segunda-feira, 30 de junho de 2014

"O Consolador" - Arte








Interessante trecho do Livro "O Consolador", do autor espiritual Emanuel, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, onde ele responde algumas perguntas sobre "Arte"


161 – Que é arte?


A  arte  pura  é  a  mais  elevada  contemplação  espiritual  por  parte  das  criaturas. Ela significa a mais profunda exteriorização do ideal, a divina manifestação  desse “mais além” que polariza as esperanças da alma.  O  artista  verdadeiro  é  sempre  o  “médium”  das  belezas  eternas  e  o  seu trabalho,  em  todos  os  tempos,  foi  tanger  as  cordas  mais  vibráteis  do sentimento  humano, alçando-o da Terra para o Infinito e abrindo em todos os caminhos a ânsia  dos corações para Deus, nas suas manifestações supremas de beleza, de sabedoria,  de paz e de amor.


162 – Todo artista pode ser também um missionário de Deus?


Os  artistas,  como  os  chamados  sábios  do  mundo,  podem  enveredar, igualmente,  pelas  cristalizações  do  convencionalismo  terrestre,  quando  nos  seus  corações não palpite a chama dos ideais divinos, mas, na maioria das vezes, têm sido grandes missionários das ideias, sob a égide do Senhor, em todos os departamentos  da atividade que lhes é próprios, como a literatura, a música, a pintura, a plástica. Sempre que a sua arte se desvencilha dos interesses do mundo, transitórios  e  perecíveis,  para  considerar  tão  somente  a  luz  espiritual  que  vem  do  coração  uníssono  como  cérebro,  nas  realizações  da  vida,  então  o  artista  é  um  dos  mais  devotados missionários  de Deus,  porquanto saberá penetrar  os  corações  na  paz  da  meditação e do silêncio, alcançando o mais alto sentido da evolução de si mesmo e  de seus irmãos em humanidade. 



163 – Pode alguém se fazer artista tão só pela educação especializada em  uma existência?



A  perfeição  técnica,  individual  de  um  artista,  bem  como  as suas  mais  notáveis características, não constituem a resultante das atividades de uma vida, mas  de  experiências seculares  na  Terra  e  na  esfera  espiritual,  porquanto  o  gênio,  em  qualquer sentido, nas manifestações artísticas mais diversas, é a síntese profunda de  vidas  numerosas,  em  que  a  perseverança  e  o  esforço  se  casaram  para  as  mais  brilhantes florações da espontaneidade. 



164 – Como devemos compreender o gênio?




 O  gênio  constitui  a  súmula  dos  mais  longos  esforços  em  múltiplas  existências de abnegação e de trabalho, na conquista dos valores espirituais.  Entendendo  a  vida  pelo seu  prisma real, muita  vez  desatende  ao  círculo  estreito da vida terrestre, no que se refere às suas fórmulas convencionais e aos seus  preconceitos,  tornando-­se  um  estranho  ao  seu  próprio  meio,  por  suas  qualidades  superiores e inconfundíveis.  Esse  é  o motivo  por  que  a  ciência  terrestre,  encarcerada  nos  cânones  do  convencionalismo, presume observar no gênio uma psicose condenável, tratando-­o,  quase sempre, como a célula enferma do organismo social, para glorifica-lo, muitas  vezes, depois da morte, tão logo possa aprender a grandeza da sua visão espiritual na  paisagem do futuro. 




165 – Como poderemos  entender o psiquismo dos  artistas, tão diferente  do que caracteriza o homem comum?




O  artista,  de  um modo  geral,  vive  quase sempre mais na  esfera  espiritual  que propriamente no plano terrestre.  Seu  psiquismo  é  sempre  a  resultante  do  seu  mundo  íntimo,  cheio  de 
recordações infinitas das existências passadas, ou das visões sublimes que conseguiu  apreender nos círculos de vida espiritual, antes da sua reencarnação no mundo.  Seus sentimentos  e  percepções  transcendem  aos  do  homem  comum,  pela  sua riqueza de experiências no pretérito, situação essa que, por vezes, dá motivos à falsa apreciação da ciência humana, que lhe classifica os transportes como neurose  ou  anormalidade, nos seus  erros  de interpretação. É  que,  em  vista  da sua  posição  psíquica  especial,  o  artista  nunca  cede  às  exigências  do  convencionalismo  do planeta, mantendo-­se  acima  dos  preconceitos  contemporâneos, salientando que,  muita vez, na demasia de inconsiderações pela disciplina, apesar de suas qualidades  superiores, pode entregar-­se aos excessos nocivos à liberdade, quando mal dirigida  ou falsamente aproveitada.  Eis  por  que,  em  todas  as  situações,  o  ideal  divino  da  fé  será  sempre  o antídoto dos venenos morais, desobstruindo o caminho da alma para as conquistas  elevadas da perfeição. 




166  –  No  caso  dos  artistas  que  triunfaram  sem  qualquer  amparo  do mundo e se fizeram notáveis tão só pelos valores da sua vocação, traduzem suas  obras alguma recordação da vida no Infinito?




As  grandes  obras-­primas  da  arte,  na  maioria  das  vezes,  significam  a  concretização  dessas  lembranças  profundas.  Todavia,  nem sempre  constituem  um traço  das  belezas  entrevistas  no  Além  pela  mentalidade  que  as  concebeu,  e  sim recordações de existências anteriores, entre as lutas e as lágrimas da Terra.  Certos  pintores  notáveis,  que  se  fizeram  admirados  por  obras  levadas  a  efeito sem os modelos humanos, trouxeram à luz nada mais nada menos que as suas  próprias recordações perdidas no tempo, na sombra apagada da paisagem de vidas  que  se  foram.  Relativamente  aos  escritores,  aos  amigos  da  ficção  literária,  nem  sempre as suas concepções obedecem à fantasia, porquanto são filhas de lembranças inatas,  com  as  quais recompõem  o  drama  vivido  pela sua  própria individualidade  nos séculos mortos.  O mundo impressivo dos artistas tem permanentes relações com o passado  espiritual, de onde eles extraem o material necessário à construção espiritual de suas  obras. 



167 – Os grandes músicos, quando compõem peças imortais, podem ser também influenciados por lembranças de uma existência anterior?




