terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Um Novo Ano, e a Verdade é sempre o que importa...




No ano que está acabando muitas vezes cometemos erros, nossas escolhas e decisões não trouxeram aquilo que esperávamos, mas na verdade isso não importa, porque o que vale é a nossa persistência, a nossa coragem, e a nossa certeza que tivemos sempre as melhores intenções no caminho do bem...


No ano que está acabando talvez muitos de nós tenham sido traídos, enganados nos mais belos sentimentos, mas na verdade isso não importa, o que vale é a nossa consciência tranquila, é não termos guardado mágoa, revolta, ódio, não termos nos entregue a vingança ou a desforra, e mantermos nossa fé, e a certeza que o bem sempre valerá a pena...


No ano que está acabando talvez tenhamos traído ou enganado a alguém, com ou sem intenção, mas na verdade isso não importa, o que vale é termos a ciência que erramos, buscar o perdão de quem prejudicamos, e quando possível, algo reparar do mal que cometemos, lutando para não mais errar, e encontrar definitivamente o bem que temos guardado em nosso coração...


No ano que está acabando, pelo laços da aparente morte, muitos de nós perderam um ente querido, mas isso na verdade não importa, o que vale é que Deus sabe sempre o que é melhor para cada um de nós, e se a saudade ainda é difícil de suportar e superar, tenhamos a certeza que eles estarão sempre ao nosso lado, nos auxiliando quando possível em nossa jornada, até um futuro reencontro que só o bem pode proporcionar...


No ano que está acabando por diversas vezes nos deixamos levar pela impaciência, pela intolerância, muitas vezes dominados pela vaidade, pelo orgulho, pela prepotência, mas na verdade isso não importa, porque a vida nos ensina, e pelas consequências físicas ou espirituais de nossos atos, saberemos que este nunca é o melhor caminho, e que só os sentimentos baseados no bem, como o respeito, a caridade, o amor, de fato, prevalecerão...


No ano que está acabando alguns de nós terminaram um relacionamento onde pensavam existir o Amor, outros deram o início ao que hoje tem a certeza que lhes trará a paz, já alguns ainda procuram aquele ou aquela com quem poderão compartilhar os momentos, as alegrias, os receios, a vida, mas isso na verdade não importa, porque o que vale é que todos estamos imersos neste sentimento divino, e assim, mais cedo ou mais tarde, esta busca terá fim, pois teremos encontrado ele onde ele está guardado, dentro de nós, e assim, no bem, ficará muito mais fácil leva-lo para aquele ou aquela que tem em seu olhar o mesmo sentimento que temos no nosso...




Que o ano de 2016 seja repleto de vitórias e sonhos realizados, quando não que tudo se torne aprendizado, que possamos estar com quem amamos, quando não, que nossos melhores pensamentos e sentimentos estejam com eles, valorizando sentimentos como a humildade, o respeito, a amizade, a sinceridade, a tolerância, o amor, na verdade é tudo isso que importa!


Amo todo vocês!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Não há privilégios de nenhuma espécie...





“...honrarás teu pai e tua mãe. A lei enviada ao mundo não estabelece que devamos analisar a espécie de nossos pais, mas sim que nos cabe a obrigação de honra-los com o nosso amoroso respeito, sejam eles quais forem...”



“Honrarás teu pai e a tua mãe”, este princípio da Lei Divina, da moral cristã, como todos os outros que compõe o Evangelho de Amor do Nosso Senhor Jesus Cristo, bem como também, os conceitos da Doutrina Espírita, se aplica a todos os filhos de Deus, a nós e a todos os nossos irmãos do caminho, a toda humanidade terrestre, ricos ou pobres, bons ou maus, fortes ou fracos, enfermos ou sãos, cultos ou ignorantes, estendendo-se, guardadas as devidas proporções, a todos os animais que compõe nossa natureza, e que nos acompanham na atual jornada evolutiva planetária.


Não há privilégios de nenhuma espécie, não há “se nãos”, não há imposições ou fatores condicionantes, não há preferências, os ensinamentos e as máximas que formam a conduta de um homem de bem, não permite, em nenhuma hipótese, prejulgamentos, preconceitos, questionamentos, indecisões, dúvidas, errôneas escolhas por parte daqueles que se intitulam cristãos, ou espíritas, cientes que devem ser e estar, que sua parte na tarefa de renovação e transformação, individual e coletiva para o bem, deverá ser levada a efeito com toda dedicação, com toda honestidade, toda sinceridade, sempre de acordo com suas possibilidades e atuais habilidades de produção e realização, cabendo ao final, a Espiritualidade Superior, a Deus, a avaliação, a cobrança, a recompensa, decorrentes de nossos esforços.


Inúmeros são os parâmetros que os ensinamentos e os exemplos cristãos nos presenteiam para que nossa jornada evolutiva seja percorrida de forma firme e resoluta, cabendo a nós o amplo entendimento da essência que cada um deles apresenta.



“Amar ao próximo como a si mesmo”



Em toda sua estadia no plano físico, em suas ações e explanações, o Mestre não específica quem é o próximo, englobando neste termo para não deixar dúvidas sobre a necessidade da amplitude do nosso amor, aos nossos entes queridos, nossos amigos, assim como também aos nossos desafetos, aos nossos adversários, aos que nos são indiferentes, fazendo nascer a necessidade da compreensão da equidade que deve existir em nossos sentimentos mais íntimos. Ele nos pede apenas para AMAR!        



