domingo, 11 de dezembro de 2022

Estamos preparados para morrer?

 

 


Estamos preparados para morrer? 

Por mais que as circunstâncias que estamos vivendo no plano físico estejam apontando e nos direcionando para o desencarne, seja pela idade avançada, por doenças terminais, por riscos que estejamos assumindo, nenhum de nós está, de fato, preparado para enfrentar equilibradamente e sobriamente a morte.

Daqueles que seguem a Doutrina Espírita, que a estudam, que a debatem, que trabalham e desenvolvem a mediunidade, que participam de atividades de intercâmbio espiritual, de assistência ao próximo, orientando ou sendo orientados sobre a continuidade da vida após a morte, da pluralidade de existências, de mundos, da lei da causa e efeito, por mais que recebam mensagens daqueles que já os antecederam ao túmulo, seja parentes próximos ou desconhecidos, por mais que já tenham uma ideia do que encontrão no plano espiritual, as possibilidades de estudo, de trabalho, as necessidades de resgate e expiação, difícil que venham a afirmar, categoricamente e de forma plenamente segura e honesta, que já estejam preparados para desencarnar e que não temem a morte física.

Mesmo com este receio, com esta preocupação, o espírita não pode se deixar levar pela dúvida ou pelo medo, sua fé, alicerçada na razão, deve prevalecer e o encorajar para enfrentar esta situação logo que ela se torne inevitável, mantendo-se em constante vigilância, em constante preparo, o que fará que esteja mais habilitado e capacitado para superar este momento e a consequente readaptação no plano espiritual.

Importante sempre ressaltar que para estarmos plenamente equilibrados e cônscios do momento que estaremos enfrentando, não bastará apenas conhecer os parâmetros, as circunstâncias, faz-se necessário, acima de tudo, termos vivenciado e solidificado nossas atitudes, palavras e pensamentos, ainda quando encarnados, de acordo com o verdadeiro sentimento cristão, os conceitos e preceitos espíritas, baseados no bem, no amor ao próximo e a Deus.

A readaptação ao plano espiritual para aquele que desencarnar, mesmo que seja ateu, ou totalmente avesso a ideia da continuidade da vida após a morte, será sempre menos traumática, se viveu no bem, se viveu com a caridade pura no coração, se domou e dominou seus instintos inferiores, do que para aquele que, mesmo se intitulando espírita, cristão, apesar de todo conhecimento e estudo, viveu de forma egoísta, arbitrária, que não colocou na prática, nas lides diárias, os preceitos que defendeu e que ensinou, fazendo-nos lembrar, sempre, da parábola do bom samaritano ou a do óbolo da viúva, onde Jesus deixa bem claro que o maior será sempre aquele que se fizer menor, que títulos ou nomeações de nada valerão se não tivermos amor no coração, se não formos caridosos com o próximo, se não perdoarmos as ofensas, se não nos reconciliarmos com nossos inimigos.

Sem dúvida, entretanto, aquele que teve a oportunidade de conhecer e vivenciar a Doutrina Espírita quando encarnado, e que a vivenciou em toda sua pureza, aliando a teoria à prática, terá condições maiores de compreender sua situação após o desencarne, e, assim, mais prontamente recuperar seu equilíbrio e o domínio sobre seu livre-arbítrio, sobre a situação que se encontra, podendo almejar novas condições, voltadas para novas oportunidades de estudo e de trabalho, não perdendo o tempo que aquele que não consegue entender a situação leva para aprender, para compreender e aceitar sua nova condição.

Maior, portanto, se torna a responsabilidade do espírita em levar a seu irmão do caminho os conceitos e os preceitos da Doutrina, não esperando simplesmente que a oportunidade de instruir venha até ele, mas, que tome a iniciativa e vá ao seu encontro, que não desperdice as oportunidades de dividir o conhecimento adquirido com o próximo, não se esquivando de contribuir, levando os conceitos cristãos, doutrinários para os que se encontram predispostos a ouvi-lo, para aqueles que têm a mente aberta e a vontade de melhorar, de evoluir, ciente que cada um de nos deve fazer a sua parte e que Deus saberá sempre reconhecer o esforço do sincero trabalhador de sua seara.

Nosso dever é fazer o bem e seguir adiante, e será sempre egoísta aquele que detém o conhecimento e não o dividir, não importando em qual justificativa se escore para manter esta postura, porque a cada um, conforme sentenciou Jesus, será dado segundo suas obras, e também, deveremos considerar que cada um deixará de receber por aquilo que poderia ter feito e não fez.

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Educando nossas crianças!



 

“Educando nossas crianças!”

Vamos falar um pouco da importância que temos, de acordo com o Espiritismo, de educar bem as nossas crianças, começando por destacar um pequeno trecho do Livro Lázaro Redivivo, do autor espiritual Irmão X, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier:

“O amor, para educar, não prescinde da energia, e a ternura, por mais valiosa, não pode dispensar o esclarecimento.”

