segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Persistindo...

Se nós estamos infelizes com a vida que levamos, seja em âmbito familiar, profissional, social, espiritual, temos que aprender a avaliar o que já fizemos e o que estamos fazendo, como também, o que poderemos fazer para reverter esta situação, aprendendo com os erros passados, com a dor do presente, a melhorar, estudar, trabalhar para que transformemos uma experiência ruim, dolorosa, em força atuante para reconquistamos o direito de acertar, de realizar, de produzir, encontrando o equilíbrio, a nossa força criativa e realizadora e a consequente paz de espírito e de consciência, que nos levará a tão esperada felicidade.






Somos todos irmãos, cúmplices, amigos, companheiros de jornada, não cabendo a ninguém o papel de juiz, de censor, porque se hoje somos vítimas, ontem fomos o agressores, ou poderemos vir a ser amanhã; se hoje já compreendemos o que fazer, pelo estudo, pelo discernimento, outros, que nem mesmo sabem ler, já agem, já sentem, já vivenciam aquilo que apenas agora alcançamos em teoria.






Se a fé remove montanhas, a falta de fé faz com que elas desmoronem sobre nós, nos tornando presas fáceis para as armadilhas e os engôdos daqueles que ainda alimentam-se de sentimentos inferiores, dos vícios, das paixões e permanecem em seu desequilíbrio, preocupados em aliciar a todo aquele que ameace seu falso domínio, buscando prejudicar quem ameace se dedicar ao bem, ao amor ao próximo, a caridade, a fraternidade, compromissando-se em desorienta-lo e desvia-lo de seus deveres e compromissos de todas as formas possíveis, tentando na ilusão, no caos, fazer prevalecer sua vontade, seu domínio sobre aquele que, em sua inconstância, ainda não assimilou a fé, a determinação, o firme propósito de se tornar um homem de bem, um cristão.









Saber respeitar a si mesmo, ao próximo, a Deus e não se deixar envolver por atitudes e situações onde o desequilíbrio, a inconstância, os sentimentos negativos predominem, sabendo vigiar e cuidar para que seus instintos inferiores e suas dificuldades pretéritas não ganhem vulto e não voltem a influenciar de forma errônea suas escolhas, suas decisões, sua postura.







A única forma de evoluir, de crescer, é mantendo a mente aberta, tendo a percepção que todos somos e seremos eternos e infinitos aprendizes, porque eternas e infinitas são as possibilidades e os conhecimentos que o Universo Cósmico Divino nos reserva, sendo feliz aquele que a isso compreende, estando disposto a curvar a cerviz e ir a procura do Mestre, do Nosso Amado Jesus, que lhe mostrará o caminho, para que, com as próprias forças, possa alcança-lo e percorre-lo, na certeza que toda porta irá se abrir, quando, humildemente e valorosamente, nela bater.






Sempre que enfrentarmos uma situação conflitante, que exija uma atenção maior de nossa parte, uma decisão puramente moral, uma tomada de posição, aceitar ou recusar algo, assumir uma atitude, uma opinião sobre um fato importante, bom ou ruim, uma postura, um conselho que pode modificar a vida de uma pessoa, ocorrências que afetem apenas a nós mesmos ou àqueles com quem convivemos, sejam nossos íntimos ou apenas unidos a nós por circunstâncias momentâneas e fortuitas, devemos estar sempre plenamente preparados e capacitados para saber discernir, decidir, escolher, de forma que não venhamos a prejudicar a nós mesmo e, principalmente, a qualquer irmão do caminho, cientes que devemos estar sempre de nossas responsabilidades e das consequências advindas para cada atitude que tomarmos quando encarnados, sabendo que basta um erro, um deslize, para que possamos vir a perder um tempo precioso em nossa jornada evolutiva, acarretando necessidades totalmente diversas daquelas previamente planejadas e previstas, gerando novos débitos a ressarcir, a corrigir, a resgatar, sempre que nossas decisões sejam contrárias ao bem.
Orar e vigiar, esta é sempre a fórmula que nos permite estar sempre aptos a enfrentar qualquer situação, seja ela imprevista ou previamente planejada, auxiliando-nos a nos manter focados sempre nos conceitos e nos preceitos do bem, cristãos, espíritas, aqueles que nos manterão devidamente equilibrados e capacitados para que não nos deixemos arrastar pela dúvida, pelo medo, pelas decisões e escolhas errôneas, geralmente, aquelas que de improviso, acabamos por baseá-las em nossas imperfeições, vindo com isso a recalcitrar, a repetir erros que pensávamos não ser mais capazes de cometer, derivados de nossa jornada cármica, em séculos de deslizes.
Estudo, trabalho, concentração, persistência, determinação, são pontos importantes para que aprendamos a viver com disciplina, com a certeza do que queremos, do que almejamos, educando pensamentos, palavras, atitudes, posturas, escolhas e decisões, não mais nos permitindo expressa-las de forma indevida, contrárias às leis divinas, as que agora nos predestinamos a seguir, para que não mais voltemos a falir e que não mais sejamos surpreendidos por aparentes surpresas do caminho, muitas delas forjadas por nossa necessidade cármica, para abalizarmos o quanto já conseguimos dominar e vencer nossas tendências inferiores, como também, nos resguardar e prevenir dos ataques sutis e silenciosos de forças espirituais interessadas, independente do motivo, em que não consigamos nos reerguer, nos transformar, continuando presos a nossa milenar inferioridade individual.
Quando nos mantemos atentos, vigilantes, quando nos esforçamos em aprender e agir de acordo com os preceitos do bem, nos predispomos a receber todas as influências positivas que a espiritualidade superior disponibiliza para aqueles que querem, de fato, sua transformação, aprendendo a agir e a reagir, independente da situação que estejamos enfrentando, de acordo como os seguidores do Mestre Jesus, vivenciando de fato que sentem e o que aprenderam, de forma natural, espontânea, fazendo do bem sua forma de vida, sua postura, sua conduta.
Agindo assim, seu pensamento, seu questionamento íntimo sobre qual a melhor reação, qual a melhor postura, qual a melhor resposta, qual o melhor posicionamento para a situação que estiver enfrentando ou que sabe que enfrentará, vale como uma oração, uma evocação, uma convocação para que os seus amigos e benfeitores espirituais o inspirem e o amparem naquilo que de melhor posas fazer para, não só não se entregar as forças do mal, como poder fazer o bem, auxiliando não só a si mesmo com sua decisão, mas, principalmente ao próximo, a todos os envolvidos, ao ambiente, contribuindo assim, sempre que possível, para que nosso planeta seja um mundo melhor, onde o bem predomine, pois, é na união das forças, dos pensamentos, das palavras e das ações que as lições do Mestre Jesus prevalecerão e farão valer toda sua riqueza espiritual, moral, capaz de renovarem as pessoas, o mundo e nos fazer acreditar que um dia, de fato, nossa Terra será um lugar onde o bem e o amor predominem em toda a sua amplitude, como a isso está ela desde sua criação, predestinada.

domingo, 27 de outubro de 2013

Todo juntos...


Vivemos em constante luta no plano físico para conseguirmos as mais diversas conquistas dentro do que a sociedade moderna oferece em termos profissionais, materiais, de bens de consumo, de conforto e comodidade. 

Nada mais natural, pois, se vivemos encarnados, temos que agir e reagir de acordo com os costumes da época pela qual estamos passando, assim como também já o fizemos em outros períodos de nossa humanidade terrestre, períodos estes que, mesmo tendo necessidades e prioridades como hoje temos, eram vistos por outra perspectiva, com outros fatores de importância e relevância, tanto que, o que ontem era essencial e vital, hoje já não é mais, o que não impede que amanhã volte a ser.

Desta forma, temos que procurar viver sempre da melhor forma possível e aproveitando tudo que a vida atual tem a oferecer, sendo lícito lutarmos para tal, de forma honesta, digna, sem vir a querer ou tomar nada que não seja nosso de direito ou que esteja disponibilizado para tal, seguindo sempre as leis que regem as relações humanas, mesmo que com elas não concordemos, lutando para altera-las e não as descumprindo.