“Perdoar não sete, mas setenta vezes sete”



Jesus não determina se este perdão se refere a quem nos feriu ao corpo físico, ou que nos magoou espiritualmente, o a alguém que nos traiu com ou sem intenção, ou que nos despreza ou simplesmente não nos aceita como somos. Ele apenas nos pede para PERDOAR!



“Não julgueis para não ser julgado”



O Mestre não qualifica a quem devemos avaliar com o intuito de absolver ou condenar, não está se referindo ao criminoso do grave delito, ao agressor covarde, aos membros da nossa família, aos políticos, aos que se dizem religiosos, aos que fogem de seus desafios, ao que maltrata a criança indefesa. Ele apenas nos pede para NÃO JULGAR!



“Se alguém lhe bater na face direita ofereça a outra face”



Aqui não cabe avaliar se temos ou não razão, se merecemos ou não a agressão sofrida, a injustiça com que nos trataram, se foi justa ou não a dor que nos impuseram, se o que nos fizeram nos fez sentir ofendidos ou humilhados.


Ele apenas nos pede para NÃO REVIDAR, para não reagirmos com o mesmo sentimento e na mesma proporção que agiram os nossos agressores!



 “Quem estiver sem pecados que atire a primeira pedra”



Jesus não específicou qual pecado, se um leve erro ou um clamoroso e odioso delito, não se refere a uma mentira casual ou a uma calúnia insidiosa, se a um despretensioso empurrão ou um crime de morte. Ele apenas pede para RECONHECER nossas imperfeições, da mesma forma que precisamos também RECONHECER os limites e o estágio evolutivo de cada um dos nossos irmãos do caminho, vindo assim a ACEITAR, cada um como é, conscientes que do erro pelo qual ele é acusado não sabemos se um dia, em nosso passado culposo já o cometemos, ou totalmente livres estaremos de o cometer.



Jesus amparou a mulher da vida, curou aos leprosos e obsidiados, ceou com alegria na casa do rico considerado pecador, ressuscitou os mortos, glorificou e enalteceu o pequeno óbulo da viúva em contrapartida ao valioso dízimo do abastado fiel.


O espírita, o cristão, não pode querer “elitizar” suas tarefas, seus sentimentos, escolhendo a quem vai ajudar, quem merece ou não sua atenção, impondo regras, fatores condicionantes, rotulando e classificando irmãos de jornada como agressores, vítimas, algozes, perseguidos, perseguidores, sinceros, fantasiosos, se preocupando se este ou aquele precisa realmente de ajuda ou apenas está querendo se aproveitar da sua boa vontade, de suas boas intenções.


Se aqueles a quem de alguma forma ele está ajudando ou socorrendo seja através de atitudes, de palavras, de sentimentos, em ações materiais ou espirituais, está ou não sendo sincero em suas necessidades, se vai ou não aproveitar ou dar valor aos esforços que estão sendo dispendidos ao seu favor, isso na verdade não deve ser fator relevante para o tarefeiro da Seara Cristã, cabendo a ele servir, agir, e seguir adiante.


Da mesma forma, já há muito tempo, estão agindo os nossos protetores e benfeitores espirituais, que nos acompanham em nossa jornada evolutiva desde outras pretéritas experiências, agindo pacientemente com a nossa relutância em seguir seus conselhos e orientações, em aceitar, por vezes, o remédio amargo que nos levará a crescer e a valorizar seus esforços no sentido de nos aperfeiçoarmos como individualidade, resgatando nossos débitos e corrigindo nossos erros, consequentemente nos reconciliando com aqueles que de alguma forma viemos a prejudicar ou que nos prejudicaram.


Quando Jesus, no alto da cruz, eleva o pensamento vivo de amor a Deus, pedindo para que perdoe a seus perseguidores porque não sabem o que estão fazendo, não se referia apenas aos guardas que o açoitaram, ao povo que o escarneceu e humilhou, aos fariseus que tramaram contra sua vida, a covardia dos detentores do poder que não o julgaram com imparcialidade e justiça, mas sim, a todos nós, não só aos homens da sua época, mas a todas as gerações futuras, a todos que por diversas vezes, como nós, já retornamos ao plano físico desde sua excelsa passagem pela Terra, e que ainda hoje não o aceita, não o compreende, ainda relutantes em seguir seus passos, em aceitar e vivenciar em toda plenitude o Amor que nos exemplificou, preferindo se ater às suas mazelas, aos seus vícios, as suas paixões degradantes, as facilidades efêmeras revestidas de uma pretensa felicidade que até hoje a sociedade humana ainda insiste em apresentar como ideal de sucesso.         



Sim, tomara que Deus realmente nos perdoe por não saber ainda o que fazemos, e que tenhamos a coragem e o discernimento de nos aprofundarmos no processo de renovação e transformação espiritual, conscientes, que apenas com o nosso esforço e com a férrea disciplina do nosso proceder iremos encontrar a verdadeira paz que só o Amor do Cristo, sentido e vivido em todo seu esplendor, pode oferecer.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

O plano espiritual é mera continuidade da vida que tínhamos no plano físico...




Muitas vezes, dirigimos o nosso pensamento, as nossas dúvidas, os nossos anseios, descrevemos as nossas necessidades, àqueles a quem amamos e confiamos intensamente, e que, pela desencarnação, retornaram antes de nós ao plano espiritual.



São eles nossos avós, nossos pais, irmãos, amigos, até mesmo filhos, que já encerraram o seu ciclo no plano físico, e que, sabemos nós, com a fé e a razão que nos move, estão dando continuidade em suas existências na espiritualidade.



