemos ser o melhor para a nossa evolução, de acordo com os conceitos espíritas cristãos, independente da instância onde estivermos, encarnados ou desencarnados, ainda mais quando passamos pela dor e pelo sofrimento para apender, quando assim tentamos fazer com que eles também não tenham que passar.

Mais louvável ainda quando este desejo se estende não só aos nossos amigos e entes queridos, mas, também a todos os nossos irmãos do caminho, principalmente, aos nossos antigos adversários e inimigos, porém, que o façamos sempre conscientes das dificuldades íntimas de cada um, compreendendo que todos nós vivemos um momento único, com suas próprias dificuldades, seus próprios desafios, suas próprias prioridades, cabendo, então, de nossa parte todo respeito advindo da caridade, do amor que deve nortear nossos passos, a cada ação que venhamos a decidir realizar em prol de alguém.

Nem todos querem ser ajudados mesmo sabendo que precisam, nem todos têm a mínima noção que precisam de ajuda, por se considerarem certos na sua forma de agir e de pensar, e nem todos têm atualmente a capacidade perceptiva de compreender a ajuda que estamos disponibilizando.

Desta forma, tenhamos muito cuidado com nossas palavras, com nossas ações, sabendo agir e reagir sempre baseados unicamente nos conceitos do Mestre Jesus, dentro da amplitude de possibilidades de tarefas que a Doutrina Espírita veio nos trazer, principalmente, no que tange a reencarnação e aos laços que nos unem aos nossos irmãos do caminho neste planeta de provas e expiações.

Todo cuidado é pouco quando se trata de interferirmos na vida de uma pessoa, seja ela ligada ou não a nós, porém, não devemos desistir, não devemos nos negar, não devemos nos recolher, porque será sempre pelo homem que Deus socorrerá e instruirá ao homem, sejamos, assim, sempre instrumentos do bem.  

sexta-feira, 19 de julho de 2019

Determinação e fé!





Há incontáveis irmãos do caminho atualmente sofrendo nas zonas espirituais inferiores o constrangimento e a opressão por parte de espíritos afeitos e endurecidos no mal.

Muitos deles, mesmo após serem socorridos ou visitados por benfeitores interessados em auxilia-los a terem seus padecimentos minorados, não conseguem permanecer por um período mais longo ou até mesmo em caráter definitivo, longe de seus algozes, tal a identificação, tal a afinidade, tal a simbiose que os une, em uma dependência recíproca, acostumados de tal forma a situação em que vivem, que passam considera-la natural, um mal necessário, até temendo dela se afastar, considerando-a imprescindível para sua sobrevivência, como se fosse um vício, acabando por perder o controle sobre sua identidade, prorrogando desta forma o período da relação, da interação negativa com aqueles que o manipulam e exploram.

O sofrimento e a dor, entretanto, por mais que se estendam e prorroguem sua ação, são finitos, como o é o mal.

Desamparados não estão, pois contam com o auxílio de benfeitores e sinceros amigos espirituais que nunca deles desistem, levando, ainda que não percebam, o lenitivo para seus sofrimentos, o tratamento para suas enfermidades, o que faz com que o bem, mais cedo ou mais tarde, por fim prevaleça, levando-os a compreenderem a íntima necessidade de renovação, de transformação, e que dependerá de cada um a vontade, a disposição, a coragem, para o soerguimento, o retorno a jornada evolutiva, principalmente, quando passarem a encarar de frente seus medos, suas dúvidas, seus erros, se predispondo a corrigi-los, a ressarci-los.

Nesta luta pela vitória, poderão, com suas atitudes, também vir a influenciar positivamente aos seus algozes, aos seus perseguidores, aos seus cúmplices, as suas vítimas, para que também estes venham a compreender o desperdício de energia, de tempo, de oportunidades, que estão acumulando para si, podendo vir assim desperta-los, com os seus exemplos, para que algo façam em beneficio próprio.

