segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Somos livres para escolher...




Não cabe a ninguém julgar, em nenhuma condição ou situação, o proceder do próximo, como tão bem exemplificou Nosso Mestre Jesus, e desta forma, assim também deverá ser quanto a sua religiosidade, onde cada um é livre para encontrar o seu caminho, escolhendo para si uma das diversas correntes espirituais existentes, ainda mais que todas, em sua essência, na sinceridade de seus princípios, visam a paz e o melhoramento íntimo do ser humano.




O Espiritismo, como ciência, como doutrina filosófica, como religião, não aceita e não se baseia em dogmas, quando estes se subentendem por artigos de fé, por imposição de conceitos, quando visam a obrigatoriedade da crença, isentando seus seguidores da necessidade de estudar, de questionar, de aceitar pelo entendimento real e explícito.



A Doutrina Espírita é baseada na razão, na lógica, no direito de raciocinar e entender, de questionar e buscar respostas, da não aceitação de nenhum conceito sem o crivo do estudo, da comparação, da discussão benéfica e construtiva, da concordância universal, após ter sido visto em todos seus aspectos, sob todos os prismas.



Desta forma, seus adeptos, aqueles que escolheram seguir e aceitar os princípios determinados pelo Espiritismo, de acordo com sua Codificação levada a efeito por Allan Kardec, responsável por coordenar e ordenar todos os ensinamentos trazidos pelos Espíritos Superiores que foram responsáveis pela vinda do Consolador Prometido por Jesus, como deve ser o seguidor e discípulo sincero de qualquer outra frente filosófica ou religiosa, deve basear sua crença, sua posição, através do estudo e do conhecimento amplo de todo conceitual doutrinário que esta lhe apresenta, esforçando-se por assimilar seus preceitos, e assim, dentro de sua capacidade de discernimento, de entendimento, estar plenamente preparado e capacitado para materializar na prática, tudo aquilo que escolheu para sua evolução íntima, na teoria.



Somos livres para escolher nossas crenças, os princípios pelos quais nortearemos nossa existência, estando eles baseados em uma frente religiosa ou não, porém, desde que o façamos, que procuremos ser sinceros e plenamente identificados em nosso proceder com que ela trás de positivo em seus preceitos, buscando desta forma nos aperfeiçoarmos no caminho do bem, plenamente identificados com a necessidade natural que todos temos de evoluir, de melhorar, de buscar o equilíbrio e a paz íntima, nos transformando potencialmente para o bem, forma única que nos levará a inúmeras outras possibilidades de trabalho e aprendizado, dentro do que nos tem a oferecer a espiritualidade superior.



Muitos ainda buscam no Espiritismo apenas o fenômeno, a possibilidade de intercâmbio entre os planos, mais preocupados em resolver seus problemas imediatos no plano físico, como enfermidades, problemas materiais, familiares, sem se atinarem ainda quanto à compreensão maior da espiritualidade, presos ao imediatismo mundano da existência carnal, como o fazem também, estes mesmos, quando buscam outras frentes religiosas, como a Umbanda, o Candomblé, o Catolicismo, as frentes evangélicas protestantes, etc.



Nesta procura baseada unicamente em sua melhoria material imediata, vão muitas vezes batendo de porta em porta na esperança de receberem aquilo que buscam precisar, que desejam, sem se atinarem no principal, aquilo que, de fato, precisam para encontrar a paz e o equilíbrio íntimo, e que talvez, se pudessem ter mais ampla percepção, se analisassem melhor suas necessidades e prioridades, viessem a encontrar dentro de qualquer uma das frentes religiosas a qual procurou, porque para aquele que mais está preocupado em doar do que receber, qualquer lugar onde a essência seja o bem, lá encontrará seu lugar.



Diferente deve agir desta forma quem, de fato, quer para si uma mudança efetiva em sua existência, quando neste processo de renovação conste o ingresso efetivo em uma corrente religiosa, preocupando-se, primeiramente, em adquirir o conhecimento necessário, buscando conhecer quais são os preceitos e conceitos da frente religiosa ou filosófica que escolheu seguir, principalmente, para compreender aquilo na qual ela se baseia e o que dela poderá esperar, e o melhor, o que ela espera de cada um como contribuição para que seus objetivos maiores sejam atingidos.



Quem busca o Espiritismo na condição de enfermo de corpo ou de alma, será socorrido desde que vá a uma casa séria e que atue dentro dos princípios básicos da doutrina, estando consciente que lá não encontrará milagres, e que na maioria das vezes nem mesmo a cura que tanto anseia, mas sim, a possibilidade de compreensão maior dos seus problemas, de suas adversidades, e a melhor forma de enfrenta-los, aprendendo a não se preocupar apenas em extirpa-los, mas, principalmente, em torna-los uma fonte de aprendizado e de fortalecimento de sua personalidade, de sua individualidade eterna.



O Espírita, dentro da concepção real da denominação, do título, não é aquele que acredita na manifestação de espíritos, que lê um ou outro romance, que frequenta semanalmente as palestras públicas, o Espírita é aquele que estuda, que assume tarefas dentro do centro que frequenta, sejam elas quais forem, e é, essencialmente, aquele, que procura colocar na prática, no seu dia a dia, nas suas relações no lar, no trabalho, no lazer,  tudo aquilo que aprendeu na teoria e nos conceitos da Doutrina que abraçou, consciente que ela se baseia inteiramente no Cristianismo, na pureza de sentimentos, na caridade, no perdão, na compreensão das diferenças, nos mais puros valores éticos e morais, e, principalmente, no Amor.



Assim todo aquele que escolheu o Espiritismo como fonte renovadora de sua espiritualidade, deve basear sempre seus interesses maiores em sua transformação íntima para o bem, em sua renovação como ser humano, no fortalecimento de sua resistência íntima, na capacitação de solucionar e superar problemas e adversidades, aprendendo a buscar o conhecimento daquilo que pode doar e não simplesmente do que almeja receber, ciente que nem sempre o que precisa para seu adiantamento e evolução, coincide com aquilo que deseja quando no imediatismo de sua existência.