As conquistas materiais não estão infensas ao homem de bem, ao cristão, ao espirita, aquele que busca sua transformação para o bem, mas é a forma como faz para alcançar a estes objetivos que se torna fator de relevância para o seu avanço espiritual, para o seu enriquecimento íntimo, único que de fato importa quando for chamado a novamente retornar a verdadeira pátria.

Viver de forma caridosa, simples, sem nos deixar arrastar pelo orgulho, pela inveja, pela vaidade, pelo ciúme, pelo preconceito, pela falsa pretensão a superioridade, buscando sempre auxiliar o irmão do caminho que se encontra em dificuldade ou situação inferior a nossa, é o ponto chave para encontrarmos o equilíbrio e viver de acordo com os preceitos cristãos, mesmo sem precisar abrir mão da possibilidade de conforto e melhoramento material que a vida oferece e disponibiliza. 

O mal não está em possuir, mas na forma que escolhemos de viver com aquilo que possuímos, a importância que damos para o status, para a posição social, o quanto acumulamos indevidamente, o quanto estamos preocupados em acrescentar cada vez mais em nossas riquezas, sem uso efetivo e produtivo da fortuna ou da condição material que a vida esta nos emprestando para esta encarnação.

Se não repartimos, se não dividimos, se não compreendemos que o que tem mais o tem exatamente para poder auxiliar o que tem menos, de nada valerá termos acumulado riquezas, não termos tentado ou feito o mal para ninguém, se nada fizemos, por nossa vez, de bom para auxiliar o próximo, para servir de arrimo para aquele, que nesta existência física, não teve a oportunidade de conquistar as facilidades que a vida material e física oferece ou não se encontra em condições para tal.

O forte tem o dever cristão de auxiliar o mais fraco, o rico ao mais pobre, o são ao enfermo, o intelectual ao ignorante, o bom ao mau, tudo que acumulamos indevidamente e não utilizamos para melhorar a condição de vida de nosso planeta, de nossa sociedade, servirá de peso extra a ser carregado quando retornarmos a pátria espiritual, peso este que exercerá uma pressão muito forte em nossa consciência, dificultando nosso equilíbrio e impossibilitando que desfrutemos, por nossa vez, todos os benefícios e possibilidades de estudo e trabalho que o novo plano oferece para aquele que, de fato, se interessa em crescer, em evoluir.

No estudo, no trabalho digno e honesto, na preocupação de fazer o bem, de ser irmão, de ser justo, de ser fiel aos princípios cristãos está a verdadeira riqueza do homem, independente da posição social que ele ocupe no mundo, independente do que faz, do que ele representa para a sociedade em que vive, tanto um presidente como um gari podem alcançar aos píncaros que uma vida encarnada, no atual estagio evolutivo do nosso planeta, permite chegar, pois não será o que ele possui que irá determinar sua vitória espiritual mas o que ele fez, o que ele sente, o que ele produziu e gerou de bem, para o enriquecimento da aura que envolve o nosso planeta, para a luz que ele acendeu em seu coração e no coração de todos aqueles que cruzaram seu caminho nesta jornada evolutiva.



Vale salientar que o auxílio do que possui a melhor condição material e financeira ao que enfrenta necessidades, não está necessariamente na doação, mas principalmente, na geração de condições para que este venha a conquistar com seu esforço aquilo que precisa para o sustento e o lazer, seu e da sua família, é na geração de empregos, de condições de trabalho, do pagamento justo aquele que lhe de alguma maneira o serve, é fazer circular a riqueza que possui investindo no crescimento de seu país, garantindo que aquele que se esforçar, que trabalhar, seja qual for sua função, tenha garantido o mínimo de subsistência e respeito para si e para os seus.

Rico é aquele que sente e vive o Cristo em seus pensamentos, em suas palavras, em suas ações, independente de onde ele esteja, do que faça, escolhendo viver para o mundo e não do mundo.



sábado, 26 de outubro de 2013

Sempre atentos ao porvir...

Em um determinado momento de nossa existência secular, quando concretizamos as possibilidades de algo fazer em benefício do próximo, favorecendo desta forma o nosso próprio crescimento espiritual, e merecidamente, possibilitando com isso, o arrimo, o auxílio e a orientação por parte de nossos benfeitores espirituais, passamos a nos sentir mais fortes e capacitados, para que venha a ser, com mais assiduidade, maior o nosso desejo de doar, do que a nossa carência do receber, quando conseguimos, finalmente, superar nossas deficiências, nossos defeitos, nossos erros, controlando e vencendo nossas paixões inferiores, fazendo com que, resolutos e determinados, galguemos alguns degraus em nossa jornada evolutiva.

Nesta fase, quando mesmo ainda faltando uma imensidão imensurável a conquistar e adquirir em termos de conhecimento e de sentimentos do mais alto grau de benevolência e moralidade, não mais corremos o risco de voltarmos a nos chafurdar nos vícios e nos instintos degradantes que por séculos nos fizeram ficar, quase que totalmente, dependentes da proteção e dos conselhos, da intercessão e da orientação irrestrita, por parte de nossos mentores espirituais.

Passamos, entretanto, neste período, quando já conseguimos vencer e sair da escuridão em que, por vontade própria, por várias existências físicas e espirituais escolhemos permanecer, a correr um novo risco, uma nova sombra volta a rondar a nossa capacidade plena de ascensão a novos desafios cármicos, e ela vem exatamente da luz que nos vislumbra, das claridades espirituais que nos defrontamos, das possibilidades de realizações e crescimentos, no estudo e no trabalho, das companhias renovadas de companheiros de jornada também propensos ao bem, de uma felicidade tal, que podemos passar, mesmo que imperceptivelmente, a nos tornarmos insensíveis para com a dor e o sofrimento dos nossos irmãos do caminho, com o próximo, tal o desprezo e a repugnância pelas energias negativas e os miasmas espirituais, que acompanham e fazem parte determinante da personalidade daqueles que ainda se entregam aos mais degradantes desvarios, vícios, ainda presos que eles estão à indisciplina, aos sentimentos inferiores.

Corremos o risco de viver então, esquecidos do nosso passado recente, onde, talvez, e muito provavelmente, nossa situação fosse muito pior e, assim, muito mais preocupante e de difícil acompanhamento por parte de nossos amigos e benfeitores espirituais, passando a desconsiderar nosso empenho maior junto aos nossos irmãos mais desfavorecidos de possibilidades de crescimento, e isto, mesmo que eles estejam, por suas inconsequências, nada mais que enfrentando as consequências dolorosas naturais a que fizeram jus, o que, pela lógica irrefutável cristã, não nos cabe o direito julgar, e sim, auxiliar com o máximo de nossas possibilidades e seguir adiante.

Desta forma, mesmo já tendo dominado nossas tendências inferiores, mesmo estando mais distantes de corrermos o risco de vir a sucumbir e recalcitrar em nossos erros pretéritos, temos como dever nos manter em constante vigilância, atentos aos nossos pensamentos, as nossas palavras, a nossa postura, aos nossos atos, aos nossos sentimentos mais íntimos, para que não venhamos a cair em outro erro, o da indiferença, gerado pelo egoísmo de nos preocuparmos e focarmos apenas em nosso bem estar, em nossa evolução, vindo, indevidamente, a mesmo que inocentemente, nos julgarmos superiores aos nossos irmãos do caminho, somente pelo fato de já termos conquistado um certo controle e uma certa compreensão de nossas necessidades individuais de transformação, obrigando-nos a nos precaver para não nos tornarmos censores ou juízes para com os erros e crimes do próximo, não vindo, desta forma, a esquecer que já fomos tão ou mais ignorantes das leis e dos conceitos da moral cristã, como eles o são agora.

