quarta-feira, 29 de junho de 2016

Dentro de nossa liberdade...




Pressa, só quem tem somos nós, espíritos imperfeitos, presos em nossa inferioridade imediatista, estando cumprindo nossa etapa na vida física, ou no plano espiritual, enredados em vícios, paixões degradantes e sentimentos negativos.



Toda organização cósmica, a vida, a matéria, a energia, tudo que compõe o Universo está na mais perfeita harmonia de espaço e tempo, de acordo com à macro necessidade da humanidade, inclusive a terrestre, consciente a sabedoria Divina, através dos espíritos superiores que supervisionam os nossos destinos e nossa escalada evolutiva, quando, onde e porque iremos falir, recalcitrar, errar, bem como, acertar, construir, obter nossas vitórias e nossos avanços espirituais, não sendo, portanto, nossas ações, nossas escolhas, mesmo que para nós sejam totalmente levadas pelo imprevisível, motivos de surpresa para aqueles que comandam os destinos superiores de nosso planeta, sendo impossível até mesmo inconcebível, que, sequer por um instante, pudéssemos vir a surpreender a Deus.



Nosso aprendizado, nossos passos, aquilo que determinamos por prioridades e necessidades, de acordo com nosso estágio evolutivo, são supervisionados por nossos amigos e benfeitores espirituais, que tem como tarefa voluntária, pelos mais variados motivos, nos servir de guia, de protetores, de conselheiros, visando sempre nossa evolução, nosso melhor aproveitamento de tempo e de energia, ainda que na maioria das vezes, por liberdade de escolha, venhamos a tomar os caminhos mais difíceis e que mais nos retardem, frente aos nossos objetivos maiores.



Assim, mesmo com contratempos normais, com desvios, com mudanças de plano devido ao uso de nosso livre arbítrio, nossos mentores estarão sempre, por sua superioridade e equilíbrio, no controle da situação, projetando as variáveis decorrentes das nossas mudanças de postura, gerando situações que venham a ser aproveitadas da melhor maneira possível em nosso aprendizado, ainda que sejam necessárias medidas mais extremas, originadas dos nossos erros, da nossa inferioridade, quando a dor, o sofrimento, o fracasso, a perda momentânea, venham à nos afastar do rumo equivocado que tomamos em nossa atual experiência carnal ou espiritual.



Todos, antes de reencarnar, temos nosso retorno devidamente planejado, as medidas principais decididas pela espiritualidade superior, com nossa participação efetiva ou não, de acordo com o equilíbrio íntimo que dispusermos no momento de nos preparamos para voltar ao plano físico, sendo o efetivo desenrolar deste em todas as suas nuances, de acordo com as nossas escolhas e a postura que assumirmos quando os fatos predeterminados e importantes de nossa existência forem surgindo.



Assim, por ser muito difícil que venhamos a aproveitar no todo às oportunidades de crescimento e ressarcimento de dívidas previstas em nosso planejamento, devido ao véu de esquecimento que nos envolve, e a nossa preferência ainda natural pelo erro, e pelo que em mais de uma existência já tenha nos prejudicado, principalmente o que está ligado a vícios e prazeres carnais e mundanos, torna-se fato comum, que haja remanejamentos naquilo que foi previamente estabelecido, quanto então nossos mentores, geram novos planos, muitos deles emergenciais, para que venhamos a desperdiçar o mínimo possível nossa nova oportunidade carnal, tudo fazendo para que venhamos a ter disponível tudo o que mais precisamos para nosso reequilíbrio, independente que esteja de alguma forma, relacionado com aquilo que desejamos, e que elegemos como prioridade em nossa existência atual.



Assim, nosso aprendizado, nosso crescimento, o aproveitamento pleno de nosso tempo e de nossa energia quando em nossa existência no plano físico, será sempre de nossa inteira responsabilidade, porém nunca estaremos sós, e mesmo que, indevidamente, tenhamos nos deixado arrastar pelo erro, tenhamos atraído para nós influências e associações inferiores e negativas, teremos sempre ao nosso lado, equilibrados, calmos e seguros, os nossos amigos maiores, que velarão por nós, nos dando pleno suporte para que venhamos aproveitar todo o tempo que dispusermos à nosso favor, ainda que para isso seja necessária a visita da dor, dos distúrbios naturais e consequentes de nossas indevidas escolhas, de nossas equivocadas decisões.