Como espíritas, o que sabemos ao certo é que só o seremos, se formos cristãos, se basearmos nossa existência no bem, se seguirmos os ensinamentos e os exemplos que o Mestre nos deixou, estudando e trabalhando dentro dos conceitos e da responsabilidade que a Doutrina exige, tendo como objetivo maior sempre nossa evolução, sermos melhores hoje do que ontem o fomos, e com a certeza que o melhor ainda está por vir no amanhã.     


segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Estamos ainda todos em uma longa jornada evolutiva...





O importante para crescermos e evoluirmos, para encontrarmos o equilíbrio, a paz espiritual, mesmo ainda com a necessidade de enfrentarmos dificuldades, tempestades circunstanciais, não é a preocupação em acumular riquezas, em alimentarmos unicamente nossa intelectualidade aumentando nossa cultura e conhecimento melhorando assim nossa capacidade de discernir, até mesmo, não o é ainda o fato de estudarmos e conhecermos os conceitos cristãos, os preceitos espíritas, o que realmente mais importa, o que, de fato, faz a diferença em nosso processo de transformação para o bem, é o uso que fazemos de tudo que acumularmos à nossa personalidade, a nossa individualidade, como agiremos e reagiremos no nosso dia a dia, em todas as situações que surgirem e as que criarmos, as nossas escolhas e decisões, no nosso lar, no nosso trabalho, em nosso lazer, nas mais rotineiras situações de nossa existência.



O que é relevante, desta forma, não são numericamente nossas conquistas, mas, essencialmente, o que delas fazemos, quais as nossas prioridades, quais as nossas necessidades, qual o direcionamento que damos para nossa potencialidade como individualidade, como parte integrante do todo.



Relembrando a parábola do bom samaritano, é mais cristão, mais conhecedor dos preceitos que regem a existência do homem de bem, mais eficaz em seu processo de renovação espiritual, aquele que age, que materializa tudo aquilo que aprendeu, que estudou, que leva adiante na prática todo o conceitual que representa o sentimento puro do amor ao próximo, independente de sua religião, de sua classe social, de sua cultura, de sua saúde física, de sua idade, sendo sempre, essencialmente, o que nos faz avançar, não aquilo que meramente detemos, mas aquilo que oferecemos, que distribuímos, que doamos para que a coletividade onde estamos inseridos venha a crescer e melhorar.



Do que adianta acumular riquezas se delas não usufruímos, se apenas as guardamos no sentido de valorizar nossa vaidade, nosso orgulho, nossa pretensa superioridade, deixando de realizar o bem, deixando de retribuir tudo àquilo que recebemos da vida, guardando para nosso uso exclusivo os frutos que colhermos com a nossa semeadura, não espalhando assim, as sementes de tudo aquilo que viermos a conquistar, pelo mérito do trabalho, do estudo, do esforço próprio.



Tanto se esforça para conquistar aquilo que deseja o homem de bem como o criminoso, sendo importante para seu equilíbrio e evolução o que vierem a fazer com aquilo que conquistaram, podendo ambos, ao final, vir a vencer ou a fracassar, demonstrando assim a relevância com que devem ser tratados todos os instantes de nossa existência, todos nossos atos, todas nossas reações.



A vida é dinâmica, e a cada situação, a cada escolha, ela nos dá a possibilidade de renovação, de mudança, de transformação, de acordo com nosso livre arbítrio, com os sentimentos que regem nossa personalidade, fazendo com que inúmeras oportunidades venham a ser constantemente geradas, não só por nós, mas também por aqueles que fazem parte de nossa existência física ou espiritual, tal a simbiose e a interatividade existente entre os seres, fazendo com que a exigência de atenção e vigilância sobre nossos sentimentos e pensamentos seja sempre constante, para que não venhamos a nos desviar de nossos objetivos maiores, levados por nossa própria inconstância e inferioridade, ou por nos entregarmos indevidamente a influências e ações daqueles que visem nos prejudicar ou nos aliciar para seus desatinos, seus erros.



No atual estágio evolutivo que a nossa humanidade terrestre se encontra, o erro e o acerto, o bem e o mal, ainda se misturam, ainda nos fazem ficar propensos a cometer inúmeros atos falhos, por mais bem intencionados estejamos, o que nos leva a compreensão da necessidade de aceitação e respeito quanto às imperfeições alheias, assim como com as nossas, sabedores que ninguém é absolutamente mal ou inteiramente bom, estando todos, sem exceção, sujeito a derrotas e vitórias íntimas, ainda mais de acordo com as inúmeras circunstâncias que a vida oferece, e que podem nos levar a enfrentar surpresas que venham a nos por em prova, ou nos mostrar o quanto ainda estamos distantes de pensarmos e agirmos de forma única e coerente, sujeitos ao domínio da imperfeição que comanda nossos mais íntimos sentimentos.



O mais cruel criminoso pode, em determinada situação, expor sua própria vida para salvar um ser inocente, enquanto que o exemplar homem de bem, em um momento de dor ou desequilíbrio, pode vir a tirar a existência de um irmão do caminho.




Estamos ainda todos em uma longa jornada evolutiva, cabendo a cada um escolher suas prioridades, e quando estas forem no bem, que sejam alimentadas com muito estudo, com muito trabalho, com muita determinação, com muito esforço pessoal, na certeza que a recomendação do Mestre para orar e vigiar não foi em vão, assim como também da extremada necessidade de que, para a real felicidade, se faz necessário que cada um de nós carregue sua própria cruz, e que esta seja a que nos levará ao caminho do Amor, à Deus e ao próximo.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

É natural do ser humano buscar e valorizar o belo...




Entre tantos, a beleza física é um dos maiores desafios pelo qual temos que passar quando encarnados, quando nos encontramos ainda neste estágio evolutivo no qual nos deixamos arrastar por sentimentos negativos e paixões inferiores, pois ao possuí-la, e não detentor da sublimidade íntima, do equilíbrio, a tendência é que nos deixemos dominar pela vaidade, pelo orgulho, pela pretensão de sermos superiores de alguma forma ao próximo, tendo em contrapartida, ao não nos considerarmos belos, a probabilidade de nos entregarmos a inveja, ao ciúme, ao despeito, a revolta, entre outras tantas formas de alimentar nossa inferioridade e nossos desatinos.