Sem dúvida, a melhor forma que todos nós possuímos para nos precaver de não cair neste tipo de armadilha, onde nos deixamos levar pelo deslumbramento apenas pelo fato que algo termos conquistado em termos de evolução espiritual e transformação individual, é aquela que nos serve de proteção e guia para enfrentar e superar qualquer dificuldade, que nos orienta em qualquer escolha ou decisão que tenhamos que tomar, que é a de seguir o exemplo de Nosso Amado Mestre Jesus, sendo Ele o espírito mais perfeito que já esteve entre a humanidade terrestre desde os primórdios dos tempos, Aquele que tudo fez, tudo sacrificou, tudo suportou, para que viéssemos a compreender qual o real sentido da nossa existência, qual a Verdade, o Caminho e a Vida que levará a todos superar e suplantar todas as dificuldades que ainda os prendem a inferioridade terrestre, Aquele que tudo fez, por Amor, por Vontade própria, sem medir esforços, indo até o sacrifício extremo de se deixar injustamente imolar, para que compreendêssemos que somente a renúncia do individual, nos levara a conquistar a verdadeira felicidade, nos mostrando que apenas a vitória do todo, da realização produtiva do coletivo, trará a verdadeira vitória espiritual de cada um.

Impossível sermos plenamente felizes se qualquer irmão do caminho, seja ele próximo a nós ou não, estiver sofrendo, estiver precisando de arrimo, de auxilio, seja ele material ou espiritual, do corpo ou da alma. Enquanto existir entre nós o ódio, o ciúme, a inveja, o egoísmo, o orgulho, a prepotência, o preconceito, a humanidade não conseguirá fazer o bem suplantar o mal, o superior não conseguirá sobrepujar, numericamente, o inferior, não terá atingido o estágio evolutivo ao qual nosso planeta está predestinado a atingir, o que nos traz a certeza, que ninguém, mesmo que já tenha conseguido vencer suas tendências inferiores, conseguirá alçar um pleno voo para as mais altas paragens celestiais, enquanto se sentir intimamente ligada àqueles que de alguma forma estiveram caminhando ao seu lado.

Quem, de fato, se superou e evoluiu não consegue, por natural consequência, ser egoísta ao ponto de desejar a felicidade só para si, não conseguirá se sentir plenamente realizado enquanto a sua retaguarda ainda existir e ouvir o choro e o ranger de dentes daqueles que não conseguiram se livrar da inferioridade que alimentaram e fizerem crescer dentro de si.

Ninguém consegue dormir totalmente despreocupado e feliz se alguém, no leito ao lado, estiver gemendo e se lamentando de dor, ninguém consegue viver totalmente em paz, no meio de uma guerra, ninguém consegue desfrutar totalmente de seu conhecimento, no meio da ignorância, ninguém viverá totalmente equilibrado se aquele que está ao seu lado está demente e entregue a loucura.

O progresso, o crescimento, a evolução só são reais quando acompanhados e alicerçados, nos sentimentos básicos que formam e estão presentes em todos os conceitos cristãos, em todos os preceitos espíritas, baseados na lei de causa e efeito, na pluralidade das existências, dos mundos, sentimentos como a humildade, o respeito, a bondade, a caridade, a tolerância, a paciência, o perdão e principalmente o Amor, como nos exemplificou e aconselhou Jesus, ao Próximo, como a nós mesmos e a Deus sobre todas as coisas.

Nosso aprendizado deve ser constante, nosso estudo, nosso trabalho, nossa disposição de crescer, de melhorar, de progredir, tudo fazendo e tudo conquistando, não só para o bem individual, para o bem de si próprio, mas, principalmente, para o bem coletivo, expandindo nosso conhecimento, nossa experiência, nossa capacidade produtiva, nossa possibilidade de realização, pois, aquele que, seja o que for que conquiste, o faça somente para si, pensando meramente em sua satisfação pessoal, mesmo que não faça mal a ninguém, restringe o bem, impede, em seu egoísmo, que os outros também possam vir a crescer, não dividindo, insensatamente acumulando, vindo com isso, apesar de todas as suas possibilidades de avançar, ter extrema dificuldade de se manter equilibrado e encontrar o que todos nós almejamos, a verdadeira paz de espírito.


Tudo que conquistamos na Terra, mesmo que com nosso esforço próprio, pertence a quem de fato criou, ou seja, a Deus, somos meros usufrutuários, recebemos da bondade divina os empréstimos necessários para que conquistemos a vitória espiritual tão almejada, e como tal, ao ser pago, ao ser devolvido, será levado em conta o que fizemos deles, como os gerimos e o quanto deles poderemos devolver, em condições de que continuem a serem utilizados pelo todo, para que só assim, tenhamos plenamente a consciência do nosso saldo perante o universo cósmico, vindo a saber o quanto de positivo ou negativo acumulamos para a continuidade de nossa jornada evolutiva.

Isso quando chegarmos a este patamar de compreensão...

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Um único rumo por vários caminhos...

Se o próprio Cristo, por ocasião de seu apostolado afirmou que “muitas coisas ainda não poderiam ser reveladas”, porque não seriam compreendidas, e por isso, nos enviaria o Consolador Prometido, não conseguimos compreender, como muitos que se dizem espíritas, ainda hoje, acham que podem destruir convicções, combater asperamente conceitos, criticar formas de vida, a título de serem defensores da Verdade, paladinos da Justiça, sem medir consequências, sem tentarem compreender que, dependendo daqueles para qual dirigem a palavra, em vez de algo construir de novo no coração do irmão do caminho, não só destruirá o que de certa forma já lhe serve de direcionador de conduta, como também, deixará um vazio, que pode vir a ser ocupado por forças inferiores e voltadas a vícios e paixões desequilibradas.

Ninguém pode impor o conhecimento a alguém, e todas as correntes religiosas que assim agiram ou até hoje agem, lutam com imensas dificuldades para manter sua credibilidade e seus seguidores.

O que predomina em nossa sociedade atual, seja qual for o grau cultural ou a classe social, não é a Verdade, única e incorruptível; e sim, diversas e variadas realidades, que são manipuladas e adequadas as necessidades e aos interesses claros ou obtusos, de cada religião, de cada povo, de cada cultura.

Estas realidades, se não são a Verdade Divina, não podem ser consideradas mentiras, mas sim, estágios diferentes de um mesmo ideal, e para quem as vive e nelas acredita, caso seus conceitos levam ao bem, a paz, se evitam ao mal, devem ser consideradas válidas e benéficas por indicarem que o caminho que está se seguindo não está errado e no futuro acabará, como os outros, convergindo para o mesmo objetivo maior.

São inúmeras estas realidades, que nada mais são, do que caminhos iniciais para levar aqueles que as vivem, a Verdade Divina, o que vem provar, que o fato de uma realidade estar relativamente certa, não faz com que as outras estejam erradas, ou não sejam relevantes.

Diz um ditado popular que “todos os caminhos levam a Roma”, e todos os caminhos, por mais que pareçam tortuosos ou confusos, levarão, em mais ou menos tempo, com mais ou menos esforço, com mais dor ou mais alegria, também a Verdade, tendo como diferenciais os obstáculos, os atalhos, os desvios, que levará aqueles que os percorrem, a sofrer menos ou mais para superá-los.

Impor uma opinião, um conceito, é faltar com a caridade, é violentar o direito de pensar, de escolher, de decidir de cada um, é querer impedir o que de mais sagrado Deus nos ofertou, o livre-arbítrio, e por mais que estejamos convictos do que é o certo e do que é o errado, de qual é a Verdade, não chegamos a este estágio sem esforço, sem um longo processo e um desgastante período de aprendizado, de experiências, de erros, de acertos, de dúvidas, de desvios, e isso, em um lapso de tempo inimaginável, a se perder nos pretéritos séculos de nossa criação.