Da mesma forma, também nós, encarnados, ainda relutamos e vacilamos em aceitar e seguir o caminho que nos poderá levar a remissão, a conquistarmos patamares superiores, demorando em aceitar e compreender o auxílio e os conselhos dos nossos benfeitores espirituais, sempre baseados nos conceitos cristãos, principalmente, se já vivemos a Doutrina Espírita, quando então sua presença se torna mais direta, pois, além dos canais intuitivos, também poderemos ter a eles acesso através das mensagens recebidas no trabalho de desenvolvimento mediúnico em nosso centro.

Muitos, apesar de se considerarem preparados, fortes e resolutos na fé, algo já evoluídos e capazes para alçar os mais altos voos nas tarefas do bem, geralmente, fraquejam e tudo esquecem, logo que os embates e as dificuldades da vida os visitam, tirando de certa forma sua tranquilidade e a passividade física ou espiritual, passando a agir e reagir de forma diversa do esperado, esquecendo os parâmetros que devem nortear o trabalhador cristão, como a paciência, a tolerância, a caridade, o perdão, a justiça, a compreensão ante as diferenças, não agindo de forma preconceituosa ou desrespeitosa com seus irmãos do caminho, sejam quais forem as circunstâncias que a vida os leve a enfrentar.

O mal, a inferioridade, os vícios, as paixões seculares, devem ser combatidas diuturnamente, sem descanso, sem trégua, precisamos ser os nossos mais severos juízes, os nossos mais contundentes censores, aprendendo a relevar o erro do próximo e a não aceitar de forma alguma o nosso, nos mantendo atentos, vigilantes, controlando-nos seja qual for a dificuldade que formos chamados a superar.

Doenças, enfermidades, perdas, fracassos, injustiças, agressões, calúnias, provocações, farão sempre parte da vida do ser humano no atual estágio evolutivo do nosso planeta e será a forma como se portará frente a eles que determinará seu equilíbrio, sua paz e o quanto ainda está próximo ou distante de sua definitiva transformação para o bem, tanto nas menores como nas maiores situações adversas, onde estará constantemente sendo posto a prova do quanto já está habilitado e capacitado para ingressar nas lides dos trabalhadores do Mestre Jesus, tanto nas tarefas inerentes ao plano físico, quanto as que poderá desenvolver e ampliar quando do retorno a pátria espiritual.

A persistência, a determinação, a concentração, o foco, a fé, a disciplina, a definição precisa dos seus objetivos e ideais, serão as melhores ferramentas para esta conquista, selando de forma definitiva o término da fase nas falanges inferiores de nosso orbe, marcando sua definitiva transformação, com o bendito ingresso nas equipes eternas dos trabalhadores do Bem.

Que assim seja!

sexta-feira, 28 de junho de 2019

“O fardo a carregar nunca será superior as nossas forças.”




Muitas vezes precisamos conviver com pessoas que de alguma forma tiram a nossa paz, o nosso equilíbrio, predominando sentimentos como a antipatia, o medo, o ódio, sejam elas do âmbito mais íntimo, como familiares, até mesmo sob o mesmo teto, ou os que fazem parte do nosso dia a dia em outras frentes de relacionamento, como no trabalho, no lazer, nas atividades comerciais, entre inúmeras outras circunstâncias onde somos chamados a enfrentar dentro das atividades normais da nossa sociedade.

Isso pode ocorrer por falta de afinidade espiritual, pura e simplesmente, ou por consequências naturais de relações conturbadas advindas de outras existências, quando ocupávamos posições de adversários, de algozes, de vítimas, onde a dor, o sofrimento, a mágoa, o ódio, a revolta, o ciúmes, entre tantos outros sentimentos inferiores predominavam entre nós e os nossos antagonistas.