O culto excessivo a beleza física, assim como a busca por vezes insana de possuí-la ou mantê-la, por inúmeras vezes já foi o ponto de partida para que o ser se afaste dos reais e sublimes valores da existência, baseados nos sentimentos cristãos, ainda mais porque as falsas concepções criadas e geradas pela própria sociedade que, atingindo aos espíritos mais frágeis e volúveis, acabam por impor uma ideia errônea de felicidade, de sucesso, isolando aqueles que não atinjam ou não estejam nos patamares, nos estereótipos por ela impostos.



Indevidamente tratada e valorizada, a beleza física acaba por se tornar um instrumento para inúmeras quedas, tanto para aqueles que a possuem, como para os que a cobiçam, sendo até mesmo fonte geradora de crimes, de traições, de espetaculares quedas, onde os envolvidos se veem presos em emaranhadas teias de difícil solução futura, até mesmo, por vezes, e não poucas, envolvendo outras existências espirituais e físicas.



Hoje inúmeras são as fórmulas geradas pela indústria cosmética, desportiva, e cirúrgica, que proporcionam inúmeras possibilidades para que venhamos a investir cada vez mais com probabilidade de sucesso no embelezamento de nosso vaso físico, sendo válido o natural desejo a que venhamos buscar essas facilidades e possibilidades, porque também é natural do ser humano buscar e valorizar o belo, principalmente porque este enriquece nossa autoestima, nos tornando mais dispostos a buscar e a atingir nossos objetivos e sonhos.



O que precisamos atentar, como tudo em nossa existência física e espiritual, são os excessos, e os fatores motivadores que nos levam a buscar atingir a esses objetivos, no caso a beleza física, o quanto para isso dedicamos do nosso tempo e de nossa energia, de nossas possibilidades criativas e realizadoras, em relação ao que fazemos de produtivo para nosso enriquecimento espiritual, assim como da nossa participação junto a coletividade onde vivemos, a sociedade na qual estamos inseridos.



Se motivados somos por sentimentos inferiores, como a excessiva vaidade, o orgulho desequilibrado, a inveja, a prepotência, o sensualismo, deixando com isso de ocupar nosso tempo com as realizações que nos levariam a transformação espiritual, a nossa participação efetiva junto ao contexto no qual estamos inseridos, nada mais estamos que traçando um caminho que nos levará fatalmente ao desequilíbrio e a decepção, ainda mais quando nossos objetivos se prenderem a fatores ainda mais depreciativos, como o desejo de provocar sensações físicas, em alimentar a sexualidade doentia, em utilizar-se da beleza para atingir fins que nos afastem ainda mais das possibilidades geradoras do bem.



A preocupação pela beleza física não pode ultrapassar os limites da naturalidade, não podemos vir a dispender enormes períodos de tempo e um grande cabedal de nossas energias apenas para busca-la ou aperfeiçoa-la, ainda mais quando para isso, venhamos a acarretar para nós autoflagelação, sofrimento, dor, decepção, situações depressivas, principalmente quando nos deixamos envolver de tal maneira que nada que venhamos fazer acabe sendo de nosso agrado, nos perdendo ainda mais no cipoal de nossa negatividade.



Temos o nosso livre arbítrio, temos o direito de viver de acordo como melhor nos aprouver, fazendo do nosso tempo, de nossa energia, de nossas condições financeiras ou materiais, aquilo que melhor nos aprouver, mas temos também que ter a consciência que somos responsáveis por todas as consequências que gerarmos com nossas ações e nossas escolhas, assim como também pelo tempo que desperdiçarmos ou aproveitarmos para nossa evolução, porque talvez, amanhã, com outra visão, com outras prioridades de vida, nos vejamos em dolorosas situações, não por estarmos sendo castigados ou punidos, mas simplesmente, por não mais termos a nossa disposição o tempo e as forças que tanto desejaríamos e precisaríamos para realizar nossos novos objetivos, precisando assim adiar por um período imensurável as realizações que passaram a nos motivar.



O certo, mesmo que ainda relutemos em aceitar, é que a verdadeira beleza, a verdadeira riqueza, o verdadeiro poder, está no simples, nas alegrias singelas, nos momentos que passamos e desfrutamos de paz, de concórdia, que gerem fraternidade, amor.



Quando estamos bem, quando estamos em paz íntima e espiritual, o belo se torna natural e espontâneo, não precisa ser fabricado, não precisa ser perseguido, não precisa ser ditado por terceiros ou pela sociedade onde vivemos, porque não só estaremos belos, mas, de fato, seremos belos, atraindo para nós toda a positividade, todo o amor, toda a felicidade advinda do bem, do que nos faz bem, quando a beleza íntima e a externa se unem de forma eterna e infinita, quando não mais precisaremos nos preocupar em conquista-la ou mantê-la, porque ela independerá meramente de formas.



Ao alcançar o equilíbrio interior, ao aprendermos a utilizar e valorizar tudo que nos é fornecido no plano físico e espiritual como empréstimos divinos, e nosso corpo é um desses bens, o nosso olhar só enxergará a beleza que cada ser possuí, assim como a nossa própria beleza, compreendendo a essência da Beleza Maior, a Beleza Divina.   


quarta-feira, 19 de agosto de 2015

O orgulho nos impede de enxergar...




Uma das maiores dificuldades que o homem enfrenta, dentro do estado evolutivo que se encontra atualmente em nosso planeta, para superar seus instintos inferiores, suas paixões degradantes, seus vícios, é um sentimento que, desvirtuado do seu objetivo divino, alimentado por outros sentimentos mesquinhos, como o egoísmo, a cobiça, a vaidade, a intolerância, o preconceito, o mantém afastado das possibilidades de despertar para seu objetivo imediato e mais relevante, que é a transformação espiritual para o bem, para os sentimentos superiores, a que todos nós somos destinados, caminho que deveremos encontrar mais cedo ou mais tarde, dependendo sempre do que priorizarmos para nós, de nossos desejos íntimos, de nosso esforço e de nossa vontade.



