sexta-feira, 27 de maio de 2016

Conto do mar ou será do Amor...


Um dia, em um momento da vida humana longe dos avanços tecnológicos...


Um homem simples, do interior, pouca cultura, poucas oportunidades, quase nada sabia do mundo, já que o seu se resumia ao seu pequeno pedaço de terra e sua casinha singela, rodeado pela natureza e pelos animais silvestres e domésticos. Seu contato com as pessoas limitava-se as suas idas ao vilarejo próximo, para abastecer-se do necessário, e das raras visitas dos vizinhos, que como ele, eram proprietários de pequenos sítios das redondezas.


Sempre que o nosso amigo ia a cidade, gostava de conversar com os frequentadores do empório local, e devido a sua simplicidade e sinceridade no proceder, estes gostavam muito de manter com ele longas palestras, já que estava sempre ávido para conhecer coisas novas, e sendo para ele tudo novidade, tornava-se um ouvinte atencioso e entusiasta, o que cativava e estimulava a todos os seus amigos, que se motivavam a ensina-lo um pouco mais do mundo, dos avanços e progressos da humanidade.


De todos os assuntos que abordavam normalmente, o que mais chamava sua atenção, era quando alguém, chegado de viajem, lhe falava sobre o litoral, sobre o mar, de sua beleza e magnitude, fazendo com que sua imaginação criasse as mais belas e emocionantes imagens.


No início não era assim, quando lhe falaram pela primeira vez do mar, de suas ondas a chegarem à praia, por vezes suaves como um pássaro e em outras, arredias como um potro indomável, ele não acreditou que isso pudesse existir, cético, achava que estavam apenas querendo impressiona-lo, e se o mar realmente existisse, não poderia ser assim tão imenso e tão belo como descreviam.


Mas com o passar do tempo, ao ouvir de outras pessoas relatos similares, começou no seu interior há sentir um desejo irresistível para saber cada vez mais do assunto e a partir dai, qualquer pessoa que encontrasse, ia logo abordando o assunto, perguntando se já conhecia o mar, ansioso para saber cada vez mais detalhes daquilo que já se transformara em um ideal de vida, um sonho a realizar.


Começou a notar, depois de várias conversas, que as opiniões sobre o mar eram diferentes e variadas, alguns achavam que era o que de mais belo existia no mundo, outros o odiavam, por terem tido experiências que lhes causou algum mal, gerando dramas pessoais ou com pessoas queridas; já outros lhe eram indiferentes, achando-o algo banal, e que na vida existiam coisas muito mais interessantes, ligadas diretamente aos seus próprios interesses imediatos. 



Porém, apesar das diferentes versões, o nosso amigo tinha certeza que o mar era algo muito especial, com certeza vindo de Deus, tamanha as paixões que causava nas pessoas e assim, tornou-se cada vez mais ávido em conhecê-lo pessoalmente.


Infelizmente, o tempo foi passando inapelavelmente, e ele, atribulado, com diversas dificuldades para manter o seu sustento e devido aos constantes sacrifícios para sobreviver, sem perspectivas melhores para o futuro, foi deixando aquele sonho de lado, e anos decorreram sem que nada de novo acontecesse, deixando para trás sua juventude, sua alegria, suas esperanças. 



Na verdade, já considerava impossível realizar seu antigo ideal ainda nesta Vida, mas, como tinha fé em Deus, Este quando resolvesse leva-lo para ocupar seu lugar no céu, lhe permitiria dar um pulinho até lá, até o mar, e sentir de perto aquilo com que sonhou durante toda sua vida, nem que fosse por alguns instantes, fugazes instantes.


Mas o homem nunca sabe o destino que o seu Criador lhe reserva, e certo dia, um rico fazendeiro da região, que sempre admirou sua honestidade e tenacidade no trabalho, convidou-o para acompanha-lo em uma viagem a capital da província, e como ela duraria alguns meses, deu-lhe todas as garantias que sua terra seria cuidada e que nada ficaria ao abandono e, por este motivo, não admitia recusa. E assim, desta forma, mesmo receoso, nosso amigo não teve outra opção que não fosse aceitar.

Após todos os preparativos, iniciaram a viagem de trem para a grande metrópole, e desnecessário explicar todo entusiasmo e deslumbramento que tomou conta do seu ser, extasiado com a paisagem, com as pessoas e com as cidades que conhecia a cada parada da máquina. Chegando finalmente ao destino, não cansava de admirar o progresso e a civilização que para ele era totalmente desconhecida; enormes prédios, o vai e vem das pessoas, que com pressa sequer notavam sua presença, as luzes da cidade a noite, tudo que só conhecia por relatos de amigos, os quais nunca imaginou que seriam tudo aquilo a que assistia, admirado e assustado.


Meses se passaram e um dia o seu amigo o comunicou que teria que resolver vários problemas em uma cidade próxima, e que, como era uma bonita cidade, poderiam passar bons momentos entregues a diversão e ao lazer. 