Na primeira opção, isto é, quando a causa principal da antipatia se baseia na desarmonia da sintonia espiritual, para o espírita, quando este faz jus a personalidade cristã esperada para este título, mais fácil se faz que as barreiras sejam superadas, porque para que a harmonia prevaleça, basta que este seja tolerante, pacífico, humilde, propenso a compreensão e ao perdão, ao respeito pleno de qualquer diferença de postura ou de opinião que possa existir, mesmo se a outra parte seja resistente a uma boa convivência, porque como diz a própria sabedoria popular, quando um não quer dois não brigam, e o espírita nunca deve desejar brigar.

Da mesma forma, se torna evidente que maior será a dificuldade de entendimento quando a origem da incompatibilidade de sentimentos seja oriunda de uma ou mais encarnações passadas, principalmente, quando não houve o perdão, ou pelo menos a boa vontade de ambos em não reincidirem em qualquer tipo de hostilidade, não fazendo renascer antigas discórdias.

Fato é, se juntos estão, é porque ambos são capazes de se entenderem e harmonizarem, mesmo que para um ou para ambos seja difícil de assumir a postura necessária, porque se estão retornando com o objetivo de apararem as arestas de seu relacionamento, é porque esta possibilidade é real, dependendo unicamente da boa vontade e da disposição de encontrarem a paz.

O orgulho, a vaidade, o mal ainda predominando nas intenções, são os fatores que mais dificultam o ressarcimento das dívidas que possam existir nos relacionamentos, quando a ausência do sentimento cristão faz com que, por vezes, se tornem ainda mais graves os fatores que os levam a divergir, até mesmo aumentando dívidas, ou gerando a reversão de posições, onde antigas vítimas que não conseguiram perdoar se tornam os atuais algozes, e vice e versa.

A compreensão que somos todos falíveis, que não somos nem piores e nem melhores que nenhum irmão do caminho, que muito erramos e ainda muito iremos errar, que por vezes devemos desculpas, e em outras somos chamados a desculpar, nos leva a ponderar, a refletir, o quanto temos a crescer e evoluir se nos dispusermos a sermos nós a tomar a iniciativa do entendimento, quando a dificuldade para esta se apresentar, assumindo de forma definitiva nossa personalidade espírita, a conduta cristã, tornando-nos mais um ponto de luz a fortalecer a harmonia espiritual no bem que um dia deverá predominar na atmosfera de nosso planeta.

Não há justificativas para a guerra quando estamos na paz de consciência, quando nos esforçamos de forma disciplinada e enérgica para fazer nascer e expandir o amor divino que temos dentro de nós desde nossa criação.

Amar a Deus e ao próximo, como também a nós mesmos, esta é a Lei, e que ela se cumpra em nosso coração!

Que assim seja!        

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Rumo a mais altos voos!




Uma das principais lições que precisamos assimilar quando da nossa decisão de buscar a transformação espiritual para o bem, lutando contra e superando as nossas tendências inferiores alimentadas por séculos de inadequadas escolhas, é que o erro não nos é interdito, ou seja, precisamos ter a consciência que não somos seres infalíveis, e que o nosso caminhar ainda terá pela frente muitas errôneas ações e reações, sejam elas em nossas atitudes, em nossas palavras, ou mesmo apenas em nossos mais recônditos pensamentos.


Os mais conhecidos espíritos do bem que já passaram pelo plano físico do nosso planeta, com exceção do Nosso Mestre Jesus, erraram por inúmeras vezes durante sua trajetória terrestre, tendo que manter uma luta constante contra suas próprias imperfeições, ainda que suas intenções fossem boas e aparentemente baseadas na justiça divina.

Temos como um exemplo marcante o Apóstolo dos gentios do início da era cristã, Paulo de Tarso, que na juventude utilizou-se de toda sua intelectualidade e força como jovem rabino do judaísmo dominante, na perseguição implacável aos primeiros seguidores do Mestre Jesus, tendo cometido inúmeros crimes e injustiças, ainda que convicto estivesse em sua consciência ainda deturpada, que suas decisões estavam corretas.