Este sentimento é o ORGULHO, que quando nos domina, quando comanda nossos pensamentos, nossas palavras, nossas atitudes, obscurece nossa razão, e faz com que nos prendamos a equivocadas realidades, não enxergando a Verdade, fazendo com que acreditemos que somos infalíveis, superiores, melhores que tudo e que todos, mais poderosos ou importantes que os nossos irmãos do caminho, o que acaba por nos cegar, por nos impedir de ver os reais valores positivos da vida, nos tornando frios, insensíveis, cruéis em muitas situações, implacáveis, não assimilando o verdadeiro sentido existencial que nos levaria a avançar, a evoluir, sentido contido na nobreza do perdão, na humildade, na simplicidade do proceder, na caridade, e, principalmente, no amor.



Uma das principais necessidades que deve se fazer presente no homem de bem, é a capacidade de compreender e aceitar as diferenças que caracterizam a cada personalidade humana, principalmente, porque cada um de nós enfrenta e vive atualmente um diferente estágio evolutivo, onde experiências diversas pretéritas, desta ou de outras existências, nos distinguem, fazendo com que os avanços conquistados sejam diferenciados, nos tornando detentores de erros e acertos diversificados, e assim nos igualando de certa forma frente as nossas possibilidades realizadoras.



O orgulho mal compreendido e valorizado, desta forma, faz com que não enxerguemos e respeitemos a essas diferenças, fazendo com que invejemos aos que julgamos superiores ou melhores aquinhoados, e que desprezemos aqueles a quem julgamos inferiores e desprovidos de razão, o que nos faz viver em um mundo de ilusão, acreditando que o mundo gira ao nosso redor, que as pessoas existem para satisfazer os nossos caprichos ou cuidarem e ajudarem nos nossos sofrimentos e dificuldades, supervalorizando tudo que se refere exclusivamente a nossa personalidade, não conseguindo entender que aqueles com quem convivemos ou que fazem parte do nosso dia a dia, também tem suas necessidades, suas prioridades, e que estas não são menores ou maiores que as nossas, mas devidamente propícias e proporcionais a sua capacidade atual de suportar e superar.



O orgulho impede que venhamos a reconhecer nossas limitações, nossos erros, nossos desvios de personalidade, impedindo que tenhamos a mente aberta e a humildade suficiente para aceitar nossa necessidade de aprendizado, de renovação, de enriquecimento do nosso conhecimento, e, principalmente, de transformação de sentimentos, aceitando que não somos melhores ou piores que ninguém, mas que distante estamos ainda de tudo saber e de tudo merecer, para que assim assimilemos a necessidade íntima que ainda temos, de lutar pelo nosso aperfeiçoamento, nos dedicando e nos esforçando para crescer a cada dia, tendo a coragem de enfrentar os reveses de frente e aproveitando as conquistas como estímulo para novos e mais relevantes desafios.



O orgulho nos impede de enxergar as qualidades de nossos irmãos de jornada, fazendo com que foquemos nossa atenção apenas em seus defeitos, menosprezando seu valor, tentando de todas as formas depreciar suas conquistas, esperando assim, de certa forma, contemporizarmos com nossas próprias limitações, com nossa própria incapacidade de nos igualar ao alvo do nosso ciúme, do nosso equivocado desprezo.



A humildade, em contrapartida, nos faz ter a consciência do quanto ainda precisamos aprender, do quanto ainda nos falta conquistar, fazendo com que tomemos os nossos irmãos como exemplos positivos ou negativos, nos trazendo a percepção do que devemos fazer ou não fazer para que venhamos a alcançar nossos objetivos, aproveitando sadiamente a experiência e o exemplo do próximo, para que venhamos a desenvolver nossa própria história, conscientes que somos e seremos sempre meros aprendizes da vida, e que cada conquista serve, essencialmente, para que nos sintamos fortes e seguros para empreendermos a jornada em busca de novos e maiores desafios.




O orgulho sadio é aquele que nos traz a alegria do dever cumprido, do sonho alcançado, da satisfação de termos avançado um passo a mais em nossos objetivos de forma honesta, de acordo com os princípios do bem, dos exemplos e sentimentos cristãos de amor, de paz, de solidariedade, nos incentivando a prosseguir, a levar a nossa experiência para que outros também possam vencer, estando sempre atento nas lições que poderemos auferir com todos os nossos irmãos de jornada, independente de sua classe social, de seu atual grau de intelectualidade, sabedores que estamos todos juntos, unidos por ideal maior, onde cada um é uma importante peça do mecanismo divino, e como tal, merece todo nosso respeito, todo nosso amor. 

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Servir e seguir adiante...



Diversos são aqueles que ainda alimentam sua religiosidade, sua espiritualização, como a uma obrigação, como se fosse um bem de consumo, uma mercadoria de troca, quando esperam, imediatamente, algo receber, em contrapartida de algumas horas semanais de suas fugazes existências, do mínimo tempo que dedicam de seu cotidiano, seja frequentando uma instituição religiosa ou na forma que escolheram para encontrar o caminho que os levará a cumprir seu compromisso com Deus, com o poder superior a que se submete, acomodando assim a sua consciência a frágil concepção de dever cumprido.



Assim agem aqueles que de alguma forma já contribuem diretamente com a corrente religiosa que escolheram seguir, seja participando presencialmente dos cultos, ou, contribuindo de forma direta ou indireta com as naturais ações beneficentes promovidas pelas entidades, auxiliando ao próximo e aos mais necessitados.



Os que procuram comercializar sua religiosidade, são os que do pouco que dão do seu tempo, de sua energia, de sua capacidade realizadora, muito em troca exigem, buscando elogios, reconhecimento, gratidão, a reciprocidade imediata, não só daqueles que venha beneficiar, como também dos seus companheiros, dos dirigentes, e até mesmo, do imediato reconhecimento Divino, julgando-se detentores de proteção, de privilégios, seja para receber aquilo que aspira, ou na isenção da dor, do sofrimento, da perda, do fracasso, tudo isso simplesmente porque deram algo de si em benefício de alguém, sem perceber ou compreender que, de tudo aquilo que fizerem em prol da coletividade, serão eles mesmos os maiores beneficiados, por se verem mais fortes e mais capacitados, a cada dia, não a receber recompensas, mas a ter novas e mais desafiadoras possibilidades de estudo e de trabalho para seu enriquecimento individual.



