segunda-feira, 30 de julho de 2018

Precisamos estar cientes...





A Doutrina Espírita nos trouxe uma nova e extasiante visão da Vida.

A Doutrina Espírita trouxe a certeza da pluralidade das existências, onde poderemos resgatar nossas faltas.

A Doutrina Espírita nos permitiu saber que a convivência com aqueles que são, de fato, nossos entes queridos será eterna, e que com eles poderemos estar sempre juntos, mesmo que em planos diversos.

A Doutrina Espírita veio afirmar que nesta eternidade de oportunidades reencarnatórias poderemos adquirir todo o conhecimento que desejarmos e ansiarmos, quando nós mesmos escreveremos com nossos atos e nossas escolhas, o nosso presente e o nosso futuro, deixando claro que todas as dificuldades que possamos estar enfrentando hoje são meras consequências de nossas decisões anteriores, aproveitando-as assim de ensinamento e preparo para novos e importantes desafios que ainda nos aguardam, nos proporcionando o equilíbrio e a paz para que saibamos viver cada momento, mesmo que de dor, para avançarmos e nos fortalecermos, aprendendo a cada dia a nos tornarmos efetivos artífices do nosso próprio destino.

O conhecimento doutrinário, entretanto, não pode nos tornar meros cumpridores de obrigações, como um assalariado que sai para trabalhar todos os dias, sabendo que, se realizar suas tarefas de acordo com o que se espera dele, receberá ao final o seu salário, a sua recompensa.

Não podemos nos subordinar a atitudes e escolhas estudadas e mecanizadas, falseando externamente quem somos apenas por saber como devemos agir para conquistar os nossos objetivos, no caso, uma recompensa futura de uma vida tranquila e longe de sofrimentos quando do retorno ao plano espiritual.

Evidente que quando estamos na fase inicial de adaptação à nossa transformação espiritual, precisamos nos policiar e nos disciplinar para não mais nos deixar arrastar por nossos instintos e sentimentos inferiores, para não mais recalcitrarmos, não mais repetirmos os mesmos erros, devemos até mesmo evitar pessoas, locais, situações, que poderiam facilmente nos arrastar aos nossos antigos hábitos, fazendo com que rapidamente se apagasse a indecisa chama representativa do nosso desejo íntimo de renovação e mudança para o bem.  

Precisamos estar cientes, entretanto, que nossa transformação espiritual não pode funcionar como moeda de troca, ou seja, por estarmos deixando para trás nossos vícios, por não mais estarmos cometendo erros, por algo já estarmos fazendo em prol de nós mesmos e do próximo, até mesmo já participando de forma efetiva das lides cristãs, que nossa vida daqui para frente seja baseada em momentos felizes, que não mais sofreremos reveses, que seremos recompensados por nossos esforços, que tudo de bom que a vida nos reserva ou poderá nos reservar será concedido, ainda mais, quando nossa mudança se baseia especificamente nesta intenção, da espera da gratificação ”salarial” pelos serviços prestados.

Precisamos estar conscientes que promover a nossa renovação, a nossa transformação espiritual para o bem, não é um favor, não é um serviço prestado, é uma obrigação, mas não uma obrigação a ser cumprida para com os nossos protetores espirituais, para com Jesus, para com Deus, mas, sim, uma obrigação para conosco mesmo, para o nosso crescimento, para a nossa evolução, e o fato de estarmos dando os primeiros passos de uma longa caminhada, onde até agora, por nossa vontade, tínhamos escolhido ficar estagnados, parados, não quer dizer que estamos livres dos obstáculos, das quedas, dos acidentes, dos assaltos que a jornada ainda nos reserva, ainda mais pelas consequências dos nossos erros que plantamos no caminho quando dele insistíamos em nos desviar, por atalhos que só nos distanciavam ainda mais do destino.