Se hoje, temos plena convicção que o Espiritismo é o Consolador Prometido por Jesus, que seus conceitos sobre Deus, reencarnação, da lei da causa e efeito, dos resgates e missões, sobre de onde viemos e para onde iremos, da pluralidade de mundos, das vidas sucessivas, da escala evolutiva que nos cabe percorrer, são verdades insofismáveis e reais, até alguns anos atrás não era assim que pensávamos, e, talvez, até mesmo na nossa anterior existência, tenhamos sido detratores, perseguidores, inimigos, de suas verdades doutrinárias.

A Verdade chegará a cada um de nós, no momento certo, quando mais aptos e capacitados estivermos para compreendê-la, assimila-la e vivencia-la, e até lá, seja qual for nossa crença, nossa realidade, que as vivamos de forma a não fazer o mal a ninguém, a fazer sempre o bem, a sermos bons, honestos, humildes, dignos, esforçados, procurando realizar sempre o melhor para nós e para aqueles que cruzarem nossa jornada, e assim, continuarmos a agir sempre de acordo com a parábola do bom samaritano, quando Jesus nos ensinou que não importa em que acreditamos ou no título que ostentamos, mas, como pensamos, falamos e agimos, para que o mundo onde estagiamos, seja um lugar melhor para se viver, onde a paz, a amizade, o amor sejam os pilares de uma sociedade justa e voltada ao bem, a Deus. 




quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Enquanto a próxima história não vem, ainda há tempo para pensarmos juntos...

É o velho hábito do ser humano de ter fé e religião com hora marcada, como uma atividade social, podendo, como em outras situações que compõe sua vida, assumir um tipo de postura diferente, de acordo com a situação.

Se nossa atividade profissional requer um aprumo no trajar, um linguajar polido e respeitoso no trato com clientes ou companheiros de trabalho, chefes, subordinados, assumimos uma postura de acordo com essa exigência, diferentemente de quando estamos em atividades festivas ou desportivas, onde nos portamos de forma mais descontraída, relaxada, porém, ainda nestas situações, tudo fazendo para agradar, para passar uma boa imagem, relevando atitudes que, interiormente, desaprovamos, desprezamos, agindo sempre diplomaticamente, para não gerarmos conflitos desnecessários.

Também no lar, agimos de forma diversa, mais próxima do que realmente somos intimamente, longe que estamos do crivo, do olhar, do julgamento e censura da sociedade, onde acabamos, por vezes, exagerando neste relaxamento, guardando todo o mau humor, toda a impaciência, toda a rispidez, para nossa família, como se esta fosse obrigada a suportar nossos achaques e nossas decepções diárias.

Ainda assim, mesmo com os laços afetivos mais íntimos, com os pais, os consortes, os filhos, é difícil se conhecer alguém de verdade, totalmente, já que todos nós, quando em relação com os outros seres humanos, vivemos usando máscaras, umas diferentes das outras, de acordo com a situação e com o problema que estamos enfrentando, sempre tentando agir no intuito de realizarmos nossos objetivos, de impor nosso pensamento, nossa vontade, nosso desejo.

É um fato normal e não necessariamente algo ruim, depende sempre da intenção, do que quer realizar, quais são as prioridades, os objetivos, não sendo, necessariamente, o uso dessas diferentes posturas, algo desonesto, prejudicial, principalmente, quando assim se age por caridade, para não magoar outras pessoas, para não alimentar discórdias, para relevar traições, agressões, aprendendo assim, a controlar impulsos, sentimentos negativos, como a intolerância, a impaciência, o nervosismo, o preconceito, e outros excessos, que seriam mais prejudiciais se fossem externados, do que resguardados no íntimo, procurando, assim, conte-los e educa-los.

Porém, quando estas máscaras sociais são utilizadas para conquistas egoístas ou baseadas na inferioridade dos instintos, nas paixões degradantes, nos vícios, são prejudiciais, não só para quem se procura enganar, mas, principalmente, para aquele que dela se utiliza, por se ver rodeado de forças negativas acumuladas por suas falsidades, onde a desfaçatez, a maldade, a injustiça costumam prevalecer.

Mais grave ainda quando se falseia as reais intenções íntimas, ao se tratar das atividades espirituais, agindo no dia-a-dia, sem responsabilidade, de forma desequilibrada, distante dos conceitos cristãos, espíritas, e ao chegar ao local de suas tarefas, se portar como se fosse o mais puro representante de Jesus na Terra, como se fosse sincero seguidor da Doutrina Espírita e seu representante leal e produtivo, como se pudesse enganar a espiritualidade superior como engana as pessoas encarnadas que nele depositam sua confiança e esperança de boas realizações doutrinárias, tanto os companheiros de tarefas, como aqueles que vão em busca de auxílio e algum tipo de orientação, de lenitivo, para suas dificuldades e seus problemas, suas enfermidades físicas e espirituais.

Enganando aos outros está enganando a si mesmo, mas, não a seus benfeitores espirituais, que leem em sua alma qual sua real intenção, como é seu modo de vida, sua personalidade, o que realmente busca ao comparecer aos núcleos de atividades espíritas. Os que agem desta forma, após cumprirem suas “obrigações” semanais, voltam as suas tarefas diárias espalhando o mesmo fel que comandam seus sentimentos, agindo não como trabalhadores cônscios de suas responsabilidades espirituais e sim, como turistas, que estão apenas de passagem, buscando nos centros espíritas, o mesmo que buscam em todas as atividades normais, que são as vantagens pessoais, para alimentarem ainda mais a vaidade, o egoísmo, o orgulho, que norteiam suas existências.

Ser cristão, ser espírita, não é e não pode ser um simples passatempo, uma simples atividade para preencher uma lacuna em nossa vida social, ser espírita é um estado permanente de vida, de vontade, de determinação, de postura, uma conduta única e contínua, temos que ser espíritas em período integral, de forma constante, sendo, ele, o Espiritismo, a base de tudo e de todos nossos compromissos e responsabilidades com indivíduo. Temos como missão, como objetivo real, ser sempre:

- um pai cristão
- um filho cristão
- um irmão cristão
- um cônjuge cristão
- um amigo cristão
- um vizinho cristão
- um fornecedor cristão
- um cliente cristão
- um subordinado cristão
- um chefe cristão
- um aluno cristão
- um professor cristão
- um enfermo cristão
- um médico cristão
- um espírita cristão

Todo o tempo e o tempo todo, não é um estilo de vida, é a forma única de se viver, de sentir, de pensar, de falar, de agir. Não há meio termo, não se pode ser meio cristão ou meio espírita, não podemos ser espíritas “não praticantes”, ou somos ou não somos, não somos obrigados a nada, Deus dá toda a liberdade a seus filhos, dá o livre-arbítrio, e cabe a cada um escolher e determinar o que quer ser hoje, cientes que essa escolha, será a base do que serão e terão amanhã.

Nossa postura tem que estar de acordo com nossos pensamentos, com nossas palavras, com aquilo que acreditamos. Se não devemos coagir a ninguém a crer no que cremos, também não temos que nos envergonhar, que nos retrair em relação ao que somos, assumindo nossa condição de espírita, seja qual for a situação.

