quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Amor e Sexo




Bem próximos ainda estamos da animalidade inferior que baseia as relações sexuais puramente no contato físico, e mesmo assim, eles, os animais, a buscam unicamente para um dos seus objetivos principais, que é o da reprodução das espécies.


Já o homem se deixa levar por seus desejos, por suas necessidades íntimas imediatas, pouco se importando na maioria das vezes com o caráter reprodutivo, chegando mesmo a extremos, quando a violência, os atos imorais, prevalecem sobre a razão, para satisfazer seus instintos inferiores, não tendo como estímulo nenhum sentimento nobre, de carinho, de respeito, de amor pela parceira ou parceiro que procura.


Estupros, sedições, pedofilia, prostituições, inúmeras formas violentas e doentias, onde aquele que não consegue o equilíbrio sobre seus desejos extravasa toda sua inferioridade sem limites, acumulando para si, pesados débitos a serem ressarcidos em ocasiões futuras, preso nas teias dos próprios desvarios, principalmente, quando suas vítimas não conseguem perdoa-lo, perseguindo-o sem descanso, presas ao ódio e ao desejo de vingança.


Os desequilíbrios e as quedas espirituais causadas pelos desvios sexuais são inúmeros e arrastam consigo suas vítimas, seus algozes, enredando-os, quando longe do sentimento cristão, em processos obsessivos dolorosos e duradouros, deixando previsto um futuro onde a necessidade do reencontro se fará premente, tendo o sexo ou a ausência dele, como fator principal para que consigam provar que já conseguem encara-lo como uma das forças motrizes para nossa evolução espiritual, doado por Deus para que a alegria e o êxtase façam parte deste processo, quando utilizado com consciência e em toda sua plenitude realizadora.


Sexo sem amor sempre foi uma constante, devido ao estágio evolutivo de nossa humanidade, entretanto, nos dias de hoje, agravou-se esta situação devido aos avanços tecnológicos e científicos que atravessamos, onde a informação, as perspectivas, as prioridades, são moldadas por quem detém este poder, de acordo com os interesses materiais e econômicos, instituindo uma liberalidade que ultrapassa todos os limites do bom senso, fazendo com que cada vez mais cedo nossas crianças tenham despertadas sua libido, e consequentemente, seu interesse pelo assunto, antecipando sua atividade sexual, mesmo não estando preparadas, nem física e nem espiritualmente para tal, banalizando e vulgarizando a união sexual, fazendo com que, crimes oriundos dela, como o aborto, o estupro, a traição, o suicídio, o homicídio passional, cresçam também assustadoramente em quantidade e importância, desagregando a família, e obscurecendo os verdadeiros valores que formam e devem formar a personalidade humana.


A luta, hoje para aqueles que desejam fazer com que os conceitos cristãos se estabeleçam em nossa sociedade, deve ser voltada para que se redescubra, aprendendo a valorizar, o verdadeiro sentimento que deve ser o fator principal na união das pessoas, o verdadeiro amor, de difícil definição no atual estágio evolutivo de nossa sociedade, onde impera o individualismo, o materialismo, o imediatismo.


O verdadeiro amor dispensa todo e qualquer contato íntimo e corre paralelo, quando se trata da relação de dois seres, à relação sexual, que é valida por ser criação divina, não é como muitos pensam, imprescindível para a felicidade humana, para que dois seres possam conviver e construir uma história juntos.


No verdadeiro amor entre dois seres, existindo a relação sexual, ela não é prioridade, não é obsessiva, não é dominante, é apenas mais um dos fatores que compõe o todo.


Para aqueles que baseiam seu relacionamento no verdadeiro amor, um olhar, um sorriso, o toque das mãos, um abraço, um diálogo, até mesmo o silêncio, são tão gratificantes, tão prazerosos, tão importantes para a felicidade, como o ato sexual em si.