Normal, pelo amor que a eles dedicamos e que a nós eles dedicam, que julguemos, que esperemos, onde se encontrem, que mantenham o mesmo sentimento e a mesma preocupação que tinham por nós quando encarnados, a mesma atenção e o mesmo carinho, e, consequentemente, esperamos, também, o mesmo arrimo, que intercedam por nós em nossas dificuldades ou anseios, que dividam conosco o esforço para que venhamos atingir aos nossos objetivos, como muitos o faziam quando ao nosso lado percorriam o caminho no corpo da carne.



Quando já desencarnados eles estão, temos por hábito esquecer seus defeitos, suas limitações, a forma como pensavam e agiam, como priorizavam a vida, quais seus ideais e sonhos, passando a santifica-los, a julga-os em um estágio superior, isso sem intenções inferiores, mas, por desejarmos que eles estejam bem, não enfrentando dificuldades ou sofrendo, passando, então, a supervalorizar suas qualidades, ou aquelas que pensávamos ou que, enxergávamos que eles possuíam.



Essa nessa postura independe de nossa corrente religiosa, mas se potencializa, quando somos espíritas, quando somos sabedores da continuidade e das tarefas depois da vida no plano físico, conscientes que eles podem estar ao nosso lado, e assim o desejamos, esperando que continuem se interessando por nossos sucessos ou fracassos cotidianos, muitas vezes, e indevidamente, os escravizando a nossa personalidade, exigindo, mesmo que carinhosamente, que nos sejam anjos tutelares, protetores, agindo como crianças, transferindo a eles responsabilidades que pertencem unicamente a nós mesmos, nos portando de forma egoísta e insensata, por continuar a querer exigir que se mantenham cúmplices de todas as nossas decisões, dos nossos atos.



Agindo assim, acabamos por acarretar, para ambas as partes, uma dificuldade maior de desligamento, de compreensão de que a situação sofreu uma expressiva mudança, e que não podemos, assim como eles, a continuar a viver como o fazíamos quando juntos desfrutávamos os momentos da existência na matéria.



Desta forma, tanto os que desencanaram como os que permanecem no plano carnal, precisam se libertar e compreender, que vivem agora uma nova situação, para que possam dar continuidade natural as suas existências, mantendo o vínculo e o carinho que os unem, através de gratas recordações, sem manter algemas que tenham por objetivo a obrigatoriedade da ligação, não esperando por uma sequência que não mais pode existir, tal o grau de diferenciação que caracteriza agora seus objetivos e suas necessidade maiores.



Os nossos seres queridos que desencarnaram, possuíam, em seu íntimo, situações e pendências que não temos condições de aquilatar, por desconhecermos detalhes de sua existência, como também de seu passado cármico, desta forma, muitos daqueles que julgamos ser pessoas de bem, pessoas equilibradas, merecedoras das mais altas considerações por parte da espiritualidade superior, podem, na verdade, estar vivendo situações dolorosas, degradantes, oriundas de suas ações quando encarnadas, situações estas que desconhecíamos, ou que preferíamos ignorar, devido ao hábito que temos de sempre supervalorizar ao que somos e temos, em detrimento ao próximo, o que faz com que muitas vezes não consigamos enxergar a verdade dos fatos.



Devemos tirar por base nós mesmos, o quanto somos, de fato, sinceros, o quanto externamos daquilo que sentimos, e o quanto mantemos em segredo, fechado a sete chaves, os nossos sentimentos, os nossos anseios, as nossas atitudes quando estamos sozinhos, isso, em relação ao que demonstramos em nossas ações e nossas escolhas quando em relação com aqueles com quem convivemos, sejam eles íntimos ou não.



Quantas pessoas do nosso relacionamento, podemos afirmar, categoricamente, que nos conhecem exatamente como somos? E da mesma forma, a quanto podemos afirmar, sem margem de erro, que conhecemos das pessoas do nosso convívio?



Isso só vem reforçar o conceito cristão que devemos amar e respeitar a todos como são, sem julgar, sem esperar que venham a pensar e agir como nós, o que facilita que venhamos a aceita-los com seus defeitos, com suas imperfeições e limitações, fazendo com que venhamos a valorizar suas qualidades, e potencializar aquilo que de positivo possam trazer para nós, da mesma forma que assim também deveriam passar a nos ver, facilitando que passemos a agir, todos, de forma mais sincera e transparente, fazendo com que deixemos de gerar falsos ídolos, falsas expectativas, diminuído a possibilidade que venhamos a nos decepcionar, facilitando que venhamos  vencer os nossos objetivos individuais, os que temos como como coletividade, como sociedade.



Assim pensando, passa a ser natural, também, que não venhamos a alimentar falsas expectativas e esperanças, quanto a situação de nossos amigos e entes queridos que vivem hoje no plano espiritual, não tentando a avaliar pelo conceito que tínhamos deles quando estavam entre nós, seja ele positivo ou negativo, não correndo o risco de supor que estejam eles em condições plenas de nos ajudar, de nos orientar, como, também, que estejam sofrendo, precisando urgentemente de nosso auxílio, de nossa intercessão.



O plano espiritual é mera continuidade da vida que tínhamos no plano físico, ninguém melhora ou piora como ser humano, apenas pelo fato de ter desencarnado, apenas passa a viver de forma a potencializar tudo aquilo que alimentou em seu íntimo durante sua existência carnal, passando a estar exatamente no ambiente e nas companhias daqueles que atraiu para si com seus desejos, seus pensamentos, sua forma de viver, evidente que não aquela que aparentava, mas sim, a que realmente sentia e vivenciava em seu íntimo.