Uma das dificuldades maiores que temos de nos fazer conhecer por espíritas, por cristãos, vem do fato de termos receio ou vergonha da opinião das pessoas, principalmente, aquelas que se prendem aos costumes de nossa sociedade moderna, quando ser bom, falar de moral, de Deus, de Jesus, se tornou algo obsoleto, digno de desprezo, de pena, de zombaria, apesar desta postura crítica e degradante também não ser nova, atual, na verdade sempre existiu, desde a época do próprio Cristo, onde todos que Nele criam eram vistos como loucos, doentes, só que, naquela época, mesmo com um risco que não corremos hoje, de sermos jogados as feras de um circo, seus seguidores não sentiam medo, vergonha e assumiam com fé e coragem suas condições de cristãos, afrontando destemidamente e de forma pacífica, os detentores do poder temporal.
Temos que entender que não estamos aqui, no plano físico, para agradar ninguém e sim para ressarcirmos nossos débitos, resgatarmos nossas faltas, reatarmos como nossos desafetos e cumprirmos nossas missões. Jesus não deixou margem a dúvida quando determinou, que quem quisesse segui-lo deveria pegar sua própria cruz, que não podíamos agradar a Deus e a mamon, que deveríamos dar a Deus o que é de Deus e a césar o que é de césar.
Portanto, se queremos ser cristãos, espíritas, se desejamos assumir tarefas como médiuns, doutrinadores, dirigentes, palestrantes, se desejamos auxiliar de alguma forma o engrandecimento e a expansão das Verdades Divinas contidas no Espiritismo, temos que ser e viver como espíritas, de acordo com seus princípios, com seus conceitos, não como fanáticos ou dogmáticos e sim, como seres humanos normais, dentro do que a sociedade espera de um homem de bem, agindo em todas as nossas relações de forma tolerante, paciente, sendo caridoso, não julgando, não criticando, calando quando nada de bom tivermos a dizer, falando quando nossa palavra possa ser útil, sendo cordial, educado, agindo com respeito, aceitando as diferenças, compreendendo o estágio evolutivo de cada um, perdoando todo tipo de agressão e de ofensa, mesmo quando soubermos que estamos com a razão, não alimentando nenhum tipo de discórdia, de briga, não nos prendendo a sentimentos inferiores, não sendo vaidosos, fúteis, egoístas, prepotentes, orgulhosos, não nos entregando a vícios, nem a pensamentos e atos que não condizem com uma pessoa de bem e que acredita nos reais valores morais que devem nortear a sociedade onde vive.


Tudo bem simples...

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Para pensarmos juntos...

Perdemos tanto tempo preocupados em julgar, analisar, aconselhar, monitorar as atitudes e procedimentos do próximo, que desperdiçamos várias oportunidades de realizar, de conquistar, de agir, de servir. É importante que possamos, na medida do possível, ajudar ao nosso irmão do caminho a entender e corrigir os seus defeitos e desequilíbrios e consequentemente, procurar novos e sadios objetivos em sua vida, desde que, não ultrapassemos o limite do bom-senso, do respeito que todos merecem, principalmente, quando se trata do direito que ele, como nós, tem, de exercer seu livre-arbítrio, já que se Deus, nos outorgou esta capacidade de agir de acordo com nosso discernimento, com nossa vontade, não caberá a nós, principiantes no caminho do bem, querer interferir além do que nos permite o conceito de caridade cristã, nas decisões ou atitudes do próximo.

Não temos direito algum, independente se sermos espíritas, de conhecermos os conceitos e preceitos doutrinários, evangélicos, de participarmos da equipe de servidores de um centro, auxiliando nas tarefas assistenciais ou espirituais, de nos elegermos juízes ou censores da vida alheia, mesmo que notoriamente, aquele a quem auxiliamos, esteja agindo errado ou esteja desviando-se do caminho do bem, principalmente, porque, em nosso atual estágio, já é muito difícil de cuidarmos de nossos próprios defeitos, de nossos próprios sentimentos negativos, quanto mais nos arvorarmos de defensores da Verdade, em relação a vida do nosso irmão de jornada.

O próprio Mestre já nos alerta que “enxergamos uma palha no olho do nosso próximo, mas, ignoramos uma trave em nosso olho”.

Preocupante se torna para o trabalhador espírita, quando este, se deixa levar pelo orgulho, pela vaidade, passando a achar, que, por estudar e trabalhar ativamente na Seara e consequentemente ter o conhecimento dos conceitos doutrinários, já pode se julgar superior, infalível, perfeito, o que dificulta que venha a entender, o quanto ainda distante esta da capacidade real de trabalho e aprendizado, aos quais todos nós podemos chegar, quando, sinceramente, engajados nos trabalhos cristãos.

Se seguíssemos todos os conselhos, todas as lições, todas as fórmulas, que fornecemos aos outros, seríamos praticamente perfeitos, prontos a assumir os mais altos cargos na escala evolutiva espiritual.  Longe ainda estamos de aplicar na prática, aquilo que tão ardorosamente defendemos na teoria, principalmente, no que se refere ao nosso estado íntimo, aos nossos pensamentos, aos nossos desejos secretos, ao que deixamos de externar, por preferirmos manter uma imagem de bondade, de equilíbrio, de tolerância, quando por vezes, somos um vulcão prestes a entrar em erupção, tal os sentimentos contraditórios que alimentamos, mas, não temos a coragem de assumir perante aos outros.

Há situações em que a nossa preocupação de corrigir o próximo se torna tão grande, nos deixa tão ansiosos, que, simplesmente, esquecemos de vigiar nossos próprios passos, acabando por agir sem a caridade que deve nortear todo trabalhador espírita, magoando, envergonhando, humilhando, aquele irmão do caminho que se deixou arrastar por seus sentimentos inferiores, suas paixões degradantes, como tantas vezes nós, em diversas outras oportunidades reencarnatórias, assim o fizemos.

Temos que agir sempre como cristãos, como espíritas, saber perdoar, relevar, não julgar, compreender, servir sem escolher o serviço, sem escolher o enfermo, ciente que todos temos necessidade de arrimo, de amor, de amizade, mesmo os aparentemente mais fortes, mais ricos, mais sadios, mais seguros.

Jesus quando nos orientou a amar ao próximo como a nós mesmos, não impôs condições, não selecionou grupos, não privilegiou raças, simplesmente pediu que nós o amássemos, assim como Ele sempre nos amou, incondicionalmente.


Temos que estar cientes que não somos melhores e nem piores que ninguém, somos, apenas, como todos os outros seres de nosso planeta, Filhos de Deus, parte integrante da grande família universal, sem nenhum direito a mais e sem nenhum dever a menos, nosso destino é único e cada um tem o direito de atingi-lo da forma que achar melhor, cientes que o tempo, a dor, a alegria, a tristeza, estarão sempre de acordo com o caminho que cada um escolher.

domingo, 20 de outubro de 2013

Para pensarmos juntos...

A intenção, em tudo que fazemos na vida, sempre se faz necessária, é louvável, mas, ela, unicamente, nada realiza, constrói, produz.

Vamos supor que temos intenção de viajar:
- escolhemos o local;
- escolhemos a data;
- compramos a passagem;
- fazemos as malas.

Depois de tudo isso, porém, se não sairmos de casa na data prevista, perderemos a passagem e teremos que desfazer as malas, para novamente, no futuro, planejarmos outra viagem, restando-nos, do que resolvêramos anteriormente, apenas o local, o objetivo, que permanecerá como uma meta, para um dia, vir a ser alcançada.

Podemos ter na nossa vida as mais nobres intenções, planejar as mais belas tarefas cristãs, estudarmos, nos capacitarmos, idealizarmos objetivos, porém, se não arregaçarmos as mangas e efetivamente trabalharmos, realizarmos, vivenciarmos, com esforço, com determinação, com empenho, em nada terá valido todo o tempo e a energia utilizados na preparação, no planejamento.

Ninguém mora na planta de um prédio, e sim na obra já acabada, ninguém viaja para algum lugar percorrendo com os dedos um mapa, faz-se obrigatório pegar a estrada.

Querer algo fazer, saber como fazer, saber o que se quer fazer, em nada adiantará se, realmente, nada for feito. Nós já desperdiçamos inúmeras oportunidades reencarnatórias ao longo dos séculos, e, provavelmente, ainda muitas iremos desperdiçar, por causa do “deixar para amanhã”, para depois, para um dia, para logo, para quando tivermos tempo, para quando tivermos paz, para quando tivermos oportunidade financeira, para quando nossos pais desencarnarem, para quando nossos filhos crescerem, para quando nos formarmos na faculdade, para quando comprarmos nosso apartamento, para quando casarmos.

Para sermos trabalhadores efetivos da Seara Espírita, da Seara Cristã, antes de tudo, temos que TRABALHAR.