Mesmo a distância, aqueles que verdadeiramente se amam estão juntos, sentem de alguma forma um ao outro, estão felizes, integrados, pelo fato de saber que o outro existe e que lhe pertence, tanto que o sentimento que mais representa este puro sentimento é a renúncia, é estar feliz pelo simples fato do outro também estar, estando juntos ou não, sabendo que, quando se faz necessária a separação, esta é temporária, e que no futuro, voltarão a se reunir, mais fortes, mais seguros, mais preparados para crescer.


Para aquele que vive preso às sensações puramente físicas, para aquele que é orgulhoso, ciumento, possessivo, é difícil compreender este sentimento, este prazer, esta energia que possuem aqueles que realmente se amam, independente das relações meramente sexuais.


Longe estamos ainda deste estágio, de conseguirmos não mais precisar do relacionamento sexual para externar nossos sentimentos, o mais importante, assim, para o cristão, para o espírita, é tratar este sentimento, esta vontade, como todas as outras que compõe sua existência planetária, ou seja, sem excessos, sem exageros, sem se deixar arrastar e dominar, transformando-o em algo positivo, sabendo respeitar a vontade e o desejo de seus irmãos do caminho, sem colocar o sexo na frente da razão, sabendo respeitar os compromissos alheios e buscando parceiros ou parceiras, usando de sinceridade, de compreensão, de respeito, sem traições vis, falsas promessas, sem se deixar levar por prazeres que o aproximem da animalidade, a título de experimentar, de ser moderno, de aproveitar a vida, porque assim já pensavam os antigos povos, gregos, egípcios, romanos, bárbaros, que violentavam, tomavam amantes pela força, participavam de orgias, de relações promiscuas, em nome de um falso prazer, que só os levavam, como acontece com quem age assim hoje, à companhia de seres encarnados e desencarnados que esqueceram que o verdadeiro êxtase, não esta no corpo e sim no espírito, e que a satisfação meramente sexual, física, não se compara a sensação daquele que atingiu a vitória sobre suas paixões e já pode contemplar o Cristo de frente, ciente que já alcançou a transformação que Ele espera de todos nós.



Tudo na vida é equilíbrio, sem exceção, e nosso maior desafio, em todas as frentes de estudo e trabalho, é alcançá-lo.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Somos quem somos?



Somos quem somos, e para saber quem somos temos que, realmente, saber quem somos. Isso pode parecer confuso, mas se devidamente analisado, veremos que é algo puramente lógico.


Todo ser humano tem por hábito forjar uma personalidade que o representa perante as pessoas com quem convive e nas situações que enfrenta. A forma como age com a família, com os pais, irmãos, com a esposa, com o marido, geralmente difere da maneira que se porta ante os amigos, os companheiros de trabalho, com os vizinhos, com as pessoas que convive em seu trato diário, ou seja, para cada grupo tem uma maneira distinta de se relacionar, de se doar ou de se retrair.


Isso é normal, agimos de acordo com as circunstâncias e o grau de intimidade, que sabemos não ser o mesmo com todas as pessoas com quem convivemos. Se nós podemos agir mais livremente em nosso lar, nem sempre o mesmo acontece em nosso ambiente de trabalho, se nos sentimos mais soltos com nossa família, no convívio social nos constrangemos de acordo com o ambiente que estivermos frequentando.


O fator relevante, desta mistura de posturas, é termos a consciência de quem somos realmente, e com qual tipo de intenção agimos e reagimos com as pessoas com quem convivemos.


Se dissimularmos quem realmente somos e do que realmente gostamos e priorizamos, se não somos sempre claros quanto aos nossos desejos, nossas intenções, o objetivo desta dissimulação é que será o fator preponderante para que esta atitude não venha a prejudicar nossa jornada evolutiva e fazer com que, novamente, venhamos a falir em mais uma experiência física.


A dissimulação se torna negativa e prejudicial para nossa personalidade quando atinge o grau da falsidade, da hipocrisia, dos conchavos, dos objetivos escusos, da intenção de ferir, de prejudicar, de enganar, de magoar ao próximo e as pessoas com que convivemos. Para o verdadeiro sentimento cristão estar vivo em nossas atitudes diárias, em nenhuma circunstância esta postura negativa deverá prevalecer, mesmo quando baseadas em aparentes justificativas. 


