quarta-feira, 8 de julho de 2020

A Modernidade e a Mediunidade!




Por mais que hoje os avanços tecnológicos favoreçam e ratifiquem a acerbada necessidade da conquista dos bens de consumo, dos bens materiais, das vantagens pessoais e do poder temporal, independente da forma desta conquista, mesmo que para isso se ignore o direito e as prioridades do próximo, este é o momento cármico, este é o milênio, no qual nosso planeta está predestinado a ascender em sua jornada evolutiva, assim como nós, tornando-se um local de regeneração, de mais missões e menos expiações, de mais possibilidades de realizações, do que de corrigendas dolorosas e quitação sacrificiais de débitos contraídos, onde o bem predominará, não só em força, mas principalmente, quantitativamente.

Pelos meios de comunicação dos quais dispomos atualmente, pela velocidade que as informações correm o mundo, unificando-o cada vez mais, decorrente do que se prioriza como notícia, infelizmente ainda se supervaloriza o crime, os acidentes espetaculares, as ações impactantes, as disputas políticas, deixando a impressão que a nossa sociedade está cada vez mais cruel e mais violenta, mais injusta socialmente, com o mal ganhando cada vez mais espaço, vendo expandida sua área de atuação.

O que precisamos, porém, analisar, é o fato de que se compararmos o passado de nossa humanidade com o momento atual, perceberemos que mudanças profundas ocorreram ao longo do tempo, muitas, inclusive, originárias da possibilidade que temos de acompanhar on-line as situações e as decisões que são tomadas pelas pessoas e pelos órgãos que possuem maior condição de influenciar as massas e a coletividade em todo mundo.

Hoje em dia é possível acompanhar aos governos, as frentes religiosas, a ciência, a iniciativa privada, e aos órgãos da imprensa nas mais diversas redes sociais, o que acaba nos permitindo pressionar a marcha progressiva, ainda que lenta, dos valores morais e éticos que devem nortear a toda raça humana em seus níveis de civilidade e respeito, mesmo encontrando resistência por parte daqueles que são contrários a mudanças, os que ainda preferem valorizar unicamente as conquistas materiais e financeiras.

Leis que tem o intuito de proteger as minorias são mais comuns, diminuindo as diferenças e levantando questões que tendem a proteger a liberdade  de expressão, o direito que cada um tem de escolher o melhor para si, desde que dentro dos parâmetros de respeito pela liberdade do próximo e do bem comum da sociedade na qual está inserido.

Liberdade de culto, de preferência sexual, à proteção ao idoso, a igualdade de direitos da mulher, leis voltadas a proteção do meio ambiente, da fauna e da flora, e que sustentam a luta pelo fim da pobreza e a diminuição das diferenças sociais, são fatores de constante preocupação por parte dos países mais civilizados e modernos de todo o mundo, em uma luta constante contra a intransigência política e religiosa que tenta impor suas últimas barreiras ao progresso e a evolução de nosso planeta.

Dentro desta necessidade preeminente e natural que a sociedade hoje tem de evoluir como um todo, decorrente da transformação espiritual íntima de cada um de nós, o Espiritismo, como Consolador Prometido, tem papel fundamental, por fazer reviver, em sua essência, o sentimento cristão, valorizando o bem, a fraternidade, a solidariedade, a tolerância, o respeito e o amor, dando-nos a chave, pela lei da reencarnação, da causa e efeito, da pluralidade de vidas e de mundos, do quanto podemos fazer no combate aos nossos sentimentos inferiores, a negatividade de instintos, contra o materialismo e o positivismo que ameaça ressurgir com a mesma força da época de Kardec.

Sem dúvida, uma das ferramentas mais importantes para que venhamos a ter plena consciência desse legado do Espiritismo, que é o de conhecer de perto quem nós somos; de onde viemos, e para onde iremos, é a mediunidade, que veio abrir a porta para que nossos próprios entes queridos, assim como companheiros de jornada que passam por experiências únicas no plano espiritual, tenham um canal de comunicação com nosso plano, nos informando como vivem, quais as condições que se encontram, e o que precisamos fazer para termos uma vida regrada de vantagens e possibilidades de crescimento para quando para lá retornarmos, dando-nos um guia seguro, através de relatos, orientações e experiências pessoais, dos mais comuns erros e acertos que nos levarão a desfrutar de possibilidades imediatas de crescimento e  evolução após o desencarne.

Assim, de acordo com o estudo da Doutrina Espírita, das obras básicas da Codificação, elaboradas por Allan Kardec, assim como a extensa coleção de títulos que a complementam e enriquecem, temos os parâmetros necessários para utilizar desta possibilidade de intercâmbio entre os dois planos, o físico e o espiritual, de forma produtiva e segura, nos precavendo contra os percalços das influências inferiores, valorizando a seriedade, a disciplina, a retidão do proceder e das intenções no bem, para que não venhamos não só a nos prejudicarmos individualmente pelo menosprezo da oportunidade desta ligação entre planos, como também, nos proteger contra espíritos que queiram nos prejudicar, ou pior, que queiram diminuir o valor real dos ensinamentos e das orientações cabíveis a nossa evolução, agindo através da mentira, da ilusão, desviando o verdadeiro foco que deve nortear as possibilidades de intercâmbio, que é o da renovação moral, da transformação dos sentimentos os para o bem, do estudo e do trabalho sério em prol do gênero humano, na prática efetiva da caridade e do amor ao próximo, preconizado e exemplificado pelo Mestre Jesus.

A mediunidade é, e sempre será, preciosa ferramenta para que venhamos a nos manter firmes e seguros no processo de elevação, abrindo novos horizontes e novas perspectivas a cada passo que venhamos a nos capacitar no entendimento das leis divinas e nas realizações humanas, o que exigirá sempre uma dose maior de vigilância, de respeito, de disciplina, para que em nenhuma circunstância o orgulho venha a superar a humildade, a vaidade se sobrepor a caridade, o egoísmo surpreender o respeito e o amor que devemos emanar aos nossos amigos e benfeitores espirituais, não dando oportunidade para que os oportunistas de todos os tempos venham a dominar as ações de intercâmbio.

Por mais que o mundo avance, será sempre nossa retidão de caráter, o nosso desejo de crescer no bem, e a sinceridade de nossas intenções, que irão determinar as consequências naturais de nossa escolhas, e as situações que no futuro farão parte de nossa existência.

Com amor e boa vontade, reunidos em nome do Cristo, temos a promessa e a certeza que Ele estará sempre ao nosso lado, seja como médiuns, como espíritos comunicantes, como mentores, como aprendizes, como tarefeiros, com socorristas ou socorridos, na certeza que gradativamente, mas de forma real e progressiva, o bem irá vencer e prevalecer, até a renovação definitiva de nosso planeta.

Que assim seja!