Depois, Paulo, mesmo após ter sido diretamente confrontado na Estrada de Damasco pelo próprio Cristo Jesus do porque tanto o perseguia, o que fez com que mudasse totalmente sua postura e seu ideal de vida, passando a ser um dos pilares de sustentação no crescimento inicial da santa doutrina de Amor que o Mestre representava, ainda assim, por diversas vezes, se deixou levar por seu temperamento intempestivo e intimorato, exagerando em suas ações, cometendo erros, mas não deixando por eles se abater, aprendendo com eles, indo resoluto até o final de seus dias no ideal de vida que escolhera para si.


Assim precisamos ser em relação a inferioridade de sentimentos que ainda mantem-se viva e ativa dentro de nós, reconhecendo-a e mantendo uma luta acirrada para que não venhamos novamente a nos deixar por ela dominar, cientes que nem sempre sairemos vitoriosos, mas, sim, prontos para a corrigenda e o ressarcimento de tudo que nossos erros gerarem como consequência, para nós, para o próximo e para a coletividade onde vivermos.


Nossos defeitos, mesmo os mais graves, não podem se tornar elementos castradores e impeditivos de novas tentativas e ações, sendo, entretanto, de total relevância e importância, neste nosso processo de renovação, a intenção sincera que comanda a nossa personalidade, para que não venhamos a cair no inverso da situação, ou seja, que passemos a nos acomodar com o erro, até mesmo o utilizando como desculpa para novos e conscientes desvarios, nos escorando na possibilidade de corrigenda futura.


Só há sincera motivação evolutiva, quando os erros não são cometidos com consciência e intenção, mas, sim, quando visamos acertar, dentro dos conceitos do bem que poderemos sempre encontrar, tanto nos conceitos cristãos, como em sua continuação, nos preceitos espíritas.


A dúvida, o medo, o desânimo, o remorso destrutivo são fatores improdutivos e desnecessários, gerando um desperdício de tempo e de energia por parte daqueles que de alguma maneira os alimentam, principalmente, porque em nada mudam para melhor a situação, os mantendo estacionários e propensos a cometer erros ainda maiores, principalmente se, indevidamente, se entregarem a influências espirituais negativas por parte daqueles que interessados estão em se prevalecer em proveito próprio de seus estados emocionais enfermiços, sejam elas advindas de inimigos ou associados.


Importante para quem erra é saber que, não devendo a ninguém julgar, também tem para si, outorgado por Deus, o direito de ninguém julga-lo, a não ser o próprio Pai, que no caso é só amor, só compreensão, só tolerância, como o é, para todos os filhos, sem exceção.


Cada um de nós, tem apenas, ainda que não saiba, a própria consciência a controlar e julgar suas escolhas e atos, devendo sim, agir de forma rígida para que não mais venha a falir, ainda mais quando já tem a disposição para aprendizado as esperanças do Consolador Prometido pelo Mestre Jesus, o Espiritismo, que veio deixar claro e evidente, a continuidade e a eternidade da vida, e das infinitas oportunidades de reparação, aprendizado, trabalho e evolução.


Tenhamos força, boa vontade, fé, disciplina, e essencialmente, amor, para que continuemos firmes e seguros, ainda que erros sejam cometidos, rumo à mais altos voos, no caminho do Bem!


Que assim seja!  

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Saber ouvir e saber falar...





Uma das melhores formas de aprender e aproveitar todas as possibilidades que surjam para enriquecer nosso conhecimento, principalmente quando estamos recebendo informações de forma prática, através de exemplos, de situações, da expansão do ensino por parte de nossos mentores, professores, orientadores, é bem simples, e altamente eficaz quando utilizada: saber ouvir!

O “saber ouvir” implica um esforço de nossa parte, de autoeducação, de disciplina, ainda mais, pela necessidade de superar antigos hábitos, oriundos da falta de humildade, quando, buscando mostrar ou provar que não somos ignorantes, que somos intelectualizados, cultos, atualizados, geramos interferências, apartes, muitas das vezes, fugindo da lógica que está sendo exposta, fazendo com que, ao contrário do objetivo, nos afastemos do tema proposto, dificultando ainda mais sua compreensão e assimilação.