Muitos julgam que sendo sinceros e honestos com a família, visando o bem estar deles, está plenamente justificado quando age de forma que venha a prejudicar a outras pessoas fora do restrito círculo de seus entes queridos, seguindo o sofisma da sociedade atual, que os fins justificam os meios, o que não pode e não deve ser aceito.


Estas diferentes posturas algumas vezes também escondem preconceitos e atitudes pedantes, quando com pessoas ricas ou influentes, bem relacionadas, bem vestidas, agimos com simpatia, com solicitude, com gentileza, enquanto, em situações similares, agimos de forma rude, mal humorada, arrogante, agressiva, com aquele que é pobre, mal vestido, simples, humilde, sem posição ou influência social, independente e sem nem mesmo se importar com as qualidades morais de um ou de outro.


Outra forma de dissimulação que todos nós nos apegamos é a do sentimento, fingindo sentir aquilo que realmente não sentimos, sendo que, neste caso, também deve ser levada em conta a nossa intenção. Há vezes que, para não magoarmos alguém, escondemos o que estamos sentindo, o que estamos pensando, não demonstrando, a nossa contrariedade, a nossa discordância, buscando algo renunciar em prol do relacionamento, porém, há outras em que fingimos com o intuito deliberado de prejudicar, de enganar, de iludir, de conquistar, mesmo sabendo que estamos lesando a alguém, até mesmo a pessoa que dizemos nos importar e amar.


O mais importante, para nós, espíritos que tentam de alguma forma percorrer o caminho do bem e se despojar dos sentimentos negativos, dos vícios e instintos inferiores, é sabermos quem realmente somos, quais são nossas prioridades, nossos desejos, nossos gostos, e que estes sejam e estejam, de acordo com os princípios cristãos, com os conceitos espíritas, procurando nos portar, seja qual for a situação e com qual for o grupo do nosso relacionamento diário, de forma sincera, honesta, positiva, leal, digna, baseada na ética e na honra que devem nortear uma pessoa de bem, mesmo convivendo de forma intensa na sociedade atual onde estes valores estão tão esquecidos e desprezados.


Existirão situações em que precisaremos ocultar o que sentimos, que deveremos nos calar ou até mesmo concordar com algo que sabemos ser prejudicial, mas que não está em nossas mãos o poder de escolher ou decidir, afinal, vivemos em sociedade, com espíritos próximos, íntimos, companheiros de jornada dos mais variados graus evolutivos, que possuem sentimentos, prioridades, desejos, vontades, diferentes das nossas e a quem, mesmo não concordando, devemos respeitar e procurar conviver da melhor forma possível.


O que o trabalhador do bem não pode é ser conivente com o mal ou com o erro, se acumpliciar ou se calar perante graves injustiças, a título de respeitar o próximo.

 O mal deve ser sempre combatido, porém, sempre com amor, com respeito, com tolerância, com paciência, mas com firmeza, com determinação, buscando contribuir com a renovação, com a transformação da nossa sociedade e daquele que está, momentaneamente, desviado e distante dos ideais maiores que levarão todos nós a progredir e caminhar, os ideais que o Mestre Jesus tão bem nos exemplificou e ensinou.


Forjar o que não sentimos; fingir crer no que não acreditamos, negar o que e quem somos com intuito de levar vantagens pessoais ou de não nos sentirmos envergonhados perante aqueles que não pensam e não agem como nós, só nos irá enfraquecer e nos afastar dos nossos ideais. Muitos têm receio ou vergonha de assumir o que são, espíritas por exemplo, perante seus companheiros de trabalho, seus vizinhos, seus familiares, com medo de assumir uma postura que desagrade aos outros ou que venha torná-lo motivo de desprezo ou não aceitação.


