sexta-feira, 24 de maio de 2019

Rumo a mais altos voos!




Uma das principais lições que precisamos assimilar quando da nossa decisão de buscar a transformação espiritual para o bem, lutando contra e superando as nossas tendências inferiores alimentadas por séculos de inadequadas escolhas, é que o erro não nos é interdito, ou seja, precisamos ter a consciência que não somos seres infalíveis, e que o nosso caminhar ainda terá pela frente muitas errôneas ações e reações, sejam elas em nossas atitudes, em nossas palavras, ou mesmo apenas em nossos mais recônditos pensamentos.


Os mais conhecidos espíritos do bem que já passaram pelo plano físico do nosso planeta, com exceção do Nosso Mestre Jesus, erraram por inúmeras vezes durante sua trajetória terrestre, tendo que manter uma luta constante contra suas próprias imperfeições, ainda que suas intenções fossem boas e aparentemente baseadas na justiça divina.

Temos como um exemplo marcante o Apóstolo dos gentios do início da era cristã, Paulo de Tarso, que na juventude utilizou-se de toda sua intelectualidade e força como jovem rabino do judaísmo dominante, na perseguição implacável aos primeiros seguidores do Mestre Jesus, tendo cometido inúmeros crimes e injustiças, ainda que convicto estivesse em sua consciência ainda deturpada, que suas decisões estavam corretas.


Depois, Paulo, mesmo após ter sido diretamente confrontado na Estrada de Damasco pelo próprio Cristo Jesus do porque tanto o perseguia, o que fez com que mudasse totalmente sua postura e seu ideal de vida, passando a ser um dos pilares de sustentação no crescimento inicial da santa doutrina de Amor que o Mestre representava, ainda assim, por diversas vezes, se deixou levar por seu temperamento intempestivo e intimorato, exagerando em suas ações, cometendo erros, mas não deixando por eles se abater, aprendendo com eles, indo resoluto até o final de seus dias no ideal de vida que escolhera para si.


Assim precisamos ser em relação a inferioridade de sentimentos que ainda mantem-se viva e ativa dentro de nós, reconhecendo-a e mantendo uma luta acirrada para que não venhamos novamente a nos deixar por ela dominar, cientes que nem sempre sairemos vitoriosos, mas, sim, prontos para a corrigenda e o ressarcimento de tudo que nossos erros gerarem como consequência, para nós, para o próximo e para a coletividade onde vivermos.


Nossos defeitos, mesmo os mais graves, não podem se tornar elementos castradores e impeditivos de novas tentativas e ações, sendo, entretanto, de total relevância e importância, neste nosso processo de renovação, a intenção sincera que comanda a nossa personalidade, para que não venhamos a cair no inverso da situação, ou seja, que passemos a nos acomodar com o erro, até mesmo o utilizando como desculpa para novos e conscientes desvarios, nos escorando na possibilidade de corrigenda futura.


Só há sincera motivação evolutiva, quando os erros não são cometidos com consciência e intenção, mas, sim, quando visamos acertar, dentro dos conceitos do bem que poderemos sempre encontrar, tanto nos conceitos cristãos, como em sua continuação, nos preceitos espíritas.


A dúvida, o medo, o desânimo, o remorso destrutivo são fatores improdutivos e desnecessários, gerando um desperdício de tempo e de energia por parte daqueles que de alguma maneira os alimentam, principalmente, porque em nada mudam para melhor a situação, os mantendo estacionários e propensos a cometer erros ainda maiores, principalmente se, indevidamente, se entregarem a influências espirituais negativas por parte daqueles que interessados estão em se prevalecer em proveito próprio de seus estados emocionais enfermiços, sejam elas advindas de inimigos ou associados.


Importante para quem erra é saber que, não devendo a ninguém julgar, também tem para si, outorgado por Deus, o direito de ninguém julga-lo, a não ser o próprio Pai, que no caso é só amor, só compreensão, só tolerância, como o é, para todos os filhos, sem exceção.


Cada um de nós, tem apenas, ainda que não saiba, a própria consciência a controlar e julgar suas escolhas e atos, devendo sim, agir de forma rígida para que não mais venha a falir, ainda mais quando já tem a disposição para aprendizado as esperanças do Consolador Prometido pelo Mestre Jesus, o Espiritismo, que veio deixar claro e evidente, a continuidade e a eternidade da vida, e das infinitas oportunidades de reparação, aprendizado, trabalho e evolução.


Tenhamos força, boa vontade, fé, disciplina, e essencialmente, amor, para que continuemos firmes e seguros, ainda que erros sejam cometidos, rumo à mais altos voos, no caminho do Bem!


Que assim seja!