quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Na humildade de ser...



Não criemos e não alimentemos a ídolos!

Sem dúvida, existem aqueles a quem, de forma justa, devemos ser agradecidos, por lutarem e se sacrificarem, por vezes, a extremos, para que nós, espíritos ainda fracos e indecisos, tenhamos a oportunidade de receber através de seus exemplos e ensinamentos, os conceitos básicos do Espiritismo, assim como a postura que todo espírita deve possuir para percorrer sua atual romagem terrena de forma positiva e construtiva.

Benfeitores da estirpe de Francisco Cândido Xavier, Bezerra de Menezes, Cairbar Schutel, Divaldo Pereira Franco, entre outros, que enriqueceram, e muitos até hoje ainda enriquecem, a Doutrina trazida a nós através da Codificação de Allan Kardec, merecem todo nosso apreço, nosso respeito, nossa gratidão, porém, em nenhum momento, e de forma alguma, devemos deixar que o nosso sentimento se transforme em falsa idolatria.

O próprio Mestre Jesus, nos trazendo o exemplo de toda sua humildade e sinceridade, corrigiu a quem o chamou, mesmo que de forma justa, de bom, prontamente informando que bom, de fato, era, como é, unicamente o Seu Pai, o Nosso Pai, Deus!

E o Cristo, de forma inconteste, é o espírito mais puro que já esteve entre nós, exatamente para nos despertar para o único sentimento que poderá fazer com que venhamos galgar os degraus que nos levarão a superioridade moral como individualidade eterna: O amor!

Exatamente Ele, autodenominado, o Caminho, a Verdade, e a Vida, Governador excelso de nosso planeta, nos coloca como premissa, não gerarmos e nem cultuarmos a ídolos, respeitando a todos os irmãos do caminho, mas não supervalorizando a ninguém, da mesma forma que a ninguém devemos desprezar, já que cada um, dentro de seu estágio evolutivo, é de fundamental importância para que a engrenagem universal se mantenha sempre coesa em seu objetivo maior, o de oferecer o melhor para cada ser que a compõe, da bactéria até o mais evoluído dos seres.

Infelizmente, dentro de nossa Doutrina, ainda temos por hábito copiar a tendência que nos acompanha como sociedade, a de valorizarmos em excesso a irmãos do caminho, os privilegiando, gerando expectativas que eles venham sempre a nos beneficiar de alguma forma, os admirando, os cultuando, esperando que nos mostrem qual o melhor caminho a seguir, dentro daquilo que em nós, eles despertam.

No esporte, nas artes, na política, na religião, em nossa vida profissional ou estudantil, até mesmo dentro do nosso lar, escolhemos aqueles a quem passamos a ter como modelo ideal de felicidade, seja pelo poder, pelo aspecto físico, pelo grau de influência, pela forma de vida, entre tantos outros fatores que passamos a os privilegiar.

Formadores de opinião, como muitos deles são chamados, ou até mesmo se autodenominam, poucos são os que baseiam sua vida na humildade e na benevolência que quem detém está posição deve possuir, quando se deixam arrastar pelo orgulho, pela vaidade, pela cobiça, e infelizmente, em muitas situações, pela má fé, vindo a prejudicar aqueles que os admiram, apenas para satisfazerem aos seus desejos pessoais.

A idolatria prejudica tanto aquele que a sente, como a quem esse sentimento desperta no próximo, porque o ser humano não é perfeito, e uma das características principais daqueles que convivem com essa forma de relacionamento, é o amor incondicional, e a falsa ilusão de que o objeto de sua estima é perfeito, que não possui falhas, ou seja, é o ideal que um dia sonha vir a conquistar.

Mas, todos nós, sem exceção, até mesmo os exemplos que utilizamos no início de nosso estudo, somos falhos, possuímos nossas imperfeições, nossos medos, nossas dúvidas, nossos momentos de estresse, quando nos deixamos dominar por sentimentos negativos, vindo em menor ou maior grau, a cometer erros, injustiças, a não agirmos exatamente e devidamente como esperam aqueles que erroneamente nos consideram acima do bem e do mal.