Ao ouvir críticas, injúrias, calúnias, gozações sobre aquilo que acredita, seja o que for, na política, no esporte, na forma de viver, na religião que escolheu para si, muitos preferem se calar e até mesmo concordar, fingindo ou escondendo quem realmente são e no que realmente acreditam.


São aqueles que ainda não estão seguros do que desejam para si e se deixam levar pelas aparências, pela opinião alheia, tentando sempre agradar a todos, se portando como um camaleão, agindo e reagindo sempre de acordo com seu interlocutor, não assumindo uma postura, um ideal, uma forma de vida.


A título de crescimento como ser humano, é melhor acreditar e defender algo, mesmo que seja errado, do que acreditar em algo que seja certo e não ter coragem de assumir e defender.


Atitude, postura, determinação, são fatores que também forma o caráter de uma pessoa de bem, do cristão, do espírita e servem de base para que os outros sentimentos, como a bondade, o respeito, a honestidade, a paciência, a tolerância, o amor, possam aflorar e se mostrar para todos com que tem a oportunidade de conviver, conquistando com sua firmeza, com seu equilíbrio, com sua postura, o respeito, a amizade, a admiração, mesmo daqueles que não pensam como ele, que são antagônicos aos seus ideais e prioridades.


Quanto àqueles que prefiram, pela diferença de ideais, menospreza-lo, magoa-lo, agredi-lo, que sejam sempre perdoados e compreendidos pelo estágio de ignorância que atualmente atravessam; estágio que um dia todos nós, no passado, já tivemos que enfrentar e superar.


quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Com a palavra Kardec...






Dissertação encontrada no Livro dos Espíritos elaborada por Kardec, logo após a respostas referentes as questões 147 e 148 que tratam sobre o materialismo.





"Por uma aberração da inteligência, há pessoas que só veem nos seres orgânicos a ação da matéria e a esta atribuem todos os nossos atos. No corpo humano apenas veem a máquina elétrica; somente pelo funcionamento dos órgãos estudaram o mecanismo da vida, cuja repetida extinção observaram, por efeito da ruptura de um fio, e nada mais enxergaram além desse fio.

Procuraram saber se alguma coisa restava e, como nada acharam senão matéria, que se tornara inerte, como não viram a alma sair, como não a puderam apanhar, concluíram que tudo se continha nas propriedades da matéria e que, portanto, vinha o fim do pensamento com a morte. Seria uma triste consequência, porque então o bem e o mal nada significariam, o homem teria razão para só pensar em si e para colocar acima de tudo a satisfação de seus desejos materiais; os laços sociais estariam quebrados e as mais santas afeições se romperiam para sempre. 

Felizmente, essas ideias estão longe estão de ser comuns, que se podem mesmo ter por muito reduzidas, sendo apenas opiniões individuais, pois que em parte alguma ainda formaram doutrina. Uma associação fundada nisso traria em si o gérmen de sua dissolução e seus membros se devorariam uns aos outros como animais ferozes.

Por instinto natural, o homem tem a convicção de que nem tudo acaba com a vida e o nada lhe provoca horror. É em vão que teimam contra a ideia da vida futura. Ao soar o momento supremo, poucos são os que não se importam do que vai ser deles, porque a ideia de deixar a vida para sempre é algo doloroso. Quem realmente poderia encarar com indiferença uma separação absoluta, eterna, de tudo o que foi objeto de seu amor?

Quem poderia ver, sem terror, abrir-se diante si o imensurável abismo do nada, onde se sepultassem para sempre todas as suas capacidades, todas as suas esperanças, e dizer a si mesmo: “Ora, pois! Depois de mim, nada, nada mais, senão o vácuo, tudo definitivamente acabado; mais alguns dias e a minha lembrança se terá apagado da memória dos que me sobreviverem; nenhum vestígio, dentro em pouco, restará da minha passagem pela Terra; até mesmo o bem que fiz será esquecido pelos ingratos a quem beneficiei. E nada, para compensar tudo isto, nenhuma outra perspectiva, além da do meu corpo comido pelos vermes!”.

