quinta-feira, 28 de setembro de 2017

O saber ouvir...





Uma das melhores formas de aprender e aproveitar todas as possibilidades que surjam para enriquecer nosso conhecimento, principalmente quando estamos recebendo informações de forma prática, através de exemplos, de situações, da expansão do ensino por parte de nossos mentores, professores, orientadores, é bem simples, e altamente eficaz quando utilizada: saber ouvir!



O “saber ouvir” implica um esforço de nossa parte, de autoeducação, de disciplina, ainda mais, pela necessidade de superar antigos hábitos, oriundos da falta de humildade, quando, buscando mostrar ou provar que não somos ignorantes, que somos intelectualizados, cultos, atualizados, geramos nas comunicações, interferências, apartes, muitas das vezes, fugindo da lógica que está sendo exposta, esplanada, fazendo com que, ao contrário do objetivo, nos afastemos do tema proposto, dificultando ainda mais a compreensão e assimilação.



O correto, quando alguém direta ou indiretamente nos dirige a palavra, em uma conversação formal ou informal, em uma palestra, uma aula, uma exposição, é mantermos a mente aberta sobre o tema tratado, sem preconceitos, sem ideias preconcebidas ou conclusões precipitadas, ouvindo atentamente, concordando ou não, participando ou não da mesma opinião sobre o que nos está sendo passado, primeiramente, por respeito, por educação, e depois, para permitir que nosso interlocutor exponha tudo o que desejar de forma plena, pois, talvez, com o decorrer da argumentação, venhamos a mudar nossa forma de ver o que está sendo exposto ou que venhamos a entender melhor a sua posição, evitando, assim, agir de forma prepotente ou arrogante, ainda mesmo que tenhamos argumentos contrários poderosos ou que estejamos com a razão, já que a vida é um eterno aprendizado, e sempre podemos tirar algo positivo e construtivo de qualquer situação ou qualquer ensinamento, ou orientação que queiram nos transmitir.



Precisamos nos manter atentos e concentrados quando desejamos apreender de fato o que nos querem informar, evitando ruídos desnecessários na comunicação, pensamentos ou respostas precipitadas, não se preocupando em buscar na nossa memória, enquanto falam conosco, exemplos e fatos similares que tenham acontecido conosco, porque, acabamos por focar apenas em uma parte do que está sendo passado, e terminamos por não mais prestar atenção na continuidade, desperdiçando, por vezes, preciosas oportunidades de aprendizado.



Quem sabe ouvir, de fato, tem mais facilidade de comunicação, de entendimento, de compreensão, e também, de se fazer compreender, porque tende a tratar o assunto com mais equilíbrio, estando mais embasado, assimilando tudo com maior facilidade, aumentando sua capacidade de análise e discernimento, aproveitando o que é de positivo, e descartando o que nada irá contribuir para seu melhoramento e evolução individual.



O “saber ouvir” é de fundamental importância para, além de enriquecermos nosso conhecimento, aprendermos também a utilizar a palavra de forma correta, produtiva, positiva, pois, ambos os fundamentos da comunicação, para serem devidamente aproveitados em nossa transformação espiritual, devem se basear na humildade, na sinceridade, no discernimento do bem e do mal, nos conceitos cristãos, não desperdiçando ao falarmos, ao interagirmos com nossos irmãos do caminho, nem o nosso tempo e nem o deles. Aquele que norteia sua existência no orgulho, na vaidade, na prepotência, no egoísmo, se trai exatamente através de suas palavras, de sua postura, na sua comunicação com as pessoas, e mesmo que, por um período, consiga enganar, manipular, prejudicar, mais cedo ou mais tarde, deixa entrever suas reais intenções, sua real personalidade, distante daquela que angariaria, além de amizades sinceras, a possibilidade de crescer, de se educar, de se tornar uma pessoa de bem.



A palavra é uma das principais ferramentas que o homem dispõe para realizar seus objetivos quando encarnado. A palavra pode aliviar, incentivar, auxiliar, ensinar, motivar, esclarecer, solucionar, explicar, comover, confortar, entre tantas outras possibilidades de arrimo e engrandecimento espiritual, como também, infelizmente, pode machucar, magoar, ferir, manipular, derrotar, destruir, confundir, amedrontar, escandalizar, até mesmo matar, entre tantos outros males que a inferioridade humana ainda não aprendeu a controlar e expurgar de sua existência, tanto física como espiritual.