Assim, tanto se engana quem idolatra, como também pode vir a fazer com que aquele que esteja sendo idolatrado venham a se enganar, supervalorizando a si mesmo, julgando-se infalível, ou melhor, que os seus irmãos do caminho lhes são inferiores, o que fatalmente fará com que todos venham a se decepcionar, correndo o risco de se deixarem levar por extremos, abandonando totalmente aquilo que até então era a razão maior de suas crenças, de suas existências.

No Espiritismo, não pouco raro, é que venhamos a tomar essa atitude, a da idolatria, com médiuns, com palestrantes, com dirigentes, com autores de livros, passando a enaltecê-los, a venera-los, a considerarmos como exemplos de uma perfeição que, na verdade, como todo ser deste nosso planeta, ainda estão longe de possuir.

Todo trabalhador do bem, sincero, correto, humilde, merece todo nosso apreço, nosso respeito, e deve, sim, ser para nós um exemplo de conduta, porém, que tenhamos plena consciência, que por maior que seja o seu estágio atual, todos nós, sem exceção, com esforço, com trabalho, com disciplina, com amor e dedicação, poderemos um dia a ele nos igualarmos, assim como ele, poderá e deverá, sempre aspirar a mais altos voos, dentro das infinitas possibilidades de evolução que todos temos como filhos do Nosso Pai Maior.

E para aqueles que hoje ocupam uma posição de destaque, por mais simples que seja, em seu lar, em seu trabalho, em sua religião, seja onde for, não esqueçam que para vencerem como cristãos, como seres eternos, fundamental se faz reconhecer o quanto ainda falta para que venham a se aproximar do Nosso Exemplo Maior, Nosso Mestre Jesus, e que isso já deve bastar para que mantenham bem alto a bandeira que mais deve nortear a todos os seus passos, tanto no plano físico, como no espiritual, a bandeira da HUMILDADE!


Que assim seja então, sempre!    

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Tempo...





Um dos principais fatores que compõe o processo da nossa evolução espiritual é o fator: TEMPO!


É o uso que dele fazemos, sendo ele de extrema relevância em qualquer momento de nossa existência, estejamos encarnados ou desencarnados, sejamos jovens ou já adultos, independente de qualquer tipo de diferencial que tenhamos como base de análise, seja de classe social, de raça, de preferência sexual, ou se nos encontramos enfermos, sãos, sejamos nós fortes ou fracos, cultos ou ignorantes.


Por mais que como espíritas sabedores somos da nossa eternidade existencial, da sucessão de vidas, de inúmeras experiências que já vivemos e que ainda iremos viver, não podemos, em nenhum momento, despreza-lo, ou agirmos como se dele, o tempo, dispuséssemos como melhor nos aprouver, adiando, como comumente fazemos, as ações e escolhas que nos exigem mais foco, mais esforço e uma constante disciplina.


O caminho do erro, das paixões, dos vícios, sejam eles ligados a matéria ou ao espírito, é, na maioria das vezes, prazeroso e convidativo, por dar uma falsa sensação de felicidade e conquista, nos levando a nos afastar cada vez mais de nossos objetivos maiores, nos fazendo adentrar na porta larga da insubmissão à vontade divina e ao bem estar que dela deriva.


Podemos comparar o caminho tortuoso do mal como uma ladeira íngreme e acentuada, onde a descida, por força da gravidade, nos ilude quando a distância e o esforço dispendido, e, principalmente, quanto ao tempo que estamos levando, ou melhor, desperdiçando, ao percorrê-la, invariavelmente, por nossa livre vontade.