Essa  atuação  pode  verificar-­se  no  que se  refere  às  possibilidades  e  às tendências,  mas,  no  capítulo  da  composição,  os  grandes  músicos  da  Terra,  com  méritos  universais,  não  obedecem  a  lembranças  do  pretérito,  e  sim  a  gloriosos impulsos das forças do Infinito, porquanto a música na Terra é, por excelência, a arte  divina.  As  óperas  imortais  não  nasceram  do  lodo  terrestre,  mas  da  profunda  harmonia do Universo, cujos cânticos sublimes foram captados parcialmente pelos  compositores do mundo, em momentos de santificada inspiração.  Apenas  desse  modo  podereis  compreender  a  sagrada  influência  que  a  música  nobre  opera  nas  almas,  arrebatando-­as,  em  quaisquer  ocasiões,  às  ideias indecisas da Terra, para as vibrações do íntimo com o Infinito. 




168  –  Os  Espíritos  desencarnados  cuidam  igualmente  dos  valores  artísticos no plano invisível, para os homens?



Temos  de  convir  que todas  as  expressões  de  arte na Terra representam traços de espiritualidade, muitas vezes estranhos à vida do planeta.  Através  dessa  realidade,  podereis reconhecer  que  a  arte,  em  qualquer  de  suas  formas  puras,  constitui  objeto  da  atenção  carinhosa  dos  invisíveis,  com  possibilidades outras que o artista do mundo está muito longe de imaginar.  No  Além,  é  com  o  seu  concurso  que  se  reformam  os  sentimentos  mais impiedosos,  predispondo  as  entidades  infelizes  às  experiências  expiatórias  e  purificadoras. E é crescendo nos seus domínios de perfeição e de beleza que a alma  evolve para Deus, enriquecendo-­se nas suas sublimes maravilhas. 



169 – A emotividade deve ser disciplinada?



Qualquer  expressão  emotiva  deve ser  disciplinada  pela fé,  porquanto  a  sua  expansão  livre,  na  base  das  incompreensões  do  mundo,  pode  se fazer  acompanhar de graves consequências. 




170  – Com tantas  qualidades superiores  para  o  bem,  pode  o  artista  de  gênio transformar-­se em instrumento do mal?




O  homem  genial  é  como  a  inteligência  que  houvesse  atingido  as mais  perfeitas  condições  de técnica realizadora;  essa  aquisição,  porém, não  o  exime  da  necessidade de progredir moralmente, iluminando a fonte do coração.  Em  vista  de  numerosas  organizações  geniais  não  haverem  alcançado  a  culminância de sentimento é que temos contemplado, muitas vezes, no mundo, os talentos mais nobres encarcerados em tremendas obsessões, ou anulados em desvios  dolorosos,  porquanto,  acima  de  todas  as  conquistas  propriamente  materiais,  a  criatura deve colocar a fé, como o eterno ideal divino. 




171  –  De  modo  geral,  todos  os  homens  terão  de  buscar  os  valores  artísticos para a personalidade?




Sim; através de suas vidas numerosas a alma humana buscará a aquisição  desses patrimônios, porquanto é justo que as criaturas terrenas possam levar da sua  escola  de  provações  e  de  burilamento,  que  é  o  planeta,  todas  as  experiências  e  valores, suscetíveis de serem encontrados nas lutas da esfera material. 




172 – Existem, de fato, uma arte antiga e uma arte moderna?




A arte evolve com os homens e, representando a contemplação espiritual  de  quantos  a  exteriorizam,  será  sempre  a  manifestação  da  beleza  eterna,  condicionada ao tempo e ao meio de seus expositores.  A  arte,  pois, será sempre  uma só,  na sua riqueza  de  motivos,  dentro  da  espiritualidade infinita.  Ponderemos, contudo, que, se existe hoje grande número de talentos com a  preocupação  excessiva  de  originalidade,  dando  curso  às  expressões  mais  extravagantes  de  primitivismo,  esses  são  os  cortejadores  irrequietos  da  glória  mundana que, mais distanciados da arte legítima, nada mais conseguem que refletir  a perturbação dos tempos que passam, apoiando o domínio transitório da futilidade e  da  força.  Eles,  porém,  passarão  como  passam  todas  as  situações  incertas  de  um  cataclismo,  como  zangões  da  sagrada  colmeia  da  beleza  divina,  que,  em  vez  de  espiritualizarem  a  Natureza,  buscam  deprimi-la  com  as  suas  concepções  extravagantes e doentias. 



quarta-feira, 25 de junho de 2014

Elos da corrente...










Nunca podemos alegar, estejamos encarnados ou desencarnados, impossibilidade total, de servir, de trabalhar, de algo fazer em prol do próximo, em auxiliar de alguma forma a melhora de nossa humanidade. Por mais simples que sejam nossas intercessões no todo, no coletivo, sempre há algo a se fazer, sempre há algo a realizar, por menor que sejam as ações, todos podemos de alguma forma interceder em favor de alguém, auxiliando-o materialmente ou espiritualmente, bastando para isso boa vontade, disposição, amor.


Mesmo sobre um leito de hospital, impossibilitados de nos locomover, de frequentar outros lugares, de tomarmos atitudes mais efetivas, podemos de alguma forma fazer o bem, auxiliar, seja através do exemplo de coragem, de disposição, de fé, no enfrentamento da enfermidade, seja através de conselhos, de conversas sadias, de estímulo e esperança para companheiros de infortúnio que estejam em piores condições que nós, físicas ou psicológicas.


O espírita tem como lema, “fora da caridade não há salvação”, como tão bem Allan Kardec nos orientou em suas obras doutrinárias e esta caridade seja ela material ou espiritual, deve sempre ser baseada na mais pura moral cristã, que nos determina não saber a mão direita o que faz a esquerda, ou seja, ser praticada sem ostentação, sem notoriedade pessoal, com humildade, com simplicidade, com alegria, tornando-nos participes daqueles a quem direcionamos nosso auxílio, respeitando-os como irmãos do caminho e acima de tudo conscientes que se a eles estamos em condições de ajudar, outras circunstâncias existem ou existirão em que seremos nós os carentes de auxílio e que a bondade divina através de irmãos em melhores condições que a nossa nunca deixará faltar.


