terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Nada se conquista sem luta...





Dificuldades inúmeras atravessamos em nossa existência física, já que raros são aqueles livres de cobranças, de dívidas, de débitos contraídos em existências passadas, ou conturbadas estadias no plano espiritual, que não precisam agora, de ressarcimento, de reequilíbrio, de reencontro com seu objetivo principal, que é o de caminhar e avançar sempre rumo as melhores possibilidades de estudo e de trabalho.


Quando já condicionados e determinados em vivermos o bem, de acordo com os conceitos do Evangelho do Mestre Jesus, de seus exemplos, seguindo os preceitos da Doutrina Espírita, da lei da reencarnação e da causa e efeito, já temos plena consciência da necessidade básica que precisamos nos reequilibrar, para poder almejar a novos desafios, renovando nosso íntimo, nos livrando dos miasmas negativos que atraímos para nós, e que se acumularam em nosso corpo espiritual, durante o período que insistimos no erro.


Neste período, o do início de nossa renovação espiritual, natural que ainda nos sintamos presos à ocorrências passadas, mal resolvidas, que se referem aos nossos sentimentos mais íntimos, assim como também nas relações com nossos irmãos do caminho, com aqueles que são nossos dependentes, de quem dependemos, e com quem possuímos vínculos de dor e sofrimento, mágoa e rancor, sejamos nós o agressor ou o agredido, estejam eles mais intimamente ligados a nossa vida, ou não.


Nesta fase, nosso objetivo principal é o de reconhecimento de nossas limitações, daquilo que de negativo alimentamos e geramos, da consciência de nossas faltas, disciplinando o desejo sincero de melhorar, alinhavando esta autoanálise, as características principais nas quais deveremos basear nossas escolhas e atitudes,


Nossa postura deve se basear no esforço próprio, na boa vontade, na sinceridade de intenções, na coragem, na tolerância e na paciência, principalmente, conosco mesmos, sendo severos com o nosso proceder, mas com a sabedoria de dar os passos de acordo com nossas possibilidades atuais de realização, assim como com nossas maiores necessidades, passando a viver de acordo com o que precisamos e não com o que desejamos, ainda mais porque nossos desejos, mesmo que de forma inconsciente, geralmente, ainda se encontram mais intimamente ligados com as falsas sensações de alegria e prazer que alimentamos quando ainda entregues as paixões degradantes, aos vícios, as conquistas meramente materiais e físicas.


Facilidades nós não iremos encontrar, ainda mais porque inúmeras pessoas de nosso relacionamento, seja em nosso lar, no nosso trabalho, amigos ou meros conhecidos, acostumados que até então estavam com um determinado proceder, com uma determinada postura que até então alimentávamos, por egoísmo, por ignorância dos fatos, por considerarem que estamos atravessando por algum “problema”, em uma primeira instância, tentarão de tudo para nos fazer voltar ao “normal”, pois ao buscarmos regrarmos nossa existência, não deixando é claro de aproveitar momentos de lazer e descanso, como também de conquistarmos o que a vida física tem a nos oferecer, mas sim, não nos entregando a excessos, e passando a priorizar mais as conquistas espirituais do que as materiais, precisaremos assumir posturas que de certa forma irão também afeta-los, ainda mais se estavam acostumados com nossa companhia, com nossa presença, com ideias que externávamos e que agora não mais são rotineiras dentro daquilo que passamos a considerar como ideal de vida.


Fator também a considerar serão as influências espirituais que estarão a nos circundar, pois, se é fato, que mais próximos estaremos dos nossos benfeitores e amigos espirituais quando nosso desejo íntimo for o bem e o crescimento como ser individual eterno, dentro dos parâmetros cristãos, passaremos também a sofrer um forte assédio de antigos associados no erro, assim como de adversários que acaso tenhamos, uns, para não perder o parceiro de desatinos, outros, para que não venhamos a crescer, a evoluir, e assim, deles nos afastar por diferenças vibratórias, além do fato de muitos não acreditarem ser o nosso desejo de renovação real e sincero, por conhecerem nosso passado cármico, e terem de nós uma visão ainda presa àquele período.