Ele foi confiante e na certeza que conheceria mais uma cidade das muitas que estava visitando, já esperando encontrar a mesma grandiosidade, a mesma movimentação a que já estava se acostumando, e por isso, no fundo, sentia-se desanimado, sem mesmo nenhuma vontade de continuar naquela excursão, e sobre isso nada falava, exatamente para não desapontar ao querido amigo que demonstrara tanto carinho e boa vontade para com ele, fingindo assim, um entusiasmo que no fundo não sentia, contrariando ao que se passava em seu interior, já que tudo aquilo começava a mexer com os seus sentimentos, fazendo nascer uma saudade profunda da simplicidade da sua casa e de seus animais queridos.


Ao chegarem à cidadezinha, o seu amigo alugou um veículo, levando-o no mesmo dia para passear, prometendo que iriam a um lugar lindo, onde a força maior, a natureza, a tudo comandava. 



Ele sorriu timidamente, pensando que o lugar lindo onde ele gostaria de estar agora era em sua terrinha, e foi apenas nisso que pensou durante todo o trajeto, encostando sua cabeça no banco e fechando os olhos, ignorando a bela paisagem que acompanhava a rodovia, preferindo relembrar de sua cidadezinha, de seus amigos, do nascer do sol, que era uma pintura, visto da janela do seu quarto, recordando o suor e a fadiga do arado e como seria bom poder retornar ao seu mundinho simples, tão diferente daquela agitação dos últimos meses, rodeado de pessoas indiferentes a tudo que ele gostava, como se não ligassem para nada e para ninguém, apenas para si mesmas, para seus problemas, ignorando totalmente ao próximo, contrariando o que havia aprendido quando criança, quando conhecera os ensinamentos de seu amado Jesus.


De repente o veículo estancou, e seu amigo, tocando-o levemente no ombro, pede que abra lentamente os olhos. Ele suspira profundamente, por ver desaparecer a bela imagem do seu sítio, abrindo os olhos e, simplesmente, não acreditando no que vê...


Meu Deus, pensou, o que poderia ser aquilo que se descortinava à sua frente? Que maravilha seria aquela que, de tão grandiosa, se perdia de vista em sua própria imensidão?


Mas claro, logo reconheceu, já ouvira falar dele tantas vezes, sonhara com ele sua vida inteira, claro só poderia ser e era: O Mar!


Estava ali bem perto, ao alcance de suas mãos, com toda sua beleza, toda sua energia, e sem que conseguisse impedir, lágrimas começaram a deslizar pelo seu rosto, exprimindo toda sua felicidade, toda emoção represada há tanto tempo em seu coração, fazendo com que saísse do carro, que chegasse mais perto, brotando em seu íntimo, de forma natural, uma oração, um louvor de agradecimento a Deus, por estar recebendo ainda em vida aquela dádiva dos céus, que em sua humildade, julgava não merecer.


Seu amigo, respeitando aquele momento mágico, sussurrou em seu ouvido que logo retornaria para busca-lo, que tinha que resolver problemas urgentes, mas que ele não se preocupasse, não se apressasse, que ali ficasse o tempo que julgasse necessário. 



Ele mal ouviu, balançando afirmativamente a cabeça, sem conseguir desviar os olhos das ondas que suavemente chegavam e se misturavam à areia da praia. Lentamente foi caminhando, estranhando a maciez do solo ao contato dos seus pés, até chegar bem próximo ao mar, sentindo, de repente, uma estranha sensação, de que já havia, em algum período da sua existência, percorrido aquele caminho, que já tinha anteriormente sentido toda aquela emoção e sem saber explicar, um sentimento de culpa e medo o invadiu, como tivesse sido ele a causa de estar a tanto tempo afastado e separado do mar, do seu amado mar.


Devido a isso, mesmo estando a apenas alguns metros de seu sonho, estancou, sem coragem de entrar, nem mesmo molhando os pés, com medo que qualquer coisa que fizesse, que qualquer outro passo que desse, o afastasse de novo daquilo que para ele era todo um ideal de beleza e de vida. Uma luta íntima começou a ser travada em seu coração, já que uma força irresistível o atraia para aquela imensidão, e ao mesmo tempo, algo o impedia e o coagia de prosseguir. 



Neste dilema, deixou transcorrer o tempo, sem noção de quanto, sem saber que atitude tomar, pela primeira vez em sua vida sentiu-se completamente só, sem ninguém para compartilhar aquele momento, recapitulou em segundos todos os amigos que até então conhecera e não conseguiu lembrar de nenhum que pudesse compreender o que sentia naquela hora, alguém que pudesse ajuda-lo a sair daquele impasse.


Quando se sentia cada vez mais solitário e deprimido, algo, como um raio, transpassou sua mente, iluminando todo o seu ser, é claro, como pode ter se esquecido, como pode ter sido tão injusto com Ele ao ponto de ter se sentido só e abandonado, como pode esquecer daquele Amigo que durante todos os anos de sua vida o ajudou e sustentou, que carinhosamente o amparou nos maiores sacrifícios que precisou enfrentar e superar, que sempre acendeu uma luz em seu coração quando este ameaçava escurecer devido ao desânimo injustificável que várias vezes o invadira em sua existência.