O perdão sincero, o conselho salutar, o sorriso amigo, o silêncio de compreensão, a moeda, o prato de comida, o agasalho, o abraço, o ósculo de carinho, o aperto de mão, a atenção para o desabafo, para a confissão, tudo é caridade, tudo é amor, tudo é respeito, e todos nós, independente do que fazemos, do que possuímos, da nossa classe social, de nosso tempo disponível, de nossa saúde física, de nossa capacidade intelectual, poderemos entre tantas formas de amar ao próximo, algo fazer, do mais simples ao mais complexo, em favor daqueles que precisam, que necessitam de arrimo, de ajuda, de alguém que lhes de um pouco de amor, de atenção, de boa vontade.


A caridade de pensamento, não julgando, não questionando, não criticando e sim perdoando, compreendendo, emitindo forças positivas, salutares, melhorando o ambiente, o astral, a atmosfera que vivemos. A caridade das palavras, os conselhos, as orientações, os avisos, os ensinamentos, as críticas construtivas, o bom humor, as brincadeiras sadias. A caridade da ação, a física, a financeira, a material, da disponibilidade de tempo, de atenção.


Ser espírita, ser cristão, implica na obrigatoriedade benéfica e gratificante de sermos caridosos, de vivermos preocupados com as condições de vida do próximo, sejam eles íntimos ou irmãos do caminho que não conhecemos, mas, que buscam algo que os fortaleça, que os oriente, que lhes de novas esperanças.


É dar sem se preocupar em receber, em ser reconhecido, em ser valorizado, é dar confiantes que estamos fazendo a coisa certa, independente que sejamos traídos, desprezados, mal compreendidos, desvalorizados, é dar e colocar nas mãos de Deus as consequências de nossas ações, cientes que somos instrumentos de uma força maior, de um bem maior. É estar consciente que qualquer coisa que façamos em prol do próximo ou de algo não estamos só ajudando, mas que também estamos o tempo todo sendo ajudados, que também há irmãos, simultaneamente, nos secundando e nos fortalecendo para que não desanimemos e continuemos a ter condições de agir no bem.


Se hoje estamos dando um prato de comida para um morador de rua, um dia, no passado, em outra oportunidade cármica, também precisamos estender a mão em busca de ajuda, de solidariedade; também nossos olhos já brilharam de alegria por uma dádiva que recebemos em algum beco escuro, em alguma marquise, e mesmo no futuro, em outra existência, não estamos livres de também algo precisar, pois, talvez, nossas condições não sejam tão boas como na atual.



É um ciclo, uma corrente, não há credores, devedores, quando se trata de caridade, de auxílio, não estamos fazendo favor nenhum a ninguém, estamos apenas cumprindo a nossa parte para que tenhamos uma vida melhor, um mundo melhor e assim também será quando formos auxiliados por benfeitores, por irmãos de jornada em melhores condições que a nossa. A gratidão, o      respeito, o amor, o reconhecimento é natural naquele que sabe dar valor àquilo que recebe; quem não sabe agradecer ainda distante está de saber o valor de servir, mas, não cabe a nós julga-lo e sim orar para que ele encontre o caminho da fraternidade que o levará a se solidarizar com todos aqueles que o auxiliam e a todos a quem, por sua vez, venha a ajudar. Somos uma grande família, com o mesmo Pai, Nosso Amado Pai, que tudo faz para que seus filhos cresçam felizes e conscientes de suas responsabilidades. Sejamos bons, sejamos valorosos, sejamos merecedores desse amor, sempre. 



terça-feira, 17 de junho de 2014

"Não Julgar"







Temos o vício, a tendência, de julgar, de questionar, a conduta e a postura de nossos irmãos do caminho, e se agora algo tentamos fazer em prol do bem e das Verdades Eternas, não podemos esquecer que isso ocorre depois de vidas, séculos, perdidos em desequilíbrios e desatinos, que até hoje, temos dificuldade em sanar. Precisamos estar sempre atentos e levar em consideração, neste período de transformação espiritual a que nos dedicamos, o que Jesus Cristo, em diversas passagens, nos advertiu, chamando a atenção para que, por amor, por respeito, por caridade, para com todos aqueles que cruzarem nossa caminho, soubéssemos compreender e aceitar os diferentes estágios evolutivos em que cada um se encontra.


“Não julgueis afim de não seres julgados”


“Aquele que estiver sem pecado que atire a primeira pedra”


“Vês a palha no olho do teu irmão e não enxergas a trave que te prejudica a visão”


“Perdoais a fim de seres perdoados”


Se não nos preocupássemos tanto em julgar, em alimentar preconceitos, conseguiríamos, com muito mais probabilidades, entender e amar o nosso próximo, enxergando além da máscara que ele assume para se defender e agir quando na sociedade, onde por vezes, ele cai, ele fracassa, por um ato, uma palavra, uma ofensa, um crime, que comete em momento de desespero, de dúvida, de falta de vigilância, erros que muito provavelmente também cometeríamos se nos encontrássemos em situações idênticas a dele.


Quanto mais julgamos, mais nos afastamos do nosso irmão do caminho, assim como fez o sacerdote quando, na parábola do bom samaritano, se afastou afim de não se envolver e ser confundido com o que ele julgava ser o mal, onde na verdade havia simplesmente um ser humano precisando de ajuda.


Um malfeitor, um agressor, um vizinho nervoso ou um parente agressivo, estão muitas vezes passando por sérios problemas físicos ou espirituais, que os levam a cometer os mais graves crimes, os mais agressivos desatinos, e mesmo não corroborando e não acumpliciando o mal, devemos ter a atitude e a postura cristã, que são, nessas oportunidades, fundamentais para que não julguemos, não nos envolvamos emocionalmente na questão, e com discernimento e bom senso, procurarmos fazer o de melhor, o de mais produtivo para auxiliar na recuperação de nosso irmão.


Dependendo do grau, da intensidade da situação, um conselho, um abraço fraterno, uma orientação, uma ajuda material, disponibilizar nosso tempo e nossa energia para auxiliar, podem fazer com que ele repense e recue em suas atitudes e ações negativas.