O que precisamos ter absoluta certeza, é que somos sempre plenamente capazes de mudar, de transformar, de recomeçar, de assumir uma nova postura, seja ela qual for, porque somos timoneiros de nosso destino, de acordo com o livre arbítrio que Deus doou a cada um para escrevermos o nosso próprio destino, nos dando ampla liberdade de ação, mas também, nos delegando, por consequência, a responsabilidade sobre todos nossos atos, os efeitos das causas que gerarmos, das mais simples as mais complexas escolhas que fizerem parte de nosso histórico, nada se perdendo, onde criamos nossos próprios infernos ou paraísos, de acordo com os sentimentos que nortearem a nossa existência.


Empecilhos e dificuldades sempre surgirão em qualquer tipo de mudança que desejarmos levar a efeito em nossa existência, seja em nossa vida cotidiana, profissional, ou como aqui nos referimos, em nossa conduta espiritual, pois mudança se refere exatamente a isso, em mexer e remexer em algo que está estático, acomodado, estacionário, desta forma, haverá, sim, resistências, não só externas, mas, principalmente internas, originárias do nosso próprio eu, pelos mais diversos motivos, entre eles e os mais difíceis de superar, o medo e a dúvida, inimigos maiores de qualquer empreendedor, seja qual for a transformação que desejar levar a efeito.


Inegavelmente, inúmeros também serão os fatores a nos motivar a persistir, a não desistir, e entre eles, a fé íntima, a certeza da nossa capacidade realizadora, de podermos contar com as forças superiores do bem, com os nossos amigos e benfeitores espirituais, ainda mais, alicerçados pela máxima de Paulo de Tarso, o Apóstolo dos Gentios, que afirmou nos ser tudo lícito, bastando apenas que tenhamos o discernimento de avaliar aquilo que, de fato, nos convém, bastando para que esta análise venha a surtir efeito, que a baseemos nos parâmetros dos conceitos cristãos, ratificados que são pelos preceitos espíritas.


Nada se conquista sem luta, sem disciplina, sem disposição, sem força de vontade e determinação, sendo o mais importante, para a transformação, que realmente, desejemos transformar, mudar, renovar, crescer, criando asas imaginárias para mais altos voos, rumo a conquistas sólidas e reais.



Que seja no bem, sempre! 

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Apenas quando passamos por uma situação...






Associação, cumplicidade, afinidade, simpatia, diversos são os fatores que nos unem, que nos aproximam de irmãos nossos do caminho, sejam eles entes queridos, amigos, meros conhecidos, ou que apenas temos contatos esporádicos, e por vezes, até mesmo, parceiros de um fúlgido momento de nossa existência.



Independente do grau, do que nos faz iniciar ou manter a relação, o certo é que, qualquer um deles, em um determinado momento, dependendo da necessidade que o gerou, pode se tornar alguém de significativa importância em nossa vida, dividindo e compartilhando as mesmas sensações, as mesmas energias, as mesmas necessidades e prioridades, atraídos que são para nós ou nós por eles, por pensamentos, atitudes, escolhas, desejos, pelo que se busca, pelo que se luta, por um ideal.



Encarnados ou desencarnados, nos associamos muitas vezes levados pelo calor do momento, sem nada planejar, sem premeditar, apenas movidos pela paixão, pelo medo, pela revolta, pela euforia, pelo desejo, pelo prazer, por vezes em tal volume e intensidade que ações são geradas até mesmo com graves  e coletivos efeitos, como guerras, levantes, protestos, linchamentos públicos, vigílias, na busca de alguém perdido, ou no salvamento de vítimas de catástrofes.



