domingo, 19 de novembro de 2023

Em frente!




O brilhantismo na defesa dos conceitos no qual se acredita, ainda mais os plenamente justificáveis quando os que assim o fazem são cristãos, são espíritas, o esforço destes no estudo sistemático da Doutrina que os guia, a compreensão, decorrente desta postura, das dificuldades da vida encarnada, e as diferenças existentes de personalidades, originárias da lei da causa e efeito, da reencarnação, que faz com que convivam com seres das mais variadas fases evolutivas, os tornam altamente capacitados para combater a inferioridade humana, os sentimentos negativos, os vícios, as paixões degradantes, contribuindo para que o bem venha a prevalecer, tendo a oportunidade de influenciar a todos aqueles com quem tem a oportunidade de conviver, em uma troca de conhecimentos, de desejos e prioridades, onde cada um tem a chance de algo aprender e algo ensinar, em um compartilhamento constante de experiências, quando estas trazem em si a potencialidade de transformação espiritual para o bem.

Entretanto, ainda que ao deter o conhecimento, mais aptos nos tornamos para não mais recalcitrar, para não reincidir em reconhecidas posturas indevidas, o véu do esquecimento que nos acompanha quando encarnados, poderá fazer com que venhamos a alimentar outros tipos de sentimentos que nos distanciem do caminho da evolução espiritual, quando poderemos nos deixar levar pela vaidade, pelo orgulho, pela cobiça, pelo medo, pela dúvida, desperdiçando assim um tempo e uma energia que tendem a limitar nossa capacidade realizadora, vindo a mais uma vez falir em nossos objetivos maiores quando encarnados.

Para sermos, de fato, espiritas cristãos, a disciplina quanto a forma pela qual agimos e reagimos em nossas questões diárias, será fator preponderante para a vitória almejada, pois não é apenas nas etapas capitais da nossa existência que precisamos externar nossos sentimentos no bem e em prol do próximo e da sociedade onde vivemos, mas sim em cada escolha, em cada ato, em cada palavra, em cada pensamento que fazemos nascer em nós.

Como a uma cartilha, ou a um manual de procedimentos, nos atemos muitas vezes mais ao que esperam que venhamos a fazer pelo título que detemos, do que, em verdade, nossa mente e nosso coração desejam que seja feito, agindo, sim, talvez, de boa fé, mas sem focar de forma incisiva aos resultados e aos objetivos que deveriam nortear nossas existências, vindo a cair, mesmo que de forma disfarçada, no mundanismo que atualmente comanda as ações no plano físico.

Somos espíritas, mais aguardamos agradecimentos ou reconhecimento pelo que de alguma forma externamos ou fazemos, somos cristãos, mas em um difuso senso de justiça, julgamos e condenamos os nossos irmãos do caminho, ainda mais àqueles que de alguma forma nos prejudiquem com suas ações, sem nos ater aos conceitos básicos que o Mestre nos trouxe relativo ao perdão e a não valorização da falha alheia em detrimento e esquecimento das nossas.

Estamos sempre prontos para ajudar desde que o tempo utilizado para nossa vida diária não venha a ser corrompido, ou seja, desde que não tenhamos nada mais “importante” a fazer, seja a título de trabalho, de estudo, de lazer, colocando sempre em primeiro lugar aquilo que de alguma forma nos beneficiará no que diz respeito a vida encarnada, ao conforto material, e tudo mais que a sociedade moderna hoje supervaloriza.

A cada um será dado segundo suas obras, preconizou o Mestre Jesus, entretanto, quem valoriza, quem determina o que, de fato, venha algo acrescentar a nossa evolução individual e espiritual, não é o nosso desejo, ou o que determinamos como prioridade, mas sim, a própria Força Maior que a tudo comanda, apenas a Ele pertence o real valor de cada minuto de nossa existência, o quanto realizamos com desprendimento, com caridade, com renúncia, com humildade, com amor, sem nos deixar arrastar por nenhum outro sentimento que nos leve ao materialismo e a sensualidade das paixões que ainda fazem parte da inferioridade humana.

Por vezes, mais vale uma simples palavra de afeto, do que uma grande soma de dinheiro ou uma significativa ajuda material, vale mais um minuto de amor e dedicação, do que horas de atividades que nada mais visam do que a satisfação do ego, da vaidade, do orgulho, ou qualquer outra intenção que não se coaduna com o mais puro sentimento cristão.

Reflitamos quem somos, o que fazemos, o que nos motiva, o que priorizamos, o que sentimos, e o que poderemos fazer para a cada dia mais nos aproximarmos do ideal divino da perfeição a qual o ser humano, espírito eterno, pode almejar chegar.


Em frente...      

quinta-feira, 18 de maio de 2023

As leis individuais, as leis humanas e a Lei Divina!

    


 


    Todos somos espíritos eternos, e um dos principais benefícios que a Codificação Espírita nos trouxe, foi a comprovação da vida após a morte, como é essa continuidade, assim como a lei da reencarnação atualizada, já que dela se fala desde os mais remotos tempos, simplificando-a e explicando-a, caminho pelo qual todos já percorremos há inúmeros séculos, cada um de acordo com suas escolhas, com suas necessidades e prioridades.