Nós temos que fazer a nossa parte para auxiliar todo e qualquer companheiro de jornada, colocando os resultados, as consequências, sempre nas mãos de Deus, que sabe sempre o que é melhor para cada um de nós.


Se Jesus fosse tomar como base as atitudes daqueles que eram seus companheiros, seus discípulos, seus acusadores, onde o medo por parte de alguns, o desprezo e ódio por parte dos outros, levaram-no ao Calvário, poucos restariam para poder contar a história daquela época, tal o que Ele poderia ter feito com seu poder e seu conhecimento espiritual, se fosse reagir como nós, “paladinos da justiça”, frente aqueles que se afastam do bem em nossa sociedade. Nós, no lugar do Mestre, em situação similar, gritaríamos por justiça, buscaríamos o poder dos homens e de Deus para sermos auxiliados, salvos e devidamente ressarcidos e respeitados, enquanto que Ele, do alto da cruz, no limite do seu martírio, docemente apenas pediu ao Pai que perdoasse a todos, sem exceção, sem condicionantes, porque eles não sabiam o que estavam fazendo e ainda teve tempo de socorrer espiritualmente a um dos malfeitores que expirava ao seu lado, descortinando a ele em seu último suspiro a certeza da existência de um mundo melhor, onde não somos julgados e nem excluídos, presos ou condenados, onde nos amam e onde tudo é feito, para que, mais prontamente possível, nos recuperemos e voltemos abraçar a novas oportunidades de crescimento, de elevação, de resgate e ressarcimento de nossas dívidas.


Infelizmente, anda hoje, como espíritas, ainda não só julgamos, como prejulgamos trabalhadores, artistas, desportistas, celebridades, crimes e criminosos, nossos amigos, nossa família, nosso lar, nosso trabalho. Julgamos as pessoas por suas ideias ou por seu silêncio, por sua riqueza ou por sua pobreza, por sua coragem ou por seus medos, por seu status social ou por sua exclusão da sociedade, por sua religião, por sua atitude política, por sua visão do mundo, nos convencendo que, por algo sabermos do evangelho, da codificação espírita, dos seus ensinamentos, já estamos aptos à separar o joio do trigo, o bom do ruim, o certo do errado, simplesmente por algo já nos consideramos superiores, mais informados, melhores preparados. Ilusão, pura e destrutiva ilusão.


Nunca saberemos o que se esconde por trás de um sorriso, de uma lágrima, de uma fuga, de uma agressão, de um crime, de um suicídio, é apenas a insistência de nos escoramos em nosso conhecimento, em nossa vaidade, em nosso orgulho, em acharmos que tudo que fazemos é o certo, que tudo que nossos irmãos enfermos realizam é errado, é desnecessário, que faz com que viciemos a nossa conduta atual, para determinar e julgar, a conduta do próximo. Se nós já conseguimos superar um vício, achamos que ele também tem a obrigação de logo superar, se não mais somos impacientes, consideramos que ele tem a obrigação de também tentar deixar de ser.


Se Jesus julgasse todos os nossos atos com a mesma severidade que costumamos julgar os atos do próximo, talvez estivéssemos mesmo, como no passado tentavam nos convencer, todos condenados a um inferno de chamas eternas, sem remissão, porque Ele tudo conseguiu, Ele tudo ensinou e ainda assim permanecemos excepcionalmente distantes de Sua capacidade de amar, de realizar, de construir.


Temos que ler e reler insistentemente até que consigamos, não só entender, mas incorporar seu significado em nosso espírito eterno, a mais sensível e profunda Verdade que o Mestre nos apresentou e ai, talvez, nós consigamos recomeçar a agir como um verdadeiro cristão, como um verdadeiro espírita:


“Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”


Comecemos por nos amar, transformando nossos séculos de erros e indecisões, em outros tantos, de amor, de trabalho e de realizações, permitindo que nosso irmão também encontre por seu próprio esforço, seu caminho, sua paz.



quarta-feira, 11 de junho de 2014

Aprendendo a valorizar...

Geralmente esquecemos as reais necessidades, as reais razões que nos levam a realização das tarefas espíritas, cristãs, em prol da Doutrina, do próximo e nos entregamos a satisfação de nosso ego, de nossa vaidade, do nosso orgulho, da nossa ambição, da falsa sensação de poder, de superioridade, isso apenas por possuir algum conhecimento adquirido no estudo, por possuirmos algum dom mediúnico, por proferirmos palestras e aulas no centro, por fazermos parte da equipe de passes, até mesmo, por cuidarmos da organização da fila dos que buscam o lenitivo do passe, quaisquer tarefas que nos deem algum destaque perante os demais e que por nossa inferioridade ainda latente, venham a fazer, indevidamente, que nos sintamos especiais ou importantes perante os demais irmãos do caminho, que ainda não atingiram nosso estágio no centro espírita, bem entendido, porque em relação ao estágio espiritual, muitos dos que frequentam uma reunião pela primeira vez, mesmo sem nada conhecer da Doutrina, já alcançaram patamares evolutivos muito superiores ao mais experiente servidor do centro, como no exemplo da parábola do Mestre Jesus, do bom samaritano, que nos mostra não ser estritamente necessário títulos, conhecimentos, basta a boa vontade, o amor e a compreensão dos dois principais ensinamentos que o Cristo nos ofertou, que norteiam e que se baseiam toda sua Doutrina, nos indicando o caminho que temos que percorrer em busca da evolução, que é, “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”, conceitos, aparentemente, de bem simples compreensão, talvez por isso, tão pouco seguidos por todos nós, que ainda procuramos na complexidade, no exagero, na supervalorização, a possibilidade de nos sobressairmos e nos destacarmos, vaidosamente, perante aos demais companheiros de jornada.




O que possuímos de melhor para a realização de nossas tarefas, seja a inteligência, a bondade, a praticidade, o dom da oratória, da organização, o dom mediúnico, são conquistas, não só de nosso esforço individual, nesta encarnação ou quando ainda na espiritualidade, mas também recursos que a espiritualidade superior nos dota para que possamos desenvolver nossos objetivos. O mais importante é que qualquer qualidade que possuamos se não for utilizada para o bem de todos, para a realização de nossas tarefas espirituais, de nada terá valido sua conquista, porque, tesouros guardados e não utilizados em prol do próximo, são como joias esquecidas por décadas no fundo falso em uma gaveta, por mais brilhantes e valiosas que sejam, para o seu objetivo, de nada prestam, de nada valem.