De nada adianta esperar que nossos entes queridos que vivem no plano espiritual, passem a ser nossos anjos protetores ou aqueles que vão nos auxiliar em sonhos e dificuldades, porque não sabemos quais as reais situações que enfrentam no plano espiritual, sendo grande a probabilidade que venhamos a prejudica-los de alguma forma com estes inconsequentes chamados através do pensamento e da oração, porque podem estar vivendo um delicado período de adaptação, e podem se sentir ainda mais fragilizados com os nossos chamados que chegam até eles, ainda mais se estiverem, no momento, impossibilitados de responde-los e atende-los.



Se já compreendemos, como espíritas e como cristãos, os deveres maiores da caridade, da compreensão, da tolerância, e do amor, assim devemos agir com os nossos entes queridos que já partiram pela desencarnação para o outro plano, nada deles exigindo ou esperando, como devemos agir quando vivos e ao nosso lado eles estão, endereçando-lhes apenas pensamentos e sentimentos de paz e de esperança, de agradecimento e de amor, lhes desejando equilíbrio, força e coragem para vencer seus desafios, e se algo desejarmos deles, que seja a reciprocidade desses sentimentos, desses pensamentos, para que venhamos também a nos sentir mais fortes e mais capazes para superar nossas adversidades, para realizar nossos objetivos e nossos sonhos, com a certeza de estarmos o fazendo de forma a não voltarmos a nos entregar aos nossos desejos e instintos inferiores, nos auxiliando a nos manter firmes e resolutos no caminho do bem, sem nada pedir, sem nada esperar.




Tudo o mais, deverá acontecer de forma natural e segura, sem vir assim a prejudicar a jornada evolutiva de ninguém, tendo nós a certeza que sempre que possível, e permitido, eles estarão ao nosso lado, com o mesmo amor e o mesmo carinho que sempre nos uniu, tendo agora a mais ampla visão sobre o que desejamos, e o que, de fato, nós, como eles, precisamos para nossa vitória espiritual. 

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Se procurarmos sempre encontraremos motivos...



Se eu tivesse nascido rico...


Se eu não tivesse tido tantas facilidades...


Se eu tivesse meus pais...


Se eu tivesse ouvido meus pais...


Se meus pais fossem mais atenciosos...


Se meus pais não fossem tão rigorosos...


Se eu tivesse podido estudar...


Se eu tivesse que trabalhar mais cedo...


Se tudo não fosse tão difícil...


Se tudo não tivesse sido tão fácil...


Se eu tivesse nascido branco...


Se eu tivesse nascido negro...


Se eu fosse homem...


Se eu fosse mulher...


Se eu tivesse tido filhos...


Se eu não tivesse tido tantos filhos...


Se eu não fosse tão fraco...


Se eu tivesse tido mais coragem...


Se eu não fosse tão ousado...


Se eu tivesse sido enfermo...


Se eu fosse saudável...


Se eu tivesse tido mais tempo...


Se eu não tivesse desperdiçado tanto tempo...


Se procurarmos sempre encontraremos motivos, justificativas, desculpas, atenuantes, tornando assim mais simples e mais fácil encontrar culpados e razões, do que assumir nossos próprios erros, nossas próprias limitações, nossos próprios excessos, de aceitar que somos livres, que temos sempre ampla capacidade de discernir, de escolher, e quando, em exceções, isso não for possível, também poderemos, se assim de fato desejarmos, reagir e superar, assumindo sempre o comando de nossas vidas.


Deus nunca nos dá um fardo superior as nossas forças, isso é fato, e se sucumbimos, foi e será sempre por nossa própria culpa, poderemos sim, encontrar atenuantes, corresponsáveis, mas, nunca nos considerarmos plenamente isentos da responsabilidade, da obrigação em assumir as consequências de nossos atos e de nossas escolhas.


Todas as dificuldades, os desafios, estão dentro de nossas possibilidades de absorção e condução, bastando para vencê-los o esforço, a boa vontade, a coragem, a fé. Poderemos sempre suportar e superar tudo aquilo que nos defrontarmos em nossa existência carnal, cientes que, haverá situações e circunstâncias onde nos será exigida uma maior energia, uma maior disposição, enfrentando todas as adversidades, com humildade, com paciência, com tolerância, com amor, com fraternidade, não nos deixando arrastar pelo egoísmo, pelo orgulho, pela inveja, pela insensatez, ainda mais nas situações em que antigos vícios e paixões ameacem ressurgir do nosso íntimo, tentando fazer reviver nosso passado cármico, repleto de imperfeições e desvarios.


Infelizmente, a maioria de nós ainda insiste em buscar inúmeras justificativas para os mínimos erros, preocupados em manter uma postura frente a sociedade, aos amigos, a família, que não condiz com sua verdadeira personalidade, caricaturando e maquiando uma conduta que na verdade não é a sua, enganando aos outros e a si mesmo, iludindo-se com sua posição social, com seu poder temporal, com suas condições financeiras, com sua força, com sua beleza física, com seu talento, julgando poder viver a margem das leis humanas, agindo como se elas não existissem, e o pior, agindo assim também perante as leis divinas, achando-se acima do bem e do mal, visando unicamente seus interesses pessoais, mesmo que em detrimento aos dos seus irmãos do caminho, aqueles com quem convive, pessoal ou profissionalmente.


Vergonha, medo, orgulho, vaidade, a preocupação de não ser pego em erro, em não ser criticado, em não ser julgado, de que seus atos e seus pensamentos mais íntimos venham a ser conhecidos, descobertos, vivendo de falsas aparências, de ilusórias qualidades, preocupado que o elogiem, que o admirem, justificando-se assim no cometimento dos mais graves erros, dos mais nefastos atos contra o próximo e a sociedade, apenas para manter sua posição, sua falsa concepção de sucesso, de felicidade.