Nossa renovação espiritual é uma ação íntima, que visa nos fortalecer, nos equilibrar, remodelando nossa postura, a nossa forma de encarar a vida, os problemas, as situações, as pessoas, é um mudança significativa de prioridades, de preferências, onde os conceitos cristãos passam a suplantar os desejos meramente humanos, onde o amor, a fraternidade, a bondade, a sinceridade, a humildade e o respeito passam a ser os sentimentos que norteiam todas nossas escolhas, nossas ações, nossas reações frente às situações que a vida nos apresentar, e é sabido, pelo atual estágio evolutivo deste planeta, que quem escolhe para si esta forma de agir estará propenso a encontrar sérias dificuldades de relacionamento, pois passa a esta sujeito ao escárnio, a traição, ao desprezo, a humilhação, por parte daqueles que ainda supervalorizam o orgulho, a vaidade, a inveja, a prepotência, a arrogante postura de se considerarem mais fortes, mais corajosos, superiores aos demais.

A transformação espiritual está baseada puramente em sentimentos, e estes não se aprendem nos livros, não podem ser adquiridos em palestras, em estudos, onde só encontraremos o caminho, a rota, mas nunca a efetiva mudança.

Não adianta nos mostrarmos transformados, aparentarmos posturas, demonstrarmos nas palavras e nas atitudes aquilo que esperam de nós, e que nós mesmos esperamos, se, de fato, em nosso íntimo, ainda somos os mesmos mascarados, os mesmos atores, enganando ao próximo, e principalmente, a nós mesmos.

A batalha é árdua, mas é humanamente possível de ser vencida.

O caminhar é difícil, mas pode e deve ser contínuo, firme, disciplinado, persistente, porque é certo que chegaremos ao nosso destino, e o melhor de tudo é exatamente isso, que pelo amor e pela bondade divina, seremos exatamente nós mesmos, com nossa própria vontade, que determinaremos quando e de que forma completaremos essa jornada.      

Que seja sempre no bem!

terça-feira, 10 de julho de 2018

Faça do seu umbral um paraíso...




São várias as obras espíritas, inclusive de André Luiz, que retratam locais na espiritualidade, no chamado umbral, onde as condições dos que lá habitam, os seus sofrimentos, as suas dores, os seus padecimentos, são graves, alarmantes, até mesmo, assustadores, para quem deles, pela leitura, tomam conhecimento pela primeira vez. 

Muitos até mesmo os consideram fantasiosos, por nunca terem tido a oportunidade de estudar o Espiritismo, ou por ele ter se interessado, conhecendo-o apenas superficialmente, sem o estudo aprofundado que toda Doutrina, toda religião, toda ciência merece antes de ser criticada, avaliada ou até mesmo, e indevidamente, julgada.

Através de inúmeras reuniões de intercâmbio mediúnico, de mensagens vivas e reais, estudiosos e tarefeiros do Espiritismo puderam ter acesso a comunicações do plano espiritual, onde entidades que lá estão, que lá vivem atualmente seu estágio evolutivo, vem descrever, para aprendizado dos que acompanham seus relatos, o horror que passam no resgate dos débitos ativos em suas consciências, e, também aqueles que sofrem, sem mesmo saber, enredados que ainda estão as suas paixões, aos seus vícios, aos seus erros, preferindo fugir da verdade, vivendo uma realidade enganosa e temporária, longe ainda do caminho que os levarão ao progresso ao qual todos estão destinados.


Espíritos presos ao mal, a vingança, aos desejos inferiores, lá perseguem e seviciam os que consideram culpados por seus infortúnios, sem perceberem que, pelo horror de seus atos, os papéis geralmente se inverteram, fazendo com que os antigos devedores passem a ser credores, que aqueles que consideravam culpados passem a ser suas vítimas e consequentemente, seus credores.


No umbral encontram-se espíritos enfermos, alienados, desequilibrados, entregues as suas dolorosas vinganças ou remoendo suas culpas, seus desvarios, seus desatinos, sem perspectiva imediata de melhora e sem mesmo prever o fim de seus martírios, todos limpando, vagarosamente, seus corpos espirituais, livrando-se dos miasmas negativos que acarretaram para si, até que por si mesmos encontrem o desejo sincero de recomeçar, de recapitular experiências, seja já, no plano espiritual o reinício de sua recuperação, ou em outra oportunidade no plano físico, através da reencarnação.