Dentro de nossa liberdade, vivemos em sociedade e interligados a inúmeros irmãos do caminho, nos tornando interdependentes, muitas vezes corresponsáveis, o que faz com que muitas vezes tenhamos limitadas nossas ações de acordo com o direito e o espaço do próximo, como ocorre no plano físico, quando a legislação humana tem o direito de intervir sempre que o direito de alguém esteja sendo usurpado, segregando aquele que não compreende que sua liberdade termina exatamente onde começa o espaço de liberdade do seu irmão do caminho.



Nosso desespero com a dor, nossa falta de esperança, de fé, a revolta com situações que venham a nos prejudicar sem que tenhamos o poder de intervir, qualquer reação adversa a paz íntima, são derivadas unicamente de nossa inferioridade, da nossa falta de equilíbrio, da ignorância dos conceitos cristãos que devem nortear nossa existência, assim como da aplicação prática daquilo que a Doutrina Espirita nos oferece como aprendizado e suporte, quando trata de nossa eternidade como individualidade, da sucessão de vidas, da lei da causa e efeito, quando nos deveríamos sentir calmos e pacificados por saber que nada é por acaso, e que mesmo as maiores dificuldades e adversidades são valiosas fontes de aprendizado e experiência, que servirão para nos tornar mais fortes e mais preparados para novos desafios, além de nos possibilitar resgatarmos nossos débitos e nossas dívidas pretéritas ou atuais, aplanando nossa existência presente e futura com a nossa consciência e com o poder Divino que guia nossa jornada evolutiva.




Se desejamos vencer, estar mais próximos e interligados com nossos mentores e protetores espirituais, temos que aprender a subir nosso padrão vibratório, a nos mantermos equilibrados, tranquilos, alicerçados pela fé raciocinada, pela esperança, pela certeza que tudo nos será oferecido e imposto de acordo com a força que temos de suportar, de manipular, de realizar, cabendo a nós desenvolvermos os sentimentos que nos garantirão a vitória sobre nós mesmos, como a humildade, a fraternidade, a tolerância, a paciência, a disciplina, para não nos deixarmos arrastar por nossas tendências inferiores, as suprimindo, até que não mais estejam vivas em nós, mas transformadas em infinitas possibilidades de aprendizado e de trabalho no caminho do bem, do infinito amor que nos sustenta e nos guiará os passos por toda eternidade evolutiva.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Não podemos mudar ou transformar a ninguém...



Ávidos e ansiosos, porém, inconsequentes e displicentes, nos jogamos à vida na busca dos prazeres e paixões degradantes, dos vícios, das conquistas efêmeras, da insana prioridade da ascensão social, da riqueza, do poder, para sermos admirados, vistos como pessoas de sucesso, de coragem, infelizmente embasados por falsos conceitos, por enganosas necessidades e prioridades, característica principal e que mais chama a atenção, hoje, em nossa sociedade moderna.



A vantagem pessoal a qualquer preço, a vitória sobre os demais sem qualquer escrúpulo, a necessidade de se mostrar mais forte, mais esperto, mais ambicioso, são fatores que inverteram de tal forma os conceitos do que é certo e do que é errado, do que é válido e do que é indevido, do que é positivo e do que é negativo, que atualmente a pessoa que é admirada, que serve de exemplo, é aquela que toma o que deseja sem que seja avaliada à maneira pela qual se efetuou essa conquista, levando a extremos o dito que diz que o fim justifica os meios, aquele que vence sem se preocupar com as consequências, ganhando, sem se preocupar que para isso alguém teve que perder, mesmo que este estivesse, teoricamente, com o direito ao seu lado, ainda que este direito se baseasse apenas na ética, na honra, valores aparentemente esquecidos no atual contexto em que a nossa sociedade moderna vive.