A vontade de melhorar, a fé, a postura, o aprendizado, tudo é fundamental para conquistarmos nosso equilíbrio espiritual, mas, não basta estarmos equilibrados, se continuamos, na prática, estagnados, parados no mesmo lugar, temos que utilizar o que foi conquistado, a capacidade que adquirimos, para caminhar, para avançar.

A criança, quando está aprendendo a andar, antes, tenta se manter de pé, equilibrada, caindo inúmeras vezes até que consegue o que almeja. Porém, a primeira ação após conseguir ficar de pé, ainda indecisa, é tentar dar o primeiro passo, e, quantas vezes cair, serão as vezes que ela ficará de pé e tentará andar. De nada adiantaria tanto esforço inicial, para depois que conseguisse o equilíbrio, ficasse parada, não tentasse avançar, para mais aprender, para mais realizar, para mais novos desafios.

Assim temos que ser todos nós, sempre caminhando, sempre procurando dar outro passo, realizando, trabalhando, efetivamente colocando em prática tudo que aprendemos para nos transformarmos em pessoas de bem.

Aparentemente, muitos são os que decidem se dedicar as tarefas espírita-cristãs, principalmente, no que se refere ao desenvolvimento mediúnico, com, dissimuladas ou declaradas, pretensões de se tornarem importantes e poderosos médiuns, infalíveis instrumentos da espiritualidade superior, imaginando gloriosos tributos e louvores, trazendo a nós, simples mortais, novas e contundes revelações, mensagens de espíritos famosos, de elevados mentores, sendo aclamados e reverenciados como verdadeiros oráculos do Espiritismo Moderno.

Bolhas de sabão, de fulgurante leveza, belas e brilhantes, mas, que se desfazem ao mais leve toque, ao mais suave sopro, a mais simples contrariedade.

É a viciada atitude daquele que vê o sucesso de alguém e logo o deseja, como aqueles que superficialmente conheceram a jornada de Chico Xavier, sem ter a mínima noção do esforço, do sofrimento, da renúncia pessoal, dos problemas que precisou enfrentar, de tudo que teve que suportar e superar, para atingir um nível satisfatório de atuação e confiança por parte da espiritualidade superior, dos benfeitores, em relação as tarefas que pretendeu assumir e realizar, de acordo com os conceitos e preceitos cristãos.

Conhecimento, experiência, capacitação, não se conquista por osmose, conquista-se com estudo, com disciplina, com esforço, com trabalho, com discernimento, com renúncia do pessoal para o coletivo, com oração, com vigilância férrea sobre os próprios pensamentos, com as próprias palavras, com os próprios atos.

Ninguém que está no térreo atinge o último andar sem passar pelo primeiro e pelos demais. 

Ninguém chega ao céu sem passar pela Terra. É melhor ser um bom recepcionista de um hospital, do que um péssimo médico a tratar de doentes.

O único prazer, a única alegria que o trabalhador espírita tem que fazer questão de sentir é o de SERVIR. A única glória deve ser a íntima, a satisfação individual do dever cumprido.

Se para dirigir um automóvel é obrigatório, na lei humana, aprender, para conquistar uma carteira de habilitação, podemos ter vaga idéia do que precisamos para ter um mandato mediúnico, para proferirmos uma palestra perante pessoas que buscam auxílio e orientação, para trabalhar com espíritos obsessores que perseguem e prejudicam aqueles que consideram seus desafetos.

Assim devem ser encaradas e tratadas todas as tarefas doutrinárias, das mais complexas as mais simples, até mesmo a daquele que auxilia a organizar a fila do passe, que auxilia as pessoas a se acomodarem no recinto, precisam estar preparados, precisam ter o sentimento cristão, para se portar como um espírita de fato, como uma pessoa de bem, para não se deixar levar pela arrogância, pela prepotência, para não se julgar algo melhor dos que ali buscam arrimo, só porque faz parte dos trabalhadores da casa.


Ser espírita não é um passatempo, não é uma profissão, o centro não é um lugar onde buscamos destaque admiração, quem não conhece os parâmetros que o Nosso Mestre Amado Jesus deixou para aqueles que aspiram seguir seus passos, deve antes, aprende-los, estuda-los, agrega-los a sua personalidade, para depois, iniciar uma jornada efetiva junto as tarefas que o farão melhorar como indivíduo, mas, principalmente, crescer como irmão, como companheiro, com amigo de todos aqueles que estarão ao seu lado, na mesma trajetória, na mesma escola, que é a nossa amada Terra. 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Um Homem de bem chamado Nelson Moretti

Nelson Moretti foi um motorista de caminhão que conheci  na época que trabalhava no comércio exterior, ligado ao Porto de Santos, era o ano de 2001 e ele, assim como eu, tinha o gosto da leitura, gostava de ir ao teatro, conversávamos muito sobre Espiritismo, pois, sua esposa tinha desencarnado recentemente, e ele ainda se ressentia muito do fato.
Ao saber que eu começara a escrever peças de teatro, fez questão de ir assistir a primeira apresentação e um pouco tempo depois, me trouxe cópia de inúmeros poemas e dissertações que tinha feito na época que perdeu sua esposa, para que, talvez, se eu me interessasse, algo os utilizasse para os trabalhos que iniciava a desenvolver.
A vida nos separou, logo depois ele vendeu seu caminhão e foi para seu amado sítio, que teremos oportunidade de conhecer um pouco, eu, sai da empresa, me desligando do ramo, e o tempo passou, e nunca mais voltamos a nos encontrar.
Na época ele já devia contar com quase setenta anos, e não sei nem mesmo, se ele ainda está em seu sítio ou já foi encontrar com sua Maria.
Cumprindo o que ele me pediu, transcrevo aqui em sua homenagem alguns dos seus textos, atendendo de certa forma o seu pedido, um pouco atrasado na verdade, ou quem sabe não, afinal tudo tem seu tempo, e quem sabe o melhor para nós, não será o agora.
Um abraço meu amigo e vamos lá...


UMA CRÔNICA ETERNA


Chove e lá fora as árvores gotejam como se chorassem por um amor perdido.
Amanhece e nada é igual ao dia anterior, é diferente e fosco.
Levanto-me, revejo os espaços da casa vazia e fria.
Lá fora a chuva continua e a casa goteja pelas bordas suas lágrimas como eu.
No espaço não encontro MARIA.
Não ouço os seus passos.
Não sinto o seu cheiro.
Não vejo MARIA.
Só vejo um espaço, entre o mundo e os meus braços, e os braços de MARIA.
Inerte meu corpo, fixando as paredes, se encosta e esguia.
Retem-se por um instante.
Rebusca mais força.
Procura com os olhos. Examina o ambiente.
E para diante da vida.
Tenta concordar com ela.
Mas a saudade é tamanha.
Que parece me arrancar as entranhas.
E não vejo mais minha MARIA.
Entre o espaço dos meus braços e os dela tem a distância da vida.
Tem o tempo que Deus quiser.
Te o tamanho do universo.
A saudade e o presente, triste.
O passado, a lembrança bonita e gostosa.
Cerrando os olhos, sinto arrepios.
Sinto seu cheiro, quase te toco.
Abraço o espaço, beijo a saudade.
Afago a felicidade e acaricio seus cabelos.
Beijo suas mãos, ouço a sua voz.
Tenho a impressão de estar contigo.
Mas, abro os olhos, vejo um vazio.
Um espaço sem graça.
E não vejo MARIA.
Não vejo o amor, só vejo a dor.
Da saudade infinita, da mulher tão bonita.
Minha só minha, querida MARIA.