Em menores proporções, diariamente, estamos sujeitos a situações que nos levam a atitudes fora da nossa normalidade, seja em nosso lar, no nosso trabalho, com nossos amigos, no lazer, ou em esporádicas situações de nosso cotidiano, como no trânsito, na rua, em estabelecimentos comerciais, quando o ineditismo da situação faz com que precisemos sair de nossa zona de conforto e reagir, levados por sentimentos que nos fazem acelerar os batimentos cardíacos, aguçam nossa sensibilidade, provocando reações adversas, motivadas pelos sentimentos acima descritos, como o medo, a revolta, a indignação, a solidariedade, assim como também a ganância, a cobiça, a sexualidade, entre tantos outros fatores positivos e negativos que formam a personalidade comum do ser humano.



Para situações extremas ou inesperadas, ninguém poderá afirmar de forma categórica e absoluta, qual será a sua posição, a sua reação, antes de efetivamente enfrenta-la, algo que costumamos fazer de forma constante, quando chegam a nós notícias de fatos diversos, nos colocando na posição de analistas, críticos, censores, promotores, advogados e juízes, assumindo uma postura que condiz com nossa forma de pensar, de ver o mundo, mas sem, de fato, conseguirmos nos colocar na posição daquele que é alvo de nossos comentários, até mesmo porque isso é impossível de se fazer.



Assim, quando externamos a nossa posição e declaramos qual seria a nossa reação, o fazemos baseados unicamente na teoria, naquilo que até então fizemos de agentes norteadores de nossa personalidade, o que na verdade poderá vir a ocorrer de forma totalmente diversa caso venhamos a enfrentar uma situação similar, como exemplo, o fazem muitos de nós, ao comentar um assalto, afirmando, e nisso acreditando, que não reagiriam e que entregariam tudo aos irmãos infelizes que os estão assaltando, quando na verdade, no momento que isso venha a acontecer, seus sentimentos, suas emoções, o imprevisto da ação, poderá leva-los a reagir, a tentar evitar a agressão sofrida, vindo dai a ocorrer consequências diversas, negativas ou positivas, de acordo com os fatos que daí em diante ocorrerem.



Assim também ocorrerá sempre em inúmeras situações que enfrentamos em nossa existência, onde em muitas vezes alardeamos coragem e ação, quando poderemos ser paralisados pelo medo ou pela surpresa fazendo com que reajamos de forma idêntica aquele que até então criticávamos e julgávamos.



Apenas quando passamos por uma situação, saberemos, de fato, qual será a nossa reação, e até mesmo quanto a isso poderá haver variações, porque dependerá do nosso estado de espírito no exato momento que ela ocorrer, pois há momentos em nossa existência que suportamos as maiores provocações de forma equilibrada e lúcida, enquanto que em outros, uma única brincadeira infeliz pode nos tirar do sério, com reações imprevisíveis.



O conhecimento de nossas limitações, e a consciência que não teremos nunca a absoluta certeza de como reagiremos a uma situação sem antes passar por ela, quando determinados a buscar nossa renovação e transformação espiritual, nos facilitará que venhamos a desenvolver a tolerância e a paciência, aprendendo a conviver com as diferenças, com aqueles que pensam e agem em desacordo com os conceitos que norteiam a nossa existência, e, principalmente, nos auxiliará a nos colocarmos no lugar daquele que é motivo de nossa atenção, olhando-o, assim como a vida no geral,  com outros olhos, analisando cada situação de forma mais profunda e ampla, evitando a superficialidade de análise, e a irresponsabilidade nos comentários sobre pessoas e fatos que não conhecemos a fundo a origem e a verdade, qual os motivos e as razões que os motivaram a agir e reagir de tal maneira.



Não podemos afirmar categoricamente que somos a favor ou contra algo, ou que não somos preconceituosos, radicais, exagerados, porque não sabemos, na prática, qual será o sentimento que nos motivará quando passarmos pelas situações, ainda mais, quando nelas estiverem envolvidas pessoas que nos são caras, como nossos filhos, nossos pais, nossas mães, nossos cônjuges.