Se nós temos um dom, seja ele qual for, artístico, esportivo, profissional, espiritual, nosso dever para com a sociedade onde vivemos é utilizá-lo para seu engrandecimento, independente de qual for, sendo também normal, sermos merecedores de uma remuneração, um retorno, pelo nosso esforço despendido, lembrando que para as realizações espirituais, como pagamento, nós teremos a alegria de servir a Deus e possuir amigos que nos ajudam e nos incentivam a prosseguir.

Nossos dons, nossas qualidades, se não forem utilizados para o bem, para a harmonia, para a evolução e melhoria do homem, para sua paz, serão nulos, serão desperdício de tempo e de energia, como diversos exemplos que vemos de maus profissionais, maus médicos, maus engenheiros, maus juízes, maus advogados, maus escritores, que utilizam o que tem para prejudicar ao próximo, para alimentar seus vícios, para viver em relações e paixões degradantes, interessados apenas em satisfazer seus instintos, ignorando e desprezando as leis divinas, os conceitos cristãos, únicos parâmetros reais e válidos na utilização de qualquer dom, qualquer capacidade realizadora que possuamos e que de alguma forma influenciem nossa vida e as dos irmãos que cruzarem o nosso caminho.


Só o que é baseado no amor, na caridade, na alegria, na decência, na moral, no respeito, na felicidade coletiva, no bem estar de todos poderá ser considerada uma realização de luz, do bem, seja em qual campo for, em nossa vida pessoal, profissional, em nossas tarefas assistenciais, espirituais. Somente estas realizações nos levarão, com nosso esforço e dedicação, ao crescimento individual que nos possibilitará a percorrer novos caminhos, nos candidatando a novos desafios, sempre buscando o melhor, a elevação espiritual, a transformação, a renovação, até um dia alcançarmos as paragens siderais de sublimação e pureza, que, todos nós, como filhos de Deus estamos destinados.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Na busca de novos associados...

Ao nos referirmos aos nossos irmãos do caminho que vivem na espiritualidade inferior, precisamos ter a consciência que ser inferior não significa ser mau ou desejar fazer o mal, ser inferior é estar distante das verdades divinas, distante do conhecimento ou do entendimento da necessidade de elevação, de renovação para o bem, para os sentimentos nobres, para o amor cristão.


Muitos que estão na espiritualidade presos as suas tendências, aos seus vícios, as suas paixões desregradas, aos seus sentimentos inferiores, ao seu negativismo, quando buscam o plano físico, não o fazem para prejudicar a alguém ou alicia-lo ao erro, apesar de muitos assim agirem, mas unicamente para continuarem a alimentar e satisfazer seus desejos, procurando para isso aqueles que com eles sintonizem, se afinem, compactuem, ou seja, não buscam vítimas, e sim, cúmplices, companheiros, associados, aqueles que se comprazem ou que já se predisponham a, da mesma forma que eles, se enveredar pelos caminhos escusos da inferioridade humana.

Muitos de nós, apesar de uma aparência digna, honesta, como pais de família, como membros da sociedade, como religiosos, como espíritas, como cristãos, guardamos e alimentamos dentro de nós sentimentos e pensamentos nefastos, indignos de um homem de bem, que fazem com que, não fisicamente, mas espiritualmente, nos aproximemos de entidades que pensam e sentem os mesmos desvios que nós, atendendo ao nosso chamado, aventando a possibilidade de terem encontrado um possível parceiro para seus erros, suas paixões, passando a se alimentarem das formas pensamentos que criamos, das energias nocivas em que nos envolvemos, fazendo com que nos entreguemos cada vez mais aos nossos desvarios, potencializando nossa vontade, aproximando cada vez mais a nossa fantasia da realidade.

Assim, por exemplo, se na nossa intimidade, nos entregamos a pensamentos e sentimentos que supervalorizem o sexo, a sensualidade, passamos a nos imaginar em diferentes situações fora da nossa realidade atual, fazendo com que, incentivados por entidades espirituais afins, nos aproximemos cada vez mais da consumação de atos relacionados aos nossos devaneios, materializando ações, vindo a nos afastar da retidão do proceder, da honestidade, da sinceridade com aqueles a quem amamos e estamos vinculados, nos perdendo nos labirintos do erro, e isso, sutilmente influenciados por quem equivocadamente atraímos, gerando, inclusive, inúmeras justificativas e desculpas que corroborem e nos incentivem a afundar cada vez mais no mal que geramos para nós mesmos com a nossa imprevidência.

Da mesma forma aquele que se entrega a tristeza, ao desânimo, ao medo, a dúvida, ao alimentar seus anseios, seus pensamentos, estará atraindo para si entidades espirituais que se comprazam e se alimentem psiquicamente destes sentimentos, muitos ao serem atraídos, não sentem nenhum rancor ou querem, de fato, prejudicar aquele que os chamou, simplesmente se identificam, se solidarizam, e pensam estar até mesmo ajudando e consolando aqueles que, infelizmente, estão prejudicando ainda mais com a manutenção de seu desequilíbrio, de sua instabilidade interior.

Assim, no plano espiritual, teremos sempre aqueles que se afinam e se sintonizam com nossa forma de agir e de pensar, independente daqueles que por algum motivo específico busquem a nossa presença, como amigos ou desafetos, para ajudar ou prejudicar, aqueles outros que são, mesmo sem nos conhecer, atraídos, chamados por nós, de acordo com nossos objetivos, nossas crenças, nossos desejos. Somos, então, responsáveis na escolha do tipo de companhia que desejamos, sempre de acordo com aquilo que geramos ao nosso redor, que criamos em nossa aura espiritual.

Para nos mantermos sintonizados com o bem, com aqueles que, de fato, possam nos auxiliar e vir a agregar positividade, nos fortalecendo em nossa transformação espiritual em nossa atividade diária, nos orientando, nos protegendo, precisamos, de acordo com o ensinamento evangélico, orar e vigiar, nos policiando, nos monitorando, não só ao que falamos, ao que fazemos, mas, principalmente, ao que pensamos, ao que sentimos, ao que alimentamos em nosso íntimo.