Este quadro não é mesmo horrível e frio? A religião ensina que não pode ser assim e a razão confirma. Mas, uma existência futura, vaga e indefinida não apresenta o que satisfaça ao nosso desejo do positivo. Essa, em muitos, a origem da dúvida. Possuímos alma, está bem; mas, que é a nossa alma? Tem forma, uma aparência qualquer? É um ser limitado, ou indefinido? Dizem alguns que é um sopro de Deus, outros uma centelha, outros uma parcela do grande Todo, o princípio da vida e da inteligência. Que é, porém, o que de tudo isto ficamos sabendo? Que nos importa ter uma alma, se, acabando nossa vida, ela desaparece na imensidade, como as gotas d’água no Oceano? Portanto, a perda da nossa individualidade não equivale ao nada? Dizem também que a alma é imaterial. Ora, uma coisa imaterial carece de proporções determinadas. Desde então, nada é, para nós. 

A religião ainda nos ensina que seremos felizes ou desgraçados, conforme ao bem ou ao mal que houvermos feito. Que vem a ser, porém, essa felicidade que nos aguarda no seio de Deus? Será uma vida de beato, uma contemplação eterna, sem outra ocupação mais do que entoar louvores ao Criador? As chamas do inferno serão uma realidade ou um símbolo? A própria Igreja lhes dá esta última significação; mas, então, que são aqueles sofrimentos? Onde é esse lugar de aflição? Numa palavra, que é o que se faz, que é o que se vê, nesse outro mundo que a todos nos espera?

Dizem que ninguém jamais voltou de lá para nos dar informações É erro pensar assim e a missão do Espiritismo é precisamente nos esclarecer acerca desse futuro, em fazer com que, até certo ponto, o toquemos com o dedo e o penetremos com o olhar, não mais pelo raciocínio somente, mas pelos fatos. Graças às comunicações espíritas, não se trata mais de uma simples presunção, de uma possibilidade sobre a qual cada um cria à vontade, que os poetas embelezem com suas ficções, ou pintem de enganadoras imagens alegóricas. 

É a realidade que nos aparece, pois que são os próprios seres de além-túmulo que nos vêm descrever a situação em que se acham, relatar o que fazem, nos deixando assistir, por assim dizer, a todas as peripécias da nova vida que lá vivem e mostrando-nos, por esse meio, a sorte inevitável que nos está reservada, de acordo com os nossos méritos e deméritos. 

Haverá nisso alguma coisa de antirreligioso?

Muito ao contrário, pois os incrédulos encontram aí a fé e os mornos a renovação do fervor e da confiança. O Espiritismo é, pois, o mais potente auxiliar da religião. Se ele aí está, é porque Deus o permite e o permite para que as nossas vacilantes esperanças se revigorem e para que sejamos reconduzidos à senda do bem pela perspectiva do futuro."

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Façamos nós...




A humildade e a simplicidade do homem de bem são as garantias de que sua jornada evolutiva está no caminho certo, deixando-o ciente e precavido para as dificuldades que normalmente podem surgir fomentadas pelos sentimentos inferiores que alimentou em seu passado cármico, para que assim, na luta diária, em sua resistência, consiga provar a si mesmo que já consegue supera-las e transforma-las em experiência, em aprendizado, capacitando-o a enfrentar novos desafios e alcançar novas conquistas.


Aquele que já percorre o caminho da própria regeneração e transformação íntima sabe da importância da renúncia de si mesmo para o bem do próximo e da coletividade onde vive. A felicidade de servir é maior para ele do que as efêmeras conquistas humanas ligadas ao poder e aos ganhos materiais.