As energias negativas acumuladas nestas zonas purgatórias sobrecarregam ainda mais o espírito que lá sofre de suas culpas e seus desequilíbrios, até que por si consiga a sintonia com os espíritos amigos do bem, sempre prontos a auxiliá-lo a se reerguer.


Há também aqueles que preferem se revoltar, se entregando as forças inferiores que comandam o umbral, assumindo o controle de uma legião de desequilibrados, que passam a ser seus seguidores, seus servos, seus escravos, servindo de instrumento passivo nos mais dolorosos desatinos e crimes contra encarnados e desencarnados, piorando ainda mais sua situação como individualidade, com isso, violentando ainda mais sua consciência, contraindo débitos ainda maiores, gerando para si um futuro mais incerto, e com certeza, com resgates mais dolorosos, prorrogando indefinidamente sua recuperação, seu retorno ao caminho do bem.


O umbral e os espíritos que lá vivem estão em constante relação com o plano físico, onde encarnados e desencarnados ligam-se mentalmente por afinidade de desejos, por similaridade de prioridades, alimentando-se reciprocamente de energias negativas, satisfazendo seus baixos instintos e suas paixões degradantes, como verdadeiros cúmplices, associados, que compactuam na satisfação da equivocada necessidade do prazer material e físico.

Os espíritos inferiores procuram sempre satisfazer suas paixões e seus vícios através de encarnados, intentando sentir as mesmas sensações degradantes, como se eles próprios estivessem realizando o ato, encontrando nos desejos inconfessos daqueles que ainda estão presos a carne, instrumento seguro e produtivo para continuarem a viver como se eles também encarnados ainda estivessem.


São verdadeiros vampiros, porém, nem sempre agindo com maldade, ou com ódio, mas, simplesmente porque não conseguem controlar seus desejos, e nada mais fazem, como muitos de nós ainda presos no plano físico, que procurar, a todo custo, satisfaze-los, por vezes como um autômato, sem mais conseguir ter o controle absoluto sobre suas ações e desejos.


Eles não procuram apenas aqueles que já declaradamente se entregam aos mais desvairados desatinos, buscam também, os que vivem uma vida aparentemente normal, com sua família, em seu trabalho, com suas responsabilidades, mas, que em outras eras, outras oportunidades cármicas, já foram seus cúmplices e seus associados, aqueles que ainda possuem latente dentro de si íntimas tendências negativas, mesmo que, por mérito, tentem de todas as maneiras controlar e impedir que se manifestem, objetivo maior de todos nós que ainda vivemos este momento de transformação, da luta contínua entre o bem e o mal.


Os espíritos inferiores, desta forma, procuram através do assédio, da criação de situações e geração de oportunidades, com conselhos pérfidos, despertar estas paixões adormecidas, ficando até mesmo felizes quando conseguem, porque, além de usufruírem o que lhes satisfaz a própria inferioridade, também fazem com que outros sucumbam, se sentindo satisfeitos por saber que não estão sozinhos na derrota, no fracasso, na queda, na covardia, no desprezo pelo bem.


Portanto, tanto na espiritualidade como no plano fisco, tal a interação que existe entre os dois planos, estamos sujeitos a influências, desta forma, quando nos decidirmos trabalhar para o bem, teremos condições de influenciarmos por nossa vez aqueles que de nós se aproximarem, através da oração, do trabalho mediúnico, das palestras, do estudo, no desprendimento pelo sono físico e, principalmente, através do exemplo nas situações que vivemos no cotidiano de nossa existência, ao lutar, ao vigiar, no esforço hercúleo que devemos fazer para não fraquejar e assim, resistir ao mal, ao inferior, mostrando para aqueles que sofrem e que ainda se encontrar presos aos seus instintos, que eles também podem, que são capazes de mudar, precisando para isso, não milagres ou ações espetaculares, mas, simplesmente, o desejo sincero, o esforço, o trabalho, se entregando as forças do bem, do amor, do Cristo, transformando, assim, o mal que acumularam para si, gerando o bem que podem espalhar para os outros, tornando seu umbral pessoal, um paraíso de luz e amor, com a proteção e a cooperação dos espíritos superiores, sempre prontos a ajudar aqueles que desejam ser ajudados, requisito fundamental para dar início a jornada transformativa em busca da evolução.