Aquele que busca sua renovação, que ensaia os primeiros passos no caminho do bem, precisa estar consciente das dificuldades iniciais que irá enfrentar. O mal, o inferior, o negativo, não aguardará que estejamos preparados, prontos, fortes para nos defendermos, o mal não irá esperar que estudemos, que nos capacitemos. Nossos cúmplices, nossos associados, aqueles que estão acostumados a nos utilizar de instrumento para seus desvarios, para suas enfermidades, ao primeiro sinal de intenção de deixarmos os vícios, as paixões, os erros que alimentamos por muito tempo, tentarão nos impedir, ainda mais os que, conscientes, sabem que estão em erro, como se a nossa vitória fosse para eles uma derrota, a nossa alegria, sua tristeza, que por não terem, por si, a coragem ou vontade de crescer, de vencer, também não querem que ninguém tenha, ficando felizes por nos verem infelizes, agindo assim, por ignorância, por falta de conhecimento, por maldade ou por diversos outros motivos a buscarem não permitir que o bem cresça, avance, tudo fazendo para atrapalhar aqueles que não pensam como eles.


A vitória é árdua, mas é possível, quando nos entregamos ao desejo sincero de melhorar, mesmo com todos os empecilhos gerados por aqueles que não desejam nossa transformação, somos capazes de avançar, e mais, muitas vezes vindo a servir de exemplo para aqueles que, surpreendidos por nossa persistência e coragem, também se motivam a buscar por sua vez sua própria renovação, passando de adversários à aliados, redirecionando sua cumplicidade para os sentimentos de amor e paz que os conceitos cristãos ensinam, preceituam. Só a força de vontade, a fé, a esperança, a determinação, o real desejo de vencer, de progredir, de melhorar, aliado ao estudo, ao trabalho, a mudança de postura fará com que resistamos aos ataques do inferior, buscando o superior, auxiliando-nos a encontrar definitivamente a verdadeira e real felicidade, o caminho do bem, o caminho que Jesus nos mostrou até ao Nosso Pai Celestial.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

União de Forças

São duas forças que desde os primórdios da civilização, por inúmeros motivos, geralmente gerados pelo orgulho, pela vaidade, insistem e persistem em continuar confundindo e separando os homens, fazendo questão em manter o imenso abismo gerado por suas arbitrariedades. Duas forças que fazem questão em permanecer antagônicas, como se fosse totalmente impossível sua convivência e sua compatibilidade, postura que impede seus prosélitos de abrir a mente para novas ideias, novas concepções, novas possibilidades, preferindo os dois lados seguir cada qual o caminho que garanta seus interesses próprios, em contrapartida ao interesse do todo, o caminho da negação automática dos conceitos defendidos pelo antagonista, pelo que considera seu adversário.

A CIÊNCIA tudo tenta explicar através da matéria, a todo efeito que estuda busca sempre uma resposta puramente física, material, julga encontrar no corpo somático, mais propriamente no cérebro, a origem de tudo que forma a personalidade do homem, como a alegria, o ódio, o medo, a depressão, a inteligência, a moral, os desvarios e até mesmo o amor, onde nos neurônios estão os pontos de origem para tudo que forma o indivíduo, colocando este como mero instrumento em tudo que realize de positivo ou negativo, sendo comandado pela sua melhor ou pior capacidade cerebral, lhe tirando o mérito, o demérito, a responsabilidade, como se a culpa ou a glória de que cada um é merecedor tenha decorrência de um ter uma parte do cérebro melhor que a do outro, ou seja, se alguém é um grande artista ou um cruel criminoso, a origem é da formação de seu cérebro, das partes que geram seus sentimentos. Se realmente assim fosse, em uma corrida de automóveis, bastaria para um carro ser o mais moderno, o mais rápido, para ganhar todas as corridas, porém, a máquina sozinha não anda, não corre, tem que ter um piloto e não pode ser qualquer piloto, tem que ser alguém capacitado, treinado, preparado. Nosso cérebro é comparável a um computador, e este foi desenvolvido exatamente baseado nele, onde cada parte do sistema é responsável por uma operação, por uma função, porém, se o homem que o comanda não quiser ou não souber utiliza-lo, ele, o computador, sozinho, não tem nenhuma serventia prática e produtiva.

Também acreditamos como a ciência, que todos nossos sentimentos estão contidos em nosso cérebro e cada parte dele é responsável pela manifestação de um deles, por sua ativação na máquina que é o corpo humano, porém, ele é apenas o comando, as escolhas, as prioridades, as ações, o aproveitamento ou não dos sentimentos que o animam, sempre será de responsabilidade do Espírito, do ser eterno, indivisível, comandante chefe do corpo somático enquanto ele lhe servir de instrumento no plano físico. Se um espírito encarnado é tímido, frágil, tem medo, é mau ou bom, ama ou odeia, é romântico ou indiferente, seu corpo físico, seu instrumento, seu cérebro, virá exatamente “montado” para que ele materialize sua forma de ser, ou seja, não é o cérebro que torna o homem o que ele é, é o espírito que tem o cérebro de acordo como ele é e como ele precisa pra realizar o que se propôs fazer ao reencarnar.
Recentemente a ciência tenta comprovar a teoria que o Universo foi gerado por uma grande explosão, o “nada” explodiu e gerou tudo como hoje conhecemos, e com isso, pensa ter colocado ponto final na existência de Deus, não compreendendo, que, caso realmente esta explosão existiu, se foi assim que se deu a origem do nosso Universo, isto nada mais é que um efeito, e que a alguém ou algo ainda tem que ter sido a causa, tem que ter criado o todo antes que ele explodisse. A resposta é óbvia, mas a esmagadora maioria da ciência ainda prefere ignora-la, porque é muito difícil aos pretensos sábios, tanto os de ontem como o de hoje, admitir uma suprema inteligência, superior a deles, que os diminua ao que realmente são, meras crianças que ainda engatinham no conhecimento da origem dos mundos e da vida.