MEU RANCHO, MEU MUNDO



Meu rancho se soubesse o quanto te quero!
As vezes nem acredito, pois, te vejo tão bonito, que até choro de alegria.
Meu rancho! Ficamos pobres de um tempo para cá!
Já te vejo meio triste, parece que não existe alegria como antes ou será que vou me enganar?
Nada disso, nem eu e nem você temos motivos para tal.
Pois depois do vendaval, que quase destrói nós dois juntos, não somos de fato o mesmos.
Falta aqui entre nós, um amor que Deus levou. É falta ela, ela mesma!
Aquela que enchia de vida, esta vida de nós dois.
Não estamos errados não!
Somos parte disso tudo, desse mundo sisudo, que afastou ela de nós.
Meu rancho! Ficamos sós, ficamos sim, vamos aceitar.
Mas meu rancho aqui para nós, que foi lindo, isso foi!
Que nós dois choramos de saudade dela, eu sei!
Mas meu rancho esteja certo.
Ela está sempre por perto, dando força para nós dois!
Mande para ela meu rancho, mande um abraço apertado e um obrigado a quem foi!
Fale meu rancho, fale, fale a este mundo sisudo, que adoramos isso tudo, mas aqui dentro de nós, ah, isso dói!
Não te esqueça velho rancho que tivemos grandes dias.
Muitas alegrias, mas que hoje é saudade.
Saudade daquele sorriso belo e cheio de graça.
Da fala meiga, pausada e segura.
Daquela imagem pura.
Sorrindo só para nós dois.
É...meu rancho se acalme.
Faz quatro anos que ficamos sós.
Eu...sem ela e você...sem nós dois...
Meu Rancho velho...meu mundo.
De que adianta chorar?
Vamos nos unir e juntos, pedir a Deus do Céu.
Para que ela seja feliz onde está.
Obrigado, vamos juntos, juntos vamos!



OBRIGADO QUERIDA.



E de novo a chuva caindo pelas bordas do meu rancho modesto e triste!
E de novo a brisa invadindo os espaços vazios e saudosos!
E a vida batendo de frente comigo.
E meus braços abraçando os espaços do meu bem.
E meus olhos procurando te ver de novo, mas a imagem não vem.
E a dor que me chegou de novo sem me pedir licença.
E o meu Eu de novo se enchendo de esperança.
Sou eu ou me engano?
E a chuva continua lá fora  como se nada acontecesse.
A brisa nem se importa e sopra.
Eu? Bato de novo de frente com o mundo.
E até agora não vejo razão para ser tão cruel.
Eu? De novo me abraço no espaço que era dela.
E choro a saudade de um amor que se foi.


E A PAZ DO MEU FIM.


E onde está a paz Meu Deus?
Esta que busco o custo da vida, sem medo de cansaço.
Esta que eu tinha quando a tinha em meus braços.
Essa paz que me foge, como por encanto.
E sem ela, Meu Deus, só vivo chorando pelos cantos.
Oh paz almejado onde te esconde?
Se foi que fugiste, foste para onde?
Como sou tão pequeno, velho e cansado.
Talvez pouco tempo me resta de luta.
Na busca de sempre, ter um pouco de paz.
Essa paz tão bonita, que vejo passando.
Bem peto de mim e se vai como nada.
Desaparece, se acaba como a espuma do vento.
Eu juro, não quero muito.
Só quero a paz por minutos.
Será  bastante para mim.
Veja Meu Deus meu pedido é tão pouco.
Só quero, por caridade.
Dê-me a paz do meu fim.


outro dia eu continuo essa conversa Seu Nelson...até...

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Para pensarmos juntos...

A lei da afinidade aproxima ou afasta os espíritos uns dos outros, porém, afinidade não representa apenas mesmos gostos, mesmos desejos, mesmas intenções, todo laço, todo ponto de união entre duas pessoas gera um elo, uma interdependência e uma pendência, boa ou ruim. O amor, o ódio, a amizade, o medo, são sentimentos que, mesmo entre espíritos explicitamente antagônicos, como a água e o fogo, estes acabam por se tornarem afins, ligados, unidos, vinculados, criando uma relação contínua, que dependendo do sentimento que os unem, será dolorosa ou gratificante, seja qual for o grau de familiaridade ou intimidade em que vivam.

Amigos, pais e filhos, marido e mulher, irmãos, sócios, cúmplices, inimigos, adversários, se há o vínculo, a de se ter consequências na relação. A origem desta união sendo anterior a existência atual, de acordo com o tempo e as experiências passadas entre ambos, é que formará o fator determinante, o grau de intensidade, e as dificuldades ou facilidades na adaptação que os dois irão suportar, podendo ser um sentimento positivo, de amor, de carinho, de respeito, de fraternidade que os unam, ou, estes sentimentos, mesmo que existindo, possam estar mesclados  com outros baseados na inferioridade humana, no negativismo das relações, como por exemplo, no caso em que em outra existência, mesmo que unidos pelo amor, viveram momentos conturbados, quando um dos dois se deixou levar pelas paixões inferiores e traiu seu companheiro, abandonando-o e o fazendo sofrer, tendo como consequência, na atual experiência, ao se sentirem atraídos um pelo outro, apesar do amor que os unem, extremas dificuldades de concretizarem o relacionamento, por causa da insegurança que o que foi traído sentirá, pela dúvida que o relacionamento o inspira, podendo ser levado a agir com ciúmes, ou se deixando arrastar pelo medo, pelo pressentimento do sofrimento pelo qual passou e não deseja novamente passar,

Sem dúvida, são situações difíceis, complicadas de se superar, mas, nada na vida que se relaciona com nossas necessidades cármicas são ou serão de fácil solução, principalmente, aquelas relacionadas aos nossos resgates, aos nossos débitos, as questões que nos levaram a falir em outras existências, sendo, portanto, natural, que ao recapitular situações com aqueles com que compartilhamos nossos erros, nos sintamos inseguros, temerosos, preocupados em voltar a falir, em recalcitrar, em não saber perdoar ou ser perdoado, principalmente, quando os laços anteriores que nos uniam foram forjados pelo ódio, pela incompreensão.

Quando do retorno ao plano físico daqueles que estavam vinculados em casos das obsessões, por serem inimigos declarados, algozes e vítimas, perseguidores e perseguidos, ofensores e ofendidos, energias negativas os unem, os atraem um para o outro, podendo, ambos, de comum acordo, terem se prontificado a reencarnar objetivando a reconciliação, ou esta volta pode ter sido patrocinada, sem a anuência ou conhecimento de um ou dos dois envolvidos, por não estarem ainda em condições de compreensão, quando seus benfeitores e amigos espirituais interessados que diluam este antagonismo, utilizam-se de medidas extremas para que, no esquecimento parcial da matéria, do plano físico, tenham uma oportunidade, aliados a circunstâncias que serão criadas para tal, para que se reconciliem ou que pelo menos, mudem o foco do sentimento inferior que alimentam, para atividades outras que acabem por fazer com que cada um procure um novo caminho, um novo rumo, esquecendo, temporariamente, o fel, o ódio, para que no futuro, com outros olhos, com outros sentimentos a guiarem seus passos, possam encarar a situação com mais equilíbrio e discernimento, facilitando assim a sempre possível reconciliação.

O êxito dependerá sempre da força de vontade dos envolvidos ou de pelo menos um deles, para que os vínculos negativos se desfaçam e se transformem, podendo um servir de exemplo para o outro, demonstrando toda sua determinação em mudar, em assumir seu papel na seara cristã, agindo e reagindo de forma humilde, paciente, tolerante, com amor, carinho, compreensão, sabendo suportar as dificuldades com dignidade, não agindo com ódio, com egoísmo, com orgulho, fazendo o outro ver o quanto mudou, incentivando-o para que também mude, para que desista dos ataques e das perseguições, perdoando-o e transformando o sentimento negativo em algo positivo, vindo a admirá-lo em sua nova postura ao ponto, de reverter também a sua, deixando de prejudica-lo e procurando auxilia-lo em suas tarefas, até mesmo desfazendo empecilhos que ele mesmo criara para a felicidade daquele que começou a enxergar como a um irmão em Cristo, um irmão do caminho do bem.