Difícil, dentro do nosso orgulho, reconhecermos e assumirmos que somos falíveis, que não somos perfeitos, porque se assim o fizéssemos, mais fácil seria avaliar nossa conduta, nossa postura, e humildemente, buscar a correção, o recomeço, a mudança, a transformação, deixando para trás, reconhecidamente, o que estamos vivenciando de mal, de inferior, aprendendo e trabalhando para melhorar a cada passo, alijando gradativamente as imperfeições, tudo fazendo para não mais repetir os mesmos erros ou vir a cometer novos desvarios.


Quanto mais formos zelosos com o nosso proceder, quanto mais formos juízes e censores de nossas escolhas, de nossas decisões, quanto mais nos esforçarmos para aprender a discernir, entender o certo e o errado, aceitando os desafios que a vida nos impõe, as dificuldades, as enfermidades, as ausências, mais prontamente estaremos aptos a viver de acordo com os conceitos cristãos, suportando e superando qualquer adversidade, por mais grave que ela seja, não mais buscando justificativas para o erro e sim, os motivos e as maneiras que temos para acertar, para não sucumbir, para não nos deixar arrastar pelos instintos inferiores, por antigos vícios, por nossas ainda não plenamente dominadas paixões.


Ainda iremos errar isto é fato, mas quanto mais cedo o reconhecermos, mais cedo nos corrigiremos, mais prontamente resgataremos o débito, nos prontificando ao ressarcimento de nossas dívidas.


Simultaneamente ao desejo e a vigilância para não mais falirmos, devemos nos disciplinar para não julgar e condenar o erro do próximo, aprendendo a relevar, a perdoar, a compreender as diferenças evolutivas, as dificuldades de assimilação da Verdade Divina por parte de todos, assim como, até então, tivemos imensa dificuldade em sua compreensão e aceitação.


O fato de agora estarmos nos esforçando para não mais errar, não nos dá o direito de esperar que todos os demais também assumam esta atitude, porque se ontem estávamos em erro, outros já estavam bem mais adiantados e nos auxiliando a tentar melhorar, se hoje algo já conseguimos compreender, há outros que já entendem e vivem de forma plena o que estamos ainda ensaiando os primeiros passos.



Se nossos benfeitores espirituais e nossos amigos nos esperam pacientemente que continuemos lentamente a evoluir, temos por nossa vez, a obrigação, de humildemente e amorosamente, saber aguardar que nosso irmão menos adiantado também continue paulatinamente seu processo evolutivo, sem pressiona-los, sem julga-los, sem condena-los, deixando sempre à Deus os resultados de nossos esforços, para que, juntando-se a nós, venham a encontrar o caminho do bem.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

O que se faz importante salientar...




O planeta Terra, de acordo com os ensinamentos da Doutrina Espírita, classifica-se na escala dos mundos, como um local de resgates e expiações, onde, basicamente, encarnamos para ressarcir nossos débitos com nossos irmãos do caminho, com a sociedade onde vivemos, através da dor e do sofrimento, ou, do sacrifício, da renúncia e do amor, para provarmos a nós mesmos, quando já estamos cientes da nossa necessidade de evolução e transformação, que já dominamos os nossos instintos e tendências inferiores, nossos sentimentos negativos, tendo a certeza, porém, que mesmo que venhamos a sair parcialmente vitoriosos, grande ainda será o cabedal de erros e corrigendas que ainda se fará necessário reparar, até sanarmos tudo que indevidamente acumulamos em nossa jornada cármica no decorrer de inúmeras existências já vividas.



Proporcional as nossas necessidades, das questões específicas programadas quando do nosso retorno ao corpo carnal, serão as condições que iremos enfrentar no decorrer da nossa existência, quando poderemos ter maior ou menor liberdade de ação, de acordo com aquilo que melhor precisarmos para sairmos vitoriosos de nosso intento, tendo amplas oportunidades de execução dos nossos planos, seja com saúde e condições materiais favoráveis, ou nas mais variadas inibições de nosso corpo, como doenças, deficiências físicas ou mentais, além das naturais dificuldades de vida que poderemos vir a ter que viver para o êxito daquilo que temos planejado para nós.



Por este motivo a Terra é para nós, encarnados e desencarnados, uma escola, um grande educandário onde aprenderemos, pelo amor ou pela dor, a burilarmos a nossa individualidade eterna na forja do bem, vindo a ser também preciosa e bendita oficina de trabalho para que possamos, pelo nosso esforço e dedicação, adquirirmos experiência, amadurecendo espiritualmente, podendo vir a colocar em prática tudo aquilo que viermos a aprender com aqueles que, antes de nós, já conseguiram com seu suor e determinação, alcançar patamares evolutivos mais elevados.



Pelas inúmeras diferenças que ainda podemos detectar entre os habitantes de nosso planeta, tanto no que se refere a intelectualidade como a moralidade, vendo inclusive que muitos ainda muito se aproximam dos instintos inferiores animalizados, tal o desprezo com o qual tratam os demais companheiros de jornada, entregues unicamente aos desejos materiais e carnais, podemos avaliar que muito ainda teremos a percorrer para que o bem, em sua essência, venha a ser fator preponderante em nosso planeta, o que fará com que ele venha também a alcançar um maior patamar, vindo a alcançar o status de regeneração, onde todos já estarão envolvidos diretamente com suas necessidades de renovação íntima, já não mais valorizando o mal e as suas variantes.