Então concentrou todo o seu pensamento Naquele que sempre o guiara no caminho certo, que também tivera uma vida de sacrifícios, imensuravelmente maior que a dele, e então orou, entre lágrimas, comovidamente, intensamente, agradecendo ao seu Amigo, seu eterno exemplo, seu eterno Mestre e companheiro: Jesus!


Quando terminou, estava totalmente tranquilo, em paz, todo aquele aperto no coração havia desaparecido e uma voz se fez ouvir em seu interior, como se fosse trazida pelas ondas, em resposta às suas dúvidas:


“Meu amigo não temas, lembre-se que não cai uma única folha sequer sem o conhecimento do Pai, questionas se deves ou não entregar-se ao sentimento que te atrai para o que sempre idealizastes em vida, eu só posso te dar uma resposta:

Aguarda!



Se encontrastes o que tanto procuravas e tua consciência te alerta, ouça-a, talvez, para que de fato venhas a concretizar teu sonho, algo ainda esteja faltando em teu íntimo para, quando a ele te arrojares com toda sua paixão e toda sua energia, sejas dele e ele seja teu para toda eternidade, espere, sinta, reflita e aja, vá buscar dentro de ti o que falta, não só para molhares os pés, mas para que se banhes, se entregues de corpo e alma a felicidade suprema que só a união com o teu mais caro ideal pode te proporcionar.”


O silêncio voltou a reinar, apenas quebrado pelo murmúrio das vagas, suave brisa o envolve, fazendo sentir e respirar toda a energia dispendida pelo mar, fazendo encontrar a resposta que tanto esperava, dispersando todas as dúvidas, todos os medos. Sabia agora que, se a vida o obrigasse a voltar para o seu mundinho, se algo fora do seu controle o afastasse definitivamente de seu mar, nada mais faria com que ele duvidasse de sua existência, sim, seu mar existia!


Está bem ali, diante de seus olhos, vivo em toda sua imensidão e beleza, e por mais que o arrastem para longe, ele estará gravado para sempre em seu coração, e mesmo que passem séculos até que possa reencontra-lo, sua imagem estará por toda eternidade em sua alma.


Sorriu, algo mudara para sempre em sua vida, um novo brilho se nota em seu olhar, a água do seu mar estava a centímetros dos seus pés, límpida, cristalina, pura, bastava mais um único passo, sim, ele seria seu, ele seria dele, sua escolha, sua decisão, sua vida, ele, apenas ele a decidir...

Avançou...



Fim

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Fomos criados em igualdade de condições...



Somos todos filhos do mesmo Pai, irmãos em um infinita e grandiosa jornada evolutiva, com os mesmos objetivos, na busca de um mesmo ideal: a Perfeição!


Fomos criados em igualdade de condições, e após atingir a etapa evolutiva do discernimento, na condição humana, ao passarmos a ter o conhecimento do certo e do errado, começamos a construir lentamente o nosso destino, de acordo com nossas tendências, com nossas escolhas, devido ao que de mais sagrado Deus ofertou a cada um de nós, o Livre Arbítrio, a capacidade que temos, como individualidade eterna, de escrever a nossa própria história, com nossos erros e acertos, com o nosso esforço, com as nossas forças.


É a partir daí, então, que passam a surgir as diferenças, as variáveis, com destino único, cada um escolhe seu caminho, a forma como irá atingi-lo, o tempo e a distância que irá precisar para chegar, com inúmeras similaridades, mas nunca de forma idêntica, cada um com sua identidade, com suas particularidades, com suas necessidades e prioridades, o que acabar por gerar, naturalmente, as diferenças, os estágios, onde muitos, desde cedo, já caminham resolutos no caminho do bem, com seus defeitos, seus erros, seus abusos, mas sempre tentando acertar, tentando se corrigir, na luta para dominar aquilo que seu subconsciente já aponta como sendo prejudicial para si mesmo, enquanto que outros, a grande maioria, prefere o imediatismo do prazer, da conquista, utilizando-se de todas suas forças para tomar o que deseja, para conquistar, independente se isso irá trazer a dor e o sofrimento para o próximo, levados pelo egoísmo, a maior chaga da humanidade terrestre, o orgulho desmedido, a vaidade, a cobiça, a prepotência, a sede do poder e das riquezas, entregando-se a efemeridade dos prazeres carnais e mundanos.