Se há, nesta descida, de acordo com aquilo que realizamos, um inegável desperdício de tempo em relação ao nosso avanço evolutivo como individualidade eterna, com certeza, será imensurável o que deveremos dispor quando nos dispusermos a retornar, retomando nossa rota, quando o esforço da subida se fará presente, exigindo de nós uma força e uma disciplina maior, ainda mais que no caminho de volta, muito provavelmente, encontraremos aqueles que ainda se encontram em descida, e que tudo farão para que desistemos da nossa resolução em subir, de galgar os degraus da evolução, seja por nos invejar o esforço, seja por nos considerar equivocados em nossa decisão, tentando assim nos “ajudar” a retomar a “razão”.


O certo, porém, quando nos referimos ao TEMPO, é que este, mesmo sendo sempre o mesmo em seu caminhar, sendo uma hora no plano físico, em qualquer situação, composta por sessenta segundos, varia de acordo com o que estivermos fazendo e vivendo, com o grau de intensidade de nossas emoções, com a intenção maior que nos motiva a cada ação de nossa existência.


Quando estamos fazendo algo que nos é prazeroso, ou que nos exige um alto nível de concentração, este parece voar, e mal sentimos seu caminhar, quando horas se confundem com minutos, meses com dias, décadas com anos.


Inegável, também, que quando o que fazemos encaramos como obrigação, quando não estamos devidamente focados ou interessados, ele, o tempo, parece se arrastar, quando não conseguimos prever o término, quando passamos a sofrer pela ansiedade, ainda que seu caminhar seja sempre, e impreterivelmente, o mesmo.


Algo é certo, quanto mais dele dispomos de forma equivocada, mais dele precisaremos no processo doloroso de corrigenda e cura, e quanto mais dele nos uitilizarmos para clarear a mente e o coração, mais ele se tornará leve e imperceptível em seu avanço.


Cristo Jesus é o Caminho, a Verdade, e a Vida, assim, todo o TEMPO que dispusermos em estuda-lo, em compreendê-lo e em vivencia-lo, será uma fonte de riqueza que nos garantirá um retorno seguro e enriquecedor, porque quanto mais gerarmos paz, por mais tempo a teremos ao nosso lado, assim como o amor, assim como tudo que representa o bem e a verdadeira felicidade que podemos aspirar em nosso atual estágio evolutivo.


Ao dispor do nosso tempo para o estudo e o trabalho rumo a nossa transformação espiritual para o bem, a nossa renovação íntima, mais forte nos sentiremos para enfrentar os naturais embates da vida, não nos isentando da dor e da dificuldade, mas nos capacitando para delas fazermos instrumentos para a nossa própria evolução, assim como daqueles que de alguma forma pudermos influenciar de forma positiva.


Só consegue colher para si os frutos da felicidade eterna aquele que dispor do seu tempo para a ela plantar, ainda que isso exija por um período mais ou menos curto, de acordo com o esforço e o foco de cada um, suor e lágrimas, coragem e fé, ousadia e determinação.


Quem usa do seu tempo para brincar ou alimentar paixões e vícios não poderá esperar nada mais do que esta postura tem a oferecer, ou seja, tédio, frustração, desânimo, medo, dor, ainda que por algum período acredite estar desfrutando de sensações prazerosas que de alguma forma o levarão a ser feliz.


Façamos do nosso tempo um tesouro consistente e seguro, garantindo-nos no caminho do bem, único capaz de nos levar a felicidade eterna.


Trabalhar, estudar, praticar a caridade, ter um lazer sadio, estar com quem amamos, respeitar as diferenças e com elas aprender o que ainda nos falta conquistar, não prejudicar ou invejar a ninguém, produzir pensamentos positivos e construtivos, utilizar da palavra para levar bem estar e esperança, em nenhum momento prestigiar, comentar ou praticar o mal, este é o guia seguro para fazermos do nosso TEMPO o que Nosso Pai Maior de nos espera rumo ao nosso objetivo maior: a perfeição!


Que assim seja!