O que se faz importante salientar que, apesar de termos muitas raças em nosso planeta que beiram o primitivismo, ainda vivendo suas culturas milenares, isso não faz de seus integrantes espíritos atrasados, sendo inclusive muitos deles, reencarnações de seres que viveram nas mais modernas sociedades europeias, como aconteceu e muito, por exemplo, no período de escravidão no Brasil, onde muitos senhores e feitores, retornaram vestidos de escravos e índios, para resgatarem seus débitos com estas raças, fora os que assim também tinham como resgate ou missão, dos seus períodos mais antigos, como quando os romanos ou egípcios também angariaram seus débitos, pela cruel escravidão de seus companheiros de jornada menos felizes.



Assim, desde todos os tempos, tivemos entre os povos “selvagens”, irmãos do caminho com maior grau de bondade e moralidade que muitos dos ditos “civilizados”, demonstrando que são inúmeras as possibilidades que temos em nosso planeta de evolução, fazendo-nos crer que ela pode vir a acontecer independente do nosso estado físico, da localidade onde vivemos, e precisamos convir que para nós, como encarnados ou desencarnados, será sempre muito mais fácil virmos a avançar intelectualmente e culturalmente, que exige basicamente esforço e dedicação no estudo, do que moralmente e espiritualmente, que exige de nós o desejo sincero de abdicar dos vícios, das paixões, das alegrias fugazes, baseadas unicamente na carne e na matéria.



Sem dúvida, será muito mais fácil para uma criança que nascer em uma tribo ser trazida para a civilização e aprender seus costumes e suas prioridades, do que um espírito ainda preso a inferioridade de sentimentos nascido em um berço de ouro, vir a aprender a ser leal, sincero, caridoso, justo, como vemos ser inúmeros “selvagens” nascidos em nações indígenas.



Civilização moderna não implica certificado de evolução espiritual, temos visto inúmeras nações, principalmente as dominadas pelo fanatismo religioso que, mesmo tendo o que de mais moderno possa existir em termos científicos e tecnológicos, ainda alimentam de forma acerbada e grotesca, o ódio, o preconceito, o separatismo e a segregação.



Assim, para que venhamos a progredir como coletividade, como planeta, necessária e essencial se faz a elevação individual, íntima, fazendo com que numericamente o bem também venha a ser preponderante, já que ele o é e sempre o será em força, em capacidade realizadora, quando na união das intenções, não mais serão aqueles que praticam o bem e que são caridosos que precisarão, como hoje acontece, se envergonhar ou se sentirem menosprezados e ignorados, mas sim, aqueles que ainda persistirem em valorizar o mal, o erro, as paixões degradantes, os sentimentos inferiores, como a inveja, o egoísmo, a prepotência, o ódio, o preconceito, o orgulho.



Como guia seguro e maior para tal, para que venhamos a encetar de forma íntima e definitiva nossa renovação para o bem, temos Nosso Amado Mestre Jesus, através de seus ensinamentos e exemplos, nos deixando claro que só através do amor, da caridade, da bondade, da paciência, da tolerância, do respeito, seremos capazes de vencer a inferioridade que alimentamos por séculos, vindo a nos fortalecer ainda mais através do estudo da Doutrina Espírita, que veio nos esclarecer definitivamente quanto ao nosso destino, quanto a compreensão das diferenças evolutivas que nos caracterizam, fazendo-nos ver que todos estamos em idênticas condições de lutar e vencer, cabendo a cada um ter a coragem e a disciplina para enfrentar seus desafios e avançar.



Se hoje nosso planeta e nós, como individualidades, enfrentamos um momento difícil, onde imperam a violência e o mal, vivemos nada mais que as consequências do que plantamos e geramos por séculos de iniquidades e crimes, onde insistimos em valorizar o erro, a negatividade de sentimentos e ações, cabendo-nos agora, também de forma individual e coletiva, o dever de nos agregarmos em busca de um objetivo maior, o da transformação, voltando a valorizar conceitos como a ética, a lealdade, a sinceridade, agora, definitivamente baseados e alicerçados no amor mais puro, na essência do bem representada pelos mais nobres conceitos cristãos.




A luta é incessante e contínua, porém, cada um de nós precisa fazer a sua parte, influenciando de forma positiva o meio onde vive, combatendo de forma sistemática o negativismo que paira sobre nossa sociedade, alimentando a congregação de ideias no bem, vencendo pela paciência e pelo amor a onda preconceituosa e intolerante que ronda a atmosfera do nosso planeta, talvez os últimos e desesperados esgares do mal, daqueles que insistem em alimenta-lo e representa-lo, já que inevitável se faz a sua derrota, quando a nossa amada Terra ocupará seu lugar de destaque na imensidão universal divina, já tendo bem alta e altaneira bandeira da paz e do amor a guia-la e representa-la.                     

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Não julgar para não ser julgado...




Estamos, agora que iniciamos a dar os primeiros passos como trabalhadores cristãos, como tarefeiros espíritas, propensos a auxiliar aos nossos irmãos do caminho nas dificuldades que enfrentam, confiantes que algo nós poderemos fazer para melhorar suas situações, suas condições, sejam seus problemas de ordem material, física ou espiritual.
Sinceros somos nós, na vontade e no desejo de servir, ávidos em provar para nós mesmos que conseguimos algo assimilar dos ensinamentos cristãos, dos preceitos que forma a Doutrina Espírita, e que caracterizam a personalidade de um homem de bem.