A reforma íntima, a transformação espiritual para o bem, passa sempre pelo esforço contínuo, pela disciplina, pelo aprendizado, em cada situação que enfrentarmos em nossa existência, e não apenas nas poucas horas que dedicarmos de nosso dia a dia para cumprirmos compromissos e obrigações com instituições religiosas, seja qual for a forma que escolhermos para nos correspondermos com Deus, com a espiritualidade superior, no cultivo de nossa religiosidade.



A exteriorização das nossas ações em igrejas, em mesquitas, em templos, em centros, já nos acompanha há séculos, em inúmeras existências, desta forma, o nosso maior desafio, não está em participar, de forma efetiva, em cultos ou rituais, de meramente procurarmos desenvolver nossa espiritualidade incluindo-a definitivamente como um dos itens de nossa agenda social, mas sim, em buscarmos nossa elevação como individualidade.



O nosso foco deve estar em nossa renovação íntima, no enriquecimento de nossos conhecimentos, de nossa intelectualidade, de nossa cultura, e, essencialmente, na iluminação de nosso espírito, aprendendo a acessar os nobres sentimentos que trazemos em nosso ser desde nossa criação, todos eles derivados do Puro Amor, aquele ensinado e exemplificado pelo Cristo, que nos faz tornar naturalmente caridosos, tolerantes, compreensivos, humildes, fraternos, que no leva a perdoar indistintamente a todos aqueles que de alguma forma venham a nos prejudicar, ainda mais porque teremos plena consciência que cada um estará enfrentando, como nós, o seu próprio período evolutivo, o que nos torna ímpares na nossa capacidade realizadora e participativa frete ao todo.



Quando estivermos de forma ativa estudando e trabalhando para o nosso crescimento espiritual em uma instituição religiosa, ou se estivermos ajudando, de alguma maneira, aos nossos irmãos do caminho, precisamos compreender e levar em conta que tudo que fizermos, por mais sacrificial que seja, será exatamente e principalmente, para o nosso próprio benefício, para o nosso melhoramento, assim sendo, em vez de esperar recompensas ou reconhecimento, precisamos sim, agradecer a bendita oportunidade de servir, e de sermos nós os aptos a ajudar, e não aqueles que estão precisando de ajuda, porque, qualquer ação que estivermos levando à efeito, estaremos sendo secundados por amigos e benfeitores espirituais, tendo eles o maior trabalho, cabendo a nós, geralmente, apenas a finalização, a conclusão, para que o objetivo maior seja alcançado.



O orgulho, a vaidade, o egoísmo, a prepotência, geralmente fazem com que venhamos a supervalorizar o pouco que doamos e fazemos, e menosprezar o muito que recebemos e que nos doam, julgando sempre que nosso esforço é grande, sem dar atenção aos que se sacrificam muito mais, sem nada esperar em troca.




Servir e seguir adiante, focarmos sempre no nosso objetivo principal, que é o nosso crescimento, nossa elevação, na luta constante da transformação de nossos sentimentos, na renovação da nossa postura, dos conceitos que conduzem nossa existência, nas prioridades que definimos para a conquista de nossa felicidade, sem abrir mão das possibilidades e oportunidades para as conquistas do plano físico, onde atualmente cumprimos nosso estágio evolutivo, sempre norteados e firmes nos valores do bem, nos princípios cristãos, onde a vitória individual dependerá sempre da vitória da coletividade onde estivermos inseridos, na mais pura concepção do caminho a seguir para nossa elevação, que é o de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo com a nós mesmos.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Deus está em toda parte, em todo o mundo...





As disputas religiosas na Terra têm uma aparência de eternidade, de infinidade, tal o ódio, o desprezo, o rancor, a intolerância, o fanatismo, com que muitas das correntes religiosas ainda hoje se revestem em relação às outras, àquelas que não compartilham suas ideias, seus ideais, seus conceitos, seus dogmas, como até hoje vemos mais precisamente no oriente médio, entre muçulmanos e judeus, ou até mesmo em países dito do primeiro mundo, como na Irlanda, onde uma nação se dividiu, inclusive politicamente, em duas, por divergências inconcebivelmente extremas, entre católicos e protestantes, sendo que estes têm a sua fé na mesma origem, nos preceitos cristãos.


Isto ainda ocorre em diversas partes do muito, com maior ou menor intensidade, de forma mais explícita ou velada, quando pastores, padres, rabinos, dirigentes, em seus púlpitos, em seus altares, na intimidade com seus fieis, com seus seguidores, com seus confrades, fazem críticas veladas ou abertas a outras religiões, a outros cultos, comentando-os de forma pejorativa, os considerando infiéis, fanáticos, ou dominados pelo demônio ou pelas forças contrárias a Deus.


Agindo assim, infelizmente, em muitos casos, tal o poder de persuasão e manipulação que os condutores dos cultos possuem, muitos de seus discípulos passam a ver pessoas de outras religiões com sentimentos que não são condizentes com a pureza doutrinária de nenhuma corrente espiritual, pois nenhuma delas no corpo de sua doutrina enaltecem o separatismo, a discriminação, a intolerância, o menosprezo, o ódio, o medo, todos os ingredientes que formam a atitude preconceituosa, que faz com que as pessoas procurem se isolar, não vendo aqueles que pensem e ajam diferentemente de si como pessoas que mereçam confiança, apreço, respeito, consideração, ao contrário do que o Pai Maior determina, não os veem mais como a irmãos.


Deus está em toda parte, em todo o mundo, Deus é muito Maior que qualquer insignificante forma a qual venhamos escolher para honra-lo e venera-lo, Ele é o Criador de Todo Universo, e pelo ínfimo tamanho de nosso planeta, de nosso sistema solar, de nossa galáxia, em relação a infinidade estelar, poderemos ter uma vaga ideia do quanto mesquinha é a nossa arrogância em pensar que por nossa religião somos ou deixamos de ser privilegiados em relação ao seu Amor, a sua Bondade, a sua Justiça, em uma pálida comparação, seria como seu um grupo de anticorpos do nosso organismo disputasse com o outro, por qual deles temos a preferência no combate as nossas doenças, ou por qual partícula do nosso sangue sentimos mais afeto e carinho.


