sexta-feira, 28 de junho de 2019

“O fardo a carregar nunca será superior as nossas forças.”




Muitas vezes precisamos conviver com pessoas que de alguma forma tiram a nossa paz, o nosso equilíbrio, predominando sentimentos como a antipatia, o medo, o ódio, sejam elas do âmbito mais íntimo, como familiares, até mesmo sob o mesmo teto, ou os que fazem parte do nosso dia a dia em outras frentes de relacionamento, como no trabalho, no lazer, nas atividades comerciais, entre inúmeras outras circunstâncias onde somos chamados a enfrentar dentro das atividades normais da nossa sociedade.

Isso pode ocorrer por falta de afinidade espiritual, pura e simplesmente, ou por consequências naturais de relações conturbadas advindas de outras existências, quando ocupávamos posições de adversários, de algozes, de vítimas, onde a dor, o sofrimento, a mágoa, o ódio, a revolta, o ciúmes, entre tantos outros sentimentos inferiores predominavam entre nós e os nossos antagonistas.

Na primeira opção, isto é, quando a causa principal da antipatia se baseia na desarmonia da sintonia espiritual, para o espírita, quando este faz jus a personalidade cristã esperada para este título, mais fácil se faz que as barreiras sejam superadas, porque para que a harmonia prevaleça, basta que este seja tolerante, pacífico, humilde, propenso a compreensão e ao perdão, ao respeito pleno de qualquer diferença de postura ou de opinião que possa existir, mesmo se a outra parte seja resistente a uma boa convivência, porque como diz a própria sabedoria popular, quando um não quer dois não brigam, e o espírita nunca deve desejar brigar.

Da mesma forma, se torna evidente que maior será a dificuldade de entendimento quando a origem da incompatibilidade de sentimentos seja oriunda de uma ou mais encarnações passadas, principalmente, quando não houve o perdão, ou pelo menos a boa vontade de ambos em não reincidirem em qualquer tipo de hostilidade, não fazendo renascer antigas discórdias.

Fato é, se juntos estão, é porque ambos são capazes de se entenderem e harmonizarem, mesmo que para um ou para ambos seja difícil de assumir a postura necessária, porque se estão retornando com o objetivo de apararem as arestas de seu relacionamento, é porque esta possibilidade é real, dependendo unicamente da boa vontade e da disposição de encontrarem a paz.

O orgulho, a vaidade, o mal ainda predominando nas intenções, são os fatores que mais dificultam o ressarcimento das dívidas que possam existir nos relacionamentos, quando a ausência do sentimento cristão faz com que, por vezes, se tornem ainda mais graves os fatores que os levam a divergir, até mesmo aumentando dívidas, ou gerando a reversão de posições, onde antigas vítimas que não conseguiram perdoar se tornam os atuais algozes, e vice e versa.

A compreensão que somos todos falíveis, que não somos nem piores e nem melhores que nenhum irmão do caminho, que muito erramos e ainda muito iremos errar, que por vezes devemos desculpas, e em outras somos chamados a desculpar, nos leva a ponderar, a refletir, o quanto temos a crescer e evoluir se nos dispusermos a sermos nós a tomar a iniciativa do entendimento, quando a dificuldade para esta se apresentar, assumindo de forma definitiva nossa personalidade espírita, a conduta cristã, tornando-nos mais um ponto de luz a fortalecer a harmonia espiritual no bem que um dia deverá predominar na atmosfera de nosso planeta.

Não há justificativas para a guerra quando estamos na paz de consciência, quando nos esforçamos de forma disciplinada e enérgica para fazer nascer e expandir o amor divino que temos dentro de nós desde nossa criação.

Amar a Deus e ao próximo, como também a nós mesmos, esta é a Lei, e que ela se cumpra em nosso coração!

Que assim seja!