Infelizmente, porém, ainda não estamos totalmente desvinculados do nosso passado culposo, dos nossos sentimentos negativos, dos vícios de personalidade que até recente era priorizados em nossas escolhas e ações, o que faz com que nos sintamos ainda influenciados, nos detalhes, na rotina diária de nossa nova existência, de nossas novas aspirações, pelos resquícios do orgulho, do egoísmo, da vaidade, do ciúme, da impaciência, que alimentamos por longo tempo de nossa jornada evolutiva, o que ao final pode levar com que equivocadamente venhamos a nos sentir, em nossa nova posição, em nossa ainda recente renovada postura, em condições de julgar ao nosso próximo, nos colocando indevidamente como censores, como juízes, daqueles que ainda não enxergam a necessidade íntima de transformação mudança.



Tanto nas tarefas do nosso dia a dia, como nas pertencentes as lides doutrinárias, até bem pouco tempo, e ainda não totalmente livres de ser, éramos nós os párias, os que só se preocupavam com o próprio bem estar, os que buscavam alimentar seus vícios e suas paixões degradantes, pouco nos importando com as verdades espirituais, em encontrar o equilíbrio nas tarefas do bem, em estudar e trabalhar objetivando não só a nossa satisfação pessoal, mas no melhoramento das condições de nossos irmãos do caminho e da sociedade onde estamos inseridos.



Desta forma, nada justifica que pelo fato de finalmente termos algo despertado para as nossas responsabilidades e compromissos individuais frente ao todo, que passemos de forma equivocada e totalmente baseada no orgulho e na vaidade, a censurar, a julgar, a exigir, que os nossos companheiros de jornada também venham a compactuar com nossas novas ideias, com o nosso renovado ideal, ainda mais porque este, o ideal cristão, se baseia, exatamente, na tolerância, na simplicidade, na humildade, na caridade, na paz, componentes sagrados que unidos nos levam ao Amor vivenciado e exemplificado pelo Cristo, e que nos serve de farol a iluminar o longo caminho que ainda precisamos percorrer para chegar ao seu estágio de conhecimento e perfeição.



Desta forma, quando passamos a compreender a necessidade de aceitar e respeitar o estágio espiritual que cada um dos nossos irmãos se encontra, assim como nossos mentores e benfeitores maiores respeitam em sua totalidade a posição na qual nós mesmos nos encontramos, passaremos a ver todos àqueles com quem viermos a conviver, sejam eles próximos ou não, como companheiros de jornada que merecem o nosso máximo respeito e consideração, tudo fazendo no intuito de auxilia-los, mas sem violentar o direito que ele possuem, assim como nós também, de escolher e decidir os seus próprios destinos, com o livre arbítrio o qual Deus a todos nós concedeu.



Com essa visão alcançada neste nosso processo de renovação espiritual, aprenderemos também, dentro das efetivas tarefas nas lides doutrinárias do Espiritismo, a enxergar nos irmãos enredados em processos obsessivos, não mais vítimas ou algozes, não mais perseguidores ou perseguidos, mas sim, companheiros enfermos que precisam de um auxílio prático e efetivo para que venham a compreender melhor a situação na qual se encontram, e qual o melhor meio para que dela venham a se libertar, tendo o mesmo carinho, o mesmo respeito, o mesmo amor, por todos os envolvidos, principalmente, porque não temos plena percepção de compreensão sobre todos os fatos relacionados as pendências que os prendem e os unem, não cabendo a nós, desta forma, a posição de advogados ou juízes, mas, simplesmente, de cooperadores do que visam a felicidade e o bem estar de todos, sem distinção, sem parcialidades, como Jesus o fez com todos que com Ele conviveram em sua passagem pela Terra.



Assim o espírita, o cristão, não só nas lides efetivas da Doutrina, mas também em todas as situações de sua vida diária, precisa ter sempre como prioridade máxima servir e não julgar, não mais alimentando o hábito arraigado em nós de buscarmos em todas as situações a rotulagem dos envolvidos, tentando estabelecer as vítimas, e, principalmente, os culpados, mas sim, disciplinando a mente para vermos a todos, sem exceção, como enfermos, como irmãos que precisam de auxílio, tal qual é a nossa posição em relação aos nossos mentores maiores, que nunca se colocam frente a nós como censores ou juízes, por mais graves tenham sido nossas faltas e deslizes, mas sim, como amorosos e justos pais e amigos que sabem que dentro de nós viva está a chama do amor que o Pai Maior nos concedeu quando de nossa criação, agindo assim sempre no sentido de nos orientar e nos auxiliar a, pelo nosso próprio esforço, encontrarmos de forma definitiva o caminho que nos levará a elevação.




Não julgar para não ser julgado, amar ao próximo como a si mesmo, fora da caridade não há salvação, são todos roteiros seguros para que não venhamos a nos desviar do mais puro sentimento cristão que deve nortear nossa existência, sabedores que em nenhum momento deveremos compactuar com o mal, com o erro, mas que também não cabe a nós o direito de julgar ou condenar a ninguém, ainda mais pela consciência da lei da reencarnação, que nos coloca a todos em pé de igualdade, porque através das infinitas possibilidades nas quais já tivemos de acertar e de errar, como Jesus tão bem salientou, nenhum de nós está em condições, por mínimas que sejam, e sob nenhuma circunstância, de atirar a primeira pedra.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

A fé é uma poderosa aliada...

Dentro do egoísmo que ainda exerce grande influência sobre nós, não conseguimos ainda compreender ou aceitar a nossa dor, o nosso sofrimento, o nosso fracasso, ainda mais quando nos deixamos levar pela revolta ou pelo ciúme, ao vermos irmãos do caminho em melhores situações que a nossa, com mais facilidades, quando, indevidamente, os consideramos privilegiados, pessoas de “sorte”, sem compreender que também eles deverão ter seus problemas, suas aflições, talvez até mesmo maiores que as nossas, mas que ao contrário de nós, as suportam e as superam com humildade, com coragem, com resignação, de forma equilibrada e coerente.