Como espíritas, como cristãos, temos, se sinceros em nossas convicções, as bases, as ferramentas, os conceitos, daquilo que precisamos desenvolver em nosso íntimo para que venhamos a perseverar no caminho do bem, a agir e reagir, em qualquer situação, sob qualquer pressão, de forma equilibrada, pacífica, caridosa e positiva, um conhecimento que poderemos adquirir com o estudo, com a perseverança, com o trabalho, estendendo estes sentimentos a nossa vida íntima, profissional, social, das mais comezinhas ocorrências diárias, aos mais graves embates que possam surgir.



Mas, o que na Doutrina Espírita adquirimos, assim como poderá ocorrer com aquele que busque os mesmos princípios em outras correntes espirituais ou filosóficas, serão sempre meras ferramentas, simples mais importantes guias de conduta, bússolas que nos poderão orientar o caminho ao qual desejamos percorrer, porque o que sentimos, o que, de fato, formará a nossa personalidade, aquele quem somos e quem seremos, dependerá do uso que fizermos de toda informação que recebermos e que buscarmos, isso até mesmo se já forem anos de estudo e de trabalho que formam nossa atual jornada, porque poucos são aqueles que conseguem, naquilo que se propõe a realizar, aliar a teoria a prática, alinhar o que deseja com o que realiza, e, principalmente, com o que precisa, para atingir aos seus objetivos.



Não somos unicamente o que externamos, somos basicamente, o que sentimos, e muitas vezes nos confundimos de tal maneira, que até mesmo nós mesmos temos dificuldade em nos definirmos, quando passamos a acreditar que desejamos e enxergamos a felicidade em um determinado proceder, levados por inúmeros fatores externos, sem querer admitir que aquilo que nos faz bem se encontra em outro lugar, muitas vezes até no oposto daquele que hoje vivenciamos.



Admitindo que somos falíveis, aprendemos a considerar e já esperar a falibilidade alheia, aprendemos a respeitar reações, escolhas, mesmo que não concordemos com elas, mesmo até que agridam todos os níveis conhecidos de civilidade, já que cabe a justiça, humana e divina, tratar com aqueles que buscam caminhos contrários ao respeito ao amor que devem nortear as relações humanas.



Temos direito, e até mesmo a necessidade, de termos nossas opiniões, de nos colocarmos como ser pensante e atuante em nossa sociedade, mas como espíritas e cristãos, temos o dever de nortear nossa visão, nossa postura, nossos sentimentos, através da ótica do Mestre Jesus, onde a paz, o perdão, o entendimento, a tolerância, estão sempre presentes, não só para quem amamos ou que vivem de acordo com nossos princípios, mas, essencialmente, para com quem não pensa e não age de acordo com os conceitos que norteiam a nossa existência.



Orar e vigiar, para que não venhamos a cair em tentação, para que não venhamos a falir, para que não venhamos a no momento que mais precisarmos, reagirmos contrariamente aquilo que acreditamos e entendemos ser o melhor, cientes que a disciplina e o esforço próprio, o trabalho e a atitude, serão pontos primordiais para que isso venha a se realizar, tudo sustentado e abalizado pela fé raciocinada no Poder Maior que nos comanda, e que nunca dará a nenhum de nós um fardo que seja pesado demais para nossas forças.


Que assim seja!

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

A mediunidade...






A mediunidade é um dom, uma ferramenta que trazemos conosco quando do retorno ao plano físico para de forma efetiva, trabalharmos no intercâmbio entre encarnados e desencarnados, para exercermos a situação, a posição, de instrumentos dos benfeitores espirituais, nas mais diversas frentes de trabalho, tendo como mérito a passividade, a pureza, a afinação, como se faz necessário a qualquer bom instrumento, para que desempenhe sua função, seu objetivo maior.