Hoje aquele que é desprezado, segregado, deixado de lado, ignorado, zombado, vilipendiado, é aquele que se preocupa com a moral, com a civilidade, com o respeito as leis e as normas da coletividade a qual está inserido, que se preocupa em respeitar o direito alheio, que busca ser o cumpridor de seus deveres, que valoriza os atos de educação, de solidariedade, dos mais simples que possamos imaginar, como dar o lugar aos mais idosos, de darmos passagem no trânsito, de auxiliarmos alguém com uma informação, com uma dificuldade que esteja passando.



Interessante ressaltar que a maioria da população, principalmente em nosso país, se considera cristã, dentro das inúmeras frentes religiosas que tem o Mestre Jesus como guia, e difícil, até mesmo ao mais leigo dos seguidores, detratores ou meros estudiosos de sua doutrina, compreender e assimilar os conceitos que ela expressa, fundados basicamente no amor, na paz e na caridade, com as ações, as reações, as posturas, a forma de pensar e de conviver que caracterizam aqueles que o seguem.



Muito difícil imaginar os discípulos de um Mestre que sempre ensinou e exemplificou em todos seus atos, a humildade, o perdão incondicional, o não julgar, o amar ao próximo e até mesmo, aos seus inimigos, basearem seu proceder meramente nas conquistas materiais, na busca de poder, de fama, focando suas necessidades e prioridades motivados unicamente pelo orgulho, pela vaidade, pelo egoísmo.



Que todos precisamos buscar para nossa existência o conforto, o bem estar, a satisfação profissional, o lazer sadio, para nós e para nossos entes queridos, é verdade inconteste, vivendo da melhor maneira possível nossa existência física, dentro daquilo que ela tem a nos oferecer, porém, os sentimentos que no guiam e que nos motivam é que precisam ser revistos e reavaliados, principalmente, em relação aos nossos irmãos do caminho, não mais os enxergando como a um adversário a ser vencido e superado, e sim, alguém que como nós, também busca seu bem estar, sua felicidade, seu direito de viver em paz e de acordo com aquilo que a vida tem a oferecer.



Precisamos rever nossas prioridades, o uso de nosso tempo e de nossas energias, nos esforçarmos para ter uma sociedade sadia, onde todos tenham o direito a conquistar seu espaço com suas próprias forças, onde não mais existam opressores e oprimidos, mas sim criarmos um ambiente onde todos possam ter satisfeitas suas necessidades básicas, de saúde, de educação, de conforto, de evolução, de crescimento.



Aqueles que como nós, encontram no Cristo, nos preceitos racionais da Doutrina Espírita quanto a nossa existência, nossa origem e nosso destino, consciente da multiplicidade de vidas, das inúmeras oportunidades trazidas pela lei da reencarnação, da causa e efeito, conscientes estão que nada os qualifica em termos de superioridade em relação aos seus irmãos do caminho, a não ser a moral, pois, em outras vidas, se já não o fomos, poderemos vir a ser rico, pobre, homem, mulher, branco, negro, chefe, subordinado, bonito ou feio, dentro da concepção humana, poderemos nascer no seio de uma família que como religião tenham uma que hoje desprezamos e atacamos, poderemos ter o corpo perfeito ou com deficiências, tendo como único diferencial real, a nos caracterizar como individualidade eterna, o que pensamos, o que sentimos, a nossa personalidade, o nosso caráter, o nosso conhecimento adquirido, aquilo afinal que somos em essência.



Desta, forma, como cristãos, como espíritas, tratemos de deixar para trás a postura na qual costumamos assumir frente a religião, não mais nos prendendo a dogmas, a rituais, a ações que se restrinjam ao local onde frequentamos, tratando nossa espiritualidade como mais um fator social a ser cumprido, mas sim, desenvolvendo dentro de nós, fazendo nascer, de fato, este sentimento, o do amor, trazendo para o nosso dia a dia o desejo sincero de renovação, de transformação íntima, agindo e reagindo a todas as situações e com todas as pessoas com respeito, com compreensão, com tolerância, sendo humildes, sinceros, caridosos, porém firmes na resolução de ter o bem como parâmetro único de nossas escolhas e decisões.