 Busca viver de acordo com as normas da sociedade em que está inserido, luta para ter uma vida pessoal e profissional equilibrada, mas, não sofre ou se deprime, por eventuais perdas ou fracassos aos quais todos nós estamos sujeitos a passar. Vive para que as pessoas ao seu redor vençam seus obstáculos, abre mão do supérfluo para que os que precisam possam ter algo que os motive a crescer, sabe que tudo que tem, mesmo que conquistado pelo seu esforço, é empréstimo do Pai, e do uso bom ou ruim que fizer derivado de suas escolhas, é que dependerá sua situação presente e do seu futuro ainda como encarnado ou quando do seu retorno a pátria espiritual.


Não precisamos abrir mão de tudo e vivermos como andarilhos, não é isso que Deus espera de nós, mas, gozarmos de uma felicidade efêmera, de um exagerado conforto, enquanto aqueles que estão ao nosso redor mal têm com o que sobreviver, é egoísmo, é indiferença, é vaidade, é orgulho, sentimentos que nos manterão afastados dos reais valores que nos levarão a crescer e evoluir espiritualmente. 


Tudo que pudermos fazer pelo próximo e pela sociedade em que vivemos será tão produtivo para nós como para aqueles a quem estamos auxiliando, porque todo o bem atrai para si novas perspectivas, novas possibilidades, abrindo oportunidades para novos desafios e assim, podermos melhorar como individualidade, aprendendo, trabalhando, com novas responsabilidades e compromissos que nos trarão maior equilíbrio, trazendo a almejada paz que pode aguardar quem sabe abrir mão de si mesmo pela felicidade do próximo.



É muito melhor servir que ser servido, é muito melhor dispor do nosso tempo e de nossas energias para auxiliar quem está enfermo, do que sermos nós a precisar de arrimo em uma cama de hospital; é muito melhor sermos nós a abrir mão do que é supérfluo para alimentar a quem tem fome, do que termos que bater de porta em porta na busca da caridade pública.


O que devemos fazer como cristão quando nos deparamos com alguém que precise de auxílio é, simplesmente, ajuda-lo, ampara-lo, da melhor maneira que conseguirmos, seja com um auxílio material ou com uma palavra, com um gesto de amizade e carinho, demonstrando de forma sincera nossa solidariedade e nosso respeito, pois sabemos que ele é como nós, um homem, um filho de Deus, um irmão do caminho, que atravessa um momento difícil, uma dor, uma decepção que por algum motivo não conseguiu superar, onde, talvez, um simples ato nosso possa vir a se transformar no fator que mudará a triste situação que ele atualmente vive.



Sim, é melhor servir do que ser servido, é melhor ajudar do que precisar de ajuda, sim, é melhor curar uma ferida do que te o corpo em chagas. Muito lutam em uma cama de hospital, com toda sua fé e esperança, com toda sua dor, para poder viver, para continuar respirando, produzindo, se recusa a desistir, enquanto que outros destroem sua saúde perfeita com drogas, com excessos, com distúrbios nervosos, gerados pela vaidade, pelo ciúme, pela intolerância, pela inveja.



Sim, é melhor amar, do que precisa do amor de alguém, carregar alguém no colo, do que precisar da boa vontade de alguém para carregá-lo. Muito desprezam os mais fracos, os incapazes, os pobres, os covardes, porque se julgam fortes, poderosos, superiores, vencedores, sem conseguir enxergar que o que hoje lhe traz felicidade, amanhã pode ser a causa de sua queda, que se hoje pode ajudar, pode se manter de pé, amanhã talvez precise da ajuda de alguém que o sustente.




Se hoje podemos ajudar, se hoje podemos servir, não desperdicemos as oportunidades, mas o façamos com amor, com respeito, com humildade, de forma que aquele a quem estejamos auxiliando se sinta bem, se sinta melhor, amado, compreendido.


Jesus é superior a todos nós nesse planeta e serviu e amou sem distinção, ensinando que devemos viver sem julgar, sem condenar, sem desprezar, cientes que somos todos iguais, e que da nossa união, da nossa solidariedade é que nosso planeta irá evoluir e se tornar um local onde impere o bem, e o mal não mais tenha guarida em nenhum dos nossos corações.