Antes de comentarmos sobre as necessidades e prioridades quanto a educação de nossas crianças, precisamos lembrar da lei da reencarnação, lembrando que todos nós já tivemos diversas existências passadas, e desta forma, as almas delas já passaram por diversas experiências, cada uma carregando sua própria bagagem, sua personalidade, e claro, suas tendências.

Mas, independente destas tendências, o período infantil, e este é um dos principais motivos segundo a Doutrina que ele se faz necessário, decorrente do véu do esquecimento que nos acompanha quando reencarnamos, é a fase onde o espírito se encontra mais maleável para sofrer influências, pois depende da proteção e da orientação dos pais, podendo receber significativas motivações íntimas para crescer no bem, valorizando a moral, a ética, o respeito, vindo a superar e dominar, quando for o caso, sentimentos negativos que carrega consigo em sua personalidade eterna, tendo a chance de renovar sua postura, onde o ambiente, os exemplos e a educação recebida serão de fundamental ajuda, ainda que saibamos que muitos, mesmo com as melhores condições, ao irem crescendo, prefiram se entregar a vícios, paixões, e atitudes negativas e inferiores.

Os pais devem sempre buscar fazer a sua parte, pois sua atuação é fundamental para que a criança cresça com todas as possibilidades de evoluir no bem, sendo ele a base na qual ela se sentirá segura quando chegar a hora de enfrentar o mundo e buscar por si todo o aprendizado que ele traz.

 Para isso, se faz necessário que os pais assumam posturas que venham de encontro ao trecho que destacamos no começo do nosso estudo, onde o amor e a ternura são essenciais para o êxito desta sublime missão, porém, sem abrir mão da disciplina e do esclarecimento constante na formação do discernimento infantil do que vem a ser o certo e o errado, do que vem a ser a postura correta e a indevida.

Os pais precisam ser enérgicos quando necessário, não sendo permissivos, porém, nunca recorrendo a castigos, principalmente os físicos, nada negando ou permitindo sem a devida explicação, para a criança entender o porquê das coisas e das situações, os pais precisam entender e respeitar a inteligência de seus filhos, não menosprezando a capacidade que eles têm de compreensão, se preocupando em dizer tanto o sim como o não na hora certa, de forma justificada, e não por razões fúteis, com o para não serem perturbados, por estarem cansados, para não perderem tempo ou para não parar algo que estejam fazendo de pouca importância.

A criança precisa de regras, de limites, de saber esperar, precisa ter a noção de seus direitos e de seus deveres, porém, que tudo seja levado a ela de forma pacificada, com amor, com ternura, não devendo os pais barganharem com seus filhos, impondo condições, ou prometendo recompensas, principalmente se for para que eles venham cumprir seus deveres.

Como pais também não devemos estar sempre exigindo que elas nos sejam gratas, que reconheçam nossos esforços, não devemos nos vitimizar, colocando-as como a causa de nosso cansaço, de nossas preocupações e problemas, não supervalorizando ou depreciando situações.

A criança precisa viver em um ambiente saudável, ela precisa brincar, ser feliz, precisa da companhia dos pais, quando possível de seus avós, de sua família, de seus amigos, quando necessário ou já em idade escolar, de seus professores, lembrando sempre que a tarefa de educar é principalmente dos pais e de levar conhecimento dos professores, deixando claro que tanto um como o outro, podem e devem de alguma forma também auxiliar, complementar a parte do outro, tanto os professores na educação, como os pais no aprendizado.

Quanto mais cedo os pais conseguirem fazer nascer na criança o sentimento da empatia, mas cedo seus filhos irão respeitar aos seus amiguinhos, aos seus professores, e a todos, pois, terá o conhecimento que todos tem os mesmos direitos que ela, assim como os deveres, que ela não é superior e nem inferior a ninguém, que deve tratar a todos com bondade e carinho, até mesmos os profissionais que poderão fazer parte de sua vida, com a empregada de sua casa, o porteiro de seu prédio, os funcionários de sua escola.

Todos nós, como pais, também nos beneficiaremos da empatia, buscando sempre recordar de quando éramos criança, os nossos anseios, aquilo que nos despertava a atenção, o que nos gerava receios, nos trazia alegria, para que venhamos a enxergar melhor nossos filhos, não com isso querendo que eles passem por tudo da forma que passamos, mas sim, para que venhamos a compreendê-los melhor, auxiliando-os em suas escolhas e suas posturas.

  Precisamos estar atentos para acompanharmos o crescimento de nossas crianças no tempo certo e real, as auxiliando em não queimar etapas, ainda mais no ritmo acelerado que tem se tornado a existência humana, e também não os infantilizando, não os tratando como se ainda não tivessem crescido, como se não fossem capazes de novas realizações, buscando sempre o equilíbrio, sem temer que venhamos a perdê-los se crescerem, principalmente, porque eles sempre crescem.