Não podemos mudar ou transformar a ninguém, muito menos a sociedade onde vivemos, temos, porém, o poder de transformarmos a nós mesmos, e assim passar a fazer parte daqueles que buscam não só sua satisfação pessoal e imediata, mas sim, ingressarmos nas fileiras dos que almejam a felicidade vendo todos ao seu redor também felizes, vivendo em paz, em harmonia, crescendo e evoluindo juntos para o objetivo maior.    


Que assim seja então!

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Estamos ainda em um planeta de expiação...



Estamos ainda em um planeta de expiação, de resgates, de provas, onde a dor e o sofrimento são constantes na linha de aprendizado e reajuste que impomos para nós quando nos determinamos a renovar nosso proceder, quando desejamos deixar para trás vícios, paixões degradantes, erros, os inconsequentes atos que foram fatores determinantes em nossa jornada até então, quando alimentávamos sentimentos mesquinhos e inferiores.



Na luta diária normal, principalmente com o que nos defrontamos e da forma pela qual somos tratados por nossos companheiros de jornada, difícil se faz nos livrarmos do exclusivismo de ideias, do sentimento de posse, do egoísmo, do orgulho, da prepotência em nos considerarmos donos da razão, e do desejo que tudo seja feito de acordo com a nossa vontade, ou, no mínimo, de acordo com o que irá beneficiar aos nossos entes queridos, já que muitos, por eles, já conseguem renunciar à felicidade pessoal, ou melhor, quando a sua felicidade pessoal passa a ser vê-los felizes e atendidos em seus anseios.



A transformação espiritual para o bem, em seus primeiros passos, exige daquele que a almeja, essencialmente, boa vontade, determinação, esforço pessoal, e, principalmente, muita paciência, tolerância, não só com as situações adversas que surgirem, com os companheiros de jornada que ainda preferem a inferioridade de sentimentos, mas, essencialmente, consigo mesmo, pois, ainda traz dentro de si, em estado latente, toda a negatividade acumulada por séculos, por inúmeras existências, além dos equívocos cometidos na atual romagem, que naturalmente ainda refletem em sua luta diária, lhe apresentando consequências físicas, orgânicas, de comportamento, mentais ou espirituais.



Se até então alimentávamos amizades promiscuas ou presas apenas as fugazes alegrias carnais, na maioria de caráter superficial e leviano, normal que estas, apegadas a nós, quando desejamos mudar o nosso proceder, se revoltem, ou se cubram de espanto e indignação, considerando que estejamos doentes ou desequilibrados, tudo fazendo para que recuperemos a “razão” e o “bom senso”, insistindo de diversas maneiras para que retornemos a nossa vida anterior, muitos até mesmo realmente bem intencionados, apesar de declaradamente equivocados em relação a renovação moral que todos devemos buscar, mas outros, por se sentirem acusados pela própria consciência, se revoltam e se assustam por nos ver tentando mudar, deixar para trás os erros, nos perseguindo e tentando prejudicar nosso processo de renovação, simplesmente, porque assim se sentirão mais seguros, sabendo que existem outros que como eles, não conseguem mudar, não conseguem crescer e vencer, para que assim não venham a se sentir fracos e humilhados, principalmente, mas sem reconhecer, pela própria covardia em não assumir a luta íntima por sua renovação de valores.



A paciência se torna, assim, um dos fatores principais para aquele que busca a transformação, porque, além destas dificuldades, enfrentará também o assédio das forças espirituais inferiores que nunca ficam satisfeitas quando veem encarnados ou desencarnados se esforçando por sua melhoria espiritual, principalmente, quando estes eram seus associados ou suas vítimas, tudo fazendo para que venham recalcitrar, falir, desistir de seus intentos, gerando inúmeras situações, muitas delas bem desagradáveis, para que seu antigo companheiro de ações inferiores volte para o seu convívio e seu domínio, o que muitas vezes, infelizmente, acontece, tal o grau de superficialidade e fragilidade que baseamos nosso processo de renovação, ainda mais quando é forte o chamado de nosso próprio ser para que retornemos aos vícios, as degradações, aos desequilíbrios aos quais estávamos acostumados, ainda mais quando estes se revestem da falsa e efêmera sensação de prazer e alegria.