A solução para que o grau de afinidade, de atração, da energia que irradiamos ao nosso redor seja sempre compatível com as forças do bem, repelindo ou nos defendendo contra os ataques do mal, do negativismo, da inferioridade, está no Cristo, em seus exemplos, em seus ensinamentos, em suas máximas, que, se entendidas, compreendidas, assimiladas, vivenciadas, nos proporcionarão um bem-estar, um equilíbrio, que fará com que todos que se aproximem se sintam tocados, fugindo quando ainda não preparados para suportar a luminosidade do bem ou se aproximando, esperando que aquela luz passe também a iluminar seus passos.

- Amar a Deus sobre todas as coisas!
- Amar ao próximo como a si mesmo!
- Perdoar não sete, mas setenta vezes sete!
- Oferecer a outra face!
- Não julgar para não ser julgado!
- Amar a seus inimigos e se reconciliar com eles enquanto no caminho!


Impossível quando seguidos, de fato, estes conceitos que venhamos a falir, que não nos reconciliemos com nossos desafetos, que não atraiamos para nós as forças do bem, a companhia de nossos benfeitores espirituais, que não conquistemos a felicidade de termos ao nosso lado todos aqueles que também buscam na transformação espiritual viver e conviver com Jesus dentro do coração.

Amor






Amor, sentimento inato que cada filho de Deus carrega dentro de si, esperando o momento de florescer e irradiar em todas as direções.




Amor, que leva o ser humano a despejar-se de todas as impurezas, de todas as incertezas e o transforma no ser único, individual, indivisível, que o aproxima cada vez mais do Criador, que desperta nas pessoas que o cercam sentimentos mais nobres, destruindo todas as barreiras construídas pelo Homem para entravar a sua própria evolução.



Amor que traduz a real essência do Belo, que imprime em todas as almas a pureza e a vontade de progredir, de alcançar patamares jamais imaginados, que as eleva acima da massa comum e fornece as ferramentas necessárias para retornar ao lodo e ensinar, ajudar, resgatar a outros que ainda não puderam atingir, por si próprios, o Ideal Maior.



A história concede ao Homem parâmetros para atingir este sentimento tão nobre, rasgar o véu que encobre sua visão, pessoas e fatos que servem de exemplo para que saiba o caminho e a direção a seguir: Jesus, o modelo maior, sua vida, seus ensinamentos, seus conceitos, Kardec, sua missão de ampliar, de explicar, sua coragem, sua ousadia ao enfrentar duas forças antagônicas na época e que se uniram para desacredita-lo e impedi-lo, a igreja e a ciência, Chico Xavier, sua dedicação, sua humildade, seu devotamento, sua brandura, sua submissão.




São exemplos de puro amor, como inúmeros outros existem, em todas as religiões, em todas as épocas, em todas as raças, em todo as classes sociais, heróis e anônimos, que retrataram para todos nós que nada é impossível, que basta mudar, tirar a roupa velha e amarrotada e, através da resignação e coragem de buscar a transformação, alcançar mais um degrau no caminho evolutivo ainda aqui na Terra, ainda aqui nesta oportunidade reencarnatória.    




julho/1999






O Homem encontra ainda entraves para discernir o Puro Amor, da paixão e sentimentos mesquinhos, inferiores, como o simples desejo carnal, o sexo por sexo, confundindo assim o que o motiva a ter um relacionamento com outro ser.



Devido esta falta de discernimento, sofre, se sente desiludido em suas relações, provocando assim as mais dolorosas atitudes e reações, que varia desde a separação, cordial ou traumática, até mesmo aos crimes passionais, o que lhe acarreta, geralmente, séculos de dor e resgate futuro para suas próximas experiências cármicas, prorrogando por um período maior o reconhecimento e a assimilação íntima do que vem a ser o Puro Amor.



A revolta nestes casos, é fator predominante para o insucesso em reencarnações de resgate, pois, com o véu do plano físico a cobrir-lhe a visão, acaba por desistir do que se propôs a fazer, lamentando-se improficuamente do seu destino, vindo a provocar novos dissabores e novos ressentimentos, prolongando cada vez mais o momento de encontrar a verdadeira felicidade.



Podemos pensar que amamos alguém quando ele corresponde as nossas expectativas e realiza os nossos desejos, mas só teremos certeza de ter encontrado o Puro amor, quando aprendermos a ser felizes, pelo simples fato do outro ser, independente de ser ao nosso lado ou não. 


Para isso, precisamos domar e vencer um dos mais antigos sentimentos negativos da personalidade humana, inerente a praticamente todos nós, o egoísmo, o querer só para nós, mesmo que não seja o melhor, no momento, para os dois. 

Caso não consigamos, estaremos apenas provando que, acima de tudo, é a nossa satisfação pessoal que tem que sempre prevalecer, nos esquecendo que em uma relação, existem duas pessoas, dois universos diferentes, com objetivos, forma de pensar e de viver, possivelmente diversos entre si, tendo, inclusive, por também estarem em estágios evolutivos diferenciados, cada um com resgates, expiações, missões diferentes a realizar.

Desta forma, quem ama, dentro da concepção do Puro Amor, cede, ajuda, não julga, não impõe, perdoa, renuncia...

Quem ama vive para realizar a felicidade, em sua total amplitude, do outro ser, mesmo que para isso, em um determinado momento de sua existência, tenha que dar tudo de si, inclusive sua própria felicidade, para que o outro seja feliz.




Julho/ 1999








AMOR, continuemos a falar dele mais um pouco sem querer que isto se torne maçante, pois, no momento que isso acontecer será o mesmo que o sol parar de brilhar, que a vida pare de palpitar em cada átomo ou até mesmo que os sonhos nunca mais aconteçam para o Homem.



Sim, o amor é o sentimento que move todos os mundos criados por Deus, é a lâmpada que clareia as trevas, é o consolo ao pobre e ao aflito, é a certeza de um amanhã melhor, independente do dia de hoje.



Sim, difícil ainda exprimir sobre ele corretamente, mas façamos um esforço, tentemos compreende-lo em sua essência.



Amamos nossos filhos como amamos nossos cônjuges?

Amamos nossos pais como amamos nossos amigos?
Sentimos por todas as pessoas o mesmo sentimento?
Não existem os que nos agradam e aqueles aos quais não conseguimos sentir nem mesmo a menor simpatia?


Pensemos bem nestas perguntas e veremos o quanto estamos distante deste sentimento em sua total amplitude cósmica, analisemos friamente o que sentimos e como se torna difícil afirmar categoricamente que sabemos e podemos definir exatamente o que é o Amor.



Quando tivermos o mesmo sentimento por toda humanidade, por toda natureza, por tudo que é obra do Criador, poderemos realmente afirmar: SIM, EU SEI O QUE É AMAR!



Mesmo cientes o quanto estamos ainda distantes deste patamar evolutivo, talvez neste planeta alcançado apenas pelo Nosso Mestre Jesus, vivamos sempre focados em um dia atingi-lo, recordando que apenas o fato de querermos o bem a todos, não desejarmos conscientemente o mal a ninguém,  já é um grande passo.



Qualidade de vida, respeito pelos direitos de cidadania, uma política justa e participativa, comunidade e governantes com o mesmo ideal: o bem-estar de todos, tudo isso, na verdade, ainda soa como utopia, como um sonho distante da realidade, mas a persistência, o carinho recíproco, o respeito, a preocupação do mais forte pelo mais fraco, do são pelo doente, a verdadeira concepção do termo irmão, no tratamento recíproco entre classes, entre grupos, entre as pessoas, acabará por despertar e expandir este sentimento único, o amor, em sua mais pura concepção, capaz de unir todos em torno do ideal maior, do ideal cristão.



Pode tardar, mas o Amor predominará na Terra, é a lei do progresso, é o magnetismo irresistível que nos arrasta para frente, malgrado a vontade de muitos em ainda insistir em recapitular erros e mais erros durante séculos.



Agosto/1999