Já a outra força, o outro lado, a RELIGIÃO, insiste em não acompanhar os progressos já devidamente provados pela ciência, insiste em se agarrar a dogmas antigos, como o da formação da Terra em sete dias, em Adão e Eva como a origem humana, no dilúvio universal que teria apenas deixado a família de Noé sobre a face do planeta e tantos outros, já devidamente comprovados serem incompatíveis com as descobertas cientificas referente ao tempo efetivo que o planeta levou em sua formação até os dias de hoje. São vários os fatores em que as religiões tradicionais insistem em defender, mesmo que fatos e argumentos mostrem e comprovem sua inexatidão, como por exemplo, a defesa da unicidade da existência humana, onde somos criados no momento de nosso nascimento físico e nossa sorte, irremediavelmente fixada, após a nossa morte, de acordo com o nosso proceder, o paraíso para os bons e o inferno e seus castigos para os maus, para os pecadores, independente das diferenças de classe, de oportunidades, de anos de existência, de capacidade intelectual, de ambiente, de saúde física ou mental, entre tantas outras consequências que tem por base unicamente aos anos que a alma viveu no plano físico.

A solução, sem pretensões salvacionistas, para esse embate, estas dúvidas, nos traz o Espiritismo, através da rigorosa lógica cientifica que compõe toda codificação, quando Allan Kardec, para cada ensinamento que apresentava, expunha, ele mesmo, todos os argumentos possíveis, contrários e a favor, nada acatando sem a mais completa observação e experiência, trazendo a todos nós, não uma crença, uma possibilidade ou opção, mas a Verdade e não por acaso, baseando-se exclusivamente na fé, e sim pela razão, pelo estudo, pelo ensinamento dos Espíritos Superiores. A Doutrina Espírita é o Consolador Prometido por Jesus, é a Terceira Revelação, que infelizmente, a ciência e a religião, insistem em desprezar, assim como muitos povos até hoje, ignoram, desprezam, não aceitam Jesus Cristo como o filho envidado por Deus para transformar a humanidade terrestre.

O equilíbrio entre as duas forças que comandam nosso mundo, a ciência e a religião, já foi encontrado há quase dois séculos pelo Espiritismo, ele já mostrou o caminho que ambas tem que percorrer para superar suas diferenças e juntas auxiliarem o homem a evoluir. A ciência precisa conhecer e reconhecer o espírito e a religião, conhecer a aceitar as necessidades da matéria. O fanatismo e a intransigência de ambas as partes, os extremos que elas insistem em defender, só faz com que ocorra a desagregação do homem, da família, da sociedade, da moral, do bem, como hoje assistimos na Terra. O homem deve sempre procurar melhorar suas condições de existência, buscar mais conforto, mais facilidades tecnológicas, mas, deve realizar seu progresso baseado nos conceitos cristãos, no amor ao próximo e a Deus, no perdão, na caridade, na solidariedade, devendo ser o bem o fator principal a nortear seus objetivos principais em todas as conquistas, em todos os avanços, visando o bem coletivo, a alegria, o respeito, a harmonia, todos, fatores essenciais para o crescimento evolutivo de qualquer povo, de qualquer nação. O homem precisa antes de qualquer descoberta cientifica descobrir e aceitar a Deus, a Jesus, aos espíritos superiores e compreender que somos eternos, e que a vida física é apenas uma etapa, uma curta etapa, do longo caminho que ainda temos pela frente, no eterno aprendizado que norteia todo ser da criação.


  

quarta-feira, 4 de junho de 2014

"Oração e Ação"

Quando alçamos nossos pensamentos através da oração a Deus e aos nossos benfeitores espirituais, buscando a sintonia para que nos auxiliem, orientem, participem de nossa existência, abrimos um canal de comunicação, emitindo uma mensagem e aguardando um retorno, geralmente, visando algo em nosso benefício, externando nossos sentimentos, nossas emoções, nossas dúvidas, nossas esperanças, nossas necessidades.


Orando de forma direcionada, contrita ou simplesmente pensando firmemente no que almejamos, estamos em constante contato com aqueles que se sintonizam com nossa postura, com nossas expectativas, nossos desejos, sejam eles para o bem ou para o mal. Nossos anseios mais secretos, portanto, são aqueles que despertam o interesse maior por parte daqueles que conosco se identificam, amigos e benfeitores, quando planejamos as tarefas sublimes baseadas nos conceitos cristãos, nos preceitos espíritas e espíritos inferiores, enfermos, quando nos entregamos aos vícios, aos desregramentos, a sensualidade, a cobiça, a inveja, a vaidade.

Nossos sentimentos inferiores são portas de entrada para aqueles que, na espiritualidade, buscam satisfazer suas paixões e instintos dos quais ainda não conseguiram se libertar. Quando nos deixamos arrastar, quando estamos frágeis em nossas resoluções para o bem, eles se aproveitam para nos desviar no caminho e reavivar nossas antigas falhas, enaltecendo-as e fazendo com que elas recuperem a importância e a relevância que tinham em nossa personalidade em experiências cármicas anteriores ou mesmo em nosso passado recente, ainda nesta existência física.

Antigos parceiros de crime, cúmplices ou adversários, que, ao nos encontrarem reencarnados e algo dispostos a nos modificar, por inveja ou por falta de compreensão, nos fustigam, nos envolvem, buscando fazer com que recalcitremos e voltemos a nos compatibilizar com seus vícios e seus atos depreciativos. Nunca, porém, estamos desprotegidos e entregues as forças inferiores, quando nossa determinação e força de vontade sobrepujar aos chamamentos da carne. Os nossos benfeitores espirituais estão sempre prontos a nos proteger de todos os ataques, nos dando força para enfrentá-los e supera-los, quando determinados, continuarmos a proceder de forma correta e digna.

O bem é sempre mais forte e mais contundente que o mal, age no silêncio, na calma, sem estardalhaço, metodicamente, sempre afastando ou modificando aqueles que se aproximam tentando subverter a quem a fé e o amor cristão já se solidificaram em seu íntimo. Quando nos encontramos dispostos a modificar nosso padrão vibratório, quando resolvemos assumir o compromisso com o bem, com Jesus, com a Doutrina Espírita, vivenciando em todos os sentidos os ensinamentos evangélicos, de amor, humildade, tolerância e fraternidade, já conquistamos as ferramentas capazes de garantir nossa defesa contra as investidas do mal e a influência do nosso próprio passado culposo, obrigando-nos, entretanto, sempre, para isso, a uma severa e constante vigilância.