Deus está em todas as religiões porque Deus é Amor, e todos nós, sem exceção, temos vivo este sentimento em nosso íntimo, em nosso coração, mesmo que em nosso atual estágio evolutivo ainda não tenhamos conseguido compreende-lo em toda sua essência, em toda sua magnitude, em toda sua capacidade criadora e realizadora.


O caminho é único, a forma pela qual iremos escolher para percorrê-lo está condicionada ao nosso livre arbítrio, ao nosso poder de discernimento, de fazer as melhores escolhas, de tomar as mais produtivas decisões, e quando melhor assimilarmos as prioridades e as necessidades, que irão nos fazer avançar e evoluir como individualidade, maior também será a nossa compreensão das nossas responsabilidades com o todo, fazendo com que venhamos, no entendimento de nossas dificuldades e limitações, naturalmente entender e aceitar as dificuldades e as limitações do próximo, independente do rumo que ele tiver escolhido para sua ascensão.


Uma coisa é certa, fora do caminho do bem, sem amor, sem caridade, sem humildade, sem tolerância, sem a capacidade íntima de perdoar, sem a boa vontade, sem a disciplina, sem tudo que representa como exemplo e ensinamento o sentimento cristão, dificilmente conseguiremos encontrar o equilíbrio necessário para suportar e superar os desafios que a jornada evolutiva nos apresenta, quando continuaremos a nos manter estacionários, sem previsão de maiores mudança, em um jogo de efêmeras alegrias e normais e consequentes frustrações, decepções, sofrimentos, entre tantas outras situações negativas geradas quando nos entregamos aos nossos vícios, as nossas paixões degradantes, a inferioridade de pensamentos e sentimentos.


Independente de nossa religião, ou de preferirmos não professar nenhuma religião, o certo é que para encontrar a paz de espírito nos será necessária a reforma íntima, a transformação de nossos sentimentos, encontrando dentro de nós a sublimidade que o amor tem a oferecer, único sentimento que bem compreendido e vivenciado traz a paz, seja qual for a guerra que queiram travar ao nosso redor.


Para um mundo melhor precisamos essencialmente de pessoas melhores, para um mundo onde haja amor, precisamos de pessoas que essencialmente amem, e agindo desta forma, seja qual for nossa religião, seja qual for a forma que escolhermos para nos manter interligados ao Pai, a Deus, nada nos deterá em nossa determinação de avançar, principalmente, quando definitivamente compreendermos para onde devemos ir para encontrar a única e verdadeira felicidade.
     


terça-feira, 11 de agosto de 2015

Não julgar para não ser julgado...




Independente  do estágio evolutivo em que nos encontramos, quando ainda não respirando ares da espiritualidade superior, aspirantes ao bem ou ainda entregues aos vícios, as paixões degradantes, aos sentimentos inferiores, temos por hábito, levados pelo orgulho, pela vaidade, nos acharmos aptos a julgar, a analisar, a comentar, e invariavelmente, a condenar, o proceder do próximo, vindo exatamente a agir de forma contrária ao conceito cristão que nos alerta quanto a enxergarmos uma palha no olho do nosso irmão do caminho, e não nos atentarmos a trave que obscurece a nossa visão, a nossa maior capacidade de percepção.



Somos, assim, juízes, censores, delegados, críticos mordazes e ferozes, da vida alheia, severos em todas as considerações, deixando pouca margem para desculpas e justificativas, paladinos da verdade e da justiça, querendo e desejando que o próximo, viva, pense, faça, e aja, exatamente de acordo com a nossa realidade, e, principalmente, de acordo com as nossas necessidades, com as nossas prioridades, no antigo vício, egoísta e inconsequente, de considerarmos que tudo gira ao nosso redor, que tudo e que todos foram criados apenas para satisfazer nossas vontades e desejos.



Já em relação a nós mesmos, como pensamos, como agimos, sobre o que e como fazemos, somos, invariavelmente, brandos, relevantes, benevolentes, tolerantes, sempre propensos a justificar defeitos, desculpar erros, procurando culpados para nossos desvios de conduta, isentando-nos da culpa, da responsabilidade, tentando não só convencer aos outros, mas também a nossa própria consciência, que tudo que fazemos ou que planejamos fazer, é válido e necessário, e se, quanto a isso, alguém se sentir prejudicado, lesado, preterido, traído, magoado, quando não aceitarem nossas desculpas, isso quando o nosso orgulho permitir que elas sejam pedidas, nada poderemos fazer, quando simplesmente seguimos em frente, achando que agimos de forma correta, reconhecendo que não somos perfeitos, mas sem muita determinação e vontade sincera de nos esforçarmos para que um dia venhamos a ser, guardando no íntimo essa mesma desculpa para o próximo desatino.



Cada um de nós vive um momento evolutivo único, tendo como necessidade e prioridade aquilo que almejamos e aspiramos, de acordo com nossa experiência de vida, com os sentimentos que dominam e prevalecem em nossa personalidade, tendo uma forma de encarar o mundo e as pessoas com quem venhamos a travar conhecimento, que determinam nossas escolhas, nossa postura, nossas ações e reações, fazendo com que nossas obras, nossas realizações, gerem sempre consequências favoráveis ou desfavoráveis, de acordo com aquilo que priorizamos para nossa existência.



Motivados pelas paixões e pelos vícios, por sentimentos inferiores como a inveja, o ciúme, o egoísmo, a vaidade, o orgulho, a cobiça, ou já propensos a desenvolver em nosso íntimo os sentimentos nobres do bem, valorizando a amizade, o respeito, a gratidão, a fraternidade, a caridade, somos ainda, no atual estágio evolutivo de nossa humanidade terrestre, um misto de sentimentos, de ações, de escolhas, onde erros e acertos se confundem em uma inumerável quantidade de situações, onde nos deixamos levar pelo inusitado do momento, deixando exteriorizar exatamente aquilo que ainda comanda nosso íntimo, por mais que queiramos ou não melhorar, sempre buscando ainda a felicidade de forma distorcida, ainda sem a pureza dos sentimentos cristãos, únicos que nos garantirão, na plenitude, a vitória sobre nossa inferioridade ainda latente e alimentada já por diversas oportunidades reencarnatórias.