Porém, caberá a cada um sempre a vitória sobre todos os percalços que insistem arrasta-lo de volta ao desequilíbrio, todos têm a seu alcance e disposição, inúmeras ferramentas que permitirão que se fortaleçam e se mantenham firmes e resolutos no caminho do bem, vencendo e superando a todas as influências negativas que venham sonda-lo e espreita-lo, até mesmo aquelas oriundas de seu próprio passado culposo.


Jesus recomenda a todos a necessidade imperativa de orar e vigiar, de disciplinar nossos atos, nossas palavras, nossos pensamentos, para nos condicionarmos de forma efetiva e benéfica nos parâmetros do bem, ligados e afeitos aos conceitos e exemplos que nos trouxe em sua doutrina, valorizando acima de tudo o amor em qualquer decisão ou escolha que venhamos a tomar em nossa existência, alicerçados pelo perdão, pela caridade, pela sinceridade, pela lealdade, pela humildade de reconhecermos nossas limitações, e aceitarmos que ainda estamos sujeitos ao erro, ao fracasso, mas que somos fortes o suficiente para nos reerguermos com nossas próprias forças, retomando o caminho do bem, através da correção e do ressarcimento de nossas dívidas, com o próximo e com o todo no qual estamos inseridos.




A Doutrina Espírita nos traz o elo com o nosso passado cármico, com as tendências positivas e negativas que trazemos em nossa personalidade, nos auxiliando a compreender as necessidades e prioridades que vão muito além dos nosso dias atuais, ampliando os vínculos, as possibilidades de realização, a consciência do tempo que dispomos para realinhar nosso proceder com aquilo que já entendemos ser como o ideal para o nosso equilíbrio e nossa ascensão como individualidade, traçando um plano efetivo onde cada passo é uma vitória, e cada escolha se torna fundamental para não mais nos desviarmos da rota segura que nos levará a novas e importantes conquistas, no desenvolvimento de nossa intelectualidade, da nossa capacidade realizadora, e, principalmente, no florescimento do amor divino que trazemos vivo dentro de nós desde nossa criação.        

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Tratemos de valorizar os bons sentimentos...




Sem dúvida, um dos maiores escolhos a nos atrapalhar para que nos dediquemos plenamente ao sentimento cristão, é o nosso exclusivismo, o nosso egoísmo, o individualismo acerbado, onde estamos sempre em primeiro lugar em relação aos outros, assim como em segundo e em terceiro, sendo os mais radicais nesta corrida insana do “eu”, aquele que se considera o único participante com direitos e méritos, sem ter o mínimo de consideração, de respeito, de preocupação, com as condições, com as necessidades, com os anseios, e, principalmente, com os direitos, do próximo.



Justo e lógico que nos esforcemos ao máximo para atingir aos nossos objetivos, o nosso equilíbrio financeiro, o nosso conforto, a nossa tranquilidade, quando na luta diária no plano físico, normal nos dedicarmos ao estudo com novas aspirações e sonhos, em conquistarmos um trabalho que nos garanta a existência, que busquemos o lazer e os frutos advindos de nossos esforços, o que não pode ser admissível é quando buscamos a todas estas conquistas passando por cima do direito e das necessidades do próximo, defendendo com unhas e dentes o princípio que o fim justifica aos meios, como se tudo e se todos existissem apenas para satisfazer as nossas vontades e nossos desejos.



O egoísta, ainda não satisfeito em sempre viver só para si, em tudo querer só para ele, não se contenta com o que tem, quer doentiamente mais, mesmo que vá muito além das suas necessidades, mesmo que seja só para amontoar, para, preso pela sovinice, guardar, apenas pelo prazer de possuir, de ostentar, mesmo que seja só para si, para seu próprio deleite, e isso não apenas nos referindo a bens materiais, ele também tem esse anseio no mais alto grau em relação aos seus entes queridos, a sua esposa, seu marido, seus filhos, seus pais, seus amigos, onde acha que tudo lhe pertence, que suas vontades têm que estar sempre em primeiro lugar, fazendo de suas necessidades e prioridades a de todos aqueles com quem convive mais intima e diretamente.