    Assim, por toda essa bagagem que carregamos decorrente do aprendizado, do trabalho, das experiências vividas, a nossa personalidade já possui uma base, uma forma, as características principais que a acompanham, e ao renascermos, mesmo encobertos pelo véu temporário do esquecimento, ainda que infantes, que ingênuos, ignorantes ainda das coisas da vida em nossos primeiros anos encarnados, o nosso ser eterno estará ali, adormecido quanto a fatos passados, mas, plenamente atuante em termos de gostos e tendências, para  bem ou para o mal, de acordo com aquilo que até então valorizamos no caminho percorrido, já que a lei é para todos, ou seja, somos quem somos, somos o que construímos ao longo do tempo, e o que disso carregamos em nosso íntimo.

    Tendo essa personalidade como base de que seremos na atual existência física, a ela serão agregados os valores que formos recebendo, os fatores externos, como a educação no lar, quando o possuirmos, já que há irmãos do caminho que são criados em instituições, como a instrução escolar, como os ambientes à nossa volta, as pessoas com quem conviveremos, os amigos, as situações sociais, entre inúmeros outros agentes influenciadores na nova personalidade que estaremos construindo, ou seja, quem fomos e somos decorrente de outras vidas, mas o que atualizarmos nesta nova existência.

    Ninguém é igual a ninguém, isso é fato, da mesma forma que cada um atravessa um estágio evolutivo diferenciado, um momento único, assim, decorrente de tudo isso, e das situações e experiências que a cada minuto vamos vivenciando, formamos o nível de discernimento que rege quem somos, ou seja, criamos um código de conduta individual, e desta forma, algo independente do grau de aceitação e obediência que pudermos ter das leis humanas, onde cada um de nós acaba, mesmo que inconscientemente, criando as próprias leis, aquilo que acha bom ou ruim, certo ou errado, e isso em nosso íntimo, sendo este código aquele que seguimos em nossas escolhas e julgamentos, mesmo que não externemos, mesmo que nos utilizemos das normais máscaras sociais no nosso dia a dia, na relação com os diversos grupos que fazem parte de nossa existência.

    Precisamos fazer apenas uma breve observação, mas importante para a continuidade de nosso estudo de hoje, que vem a ser o fato que vivemos todos em um mundo onde o inferior ainda predomina, em um mundo de provas e expiações, e aqueles de nós que aqui não estão em esclarecedoras e divinas missões, precisamos admitir que ainda são constantes as batalhas contra a negatividade de sentimentos, aqueles que ainda prevalecem em nosso íntimo, mesmo que relutemos em admitir.

    Dito isso, fica claro que, por mais que nos consideremos bons e justos, por mais que julguemos saber o que vem a ser o certo e o errado, por mais que venhamos nos escorar em desculpas e justificativas, fato é que as nossas leis individuais, o código de conduta que criamos para nós, lembrando que ele é composto do que carregamos de outras vidas e do que agregamos até agora desta, mesmo que em nenhum item, o que já é bem difícil, venhamos a ferir nenhum item da legislação humana, precisamos admitir, que em muito é antagônico e contraditório em relação as leis divinas, as leis cristãs.

    Caridade, humildade, perdão incondicional, reconhecimento dos próprios erros, bondade, disciplina, respeito, aceitação das diferenças, entre tantos outros exemplos e ensinamentos que o Cristo nos trouxe, são requisitos mínimos para que venhamos alinhar as nossas leis individuais, com as leis humanas, e principalmente, as leis divinas.

    Assim, precisamos nos esforçar para estudarmos e conhecermos as leis maiores, a avaliar quem somos e em quem precisamos nos tornar, e até lá, neste período, que aprendamos a ter um pouco mais de humildade, de empatia, para entender e reconhecer, que por mais que saibamos, nada sabemos, que não somos os donos da razão, que nossas experiências não sã a base para a verdade, para o que é certo ou errado, que não temos todas as respostas para a felicidade, e todos os remédios contra a infelicidade, entender que não podemos impor ideias ou condutas, da mesma forma que não podemos admitir que nos imponham ou vir a aceitar sem questionar e discernir.

    Precisamos viver não como sempre vivemos, não de acordo com o que nossos pais achavam ser o certo e o errado, não como as coisas eram no nosso tempo, porque o nosso tempo é hoje, precisamos viver de acordo com o Cristo, algo que muitos já acham que o fazem, mas não o fazem, porque o que nos define além de nossas palavras e de nossas atitudes, são os nossos sentimentos, e basta ler a passagem evangélica quando os apóstolos discutiam para ver quem era o primeiro no Reino de Deus, para compreender, ao ver o Cristo lavar aos seus pés, o valor da humildade, e o que, de fato, o Mestre espera de cada um de nós, e o quanto ainda disso estamos distantes.

    E assim vamos indo, ainda que só na intenção, no caminho do bem!

    Fiquemos em paz!