segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Nossa hereditariedade deve ser sempre a do Amor Puro...






Somos sim, parecidos por diversas vezes com nossos pais, com nossas mães, com nossos irmãos, assim como nossos filhos também em diversos fatores conosco se parecem, mas isso não deriva unicamente de nossas células, mas sim, do amor que nos une, da simpatia que faz com que o nosso convívio já se estenda por um longo período, decorrente de outras vidas, de outras situações, que nos mantém unidos e fortes no objetivo de nos ampararmos e nos auxiliarmos na jornada evolutiva que todos enfrentamos.


Porém, notório também é o fato que, por mais que tenhamos semelhanças, não somos iguais, somos independentes, com escolhas diferenciadas e únicas, enfrentando as situações e as gerando, de acordo com aquilo que desejamos ou precisamos, reagindo a cada uma delas unicamente de acordo com nossa personalidade.


Com isso em mente, precisamos sempre não nos deixar prender pelo egoísmo, pelo orgulho, pela vaidade, pelo excesso de zelo, e querer ou exigir, esperar ou desejar, que os nossos filhos sejam idênticos a nós, seguindo o mesmo passo que seguimos, tentando fazer com que façam as mesmas escolhas que fizemos, que tenham a mesma força para suportar os problemas e adversidades que nós tivemos, gerando falsas expectativas e obrigatoriedades, onde, por muitas vezes, apesar de bem intencionados, acabamos por violentar as suas liberdades de escolha, impondo a eles uma vida igual a nossa, sendo que possuíam outros sonhos, outros objetivos, outras necessidades atuais e cármicas, acabando por neles gerar a frustração, a decepção, a tristeza, por se verem arrastados por um caminho que, em seus íntimos, não lhe era o melhor para sua evolução.


Da mesma forma, os filhos que amam e veneram seus pais, precisam entender que, mesmo que assim o desejem, não devem tentar imita-los em tudo, tentando viver exatamente de acordo como eles vivem, seguindo a mesma profissão, o mesmo modo de vida, dentro das mesmas escolhas e das mesmas decisões, onde muitas vezes com isso contrariam suas próprias tendências naturais, acabando por não conseguir encontrar a paz, o equilíbrio, as conquistas que julgava desejar, principalmente porque não possui a mesma capacidade e o mesmo tino para as realizações que seus pais levaram adiante, fazendo com que também se frustrem, correndo risco de vir a se entregar a processos depressivos, autopunitivos, se afastando do caminho que os levariam a evoluir e crescer.


Todos nós, como individualidade humana, precisamos percorrer nossa jornada evolutiva de acordo com nosso histórico cármico, como nossa personalidade, com nossas necessidades e prioridades oriundas e geradas de outras existências, aproveitando o convívio com aqueles que nos cercam para adquirir conhecimento, experiência, de acordo com aquilo de positivo que eles têm a nos oferecer, da mesma maneira que também nós, através daquilo que já conquistamos e que viermos a conquistar, deveremos ser o modelo ou o exemplo para que irmãos do caminho ainda sem as nossas conquistas, venham nelas se espelhar e, por sua vez, também aprender e avançar, em uma constante reciprocidade de aprendizado e crescimento.


O exemplo maior a ser seguido, em nosso planeta, é Nosso Amado Mestre Jesus Cristo, e assim, desde que estejamos no caminho do bem e do amor por Ele proposto, desde que tenhamos a coragem de carregar a nossa própria cruz e segui-Lo, desde que a humildade, a caridade, o perdão, a tolerância, a sinceridade, o respeito, a amizade, estejam presentes em todas as nossas escolhas, em nossas decisões, poderemos estar conscientes e confiantes que estamos no caminho certo, junto com aqueles que formam nossa família planetária.


Se os nossos laços mais íntimos, nos secundarem e se afinarem com o nosso ideal cristão, com o nosso ideal espírita, caminhemos e avancemos juntos, porém, se por algum motivo eles ainda, recalcitrantes, preferem o mundanismo humano, as paixões e os vícios degradantes, os sentimentos negativos e inferiores, que sigam seus caminhos e encontrem, por si, as consequências naturais de seus atos que um dia os fará repensarem suas posturas.