Assim todos nós, entre erros e acertos, entre provas e expiações, entre aprendizados e repetições de desagravos a nossa consciência, vamos lentamente avançando em nossa senda evolutiva, cientes que tanto individualmente como coletivamente, como sociedade, ainda distantes estamos de nosso objetivo final, ainda mais pelas díspares formas de pensar e de agir, de crenças políticas e religiosas que caracterizam nosso planeta, onde muitos adiantados estão em tecnologia e ciência, enquanto que outros já têm uma condição e percepção maior dos reais valores que devem nortear as relações humanas, baseados na paz, no respeito, na igualdade de direitos e deveres, no amor, onde uns ainda se entregam ao fanatismo, enquanto que outros preferem o nada e a recusa de admitir a existência de uma força maior a comandar nossos destinos, onde uns se entregam aos crimes, a inércia, a maldade e o desprezo pela vida humana, pela natureza, enquanto que outros já renunciam a sua própria felicidade e conforto em prol do próximo, do mais carente, dos deserdados do mundo.


Algo notório e certo é que não estamos, no plano físico, sós, abandonados ao sabor de nossas próprias iniquidades, acompanhados estamos de perto por uma plêiade de espíritos que formam conosco a comunidade terrestre, bilhões de seres nos mais variados estágios evolutivos, tanto gerando e atuando nas forças positivas e construtivas, como nas negativas e desagregadoras, em um constante embate, até que, como prometeu Nosso Amado Mestre Jesus, mesmo que como tal não seja reconhecido por muitos, todas as desgarradas ovelhas de seu rebanho, como Governador de nosso planeta, retornem ao redil, alcançando ao estágio onde o bem definitivamente predomine, nos possibilitando mais altos voos, como individualidade e coletividade, nas infinitas possibilidades de estudo e trabalho que nosso Universo oferece.


As forças do bem sempre presentes, apesar da aparência do caos que muitas vezes a nossa humanidade assume com suas equivocadas ações inferiores, garantem o equilíbrio, administrando de forma segura e equilibrada a lei de causa e efeito, a lei do carma, onde aprendizes que somos, de acordo com nossas escolhas, vamos traçando nosso caminho pelo amor ou pela dor, pelo trabalho útil ou pelo sofrimento, sempre respeitando ao nosso direito de agir, dentro de nosso raio de ação, desde que não venhamos, indevidamente, invadir o espaço alheio, pois, se as leis e as penitenciárias humanas servem como agentes limitadores de abusos com características correcionais, assim por vezes, também, precisam agir os agentes das leis divinas, coibindo abusos, e delimitando a área de atuação, aos que, deliberadamente, se entregam aos abusos e erros de todas as espécies, dominados que ainda são pelas mais diversas paixões inferiores, pelos sentimentos negativos que ainda não venceram ou não se propuseram a combater.


Como modelo, temos Nosso Mestre Jesus, seus exemplos e ensinamentos são a base do reto caminho rumo ao nosso objetivo maior, enriquecidos agora pelo advento de seu Consolador, a Doutrina Espírita, que veio delinear as leis cármicas, o forte elo que nos une ao nosso passado, as nossas anteriores existências e experiências, e aquilo que precisamos corrigir, quitar, resolver, transformar, antes de darmos prosseguimento de forma produtiva ao nosso avanço rumo a novos e valorosos desafios.


Traçado e apresentado o caminho, resta a cada um a própria vontade, a própria iniciativa, o desejo sincero da renovação, assumindo seu papel de forma responsável frente as conquistas íntimas necessárias para não mais recalcitrar e repetir os mesmos erros que até então formaram e caracterizaram sua jornada individual, atraindo para si com o estudo, com o trabalho, as forças espirituais positivas, seus benfeitores, seus mentores, seus amigos, se fortalecendo em suas resoluções, vindo a agregar as forças positivas de nosso planeta, passando também, no futuro, a se tornar um agente aliciador, transformador, auxiliando aos seus irmãos do caminho que como ele, hoje, ainda hesitam em avançar e assumir o seu papel nas falanges do bem de nosso Universo Cósmico.



A cada um sua escolha, seu destino, que seja no bem, sempre.     

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Muitos até hoje ainda enxergam a Deus como um velhinho de longas barbas brancas...




Temos o hábito de apequenar os que são superiores a nós, alguns para se sentirem mais importantes, outros para se sentirem mais próximos daqueles que admiram, veneram, amam.



Muitos até hoje ainda enxergam a Deus como um velhinho de longas barbas brancas, em seu trono, com uma corte de querubins à sua volta, alternando, de acordo com a situação, momentos de amor, de alegria, de ira, de uma justiça implacável, e até mesmo, de vingança, rebaixando-o aos sentimentos de um ser humano normal, sujeito a alteração de humor, de vontades, de leis.



Da mesma forma, imaginam seres alados os nossos anjos da guarda, pairando sempre à sua volta, à sua disposição, como babás, evitando que venham a sofrer um acidente, os livrando das consequências de suas inconsequências, conseguindo o trabalho que almejam e o amor que desejam, e até mesmo que consigam a vitória do seu time querido, seu candidato preferido, estendendo as disputas esportivas e políticas pelos céus afora.