Mesmo os mais renitentes criminosos possuem dentro de si sentimentos positivos, criadores, onde mesmo em seu desequilíbrio, tem em seu íntimo alguém a quem ame, a quem respeite, com quem ele se preocupe, e que ele gostaria de ver sempre feliz. 


Mesmo que vivendo distante do bem, mesmo que ainda pervertido esteja seu proceder, mesmo que espalhe em sua volta ainda, lamentavelmente, a dor e o sofrimento para seus companheiros de jornada, haverá algo que o manterá com a infinita possibilidade de reconsiderar, de rever seu proceder, de fazer com que se arrependa de seus erros e busque a correção,  sempre de acordo com sua limitação atual, dentro dos parâmetros que ainda dominam e prevalecem em sua personalidade, é um diamante bruto, que um dia poderá vir a brilhar e iluminar o caminho por onde passar.



Não temos condições de julgar e a avaliar toda a extensão da vida de nossos irmãos para poder aquilatar até onde eles são, de fato, culpados em potencial pelo erro que cometeram em sua existência atual, porque não conhecemos seu passado, sua origem, as dificuldades que enfrentou, as companhias com quem conviveu no período crítico da formação de sua personalidade, seja na existência atual, ou em anteriores experiências espirituais e carnais, o que de nenhuma forma nos credencia a sermos, hoje, juízes ou críticos de quaisquer que sejam as situações por eles criadas, mesmo que em flagrante delito, por mais que suas ações repugnem nossa razão, como hoje em dia vemos em infelizes relatos jornalísticos, onde a violência e o desprezo pela vida imperam.



Nada justifica o mal, e temos sim, quando algo já desenvolvidos intimamente pelos sentimentos da justiça e do bem, nos indignarmos pelo proceder errôneo daqueles que se entregam ao erro e ao desejo explícito de levar vantagens provocando a dor e o sofrimento no próximo, o que não podemos e não devemos, é nos deixar levar por sentimentos idênticos a que os animam, buscando na vingança, na imposição de dolorosos castigos, o meio de buscar a justiça e a reparação do erro, ainda mais porque não temos plena consciência do que faríamos nós, se enfrentássemos uma idêntica situação, desde sua origem, a qual enfrentou aquele que veio se entregar ao crime.



Não julgar para não ser julgado, sendo que o seremos exatamente com o mesmo rigor que julgarmos ao próximo, o que nos faz pensar em tudo que já erramos, em todos os desatinos que já cometemos, em todo bem que já deixamos de fazer, e o quanto precisamos de clemência e de compreensão por parte daqueles que direta ou indiretamente, consciente ou inconscientemente, viemos de alguma forma a prejudicar.



Com o mal não devemos em nenhuma situação sermos coniventes, mas não nos cabe o direito de nos arvoramos de jurados ou juízes, deixando o que é de encargo da justiça dos homens, que esta venha a corrigir e proceder na ação, e quando não, deixando sempre à Força Maior que rege nossos destinos, a incumbência de por tudo zelar, ainda mais que precisamos sempre de sua infinita bondade e tolerância para com nossos erros, para com nossa teimosia em não aceitar, na humildade e no amor, o melhor caminho para encontrarmos, de fato, a nossa evolução.



Quando, então, já um pouco dispostos a melhorar, a crescer espiritualmente, quando conseguirmos depois de muito esforço, nos livrar e superar um ou outro vício de conduta que alimentamos por séculos de inconsequentes ações, deixemos de lado a tendência natural de nos consideramos melhores ou superiores a alguém, não querendo que o próximo venha a se corrigir prontamente, só porque conseguimos dar um pequeno passo em nossa reforma íntima, porque se assim procedessem nossos amigos e benfeitores espirituais, há muito tempo já teriam se cansado de nossa teimosia e reincidência, e se julgados tivéssemos sido, por eles,  da mesma forma que gostamos de julgar, fatalmente teríamos ainda muito tempo a cumprir em sofrimentos e penas, sem previsão do alvará de soltura.



Procurar sempre fazer o melhor, ajudando e auxiliando a que todos nossos companheiros de jornada venham a ter também a consciência da necessidade de transformação, de valorização do bem, fazendo como fez o Mestre do Alto da Cruz, pedindo ao Pai que, quando errarem, os perdoe, porque ainda não sabem o que fazem, assim como nós, que tanto ainda precisamos e precisaremos do seu amor e do seu perdão, pelos inúmeros erros que já cometemos e sabemos que ainda iremos cometer, aprendendo a alimentar em nosso íntimo amor e tolerância, sendo, incansáveis e rigorosos juízes e censores, sempre e unicamente, de nosso próprio proceder.




Com muito amor, ainda teremos a oportunidade de transformar a nós mesmos e ao mundo onde vivemos, todos juntos e unidos em um mesmo ideal, sem deixar ninguém para trás, tendo a esperança que o amor, que cada um carrega dentro de si desde sua criação, floresça e frutifique, como deve ser, como precisa ser para que alcancemos a verdadeira felicidade.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

A cada um segundo suas obras, a cada um segundo suas escolhas, hoje e sempre.




Desperdiçamos, devido ao estágio evolutivo que nos encontramos atualmente, ainda próximo a inferioridade, e engatinhando nos primeiros passos na senda do bem, uma enorme quantidade de tempo, e um relativo potencial de energia íntima, com pensamentos, palavras e atitudes, que nada acrescentam ao nosso desenvolvimento espiritual, por vezes em situações que em nada interferem diretamente em nossa existência, como as discussões estéreis e fúteis, sobre esporte, religião, política, fatos sociais e corriqueiros, quando estamos apenas interessados em expor nossa forma de pensar, atinentes ao nosso orgulho, a nossa vaidade, sem agir de forma prática para algo contribuir de útil para que melhorem as condições de vida da coletividade e do mundo onde vivemos.



Com isso, não dizemos aqui que devemos nos manter totalmente alheios ou alienados quanto ao que se passa ao nosso redor, ao que se passa em nossa sociedade, tudo faz parte de nossa existência carnal, da nossa passagem pelo plano físico, e como nele estamos inseridos como individualidade, temos o dever de participar e de contribuir de alguma forma com tudo que faz parte de nosso dia a dia, estudando, trabalhando, e nos mantendo atualizados sobre os sucessos obtidos em questão de progresso e civilização.