Aceitar passivamente uma situação, ao contrário que muita gente pensa, não é necessariamente, conformismo ou comodismo, e sim, ter a paz de espírito necessária para compreender que as dificuldades existem, as limitações, os momentos adversos, os fracassos, as perdas, oriundas de nossas ações ou de circunstâncias da vida, e que para enfrenta-las e supera-las, mais difícil se tornará se nos deixarmos levar pela revolta, pelo medo, pela dúvida, pelo desânimo, pelo desespero, ou por qualquer outro sentimento castrador e limitante, que impeçam de virmos a ter a percepção que todo mal é passageiro, e que dependerá sempre de nós buscarmos as soluções, as saídas, as realizações necessárias para revertermos a situação adversa.



Muitas dessas dificuldades são oriundas mais da nossa teimosia e inabilidade para percebermos o que, de fato, é melhor para nós, em relação aquilo que tanto ansiamos ou desejamos, como quando, por vezes, objetivamos de forma equivocada e indevida aquilo que não nos pertence e nem deveria pertencer, ou na exigência que uma situação se resolva da forma que achamos ser a ideal, sem entender que a vida não é formada apenas de nossos desejos, ainda mais porque bem pouco é o nosso conhecimento e percepção daquilo que é o melhor, não só para nós, mas, também para as pessoas do nosso convívio e do ambiente onde vivemos.



Paralelamente ao que idealizamos e aspiramos para nós, está aquilo que o próximo também idealiza e aspira para ele, além das nossas necessidades cármicas e as deles, em relação as consequências advindas de nosso passado, situações e prioridades que na maioria das vezes não se coadunam com aquilo que queremos, fazendo com que venhamos a enfrentar resistência e dificuldades inúmeras para que venhamos a efetivar e concretizar os nossos ideais.



Muitas coisas fogem da nossa capacidade de intervenção, estão além da nossa vontade, o que nos exige assim, tolerância e o equilíbrio para nos conformarmos com a situação, mesmo que não concordando, tendo a força íntima não só para aceitar, mas, principalmente, para modificar a situação logo que assim o for permitido, é claro, sem nunca violentar o direito do próximo, ou vindo a assumir atitudes que sejam contra a legislação humana ou divina, dentro dos conceitos do amor e do bem.



Mesmo nas adversidades mais dolorosas, como, por exemplo, na doença grave de um ente querido, ou até mesmo do seu desencarne, precisamos nos manter lúcidos e equilibrados para que tomemos atitudes ou assumamos posturas que venham piorar ainda mais a situação, ou nos impossibilitar de darmos continuidade de forma produtiva e realizadora em nossa existência, aprendendo a assimilar a dor sem nos deixar abater, evitando assim que a revolta, o desânimo, a tristeza, nos impeça de ver que a vida deve prosseguir, por mais que seja difícil aceitarmos a perda, o sofrimento causado pelo que ocorreu de forma alheia a nossa vontade.



A fé é uma poderosa aliada para que venhamos a enfrentar toda e qualquer dificuldade por mais extrema que ela seja, a fé raciocinada, aquela que nos dá a certeza da existência de Deus, de sua infinita bondade, de sua justiça, e do sublime amor que tem por todos nós, por toda sua criação, quando passamos a aceitar que não somos privilegiados, e que as situações que precisarmos enfrentar nada mais são que experiências a nos fortalecer e capacitar para superarmos ainda maiores desafios, sempre visando o nosso melhoramento íntimo, a nossa evolução, como uma forja a nos tornar, a cada dia, mais resistentes e equilibrados.



Devido a inúmeras existências físicas e espirituais, muitas são as situações oriundas de nossas ações pretéritas as quais os reflexos se fazem sentir no presente, assim, maior se faz a necessidade de focarmos sempre nas soluções e nas formas de superar as dificuldades, do que nos prendermos as origens ou na procura de culpados, mesmo que estes existam, porque não sabemos nós também o quanto nossas ações atuais e passadas tenham também de alguma forma prejudicado ou afetado aos nossos irmãos do caminho, com ou sem a nossa intenção.



Nos atentar unicamente em punições, vinganças, desforras, em alimentar o ódio, a inimizade, o desprezo, em nada nos auxiliará na melhoria da nossa situação, na solução de nosso problema, sendo que este, ao contrário, só irá não mais existir, quando o encararmos de frente, com equilíbrio, com serenidade, com a paz espiritual, que não só o dimensiona em sua exata proporção, como nos permite ver, de forma mais clara e objetiva, soluções que a inferioridade de sentimentos muitas vezes não nos permite perceber.



Uma coisa é certa, de fato, qualquer fardo a suportar não será nunca superior as nossas forças, e mesmo nas mais dolorosas e difíceis situações, sempre, quando determinados a supera-las e resolve-las, conseguiremos sair vitoriosos, aumentando o nossa cabedal de experiência, sendo mais felizes ainda quando aprendermos a tirar dessas adversidades preciosas lições, não só para nós, como também quando começarmos a nos preocupar em leva-las ao próximo, espalhando a paz e o amor em nossa jornada.




Assim, nos conformemos com nossas dificuldades, para com segurança e paz vence-las uma a uma, caminhando resoluto para mais altos e sublimes voos, sempre baseando nossas ações e escolhas nas mais sublimes lições cristãs de amor, fraternidade e paz.