O correto, quando alguém direta ou indiretamente nos dirige a palavra, em uma conversação formal ou informal, em uma palestra, uma aula, uma exposição, é mantermos a mente aberta sobre o tema tratado, sem preconceitos, sem ideias preconcebidas ou conclusões precipitadas, ouvindo atentamente, concordando ou não, participando ou não da mesma opinião sobre o que nos está sendo passado, primeiramente, por respeito, por educação, e depois, para permitir que nosso interlocutor exponha tudo o que desejar de forma plena, pois, talvez, com o decorrer da argumentação, venhamos a mudar nossa forma de ver o que está sendo exposto ou que venhamos a entender melhor a sua posição, evitando, assim, agir de forma prepotente ou arrogante, ainda mesmo que tenhamos argumentos contrários poderosos ou que estejamos com a razão, já que a vida é um eterno aprendizado, e sempre podemos tirar algo positivo e construtivo de qualquer situação ou qualquer ensinamento ou orientação que queiram nos transmitir.

Precisamos nos manter atentos e concentrados quando desejamos apreender de fato o que nos querem informar, evitando ruídos desnecessários na comunicação, pensamentos ou respostas precipitadas, não se preocupando em buscar na nossa memória, enquanto falam conosco, exemplos e fatos similares que tenham acontecido conosco, porque, acabamos por focar apenas uma parte do que está sendo passado e terminamos por não mais prestar atenção na continuidade, desperdiçando, por vezes, preciosas oportunidades de aprendizado.

Quem sabe ouvir, de fato, tem mais facilidade de comunicação, de entendimento, de compreender, e também de se fazer compreendido, porque tende a tratar o assunto com mais equilíbrio, estando mais embasado, assimilando tudo com maior facilidade, aumentando sua capacidade de análise e discernimento, aproveitando o que é de positivo e descartando o que nada irá contribuir para seu melhoramento e evolução individual.

O “saber ouvir” é de fundamental importância para, além de enriquecermos nosso conhecimento, aprendermos também a utilizar a palavra de forma correta, produtiva, positiva, pois, ambos os fundamentos da comunicação, para serem devidamente aproveitados em nossa transformação espiritual, devem se basear na humildade, na sinceridade, no discernimento do bem e do mal, nos conceitos cristãos, não desperdiçando ao falarmos, ao interagirmos com nossos irmãos do caminho, nem o nosso tempo e nem o deles. Aquele que norteia sua existência no orgulho, na vaidade, na prepotência, no egoísmo, se trai exatamente através de suas palavras, de sua postura, na sua comunicação com as pessoas, mesmo que, por um período, consiga enganar, manipular, prejudicar, mais cedo ou mais tarde deixa entrever suas reais intenções, sua real personalidade, distante daquela que angariaria, além de amizades sinceras, a possibilidade de crescer, de se educar, de se tornar uma pessoa de bem.

A palavra é uma das principais ferramentas que o homem dispõe para realizar seus objetivos quando encarnado.

A palavra pode aliviar, incentivar, auxiliar, ensinar, motivar, esclarecer, solucionar, explicar, comover, confortar, entre tantas outras possibilidades de arrimo e engrandecimento espiritual, como também, infelizmente, pode machucar, magoar, ferir, manipular, derrotar, destruir, confundir, amedrontar, escandalizar, até mesmo matar, entre tantos outros males que a inferioridade humana ainda não aprendeu a controlar e expurgar de sua existência, tanto física como espiritual.

Temos na nossa história, antiga ou recente, inúmeros exemplos entre artistas, políticos, religiosos, que pelo poder de sua palavra, pelo poder que têm na formação de opiniões, levaram, e muitos ainda levam seus seguidores, seus discípulos, seus fãs, ao delírio, as guerras, ao fanatismo, a intransigência, a loucura, vítimas e alvos fáceis de seres inescrupulosos ou indevidamente esclarecidos, que por sua oratória, dominam e manipulam, interferindo de forma indevida nas suas escolhas e decisões, prejudicando o avanço evolutivo daqueles que foram iludidos por suas argumentações.