Entretanto, dispostos e conscientes de nossa responsabilidade individual e coletiva, ainda mais que já estamos guiados pelos preceitos espíritas, pelos conceitos cristãos, temos a necessidade básica de priorizar nossas ações de acordo com aquilo que nos levará a crescer e nos transformar espiritualmente, focando nossa existência na aquisição dos reais valores que a este fim nos levarão, buscando o conhecimento, o aperfeiçoamento intelectual, os recursos que os avanços tecnológicos e científicos podem nos oferecer, mas sempre voltados para o uso racional e equilibrado, produtivo e evolutivo, do nosso tempo e de nossas energias, utilizando nossa capacidade produtiva e realizadora para nos fortalecermos cada vez mais no decorrer de nossas atribuições diárias.



A sociedade como um todo, como sempre o fez, gera inúmeras necessidades e prioridades que visam basicamente o interesse de grupos dominantes, que controlam e direcionam de forma sutil, gostos e tendências, fazendo com que a maioria busque a felicidade, o sucesso, de acordo com os parâmetros que lhes são sugeridos, para não dizer, impostos, com até relativa facilidade, porque vêm acompanhados, com a distorcida sensação de felicidade, atrelada ao prazer inferior, as conquistas meramente materiais, as paixões, aos vícios, onde o ficar de fora acaba por nos dar uma sensação de fracasso, de exclusão, como fosse essa a única forma de se encontrar a paz, de ser feliz.



Precisamos estar inseridos em nossa sociedade, mas cientes e conscientes do que desejamos para nós, que priorizamos para nós, buscando o que, de fato, nos trará paz, nos levará ao equilíbrio, a felicidade, procurando, se assim o desejarmos, outras opções de vida, outras formas de dispendermos nosso tempo, que não sejam ditadas por terceiros.



A felicidade de cada um está naquilo que o atrai, que o encanta, que o faz se tornar uma pessoa realizada, que lhe dá o prazer sadio e natural, e não o fabricado e doentio.



Vários irmãos sentem extremo prazer com a leitura, com ambientes onde reine a paz, onde tenha espaço para reflexão.



Vários irmãos encontram a paz e a alegria trabalhando horas a fio a favor do próximo, em instituições beneficentes, em ações junto a pessoas carentes, aos animais ou a natureza.



Vários irmãos encontram a plena satisfação pessoal no sacrifício do estudo, presos em laboratórios, buscando a cura de doenças, a forma de combater o mal, em aperfeiçoar descobertas que venham beneficiar a humanidade.



Vários irmãos se dedicam a uma frente religiosa de forma honesta, pura, buscando levar o equilíbrio espiritual, a paz, a fé, a esperança, dispondo do seu tempo, e sua energia apenas para levar aquilo no que acredita e lhe faz bem, para aqueles que doentes do corpo e da alma, também possam vir a desfrutar da paz e do equilíbrio que ele encontrou.



Vários irmãos são felizes com um emprego simples, com uma vida humildade e honesta junto às pessoas que ama e que lhe preenchem o coração de alegria.



Vários irmãos são felizes buscando estudar cada vez mais, aperfeiçoando seu conhecimento, aumentando seu poder aquisitivo, na conquista de conforto, de bens materiais, de crescimento profissional.



Vários irmãos são felizes ao realizar seus sonhos e seus ideais, políticos, desportivos, sociais.



E vários irmãos, infelizmente, se julgam felizes ao lesar, roubar, manipular, prejudicar, trair, humilhar, alimentando preconceitos, seja agindo dentro dos princípios das leis humanas ou contrários a ela.  



Cada um escolhe o seu caminho, cada um define suas prioridades, indiscutível, porém, que somos eternos, que as consequências de nossas decisões e de nossos atos serão sempre reais, e com elas, consequentemente, teremos que mais cedo ou mais tarde lidar, o que torna de forma inquestionável, que cada ato que levamos a efeito hoje, será o responsável direto pela alegria ou pelo sofrimento que teremos que enfrentar amanhã.



A Doutrina Espírita veio trazer o complemento das lições e dos exemplos do Cristo, veio abrir as portas do entendimento do Reino dos Céus que o Mestre prometeu a todos aqueles que carregassem sua própria cruz de esforços e de lutas e o seguissem, nos mostrando a verdadeira vida em sua plenitude, a espiritual, ampliando nossa visão sobre as infinitas possibilidades de estudo, de trabalho, de aquisições, de realizações que nos estão reservadas caso venhamos a encontrar o equilíbrio espiritual necessário para desfruta-las, para que delas tenhamos acesso, o que nos faz relevar a importância de amontoar os verdadeiros tesouros que a vida encarnada nos disponibiliza conquistar.



O desenvolvimento dos nobres sentimentos que todos trazemos em estado latente em nosso ser espiritual desde nossa criação, a transformação íntima para que venhamos a valoriza-los, compreende-los, e assimila-los, deve ser a prioridade principal em nossa vida no plano físico, estudando, trabalhando, nos mantendo atualizados, mas não nos deixando dominar pela futilidade e pela ambição desmedida, sendo honestos e bons, não mais valorizando a “Cesar”, ao bezerro de ouro, aos sentimentos doentios gerados pelo preconceito, pelo egoísmo, pela vaidade, pela prepotência, pelo orgulho, pela cobiça e pela cupidez.



Lições e normas de sucesso, de felicidade, já foram ministradas pelos fariseus, pelos romanos, pelos nazistas, pelos comunistas, pelos capitalistas, todas elas baseadas nas conquistas unicamente abalizadas na riqueza material, na posição social, no poder temporal, nos parâmetros de beleza física, de prazeres carnais, de fama, entre tantas outras efêmeras e finitas formas de gozo e prazer.



Cabe a cada um decidir, como sempre o foi, a quem quer seguir, a quem quer caminhar ao lado, a quem escolhe como guia e orientador, amigo, associado e cúmplice de seus pensamentos, de suas palavras, de suas ações, de seus mais secretos sentimentos, se a “Cesar”, e a tudo que ele representa, ou se a Jesus, a tudo que Ele é de fato, como mais alto Emissário Divino que já esteve entre nós, e sempre estará.




A cada um segundo suas obras, a cada um segundo suas escolhas, hoje e sempre.