Para comunicações de espíritos interessados em nos instruir, em nos orientar, alertar, em informar sua posição na espiritualidade, ou focados no reencontro com afetos ou desafetos, dando prova de suas existências ou de alguma forma influenciando vidas no plano físico, de forma positiva ou negativa, muitos exprimindo suas revoltas, seus sofrimentos, seus anseios, na busca de lenitivo e arrimo, quando médiuns, a elas nos prontificamos intermediar quando, de fato, a seriedade e a boa intenção nortearem nossa posição de medianeiros, de intermediários entre planos.



Médiuns, como tão bem classifica a codificação espírita, podemos ser mecânicos, semi-mecânicos ou intuitivos, assim como também em outras ordens e categorias, voltados a psicografia, a psicofonia ou incorporação, bem como auditivos, curadores, passistas, de efeitos físicos ou intelectuais.



Porém, instrumentos, sempre meros instrumentos, e quanto mais disciplinados, mais bem intencionados, mais preocupados em estudar e conhecer os mecanismos do intercâmbio, suas dificuldades, seus escolhos, quanto mais nos aproximarmos dos conceitos cristãos, norteando nossas atividades e nossa existência dentro do perdão, da caridade, da humildade, do desejo sincero de ser útil ao próximo, mas capacitados estaremos para cumprir a esta tarefa de acordo com aquilo que dela se espera, aproveitando a este empréstimo divino, a esta capacidade de intermediar a vida e a suposta morte, de forma a fazer do nosso planeta um lugar melhor, assim como auxiliar a que outros irmãos do caminho venham a dela se beneficiar em suas jornadas evolutivas e em suas lutas diárias pela renovação espiritual, quando a isso estão dispostos e direcionados.



Médiuns não somos para de nossa mediunidade esperarmos privilégios, facilidades, meios de subsistência, elogios, agradecimentos, retribuições, posições de destaque, continuaremos a enfermar, a estarmos sujeitos a fracassos tanto nas tarefas doutrinárias como em nossa vida comum, também perderemos entes queridos e nos decepcionaremos com as pessoas, seremos traídos, menosprezados, tudo que qualquer outro ser humano está sujeito, exatamente como éramos antes de dar início ao nosso mediunato, e como continuaremos a ser se um dia dele não mais fizermos uso.



Médiuns não são santos e nem tem a obrigação de sê-los, deles não se exige a perfeição, pois mesmo se a quisessem, não a conseguiriam, mas deles se espera apenas a boa vontade, a sinceridade, o desejo sincero de fazer o bem, e de fazer da sua mediunidade algo sério, produtivo, de acordo com os princípios básicos cristãos, que lute com todas as suas forças para superar sua própria inferioridade, a não se entregar aos seus vícios, as tendências que carrega consigo de outras vidas, não se deixando dominar, principalmente pela vaidade, pelo egoísmo, pelo orgulho, pela ambição, valorizando a cada momento a simplicidade, a humildade, a certeza que ainda está suscetível ao erro, mas sempre pronto a se corrigir e a retomar corajosamente a sua missão, ou como em muitos casos, a sua expiação.



Médium, por mais sério e educado em suas obrigações e responsabilidades, ainda assim estará sujeito a perseguições espirituais de entidades inferiores, de obsessores, ligados ao seu passado ou presente, ou mesmo apenas interessados em que mais um trabalhador do bem, ou candidato a tal, venha a falir, tendo para isso como defesa e prevenção, a oração, a vigilância, a boa intenção, o estudo constante, e todas as demais prioridades que devem caracterizar a vida daquele que quer se dedicar a ser uma ponte entre os dois mundos, um intermediário entre o plano físico e o espiritual.



Médium tem que valorizar sua alimentação, regrando-a, assim como o controle sobre suas energias, o seu uso, até mesmo a sexual, porque médium não o é só apenas durante as poucas horas que se dedica a doutrina, mas sim, nas mais comezinhas situações da sua existência, principalmente porque, se faz alvo de inúmeras entidades que o tem como exemplo, ou como agente mais próximo no plano físico, das tarefas que estarão levando a efeito em seus processos de renovação espiritual, ou no anseio de um dia a ela vir a se interessar.