O nosso papel, quando de acordo com os conceitos cristãos e os preceitos espíritas, é o de ama-los, respeita-los, protege-los o quanto possível for, tudo fazendo para tentar recambia-los ao caminho do bem, não os julgando, não os criticando, não os condenando, não permitindo que se afastem definitivamente de nós, tudo fazendo para que venham a se reencontrar no bem, tolerando e aceitando as diferenças evolutivas que nos diferenciam, porém, nunca nos deixando influenciar ou arrastar por seus desatinos em nome do amor, sabendo que a nossa fortaleza é a que, um dia, mais cedo ou mais tarde, irá servir de porto seguro para quando eles resolverem se reencontrar com o bem e com a paz que o amor do Cristo representa.


Nossa hereditariedade deve ser sempre a do Amor Puro, passando-o de pai para filho, espalhando-o entre nossos irmãos do caminho, sem exceção, fazendo com que frutifique e purifique, gerando a nossa volta a paz e a felicidade que só ele carrega dentro de si.             



quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Muitos são os que deixam de acreditar em Deus...



Muitos são os que deixam de acreditar em Deus, o que prova que na verdade nunca tiveram a fé raciocinada de Sua existência, quando se afastam de suas religiões, de suas crenças, por não aceitarem e não se conformarem com aparentes injustiças que venham a ocorrer consigo mesmo, ou na sociedade onde vivem, como doenças, desgraças, crimes, como o desencarne inesperado de pessoas queridas, quando chegam a equivocada e temerária conclusão que, com tanta dor, com tanto sofrimento, com a constante vitória do mal contra o bem, do forte sobre o fraco, que Deus não pode existir, e se existisse, seria um ser atípico, por permitir inúmeros abusos e catástrofes que veem atingir pessoas “inocentes”, da mesma forma que existe o erro daqueles que Nele creem, e consideram sua a “vingança”, quando esta mesma dor atinge a quem eles consideram “culpados”, sejam individualidades ou coletividades.


Essa “desistência” de Deus, da religiosidade, ocorre, principalmente, porque a maioria das religiões se baseia na criação da alma juntamente com o corpo, o que sendo verdade, realmente levaria a concluir, aos que se preocupa em raciocinar e não aceitar nada cegamente do que tentem lhe impor, como um Deus de bondade e amor, Criador de todas as coisas, poderia permitir que diariamente acontecessem tantos disparates, tantas injustiças, ainda mais pelas enormes diferenças que caracterizam o nascimento e a vida dos seres humanos, onde passa a ser totalmente desproporcional a capacidade de conquista da felicidade entre pobres e ricos, fortes e fracos, sãos e enfermos, perfeitos e deficientes, entre aqueles que nasceram no berço de uma família amorosa, e aqueles que foram abandonados pelas mães em vielas ou sarjetas.


Realmente, os que foram ensinados a crer que temos apenas uma existência, e que nossa alma foi criada juntamente com o corpo em nosso nascimento físico, quando não fanatizados por seus dogmas ou acomodados com sua existência ao ponto de não se preocupar com questionamentos sobre quem somos, de onde viemos, e para onde iremos, tem todo o direito de questionar o porquê de tantos aparentes privilégios, de parcialidades, tantas vantagens para alguns em detrimento a situação precária de outros tantos, isso quando as situações independem de escolhas ou atitudes próprias.


Difícil se faz, para quem assim pensa e foi criado, compreender e aceitar que Deus, que um Pai, que um Ser Supremo, não tenha em suas infinitas qualidades e em toda a potencialidade, a Bondade, a Justiça, a Sabedoria e o Amor!


Por este motivo, ao estudarmos e conhecermos o Consolador Prometido por Jesus, o Espiritismo, passamos gradativamente a dirimir estas naturais dúvidas, pois este veio exatamente aclarar e explicar o que o Mestre, na época que esteve entre nós, só o pode fazer por parábolas, por nossa própria incapacidade intelectual e cultural, fato que ainda nos dias de hoje ocorre, não só com aqueles que não o conhecem ou não aceitam, como também, por seus seguidores que ainda insistem em desvirtuar seus ensinamentos e exemplos, de acordo com seus desejos imediatos e suas prioridades inferiores e materiais.


O Espiritismo, trazido até nós pela plêiade de Espíritos Superiores que secundaram Allan Kardec quando do período da Codificação da Doutrina, nos fez aliar fé e razão, o sentimento com a lógica, dando a explicação plena e sensata sobre todas essas aparentes disparidades, ratificando a infinita bondade e justiça divina, através dos conceitos da pluralidade de mundos, das existências físicas, da lei da reencarnação, da causa e efeito, na compreensão que todos fomos criados iguais, em ignorância e habilidades, com as mesmas oportunidades iniciais, os mesmos objetivos incrustados em nosso íntimo, em nossa consciência humana, com a capacidade idêntica de discernir, de utilizar o livre arbítrio para determinar nosso destino, o caminho que desejamos seguir, sendo ele composto de nossos atos, não de recompensas e punições, mas sim, de consequências, de reações naturais, de colheita exata de acordo com aqui que plantamos durante nossa existência eterna.