Mesmo todos tendo o livre-arbítrio, a capacidade de decidir e não aceitar, aquele que tem o dom da oratória, da manipulação das massas, torna-se sempre corresponsável por tudo que gerar com seu discurso, com seus conselhos, com o que sua índole priorizar de bom ou de ruim, vindo a assumir a responsabilidade pelos fatos gerados por sua influência, tendo no futuro, que viver as consequências, positivas ou negativas deles decorrentes, sempre de acordo com a bondade e a justiça divina.

A palavra é um dom divino para aquele que dela pode vir a realizar prodígios, por seu conteúdo, sua importância, levando o conhecimento, a Verdade do Cristo, seus conceitos, seus exemplos, seus ensinamentos, aquela que nos faz nos aproximar de quem amamos, de quem queremos auxiliar, de quem nos pode ajudar.

Não pensemos nela, na palavra, como uma arma nas mãos indevidas do crime, como os acusadores, os detratores, os caluniadores, os mentirosos a utilizam, e sim, como os anjos o fazem, os nossos mentores espirituais, nossos amigos, aqueles que levam através da mediunidade cristã, a palavra repleta de amor, de esperança, de companheirismo.

Pensemos na palavra como uma ferramenta de trabalho, que poderá sempre nos levar e nos trazer novos parâmetros, nossos ensinamentos, novas notícias, novos consolos.

Bendito seja sempre aquele que traz nas suas palavras o amor ensinado por Jesus, aquele que visa sempre o bem ao próximo e a compreensão de que Deus estará sempre em seu coração.




Nosso novo livro, peça o seu, levamos até você!!!

quarta-feira, 27 de março de 2019

"Máximas de André Luiz - Os Mensageiros" (Máxima 38)





Máxima 38
“...no plano carnal, toda boca, santamente intencionada, pode prestar apreciáveis auxílios, notando-se, porém, que as bocas generosas e puras poderão distribuir auxílios divinos, transmitindo fluídos vitais de saúde e reconforto...”
Irmão Alfredo, Diretor do Posto.


“É um erro; a força magnética reside, sem dúvida, no homem, mas é aumentada pela ação dos Espíritos que ele chama em seu auxílio. Se magnetizas com o propósito de curar, por exemplo, e invocas um bom Espírito que se interessa por ti e pelo teu doente, ele aumenta a tua força e a tua vontade, dirige o teu fluido e lhe dá as qualidades necessárias.” – (LM, Cap. 14, Item 176)


