quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Aproximando a razão da fé!


 

Praticamente todos os cultos e religiões da Terra, desde as mais remotas até as mais atuais, baseiam-se na reta conduta, no realizar o bem, evitar o mal, com castigos e punições para aqueles que desviam dos seus preceitos e normas de conduta e recompensas para os que agem de forma correta e de acordo com o ideal religioso que defendem e acreditam.

Jesus Cristo veio até nós para traduzir todo esse bem, dinamizando-o através de seus ensinamentos e exemplos, revertendo antigas concepções, trazendo toda a pureza e a grandeza do poder inquestionável do amor absoluto e amplo, ensinando a perdoar aos inimigos e com eles nos reconciliarmos enquanto no caminho terrestre, aprendendo a reconhecer os próprios erros, buscando na caridade, no respeito, na humildade, encontrar o verdadeiro caminho que leva a remissão de todas as faltas e a novas oportunidades de encontrar a porta que franqueará a evolução espiritual. Não mais o olho por olho e dente por dente e sim o amor incondicional, a tolerância, a paz, a igualdade, a fraternidade, a humildade.

Ainda hoje o Mestre não é unanimidade, vários povos e religiões não admitem sua superioridade, sua representatividade divina perante a humanidade, preferindo se prender a leis e a dogmas antigos, não acompanhando a evolução gradativa para o bem, a lógica das necessidades da inteligência, fazendo com que as descobertas científicas minem aos poucos seus conceitos, afastando seus discípulos e seguidores, fazendo com que o número de fiéis diminua e os que permanecem, infelizmente, passam a agir de forma reservada ou fanatizada, perdendo a oportunidade de melhorar, de progredir, preferindo um combate inconsequente e irreal, em vez de buscar aliar a moral, a religiosidade, a espiritualidade, à ciência.

Isso, infelizmente, acontece também como diversas frentes religiosas que tem o Cristo como parâmetro para seus conceitos, quando preferem monopolizar seus ensinamentos, traduzindo-os e incorporando-os de acordo com seus interesses imediatos e geralmente mesquinhos, apequenando o sentido real da missão do Mestre, deixando de levar aos seus seguidores toda a amplitude conceitual do amor a Deus a ao próximo como a si mesmo, de não fazer a ninguém o que não querem que façam para eles e fazer para os outros, tudo aquilo que gostariam que os outros lhes fizessem.

Difícil hoje em dia para aqueles que se dizem cristãos seguirem seus ensinamentos, principalmente, os que vão de encontro com seus interesses individuais ou contra princípios que alimentam baseados no orgulho, na vaidade, no preconceito social ou racial, tão vivo ainda entre as populações do mundo moderno.

Difícil alguém não sorrir incrédulo ou destilar criticas e comentários desairosos quando solicitado que ofereça a outra em face à quem lhe feriu, que perdoe não sete, mas, setenta vezes sete, que não julgue para não ser julgado, que não atire a primeira pedra caso também tiver algum erro de que se envergonhe.

Muitos se intitulam juízes, censores, acusadores, ao mesmo tempo que buscam numerosas justificativas para isentarem seus erros e suas quedas, sempre olhando a palha no olho do irmão do caminho e não enxergando uma trave nos seus, sempre valorizando os títulos, as riquezas, as posições sociais, o poder, em detrimento a bondade simples do samaritano, a pobre viúva que contribuiu com o que tinha, a simplicidade, a humildade, a pobreza honesta, a sinceridade, a ética, o respeito, a moral, menosprezando aos que se apresentam ante sua pretensa superioridade com os pés descalços e com a sua roupa surrada, rindo dos que mal sabem ler e escrever, dos que mal sabem falar duas palavras seguidas de forma correta, ou que nada conheça de seus modernos aparelhos tecnológicos.

Preferem a força à bondade, a riqueza à honestidade, a esperteza à sinceridade, quando o bom passa a ser visto como um fraco e aquele que tem fé e acredita em Deus como um pobre coitado, preso a velhas superstições.

Infelizes, ingratos, inconsequentes, vaidosos e orgulhosos demais para admitir a justiça e a bondade divina, os ensinamentos, os exemplos, a renúncia e o sacrifício do Mestre Jesus, e todo seu esforço para que compreendessem o único caminho, a única verdade, que poderá os levar a real existência e a jornada evolutiva para qual, todos estão destinados, que tem o bem como premissa e o amor como unicidade de sentimento.

A bondade do Cristo, sua superioridade inconteste frente a todos os demais seres que povoaram e povoam atualmente nosso planeta, encarnados ou desencarnados, vem se afirmar com o advento prometido do Consolador, através do Espiritismo, da Doutrina trazida a todos pelo esforço e dedicação de valorosos trabalhadores que em Seu Nome, vieram ao plano físico para implanta-la e explana-la, entre eles, Allan Kardec, seu Codificador, que com sua disciplina, sua coragem, seu discernimento, sua humildade, sua imparcialidade, sua inteligência, sua lógica irrefutável, conseguiu reunir e organizar todos os preceitos que vieram completar e explicar o que o Mestre Jesus, quando de sua passagem pela Terra, não pode claramente expressar, devido a ignorância dos homens do seu tempo.

Agora sabemos e compreendemos que a morte não existe; que os castigos e as punições variam de acordo com nossa culpa e são impostos por nossa própria consciência, que somos nós que determinaremos o tempo e a intensidade com que os sofreremos; sabemos, também, que tanto o sofrimento quanto o mal, não são eternos, irremediáveis, que durarão exatamente o tempo que levar para compreendermos que somos artífices do nosso destino e que está em nossas mãos a oportunidade de remissão, de corrigenda, de transformação, da correção de nossos erros, do resgate de nossas dívidas, aprendendo a auxiliar aos que prejudicamos, perdoando aos que nos prejudicaram, aprendendo e trabalhando para que através do amor, consigamos cobrir uma multidão de pecados e com isso crescermos, evoluirmos, caminhando para frente, sem mais a desilusão das penas eternas, do sofrimento infinito, sem demônios, sem infernos, mas com a companhia daqueles que com quem nos juntamos por afinidade, por cumplicidade, por necessidade, até encontrarmos de forma definitiva o caminho que nos levara ao bem, ao recomeço, na certeza que nunca a porta estará fechada, bloqueada para aquele que, com vontade, com esforço, com coragem, com determinação, reconheça sua inferioridade e busque, sinceramente, sua superioridade, almejando o máximo, já que é o máximo que Deus, nosso Pai, possibilita a cada uma de suas criaturas.

Somos e seremos sempre os heróis e os vilões de nossa existência, nós que determinaremos se vamos sofrer, se vamos conquistar, se vamos destruir, se vamos realizar, se vamos amar ou odiar, se seremos amados ou odiados, se teremos amigos ou inimigos, vivendo de acordo com o que criarmos para nós mesmos, colhendo exatamente sempre o que plantarmos, de acordo com nossas escolhas, com nossas decisões.