A oração e a sintonia com o Alto são fundamentais para que possamos realizar nossos objetivos dentro dos conceitos doutrinários, porém, a fé, o contato, a comunicação são apenas pontos de apoio para o que precisamos realizar, ou seja, não basta rezar, pedir, temos acima de tudo que agir, que trabalhar, nos transformar em todos os sentidos para o bem, sempre dependendo, apesar de todo apoio, de todo auxílio, exclusivamente de nós, a vitória ou a derrota sobre nossos propósitos, sejam eles o resgate de antigos débitos, o pagamento de pretéritas dívidas ou missões e realizações que já nos julgamos aptos a realizar. Nosso livre-arbítrio, nosso esforço, nossa conduta, são fatores preponderantes para o êxito de nossa existência, nossos amigos podem mostrar o caminho, mas, cabe a nós percorre-lo, da mesma forma que podemos ajudar a todos nossos companheiros de jornada, mas, também a eles caberá a ação, o trabalho, o êxito em suas vidas.

Somos capazes de realizar os mais altos voos em busca da transformação espiritual, Jesus é o exemplo, o modelo, do que podemos almejar para nós, Ele, além de nosso Mestre, é, também, um irmão do caminho e seu principal anseio ao vir até nós, foi exatamente este, nos apresentar o Reino de Deus e nos cientificar que só caberá a nós alcança-lo como Ele o fez, precisando para isso, do nosso esforço, nossa determinação, nossa fé e nosso Amor.

Devemos ser cristãos em todos os momentos de nossa existência, na hora de orar, de agradecer, de louvar, na hora de dar, de receber, na hora de falar, de ouvir, sempre, a cada segundo de nossa existência, em cada pensamento, em cada palavra, em cada gesto, no lar, no trabalho, no estudo, na realização espiritual, vindo também a exemplificar tudo aquilo que conseguirmos acrescentar ainda nesta existência a nossa personalidade, formando essa cadeia do bem, quando de meros auxiliados auferirmos o direito a também, de alguma forma, vir a auxiliar.


terça-feira, 3 de junho de 2014

Reflexão Espírita

Todos aqueles que se entregam as práticas religiosas, sejam católicos, evangélicos, budistas, muçulmanos ou espíritas, o fazem, não só buscando sua melhoria individual imediata, mas, também, acreditando que terão uma continuidade em suas vidas após a morte, para serem felizes e recompensados pelo que fizeram de bom, independente no que cada um crê, seja em um céu beatifico, no limbo, na continuidade das lutas e do aprendizado em outro plano, outra dimensão, devendo ter a consciência que para isso, seu esforço deverá estar sempre atrelado a sinceridade das intenções no bem, vinculando esta conquista espiritual ao trabalho, ao estudo, a oração constante, mantendo-se vigilante sobre seus pensamentos, palavras e atos, buscando sempre agir sem prejudicar a ninguém e principalmente fazendo sempre o bem, servindo, auxiliando aqueles que cruzarem seu caminho.

Saindo deste ponto comum entre as frentes religiosas, precisamos nos ater aos preceitos da Doutrina que abraçamos, a Doutrina Espírita, valorizando-os e pautando nossos passos na Verdade neles contidos, sabendo valorizar e proteger de forma cristã aquilo que sabemos ser o melhor caminho que nos levará a nossa transformação espiritual e, consequentemente,a nossa natural evolução.  

Importante para nós, como individualidade, para a consolidação da nossa personalidade no bem, assim como para o Espiritismo, que definitivamente assumamos nossa posição de espíritas, levantando cada qual sua bandeira participativa e a melhor forma de mostrar o que é o Espiritismo, o que é ser Espírita, ainda é através do exemplo de vida, das ações, da postura, da forma com que resolve os problemas, como encara seus relacionamentos e seus deveres do dia-a-dia, com a família, com os amigos, no trabalho, no lazer, no centro onde frequenta, é servir a todos de forma cristã, sem buscar recompensas, aplausos, retribuições. Ser cristão, ser espírita, é um modo de vida, uma forma de se conquistar o equilíbrio, renunciando a vida comum, mundana, em busca da felicidade, não só individual, mais principalmente, a coletiva.

Possuir o título de Espírita, não traz nenhum privilégio, não isenta ninguém da dor, do sofrimento, do resgate obrigatório das dívidas.

 Ser espírita não salva de perigos, de doenças, da perda de entes queridos, o Espiritismo, assim como o puro Cristianismo, nos ensina, sim, a suportar e superar a dor, os problemas, os fracassos, a conviver com as vitórias, com o sucesso, sem nos deixar empolgar pelo orgulho, pela vaidade.

 Ser espírita nos ensina a suportar e perdoar, a traição, a ingratidão, a calúnia, o desprezo, a chacota, o mesmo, e em bem menores proporções, que tinham que suportar os primeiros cristãos.

Ser bom, ser cristão, ser espírita, não nos dá o direito a prêmios. Ser bom é obrigação, não estamos fazendo favor a ninguém em sermos honestos, dignos, pacientes, tolerantes, humildes, prestativos.

 Nascemos para amar, para conquistarmos a paz, a felicidade, a harmonia, a irmandade com todos que cruzarem nosso caminho.

 Não nascemos para julgar a ninguém, para condenar, para criticar, para delatar. 

Nascemos para praticar a caridade, a benevolência e compreender as diferenças que formam nossas personalidades, nossos costumes, nossas culturas e respeitar cada um como ele é, mesmo que não concordemos.


Desta forma valorizaremos cada vez mais ao Espiritismo, não só ao levarmos adiante seus sublimes conceitos que nos fazem conhecer a continuidade da vida após a morte, a lei da reencarnação, da causa e efeito, da pluralidade dos mundos, da possibilidade inequívoca do intercambio entre os planos com nossos entes queridos que nos procederam ao túmulo, mas também, no fortalecimento das atitudes cristãs, da postura do homem de bem, onde a caridade e o amor personifiquem cada escolha, cada decisão, cada pensamento, cada ato de nossa existência.

Valorizar e viver o Espiritismo, na essência, é valorizar e viver o Cristo em todos os dias da nossa existência.