Nunca podemos alegar, estejamos encarnados ou desencarnados, impossibilidade total, de servir, de trabalhar, de algo fazer em prol do próximo, em auxiliar de alguma forma a melhoria de nossa humanidade.
Por mais simples que sejam nossas intercessões no todo, no coletivo, sempre há algo a se fazer, sempre há algo a realizar, por menor que sejam as ações, todos podemos de alguma forma interceder em favor de alguém, auxiliando-o materialmente ou espiritualmente, bastando para isso boa vontade, disposição, amor.
Mesmo sobre um leito de hospital, impossibilitados de nos locomover, de frequentar outros lugares, de tomarmos atitudes mais efetivas, podemos de alguma forma fazer o bem, auxiliar, seja através do exemplo de coragem, de disposição, de fé, no enfrentamento da enfermidade, seja através de conselhos, de conversas sadias, de estímulo e esperança para companheiros de infortúnio que estejam em piores condições que nós, físicas ou psicológicas.
O espírita tem como lema, “fora da caridade não há salvação”, como tão bem Allan Kardec nos orientou em suas obras doutrinárias, e esta caridade, seja ela material ou espiritual, deve sempre ser baseada na mais pura moral cristã, que nos determina não saber a mão direita o que faz a esquerda, ou seja, ser praticada sem ostentação, sem notoriedade pessoal, com humildade, com simplicidade, com alegria, tornando-nos participes daqueles a quem direcionamos nosso auxílio, respeitando-os como irmãos do caminho e, acima de tudo, conscientes que se a eles estamos em condições de ajudar, outras circunstâncias existem ou existirão em que seremos nós os carentes de auxílio e que a bondade divina, através de benfeitores, também não nos deixará faltar arrimo.
O perdão sincero, o conselho salutar, o sorriso amigo, o silêncio de compreensão, a moeda, o prato de comida, o agasalho, o abraço, o ósculo de carinho, o aperto de mão, a atenção para o desabafo, para a confissão, tudo é caridade, tudo é amor, tudo é respeito, e todos nós, independente do que fazemos, do que possuímos, da nossa classe social, de nosso tempo disponível, de nossa saúde física, de nossa capacidade intelectual, poderemos entre tantas formas de amar ao próximo, algo fazer, do mais simples ao mais complexo, à favor daqueles que precisam de alguém que lhes de um pouco de amor, de atenção, de boa vontade.
A caridade do pensamento, não julgando, não questionando, não criticando e sim perdoando, compreendendo, emitindo forças positivas, salutares, melhorando o ambiente, o astral, a atmosfera que vivemos. A caridade das palavras, os conselhos, as orientações, os avisos, os ensinamentos, as críticas construtivas, o bom humor, as brincadeiras sadias. A caridade da ação, a física, a financeira, a material, da disponibilidade de tempo, de atenção.
Ser espírita, ser cristão, implica na obrigatoriedade benéfica e gratificante de sermos caridosos, de vivermos preocupados com as condições de vida do próximo, sejam eles íntimos ou irmãos do caminho que não conhecemos, mas, que buscam, como nós, algo que os fortaleça, que os oriente, que lhes de novas esperanças.
É dar sem se preocupar em receber, em ser reconhecido, em ser valorizado; é dar confiantes que estamos fazendo a coisa certa, independente que sejamos traídos, desprezados, mal compreendidos, desvalorizados; é dar e colocar nas mãos de Deus as consequências de nossas ações, cientes que somos instrumentos de uma força e de um bem maior.
É estar consciente que qualquer coisa que façamos em prol do próximo, não estamos só ajudando a ele, mas a nós mesmos, permitindo que benfeitores espirituais de nós se aproximem, nos secundando, nos fortalecendo, nos protegendo, para que cada vez mais possamos servir de instrumento para o bem, objetivo maior de todos nós.
Se hoje estamos dando um prato de comida para um morador de rua, um dia, no passado, em outra oportunidade cármica, também precisamos estender a mão em busca de ajuda, de solidariedade; também nossos olhos já brilharam de alegria por uma dádiva que recebemos em algum beco escuro, em alguma marquise, e mesmo no futuro, em outra existência, não estamos livres de também algo precisar, pois, talvez, nossas condições, não sejam tão boas como a atual.
É um ciclo, uma corrente, não há credores e nem devedores quando se trata de caridade, de auxílio, não estamos fazendo favor nenhum a ninguém, estamos apenas cumprindo a nossa parte para que tenhamos uma vida melhor, um mundo melhor e assim também será quando formos auxiliados por benfeitores, por irmãos de jornada em melhores condições que a nossa.
A gratidão, o respeito, o amor, o reconhecimento, é natural naquele que sabe dar valor àquilo que recebe; quem não sabe agradecer ainda distante está de saber o valor de servir, mas, não cabe a nós julga-lo e sim orar para que ele encontre o caminho da fraternidade que o levará a se solidarizar com todos aqueles que o auxiliam e a todos a quem, por sua vez, venha a ajudar.
Somos uma grande família, com o mesmo Pai, Nosso Amado Pai, que tudo faz para que seus filhos cresçam felizes e conscientes de suas responsabilidades. Sejamos bons, sejamos valorosos, sejamos merecedores desse amor, sempre.