O egoísmo corroe, corrompe e aprisiona; naturalmente nos torna preconceituosos, já que passamos a nos considerar superiores dentro daquilo que somos e defendemos, fatalmente nos voltando a segregação, nos fechando em nosso “grupo”, seja ele racial, social, religioso, político, desportivo, quando achamos que sempre nosso direito e nossa opinião deve prevalecer, nos afastando daqueles que pensem diferente de nós, considerando-os sempre uma ameaça a nossa paz, as nossas conquistas, a nossa doentia felicidade egoística.



Não podemos a ninguém transformar, assim como julgar ou querer impor normas de conduta, pois esta postura vai contra a essência do sentimento cristão, dos preceitos espíritas, mas podemos e temos o dever, de policiar, questionar, vigiar, e sempre necessário lutar pela renovação e mudança, de nós mesmos, do nosso proceder, dos nossos mais íntimos sentimentos, não nos deixando prender, em nenhuma circunstância, sobre nenhuma justificativa ou atenuante, a este sentimento mórbido que tanto dificulta a ação do bem em nosso plano, assim como também, em larga escala, no plano espiritual, o egoísmo!



É nossa dever, quando assim estamos determinados, nos disciplinar para que não venhamos a nos tornar exclusivistas pelas necessidades e prioridades apenas nossas e de nossos entes queridos, levantando bem alto a bandeira da Doutrina Espírita, a Caridade, a antítese do egoísmo, quando aprendemos a amar ao próximo como a nós mesmos, a nos preocupar com seus desejos, suas necessidades físicas, psicológicas, materiais e espirituais, independente de classe social, aprendendo a valorizar sentimentos como a amizade, a sinceridade no proceder, a humildade, o perdão, a solidariedade, a educação, o espeito pelos direitos e o amor, agindo desta forma, mesmo quando assim não formos vistos ou tratados, focando em nossa transformação espiritual, não nos preocupando com resultados e gratificações, mas, sim, em estarmos plenamente identificados com aquilo que nos levará a superar e vencer nossas próprias dificuldades, nossos sentimentos negativos, nossos vícios, e tudo aquilo que pode nos arrastar as dolorosas consequências das atitudes e escolhas voltadas ao erro, ao mal.




Tratemos de valorizar os bons sentimentos, as boas intenções, para que tenhamos a nossa volta as forças positivas da espiritualidade, nos precavendo daqueles que ainda assim não pensam, tudo fazendo para contribuir de forma efetiva para que nossa sociedade e nosso mundo se voltem, definitivamente, para a pureza e a paz que só o amor, à tudo e a todos pode oferecer.      

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Na ausência das lembranças...




Na ausência das lembranças de nossas existências e experiências pretéritas, de outras existências, no imediatismo do mundo, na ânsia de conquistas efêmeras, quase sempre voltadas para as riquezas e o poder temporal, desejando sorver de um só gole ao cálice das paixões e dos vícios, na busca incessante da efêmera felicidade, no orgulho doentio e na vaidade corrosiva, deixamos de compreender, de perceber, por não nos aprofundarmos no estudo dos conceitos hoje trazidos de forma racional e lógica pela Doutrina Espírita, quantas e quantas oportunidades já tivemos, por quantas vidas físicas já alimentamos a mesma inferioridade no proceder, facilmente provada pelos sentimentos inferiores que até hoje nos dominam e nos mantém afastados da necessária renovação íntima, da transformação espiritual para o bem.



Ainda analisando nossa personalidade atual, as nossas tendências, as nossas prioridades e desejos, nos cientificamos que vivemos e revivemos os mesmos erros, mesmo que em situações e graus diferentes, certamente com alguns avanços, porém, deveras imperceptíveis, tal o conforto que ainda sentimos ao alimentar as satisfações pueris que os desafios puramente materiais e carnais trazem em si.



Ainda nos deixamos dominar facilmente pelo egoísmo, por desejar unicamente o nosso bem estar ou o de nossa prole, teimando em ignorar a necessidade do próximo, o seu anseio, como se fosse possível conquistarmos a verdadeira felicidade em meio de revoltas, de impropérios, de gemidos e sofrimentos, de dor e de ódio, situação na qual ainda vivem inúmeros irmãos do caminho, companheiros de jornada terrena, e que preferimos manter afastados da nossa porta, como se não fosse a felicidade coletiva um dos fatores principais para conquistarmos também a felicidade e o bem estar individual.