Temos na nossa história, antiga ou recente, inúmeros exemplos entre artistas, políticos, religiosos, que pelo poder de sua palavra, pelo poder que têm na formação de opiniões, levaram, e levam, seus seguidores, seus discípulos, seus fãs, ao delírio, à guerras, ao fanatismo, a intransigência, a loucura, vítimas e alvos fáceis de seres inescrupulosos ou indevidamente esclarecidos, que por sua oratória, dominam e manipulam, interferindo de forma indevida nas suas escolhas e decisões, prejudicando o avanço cármico daqueles que iludidos são por suas argumentações.



Mesmo todos tendo o livre-arbítrio, a capacidade de decidir e não aceitar, aquele que tem o dom da oratória, da manipulação das massas, torna-se sempre corresponsável por tudo que gerar com seu discurso, com seus conselhos, com o que sua índole priorizar de bom ou de ruim, vindo a assumir a responsabilidade pelos fatos gerados por sua influência, tendo no futuro, que viver as consequências, positivas ou negativas deles decorrentes, sempre de acordo com a bondade e a justiça divina.



A palavra é um dom divino para aquele que dela pode vir a realizar prodígios, por seu conteúdo, sua importância, levando o conhecimento, a Verdade do Cristo, seus conceitos, seus exemplos, seus ensinamentos, tudo que nos faz ficar mais próximos de quem amamos, de quem queremos auxiliar, de quem nos pode ajudar.



Não pensemos nela, na palavra, como uma arma nas mãos indevidas do crime, como os acusadores, os detratores, os caluniadores, os mentirosos a utilizam, e sim, como os anjos o fazem, os nossos mentores espirituais, nossos amigos, aqueles que a levam através da mediunidade cristã o amor, a esperança, o companheirismo, a fé.



Pensemos na palavra como uma ferramenta de trabalho, que poderá sempre nos trazer novos parâmetros, nossos ensinamentos, novas notícias, novos consolos. A palavra é a expressão mais pura do pensamento, é a forma mais eficaz de transmitirmos nosso sentimento, é a materialização do amor que trazemos dentro de nós, e unida à ação, à atitude, nos possibilitará estarmos mais próximos de quem amamos, de quem necessita de nosso arrimo, de quem pode nos ajudar, de quem pode nos aconselhar, consolar e ensinar.




Bendito seja sempre aquele que traz nas suas palavras o amor ensinado por Jesus, aquele que visa sempre o bem ao próximo e a compreensão de que Deus estará sempre em nosso coração.

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Muitas ocasiões em nossa jornada evolutiva...





Muitas ocasiões em nossa jornada evolutiva, a partir do momento que nos conscientizamos da necessidade de nosso melhoramento espiritual, de abandonarmos as paixões degradantes, os vícios, de não mais alimentarmos os sentimentos negativos, de não mais nos entregarmos ao individualismo egoísta, passamos a nos aproximar, de certa forma, da conduta e da postura ideal do homem de bem, do espírita, do cristão, ainda mais quando essa conscientização vem acompanhada do estudo, do trabalho, da determinação e da tentativa de disciplinar o proceder.

Geralmente, quando desde os nossos primeiros passos conscientes no plano físico, nosso foco já se forma no sentido desta transformação, dela já havíamos nos preparado desde o nosso planejamento reencarnatório, ainda na espiritualidade, quando acompanhados e assessorados por nossos mentores e benfeitores espirituais, pesquisamos e analisamos nossas maiores necessidades em relação ao nosso proceder e aos nossos atos em pretéritas existências, na visão de nossos débitos e erros a serem corrigidos, fatores determinantes para nossa atual passagem no plano físico.

Nesta preparação prévia, a maioria de nós, hoje espíritas, recebemos todo o sustento necessário para que no momento certo os conceitos doutrinários viessem a despertar nossa atenção, fazendo com que nos voltássemos ao estudo, a busca do conhecimento, e quando resolutos, no engajamento em suas fileiras, passando de forma efetiva a estudar e trabalhar em prol do nosso aperfeiçoamento e do auxílio ao próximo e a sociedade onde vivemos, assumindo responsabilidades nas diversas tarefas que ela, a doutrina, oferece aos seus seguidores, quando bem intencionados.