Como minimizamos nossos objetivos, nossos ideais, aquilo que temos e desejamos conquistar, valorizando o mundanismo da vida, os objetos materiais, o conforto, a beleza física, o poder temporal, também deixamos de conceber a devida importância e magnitude a Deus e as infinitas possibilidades de crescimento que temos ao nosso dispor, desde que nos voltemos ao estudo e a valorização das conquistas subjetivas, não mensuráveis materialmente, como o enriquecimento de nosso conhecimento, de nossa cultura, das energias que nos rodeiam, da vida em sua mais ampla concepção, na interação possível e real que todos temos atualmente com o plano espiritual, plano este do qual somos originários, e do qual, no plano físico, longe ainda estamos de usufruir de todos os seus benefícios, de tudo aquilo que pode nos acrescentar como individualidade e coletividade, tanto em termos espirituais, como materiais, com novas tecnologias, novas descobertas cientificas, novas possibilidades evolucionárias, que intuitivamente no decorrer das décadas chegam até nós.



Devemos, sim, por estarmos encarnados, cumprir os objetivos e exigências que a vida material nos trás, estudando, trabalhando, buscando uma estabilidade financeira, a constituição e a valorização do núcleo familiar, nos dando direito a usufruir ao que a existência carnal nos oferece, mas sem perder o foco principal que deve nortear as nossas ações e nossas prioridades, que é a transformação espiritual para o bem, ainda mais quando temos já a possibilidade de conhecer a Doutrina Espírita, de a estudarmos, de aceitarmos os princípios nela contidos como fatores norteadores do caminho que nos fará crescer como individualidade.



Desta forma, todos que passam a buscar o conhecimento, a ampliação de seu raio de ação, da interpretação dos fatos e acontecimentos da vida, daquilo que é explicável pela lei de causa e efeito, da ação e reação, da interligação do nosso passado de outras existências com a atual, através da lei da reencarnação, assume perante sua própria consciência, um novo compromisso, onde não mais a ignorância do dever lhe servirá de justificativa e atenuante para os desvios do caminho que venha a tomar, sendo este o preço a pagar por aquele que ousa desafiar a ignorância, o mesmismo, as limitações intelectuais, espirituais e morais, nas quais, por livre iniciativa, tomou a liberdade de enfrentar e se livrar.



É o mesmo que acontece com aquele que ao entrar em uma empresa nos cargos mais subalternos e de menor expressão, por ambição, por meta, começa a se esforçar, a tudo aprender, a realizar cursos, a galgar degraus dentro da hierarquia de seu trabalho, vindo a assumir a função daqueles que tem o compromisso de direção e comando, com isso, tendo sim, maiores possibilidades de ganho material, de melhoria do seu padrão de vida, de mais ampla capacidade intelectual e de liderança, porém, ciente que deverá assumir as responsabilidades do cargo e da posição que passou a assumir, tendo a consciência que, ao mesmo tempo que as realizações de sucesso lhe angariarão maiores frutos, os seus fracassos, os seus erros, a cobrança, a vigilância sofrida, os empecilhos criados por adversários, pelos que invejam sua posição, também serão muitos maiores, assim como maior poderá ser a sua queda se não vivenciar suas obrigações e suas responsabilidades de forma firme, cordata, produtiva, realizadora, de acordo com as condições íntimas que passou a possuir para efetiva-las.



Deus, assim como a espiritualidade superior, em essência, estão muito além de nossa capacidade de compreensão, de definição, sendo uma força, uma energia, ainda por nós totalmente desconhecida, as quais temos condições de ter uma pálida ideia ao estudarmos e avaliarmos a perfeição da natureza que nos rodeia, o movimento uniforme e constante dos corpos celestes, assim como a imensidão de nosso Universo, no qual somos uma das mais ínfimas partículas, como planeta, o que nos dá a noção de tamanho e importância como individualidade.



Orgulho, vaidade, egoísmo, prepotência, são os sentimentos inferiores que insistem em nos dominar quando ainda conclamamos o nada como força criadora de tudo, ou em um criador sujeito aos mais ínfimos vícios e paixões que nos dominam, barganhando e comercializando sua existência, tentando impor normas de conduta baseadas em interesses escusos e manipuladores, tentando fazer de Deus um comandante elitista, que privilegia quem o bajula, quem finge representa-lo, como se qualquer um de nós pudesse saber o que vem a ser, de fato, o ser que criou todo o Universo Cósmico.



Como Allan Kardec, no Livro dos Espíritos, podemos, dentro de nossa limitada capacidade de compreensão, tentar defini-lo através das mais puras qualidades que representam os sentimentos humanos, e que damos a seguir:




“...Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo poderoso, soberanamente justo e bom...”