Ainda nos entregamos à mágoas injustificáveis, ao desprezo pelo sentimento alheio, pela sua forma de agir e de pensar, nos envolvemos em julgamentos sumários, condenando posturas e ações sem nos atentarmos que também nós assim estaremos sujeitos a sermos julgados, tal a nossa inferioridade ainda latente, o que nos leva fatalmente a reincidência em erros, em desvios de conduta, deixando de valorizar o ensinamento cristão que nos diz para atirar a primeira pedra aquele que estiver sem pecado.



E são exatamente estes exemplos e ensinamentos, que insistimos, ainda hoje, em ignorar e menosprezar, os do Cristo, agindo muitos de nós como os religiosos de todos os tempos, egípcios, romanos, judeus, católicos, islâmicos, evangélicos, nos prendendo a letra, a fachada, a títulos, a rituais, nos esquecendo de vivenciar, de fato, a sublimidade dos conceitos da justiça, da paz e do amor, que norteiam basicamente todas as frentes religiosas de nosso planeta, tendo sua sublimidade no cristianismo, quando o perdão, a igualdade de direitos, a humildade, a caridade, o respeito e o amor, trouxeram-nos uma nova forma de encarar o mundo e as pessoas, inclusive aos nossos adversários e inimigos.



Vivemos hoje ainda as prioridades da carne, de acordo com os dogmas criados pela sociedade em nosso dia a dia, em uma velocidade cada vez maior, dada a modernidade dos meios de comunicação e interação social oferecido pela internet, futilizando cada vez mais nossa existência, ocupando nossa mente com informações e situações de pouco proveito para nosso desenvolvimento íntimo como individualidade eterna, empobrecendo as artes, a cultura, os relacionamentos humanos, generalizando banalidades em uma velocidade tal que poucos conseguem manter o foco em um objetivo mais sério, em um fator real e duradouro que norteie sua existência, que o faça ser participativo e ativo não só para sua evolução, como para a da coletividade na qual está inserido.



Nossa responsabilidade vai muito além dos poucos anos que estamos desfrutando no plano físico, uma das principais razões do advento do Espiritismo foi exatamente fundamentar a Lei da Reencarnação, da multiplicidade de existências, alicerçada pela lei da causa e efeito, da colheita constante e inevitável de tudo aquilo que plantarmos, sejam ações positivas ou negativas, o que nos faz, hoje, compreender a forma imperativa pela qual precisamos nos ater às conquistas espirituais, no enriquecimento de nossa personalidade, na transformação benéfica de nossos sentimentos, de nossa forma de pensar e agir frente as situações diárias, vivendo no mundo físico de acordo com suas necessidade e possibilidades de realização, mas, sem nos deixar contaminar pelo materialismo, pelo egocentrismo, pelo egoísmo, pela ignorância das leis maiores que comandam nossa existência, nos mantendo equilibrados e seguros no caminho que nos leve a combater e vencer as nossas tendência inferiores, conquistando novos valores, e consequentemente, novas e maiores possibilidades de estudo, de trabalho e de realização.



A maior dificuldade está em nos conhecermos, em reconhecermos nossas limitações, aquilo que está nos impedindo de avançar, que nós mesmos estamos alimentando de forma negativa e que está refreando nossa capacidade criativa e realizadora, deixando-nos arrastar por influências negativas, vinda do ambiente que criamos, de forças espirituais interessadas em que não avancemos, assim como também por influências de nosso próprio passado culposo, tentando nos arrastar a reincidência e a prostração, alimentando o nosso receio em deixar para trás a nossa zona de conforto, aquela que nos impele a estacionar, a estagnar.




Estamos aqui hoje para mudar, cada nova experiência física é oportunidade de correção, de renovação, de transformação, façamos por merecê-la, valorizando-a, nos concentrando em nossos objetivos e ideais, e que estejam eles sempre voltados e alicerçados no bem, de acordo com tudo aquilo que o Mestre Jesus nos deixou como exemplo e guia, sendo Ele, na essência do seu Amor, nosso caminho, nossa verdade e nossa vida.