Evidente que terá que levar uma vida normal, terá família, filhos, pais, irmãos, maridos e esposas, mas ainda sim, deverá se preocupar em não se entregar a excessos, em não desregrar, porque não poderá se transformar como em um passe de mágica, mudando de água para o vinho, quando ingressar no centro onde tem suas tarefas, esperando que as energias negativas que acumulou sumam por encanto, poderá, sim, sem protegido e limpo por seus mentores e benfeitores espirituais, se seu desejo no bem for sincero, tendo porém, limitadíssima a sua participação, por ter mantido seu instrumento sujo e mal afinado, pouco contribuindo assim do muito que poderia, de fato, ofertar, além do trabalho maior, desnecessário, que irá imputar aos seus benfeitores.



Por demais, suas obrigações e compromissos, se é que se pode assim chamar quanto a necessidade de se cumprir dignamente com o que se propôs realizar, são as mesmas de qualquer outro trabalhador da seara espírita, ser pontual, se assíduo, se portar de forma equilibrada, e a de qualquer outro homem de bem, ainda mais se cristão, sendo bondoso, caridoso, sabendo perdoar e pedir perdão, não sendo preconceituoso, aprendendo a aceitar e respeitar as diferenças, sendo pacífico, reagindo sempre a favor da paz, do entendimento, da concórdia.


Nada é fácil em um processo de transformação espiritual, ainda mais quando temos o dom da mediunidade e dele desejamos fazer um bom uso dentro daquilo que ele pode realizar, ainda mais que nosso planeta nos coloca naturalmente em uma situação de inferioridade, e do domínio e da presença que nosso passado culposo ainda nos impõe, porém, a luta é válida de acordo com a recompensa que aguarda a todo tarefeiro fiel e sincero do Cristo, que é a possibilidade de estar em companhia de amigos e irmãos no bem, estando-lhe franqueada a possibilidade de novos estudos, novos conhecimentos, além de maiores e mais significativas tarefas.



Aos que são médiuns, que sejam bons médiuns então, no bem e do bem.  

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

E assim, ainda hoje somos...





E assim, ainda hoje somos, ainda que muitos tentem deixar de ser, enredados por nossas paixões inferiores, por nossos vícios, quando somos arrastados por desejos inconfessos, que ressurgem logo que a oportunidade se dá para que venham a se materializar, não medindo consequências para satisfazer instintos, na entrega a excessos e exageros, norteados estejamos pela cobiça, pela luxúria, pelo egoísmo, pelo orgulho, pela vaidade, na busca insana do poder temporal, da admiração de outrem, da aprovação da sociedade, nos afastando, acreditando que de forma impune, dos reais valores éticos e morais que devem nortear a existência de uma pessoa de bem, de conduta cristã.



Ainda hoje, como individualidade e como sociedade, com raras exceções, o que mais se valoriza, o que mais se busca como receita de felicidade, o que mais se admira e nos serve de parâmetro para conquistas, é o fútil, o supérfluo, a riqueza material a qualquer custo, o modelo ideal de beleza, o culto ao corpo, nos afastando das verdadeiras conquistas, as que se caracterizam pela eternidade, pela bagagem fixa que levaremos para onde for, independente da circunstância, assim como do plano onde estivermos vivendo, o físico ou o espiritual.



Estamos em um planeta ainda preso a categoria de provas e expiações, onde a dor e o sofrimento são fatores comuns na sociedade, tanto na choupana como no palácio, o que prova que não são as conquistas materiais que garantem a felicidade, mas sim, a paz de espírito, o equilíbrio, a consciência tranquila, independente de onde estivermos e de nossas condições físicas ou materiais, haja vista que há pessoas totalmente pacificadas e equilibradas em um leito de hospital, lutando contra enfermidades atrozes, enquanto que outras, com todas as possibilidades de serem felizes e realizarem tudo que desejarem se entregam a vícios, a prisões mentais, sempre insatisfeitos, revoltados, desesperados.