Se longe estamos de ter o conhecimento e a noção do quanto ainda temos a evoluir, aprender, crescer, não podemos negar que já temos, pelo menos, a direção a seguir, trazida pelo Cristo, com seus ensinamentos, seus exemplos, colocando como condição primordial para que estejamos aptos a avançar dentro de novos e mais abrangentes conhecimentos, o equilíbrio íntimo no Amor, sendo a conquista deste, em sua essência, a força principal que nos levará a não mais nos desviar de nossos objetivos maiores, aprendendo a valorizar a concórdia, a humildade, a sinceridade de intenções, a natural capacidade de perdoar, de relevar, de compreender as diferenças evolutivas, sem mais corrermos o risco de nos deixar arrastar pelo negativismo, pela postura inferior que nos prendem a limitações e obstáculos, que nos impedem de uma maior compreensão de nosso ideal maior.



Se ampliarmos nossos sonhos, a nossa visão sobre o futuro que poderemos vir a alcançar dentro de novas possibilidades de estudo, de trabalho, de realizações, dentro dos parâmetros e ensinamentos que nossos irmãos espirituais nos vêm trazer através do intercâmbio mediúnico, nos dando a certeza da continuidade da vida após a morte física, nos apresentando a validade de nosso esforço em superar obstáculos e dificuldades de forma segura, honesta, dentro da concepção do bem, estaremos sim, assumindo maiores responsabilidades sobre nossos atos, sobre nossas escolhas, afinal é o preço que todo aquele que quiser se livrar da ignorância precisa pagar, porém, ainda dentro dos exemplos que nossos benfeitores nos trazem, sabemos ser a recompensa de nossos esforços infinitamente superior quando, de fato, conseguimos vivenciar na prática, aquilo que elegemos como prioridade na teoria, nos dando assim, pela convicção que todo esforço é válido quando o objetivo maior é crescer e avançar, riquezas muito maiores daquelas que são oferecidas pela sociedade humana, aquelas que nos serão doadas coroando o nosso esforço, pela Força Maior que nos comanda, por Deus, que vem a ser maiores e mais valiosas oportunidades de aprendizados e realizações.       



sexta-feira, 13 de maio de 2016

Uma pitada no momento político...




O atual momento político do nosso país me fez lembrar um caso da minha juventude quando, em um dia lá pela década de 70, na sala que eu estudava, no Colégio Escolástica Rosa, em um intervalo de aula, toda a minha turma cantava e batucava nas carteiras, e eu e um "amigo" meu, sentados na mesa da professora acompanhávamos o ritmo batendo os pés na lateral da mesa, quando então, eis que surge, nos surpreendendo, não o temível inspetor de alunos, mas o próprio Diretor, o que fez que toda classe ficasse em segundos em um absoluto silêncio, lembrando apenas que estávamos em pleno regime militar, o que refletia naturalmente no regime escolar, onde um fato que poderia ser facilmente resolvido com uma conversa, se tornava naturalmente um caso de punição.





Bem, como toda classe não poderia ser punida, o Diretor resolveu levar os "líderes " do movimento, os que estavam na mesa da professora para a diretoria, e ambos já sabíamos que o ocorrido geraria uma suspensão, porque anteriormente já havíamos sido "detidos" por transitar nas dependências do Colégio sem avental, isso mesmo, avental, ou guarda pó como muitos possam preferir.





Mas, como na época já éramos revolucionários, sim, apesar de contar apenas com 15 anos já éramos politizados, não politizados de memes de Facebook, politizados mesmo, de discutir com os pais, com os professores, o período de opressão e medo que todos viviam, afinal Santos recebeu até a alcunha de Moscou brasileira, o que nos fez enfrentar a eminente punição de cabeça erguida, ainda mais porque nossa escola era de frente a praia, e como fizemos da última vez, já havíamos planejado não contar para os nossos pais da suspensão, passando o período das aulas nos jardins internacionalmente conhecidos da Praia de Santos.





Porém, e sempre há um porém, o serviço de inteligência do Colégio já deveria estar informado destas artimanhas dos alunos, porque nosso diretor nos suspendeu, mas não por um ou dois dias, mas por tempo indeterminado até que nossos pais comparecem à escola.





Bem, acho que posso pular a parte do desespero, do terror, do pânico, já que naquela época um pai ter que ir até a escola, isso mesmo, o Diretor não queria a mãe, mas o pai, já nos esquentava as orelhas e as costas, sim, porque nossos 15 anos não nos garantiam privilégios ou concessões, apenas cintas, e com sorte, tapas.





Bem, lá estávamos no dia seguinte, eu e meu pai, esperando para falar com o Diretor, quando a porta se abriu e da sala saíram meu "amigo" e o seu pai, e passaram por nós rapidamente, sem que ele tivesse nem ao menos olhado pra mim. Respirei fundo, engoli seco e entramos, meu pai se sentou a convite do Diretor e eu fiquei de pé, na expectativa.
O Diretor perguntou ao meu pai se ele sabia o motivo pelo qual tinha sido chamado, e após ele responder que sim, se dirigiu a mim e pediu que eu contasse, com minhas palavras o ocorrido.