Para finalizar, sabemos que eles deverão ter sempre o direito e o dever de escrever seus próprios destinos, de fazerem suas escolhas, inclusive sobre sua religiosidade, mas temos o dever de lhes apresentar desde pequenos a Deus, as leis morais, e nós, como espiritas, de acordo com a compreensão que forem adquirindo, a lei da causa e efeito, da reencarnação, e claro, que venham a conhecer, na essência, os ensinamentos do Cristo, a importância da caridade e do amor ao próximo.

Façamos a nossa parte, no bem!

sexta-feira, 6 de maio de 2022

Definindo Prioridades

    


 São muitas as questões levantadas pela nossa consciência quando estamos determinados a efetivar nossa transformação espiritual, quando decidimos deixar para trás nosso passado inferior, precisando para isso redefinir nossas prioridades , o que só conseguiremos fazer sendo sinceros quanto aos erros que estamos cometendo, além, claro, quanto aos sentimentos negativos e instintos inferiores até então alimentados, e que ainda trazemos em estado latente em nosso íntimo, mesmo que, de alguma forma, já não mais os expressemos na convivência diária com nossos irmãos do caminho.

Hoje já temos a consciência, ou pelo menos deveríamos ter, em decorrência do estudo e da vivência no Espiritismo, que a Verdade é Única, e ela está no Cristo, em tudo que Ele nos trouxe através de seus ensinamentos e exemplos, não mais podendo assim haver sofismas que venham nos desviar do caminho a seguir.

Infelizmente, em vez de nos fixarmos a esta Verdade, insistimos de forma recorrente a nos acomodar às realidades temporárias que mais se adequam aos nossos desejos imediatistas, elevando-as a um patamar no qual elas não merecem estar, as permitindo moldar nossas posturas e servirem de base as nossas escolhas.

Realidades que possuem apenas a aparência do que vem a ser o certo, de acordo com o que cada um de nós enxerga o mundo, as adequando aos nossos desejos, sempre encontrando uma forma de as proteger através das mais variadas justificativas e desculpas, por mais que elas venham a nos desviar de nossa jornada evolutiva.

Quando assim agimos nos mantemos, geralmente, afastados e ainda distantes do tão almejado equilíbrio íntimo, o protelando de forma inconsequente, sem atinar que será ele, no futuro, que possibilitará a que venhamos nos livrar dos mais resistentes resquícios da inferioridade, a mesma que alimentamos por séculos de erros e desvios de conduta.

O egoísmo, a vaidade, o orgulho, a dúvida, o medo, são sentimentos comuns ainda em nosso atual estágio evolutivo, e mesmo que através deles não venhamos a cometer graves crimes que firam a legislação humana, a eles nos mantemos presos por transgredirmos as Leis Divinas, ainda que para a sociedade humana sejamos vistos como pessoas de bem.

Entretanto, estes sentimentos, ainda que disfarçados, não deixam de ser fatos geradores para que venhamos a recalcitrar em antigos erros cármicos, realimentando nossa inferioridade, e mesmo que não venhamos prejudicar diretamente a ninguém, permanecemos estacionários, porque são eles que nos impedem de agir diretamente em prol do próximo, de pensarmos menos em nós e mais no coletivo, quando preferimos nos manter comodamente em uma posição de neutralidade, para não dizer de nulidade.

Desta forma, o passo inicial para vivenciarmos a Verdade Cristã, não mais nos perdendo nos labirintos de inúmeras equivocadas realidades humanas, está ligado intimamente ao que o Mestre nos ensinou, e que o Espiritismo, como seu Consolador Prometido veio ratificar e ampliar, escolhendo priorizar aquilo que precisamos, como o apóstolo nos ensinou, o que nos convém, e não, o que desejamos por mais que nos seja permitido, focando nossa vontade, não mais justificando nossas equivocadas escolhas, não mais criando subterfúgios ou fatores condicionantes que visem adiar nossas escolhas e atitudes no bem.

Estudar o Cristo, enxergar o Mestre nos conceitos que Ele deixou para nós, valorizando sentimentos como o amor, a humidade, a caridade, a tolerância, a coragem, e tudo o que de mais valioso pudermos fazer nascer dentro de nós, gerando a empatia, conhecendo melhor o nosso irmão do caminho, e assim como também a nós mesmos, em uma análise profunda do que fomos, do que somos, e de tudo, sem exceção, que precisaremos mudar e transformar para que venhamos a ser, de fato, um tarefeiro do bem.

Na essência, é finalmente vivenciar a Lei Cristã que recomenda amar ao próximo como a nós mesmos, e a Deus sobre todas as coisas!

 

Que assim seja!