Dentre estes opostos, estamos nós, desperdiçando inúmeras possibilidades de crescimento, de evolução, estacionários e indecisos, com alguns acertos e inúmeros erros, quando já nos encontramos na fase de conscientização de nossa necessidade de evolução espiritual, de transformação, onde acumulamos muitas informações, onde nos são franqueados inúmeros conhecimentos quando a eles resolvemos buscar, mas que ainda relutamos em coloca-los em prática, em vivencia-los de forma efetiva em nossa existência diária, assumindo o nosso papel de tarefeiros do bem que almejamos a ser.



O importante, se esse é o nosso objetivo, o da transformação, é compreendermos que estando no plano físico, a ele devemos nos dedicar, vivendo de acordo com a legislação humana, buscando o que ele tem a nos oferecer de melhor, mas sem abrir mão do nosso dever e também direito, de vivermos de forma cristã, pacífica, regeneradora, até mesmo contraditória ao que tentam nos impor como conceito de felicidade e sucesso, aceitando nossas limitações e sendo feliz e equilibrado, seja qual for a situação momentânea que estejamos enfrentando, mesmo com problemas, com enfermidades, mesmo que estejamos sendo perseguidos, caluniados, traídos, prejudicados, porque somos não só os nossos atos, a nossa ação, mas, principalmente, somos a nossa reação, a forma como nos portamos frente aos embates naturais da vida.



Simplificando, em nenhuma circunstância, deveremos ser nós os que perseguem, os que caluniam, os que traem, os que prejudicam, os que agridem, ainda que soframos o pior, mantendo-nos em equilíbrio, mesmo nos momentos mais difíceis, pois são nestes momentos que mais se faz necessário que vivenciemos os conceitos  cristãos que escolhemos como fator norteador de nossa existência, quando temos como mapa a seguir o perdoar, o relevar, o compreender, e, principalmente, o amar, até mesmo aos nossos inimigos, para que eles mesmo que assim nos vejam como tal, não tenham de nossa parte o mesmo tratamento e o mesmo sentimento.



O grau de dificuldade que esta postura representa demonstra bem o porquê nos mantermos estacionários, ainda mais que, mesmo que com tendências para o bem, nos é ainda muito difícil não nos colocarmos na posição de juízes ou censores, mesmo quando a falta ou o crime não se refira necessariamente a nós, quando passamos a julgar o procedimento do próximo, e quase que mecanicamente, o condenarmos e proferirmos, a nosso bel prazer, sua sentença, mesmo que não estejamos aptos, como tão bem considerou Jesus, a atirar a primeira pedra.



Não mudaremos ou transformaremos a ninguém, neste sentido o compromisso maior é e será sempre com nós mesmos, na autodisciplina, na batalha íntima pela renovação e mudança, alicerçada pelo estudo e pela prática constante, cientes que erros ainda serão cometidos, mas sem nos deixar acomodar, sem preferir achar que somos assim mesmos, que nascemos assim, pois somos donos do nosso destino e seremos sempre o que a nossa mente e o nosso coração assim decidirem.



Tudo é questão de ideal, de objetivo, se desejamos avançar, estaremos alicerçados pelas forças do bem, pelo auxílio e orientação de nossos benfeitores espirituais, ainda que lutas acerbas tenham que ser travadas, mas afinal, se sempre fomos tão persistentes no mal e no erro por séculos, por que não nos utilizarmos agora desta mesma força e “teimosia” para vencermos ao nosso “eu” inferior e renascer no bem e na luminosidade do Amor?



Consideremos, avaliemos, estudemos e trabalhemos, não existe hora melhor de ser feliz do que o agora, o hoje.




Que assim seja!