O cego, o pobre, o doente mental ou físico, o ignorante, a vítima de traição, do abandono, mesmo que não saibam a razão imediata de sua desdita, passa a compreender que tudo aquilo que independe de sua vontade e de sua capacidade de realização, provavelmente está ligado ao seu passado recente ou remoto, que sua condição atual de vítima não o faz inferior ou superior a ninguém, sendo apenas mera consequência daquilo que gerou para si, passando a encarar com naturalidade e coragem os revés da vida, se fortalecendo para que, no caminho do bem, suporte e supere a toda e qualquer adversidade, tirando sempre o melhor de sua situação e de tudo que a vida lhe oferece, vivendo de forma otimista, alegre, mesmo que rodeado de limitações, de dor, de sofrimento, como vemos o fazer inúmeros irmãos do caminho que são exemplos vivos e anônimos, de fortaleza moral, da fé em Deus e nas forças superiores que os acompanham em seus destinos no plano físico ou espiritual.


Ignorar e desprezar a existência divina, ao poder inconteste Daquele que criou e que governa o mundo, ao universo, querer questionar sua bondade, sua parcialidade, é típico daquele que prefere ainda se esconder atrás do seu orgulho, de sua vaidade, de seu egoísmo, de sua incapacidade de aceitar que existe algo a ele superior e que não tem condição de explicar em sua plenitude, como os sábios da época que riram e questionaram a Galileu sobre o fato da Terra girar em torno do sol e de si mesma, e não o astro rei ser aquele que se movimenta e a circunda, quando em resposta, ele foi simples e objetivo, podem rir, podem desprezar, podem me agredir, prender ou violentar, entretanto ela gira, e nada e nem ninguém a impedirá ou mudará a este fato.


Assim, ateus, cientistas dogmatizados, falsos religiosos, podem tentar negar, questionar, dominar, modelar, no entanto, e de forma incontestável e insofismável, Deus existe, e ainda o é, por nossa pequenez, desconhecido, podendo ser visto apenas pela nossa parca percepção humana em sua obra, em tudo aquilo que não é criação humana, como o homem, a natureza, o mundo, o universo, e o que mais que a nossa vã filosofia possa apreender.


Se um simples mortal, um simples átomo frente ao Universo tem a capacidade de Amar em toda sua plenitude e essência, como tentar questionar, rotular, imaginar, ao que vem a ser o Criador, tentando imputar a Ele nossas imperfeições, imaginando um Ser Supremo com todas as míseras qualidades humanas, fazendo-o um ser vingativo, parcial, rigoroso ao extremo, favorável a este ou aquele, a uma ou outra religião.


A Religião é criação do homem, o sentimento religioso, em toda sua pureza, baseado unicamente no Amor, é criação Divina, cabendo a cada um de nós encontrá-lo, a este sentimento, sabendo de antemão onde ele se encontra, vivo, exatamente guardado dentro de nós, do nosso próprio coração.

   

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Precisamos compreender...



Alegria de servir!


Nós, que iniciamos a nossa transformação espiritual, que reconhecemos hoje que devemos estancar nossos desatinos, nossa entrega aos vícios, às paixões degradantes, aos sentimentos inferiores, situações estas que nos ligam há muitos séculos a espiritualidade inferior.


Nós, que atualmente, passamos a estudar e procurar conhecer com mais seriedade os ensinamentos evangélicos, assim como também os preceitos espíritas que apresentam nossas necessidades e prioridades cármicas, apontando as consequências de todos os nossos atos, de acordo com a lei da causa e efeito, onde a premissa essencial passa a ser a de resgatarmos e ressarcirmos nossos erros, nossas dívidas, seja através do sofrimento ou do amor, do trabalho, do sacrifício em prol do próximo e do mundo onde vivemos, precisamos compreender e assimilar, que além da teoria cristã, dos ensinamentos doutrinários, da frequência assídua ao centro no qual escolhemos desenvolver nossas tarefas, na participação efetiva em atividades assistenciais e caritativas, precisamos nos manter atentos à valorização do sentimento que trazemos no imo do nosso ser, na pureza das intenções que nos movem quando nos dedicamos a servir, a agir, vivenciando o bem sem peias, sem fatores condicionantes, sem nada esperar em troca, nos preocupando, exclusivamente, com a eclosão do puro amor que trazemos em nosso ser desde nossa criação, não só direcionando esta nossa energia para nossos entes queridos, mas, principalmente, para tudo e para todos, independente da situação e das condições que a vida nos oferecer, ou que nossas escolhas a elas nos levar.