Por isso, para muitos, ao travar o conhecimento com os preceitos doutrinários contidos do Espiritismo, estes parecem brotar naturalmente do seu íntimo, facilitando ao entendimento, como se deles já tivessem há muito tempo conhecimento, o que é fato, pois, ainda na espiritualidade os estudaram e em seu desenvolvimento de alguma forma trabalharam.

Essa transformação espiritual para o bem, entretanto, não é privilégio para os que somam as fileiras da Doutrina Espírita, ela é uma necessidade, e deve ser prioridade, inerente a todo ser humano, independente do grau evolutivo em que ele se encontre, já que o destino de todos nós é a ascensão, é eliminação dos sentimentos negativos que de alguma forma alimentamos, mesmo que em estado latente, mesmo que atualmente controlados e vigiados, conquistando definitivamente o domínio sobre nossos pensamentos, sobre nossas ações, e, principalmente, pelo que sentimos em nosso foro mais íntimo, e que forma nossa existência cármica ao longo dos séculos de lutas e aprendizados.

É uma batalha individual, ainda que se faça necessária a nossa vida em sociedade, já que é o homem o instrumento divino neste processo de transformação e renovação, onde o mais forte tem o dever de amparar e proteger ao mais fraco, o sábio o de elucidar ao ignorante, o são de tratar ao enfermo, fazendo com que a solidariedade e a caridade sejam ferramentas imprescindíveis para a vitória do Amor em nosso planeta, assim como em todo universo divino.

Cada um é responsável por sua própria evolução, por gerar para si, através das suas escolhas e ações, a positividade ou a negatividade que o irá acompanhar durante sua jornada, quando a dor e a alegria, nada mais são que reflexos naturais de cada passo que vier a dar em sua senda diária, quando o aglomerado de seu histórico determinará as recompensas ou as punições que deverá receber no futuro, sendo sua consciência seu próprio juiz, e quando necessário, seu próprio algoz.

Os conceitos cristãos, hoje abalizados e esclarecidos em minucia pelos preceitos espíritas, é o guia seguro para que venhamos a encontrar essa transformação espiritual em seu mais amplo aspecto, sendo, desta forma, mais difícil e complicado às pessoas e aos povos que a eles ignoram, ou que relutam em aceita-los, porque traçam um rumo para si mesmos que os afasta cada vez mais do objetivo maior de suas existências, fazendo com que se afundem e se percam em erros e vícios que obscurecem a visão sobre a tão necessária mudança para o bem.

Esse conhecimento doutrinário, dos ensinamentos e exemplos do Cristo, e das premissas espíritas, entretanto, se são ferramentas essenciais para que venhamos a encontrar o equilíbrio íntimo no bem, pouco valerão, se não forem sinceras as nossas intenções, ou se nossos atos não se coadunarem com os conhecimentos que viermos a adquirir, pois se a teoria não for procedida da prática, de nada adiantará o tempo e a energia dispendidos, pois, ao contrário do que supomos, ainda assim nos manteremos afastados de nosso ideal maior, principalmente porque mais será cobrado daquele que mais recebeu, e que mais possuía para ter efetivado sua vitória.

Independente do conhecimento conquistado com o estudo da Doutrina Espírita, das funções assumidas nos centros que escolhermos frequentar, independente que sejamos médiuns, doutrinadores, palestrantes, dirigentes, independente que participemos em ações assistenciais, pouca valia este nosso esforço terá no contexto geral de nossa jornada evolutiva, se em nosso íntimo, prosseguirmos alimentando sentimentos como o egoísmo, o orgulho, a inveja, a vaidade, a maledicência, a preguiça, o ódio, a prepotência, a cobiça, a usura, ou qualquer outro fator determinante de desequilíbrio, como vícios ou excessos de quaisquer tipos, como paixões degradantes e pensamentos que não condigam com a mais pura moral trazida por Nosso Mestre Jesus.

Se nosso desejo é renovar, transformar, que tenhamos a firmeza e a determinação para nos mantermos no caminho do bem, conscientes da aspereza da luta a ser travada contra nossos instintos inferiores, sabedores que, se sinceros, poderemos contar sempre com o arrimo e a orientação de nossos mentores e benfeitores espirituais, naturalmente com isso nos afastando daqueles que, por algum motivo, tentem fazer com que venhamos a falir e recalcitrar.

Juntos, venceremos, ainda mais que conhecedores somos da máxima cristã que garante a presença do Mestre quando dois ou mais estiverem agindo em seu nome e de acordo com os seus mais puros conceitos.


Que assim sejamos, que assim seja!