Contei a verdade, que estava sentado na mesa da professora, e que acompanhava com os pés a música que estava sendo cantada pela classe. E algo a relevar, é que em minha concepção nada fizera de mal, afinal estávamos nos divertindo pacificamente no intervalo, nada de mais, mas, eram outros tempos, onde a alegria coletiva não era muito bem vista, então, lá estava eu na mea culpa.





Depois de ter contado, o Diretor olhou bem nos meus olhos e perguntou, e seu amigo? Estava batendo com os pés na mesa também?





Instintivamente, talvez porque tenha crescido na rua, no meio da molecada, respondi que não lembrava, que não sabia e não tinha prestado atenção, código de honra, quem é da minha época sabe.





E, para minha surpresa, ele se levantou, tirou os óculos, apertou minha mão e me deu um tapinha nas costas:





- Parabéns meu filho pela sua sinceridade e coragem, porque seu amigo que acabou de sair daqui falou que estava só encostado na mesa, e que era você que estava batucando, e além disso, o pai dele, citando o nome de um seu amigo Capitão do exército, "pediu" para que fosse retirado qualquer observação da ficha do seu filho.





Ao final, meu pai que entrou na sala furioso com o filho, dela saia orgulhoso, e até pagou até um refrigerante na cantina!




Quanto ao meu amigo...ah deixa pra lá...como eu, seguiu a vida dele, e lembro até hoje do seu nome, Norberto, mas sem diferença nenhuma, poderia bem se chamar Michel Temer...

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Para pensar...



Ampliando nosso raio de visão, além do nosso círculo familiar, do nosso trabalho, do nosso rol de amizades, daqueles com quem convivemos no trato diário, vemos os que formam nossa sociedade, as pessoas de nosso bairro, de nossa cidade, de nosso estado, de nosso país, onde mesmo com alguns aspectos regionais e culturais a nos diferenciar, assim como sociais e religiosos, acabamos por nos afinar e nos aproximar, nos sintonizando nas tendências, nas formas de agir e de pensar, fato normal, considerando-se uma nação como uma individualidade única frente às outras.


Seguindo esta linha de pensamento, viajemos até outros países, outras culturas, estas sim, na maioria dos aspectos, totalmente diferentes da nossa, principalmente no que se refere aos países orientais, do oriente médio, do continente africano, onde os costumes, a religião, os valores éticos e morais, divergem de maneira mais significativa, em relação ao que nós estamos acostumados a valorizar e vivenciar em nosso dia a dia.


Infelizmente, o maior fator da diferenciação em termos de ideal que hoje que vemos entre os povos, aquele que mais impacta no relacionamento global, ao contrário de um passado recente onde os regimes políticos se enfrentavam e combatiam, é o fator religioso, onde o fanatismo de ideias e ideais, gera o separatismo, a agressividade, o preconceito, a intolerância, fazendo com que seus principais seguidores deixem de lado os princípios básicos de todas frentes religiosas, o amor e a paz, e busquem nas conquistas violentas, nas reações reacionárias, a imposição de sua forma de agir e de pensar.


De um lado a religião infiltrada no poder temporal da política, do outro, a política tudo fazendo para deixar a religião afastada e submissa, não percebendo que não são seus dogmas que devem nortear as decisões do estado, como outrora fora com o poder papal, mas sim os sentimentos que ela representa, longe do poder temporal do homem, de suas paixões, de suas tendências inferiores.


De um lado do mundo, a religião é posta pela dominação política, do outro, pela imposição do capital, sendo que em ambos os casos a religiosidade humana serve de moeda de troca, de negociação, da ambição de poucos utilizando-se da manipulação de muitos, sendo os valores de Maomé, de Moisés, do Cristo, reduzidos a meras negociatas de poder, de riquezas materiais, enquanto que um lado faz seus seguidores empunharem armas e bombas, enquanto que o outro faz com que os seus visualizem só seus projetos de riqueza material, consequentemente, utilizando-se da boa vontade humana para encher seus cofres.


O que o ser humano precisa conquistar, e muitos, recuperarem, é a essência que formaram a base de todas as religiões, onde a ética, a moral, a justiça, a fraternidade, o respeito, o amor, prevaleçam, independente do que cada um acredite e valoriza para si, seja como individualidade ou como coletividade, porque se não aprendermos a respeitar a forma de pensar do próximo, nunca encontraremos a paz e a segurança para vivermos de forma produtiva e enobrecedora, assim como nossos filhos e as novas gerações que formarão nosso orbe terrestre.


Independente de nossa religião, de nossa preferência política, de nossa raça, do nosso sexo, todos temos o direito de viver em paz e em harmonia, dentro de um espaço coletivo onde todos se respeitem e não tenham como objetivo a dominação e o poder, pois estes, quando impostos, trazem consigo sempre os mais perniciosos sentimentos, como o egoísmo, a vaidade, o orgulho, a cobiça, a usura, mesmo que estejam disfarçados por ideais ou por aparentes razões nobres e de uma suposta honra.