Este sentimento íntimo, esta paixão controlada e bem direcionada, esta satisfação, este ímpeto de servir, de ajudar, de amparar, de orientar, de servir de arrimo, para que venha a alcançar o seu objetivo maior, para que, de fato, venha a nos fortalecer e nos fazer evoluir como individualidade, precisa estar revestido da mais límpida das intenções, de sinceridade, de humildade, de alegria, de compreensão e tolerância para com o próximo, postura que só o bem carrega, não nos deixando levar por nenhum outro sentimento que não esteja baseado na mais pura caridade cristã.


Precisamos compreender, quando a isso nos dedicamos, a prática efetiva da caridade cristã, que somos apenas mais um dos milhares de tarefeiros que buscam sua renovação íntima através do estudo e do trabalho, não nos tornando assim em nada especiais ou diferenciados frente aos nossos irmãos do caminho, até mesmo àqueles que ainda preferem percorrer sua jornada presos aos vícios e aos desregramentos a que se entregam, forma de agir esta que nós mesmos assumíamos até um passado recente.


Não somos e não nos tornaremos melhores que ninguém ou merecedores de privilégios, por mais que nos empenhemos em prol do nosso melhoramento íntimo e do bem estar do próximo, esteja ele encarnado ou desencarnado, ainda mais que, o muito que fizermos, ainda será considerado pouco, frente as dívidas pretéritas que acumulamos, quando voluntariamente nos entregávamos à crimes e a satisfação pessoal de nossas paixões inferiores.


A humildade e a sinceridade de intenções são assim, de fundamental importância para que nos mantenhamos em marcha progressiva, mesmo que lenta, neste processo de renovação para o bem, cientes que ainda nos deixaremos arrastar em algumas oportunidades pelos sentimentos inferiores que estão arraigados em nossa personalidade eterna, precisando assim, uma alta e constante dose de disciplina, de atenção, para que não venhamos a recalcitrar ao ponto de nos entregarmos mais uma vez ao seu domínio, vindo assim a desperdiçar mais uma oportunidade cármica, algo não tão incomum, dado ainda a nossa inconstância frente aos nossos desafios e objetivos traçados.


O medo, a dúvida, a preguiça, o orgulho, a vaidade, a irresponsabilidade, o egoísmo, a falsa sensação de superioridade, são escolhos sérios que devem ser vencidos nesta etapa que estamos atravessando de adaptação ao bem, aos preceitos evangélicos, aos conceitos doutrinários, quando nos encontramos em fase de adequação dos desejos do homem mundano, frente as reais necessidades evolutivas do ser espiritual e eterno que somos, necessidades estas tão bem apresentada pelo nosso Cristo Jesus.


Apenas a constância, a regularidade, a vigilância sobre nossos pensamentos, nossas palavras, nossos atos, sobre as nossas reações em relação a inúmeras situações que a vida diária nos apresenta, poderão nos direcionar, de fato, a percorrer o caminho desejado de forma firme e segura, nos mostrando o quanto estamos avançando neste nosso desejo sincero de transformação, sendo, assim, útil, que façamos constantes avaliações do nosso proceder em relação aos mínimos fatos do nosso cotidiano, para que não venhamos a nos apoiar em frágeis vitórias, nos esquecendo que o mais difícil ser superado ainda está por vir, conscientes que o fardo que hoje carregamos é proporcional a nossa atual condição de carrega-lo, vindo a se tornar este mais pesado e mais difícil, de acordo com o que formos conquistando de força e resistência.



Otimismo, fé, alegria de servir e realizar, humildade e amor, são as ferramentas que nos farão avançar, sempre atentos para os inúmeros percalços do caminho, cientes que nunca estaremos a sós, que poderemos contar com o auxílio e a proteção de nossos benfeitores, desde que nos mantenhamos atentos e focados no objetivo maior, que é o de fazer nascer, de forma definitiva, o bem em nosso coração.