Muitas nações, não reconhecem a autoridade moral do Cristo, tendo como guia de sua religiosidade outros emissários das Verdades Divinas, como Moisés, Maomé, Buda, entre outros, porém, dentro dos conceitos estabelecidos pelo Mestre, seus ensinamentos, seus exemplos, é Ele, como mesmo afirmou, o Caminho, a Verdade e a Vida, pois se baseia unicamente nas maiores necessidades que hoje enfrentamos como humanidade terrestre, quando vemos faltar a paz, a fraternidade, o respeito pelas diferenças, e, principalmente, o Amor.


Porém, se paramos para analisar, aqueles que deram continuidade aos seus ensinamentos, como ocorre até hoje, podem ser considerados os principais adversários para que seu ideal maior não se estenda para além das fronteiras daqueles que não o aceitam e não o reconhecem. Desde os primeiros séculos da nossa era, os principais países e nações que ergueram a bandeira do Cristianismo, partindo de Roma, e se estendendo pelo mundo Ocidental, primaram pela mesma postura a qual hoje criticamos em outras fanatizadas religiões, ou seja, sempre levaram o Cristo por imposição, pela força, pelas armas, pelas guerras santas, pelas inquisições, pela perseguição dos que dela discordavam, utilizando-se da violência para fazer valer um ideal de Puro Amor, sem perceber a total discrepância, tal as barbaridades que se cometeram, e que em muitos lugares até hoje se cometem, em nome Daquele que veio, exatamente, para se antepor a esta forma de domínio, valorizando o perdão, a reconciliação, e o amor até mesmo para com aqueles que se considerem nossos inimigos.


Assim, como fazer ver a outras correntes religiosas que podem confiar no Cristo porque Ele representa o Amor e a Paz, se até hoje as principais nações que o tem como ideal ainda preferem resolver suas situações pela guerra e pela imposição de ideias?


Como demonstrar para irmãos que não conhecem o Cristo que Ele é Puro Amor e Bondade, se nem mesmo seus representantes e seguidores nisso acreditam, ainda preferindo fazer de Deus um ser vingador, punitivo, separatista, e que privilegia uma ou outra casta?


Entre os países ocidentais, onde o Cristianismo se mantém vivo e atuante? Onde quem está de fora consegue enxergar naqueles que dizem seguir o Cristo, a bondade, o respeito, a humildade, a mansidão, a fraternidade, a caridade, a natural tendência ao perdão e a compreensão das diferenças que o Mestre representa em sua essência?


A Doutrina Espírita, mesmo que muitos cristãos não a reconheçam como tal, é o Consolador Prometido por Jesus, que veio explicar aquilo que o homem da sua época não estava preparado para entender, como a lei da reencarnação, da multiplicidade de mundos e de existências, da causa e efeito, que traz uma nova luz para as gritantes diferenças sociais, intelectuais, físicas, e morais que diferenciam a sociedade humana, demonstrando que todos temos à mesma origem, com o mesmo ideal maior, mas que percorremos cada qual um estágio único de nossa jornada evolutiva, sendo o momento que hoje vivemos no plano físico um mero segundo dentre a imensidade de possibilidade e oportunidades que a eternidade espiritual tem a nos oferecer.


Porém, como espiritas, não podemos repetir os mesmos erros que em um passado culposo, em outras vidas, talvez já tenhamos cometido, e que muitos até hoje o cometem, não nos prendendo a dogmas e a conceitos, a discursos, livros, palestras, reuniões, conclaves, sem vivenciar, em nosso dia a dia, de fato, os conceitos e preceitos que formam à nossa Doutrina, e que nos orientam para nossa evolução como individualidade.


Se o Espiritismo é o Cristianismo redivivo, precisamos viver, agir, reagir, enfrentar nossas adversidades, realizar nossos sonhos, alcançar nossos objetivos, de forma cristã, dando a Cesar o que é de Cesar, e a Deus o que é de Deus, desta forma, quando alguém se identificar como espírita, aquele que não o é, verá alguém pacífico, solidário, amigo, fraterno, amoroso, honesto, justo, compreensivo, tolerante, ou seja, alguém de acordo com os preceitos que sua Doutrina ensina, e os preceitos que seu Mestre Maior, Jesus Cristo, representa.


Já atingimos, como coletividade espírita, a este ideal?


Cada um de nós, analisando a si mesmo, como pensa, como fala, como age, com o que prioriza e tem como necessidade, pode afirmar que vive como um espírita, como um cristão?


Enquanto não nos modificarmos como individualidade, não nos transformaremos como coletividade, e consequentemente, não faremos prevalecer o espírito cristão em nosso planeta, porque o Cristo, como muitos pensam e afirmam, não está ultrapassado, Ele não gerou guerras, Ele não gerou preconceitos, Ele não gerou separatismo, Ele não pediu dinheiro para suas obras, Ele não prometeu sucesso profissional ou pessoal, Ele na Verdade, desde que aqui passou, há mais de dois mil anos, sempre esteve entre nós, mas nós, até hoje, em sua essência, nunca estivemos com Ele.



Para pensar...