O
caminho que nos levará a perfeição absoluta a que, como individualidade
cósmica, nós poderemos almejar alcançar, é longo e abrange parâmetros
universais que ainda distante estamos de poder imaginar ou supor, inquilinos
que ainda somos de um planeta, a Terra, que por seu tamanho e influência no
Todo, nos deixa entrever o quanto ainda somos ínfimos e inferiores em relação a
magnificência franqueada a quem deseja, por seu próprio esforço, evoluir e
avançar.
Deus
não exige, portanto, no estágio em que nos encontramos, que nos “angelizemos”,
que nos tornemos puros, porque as próprias condições espirituais e materiais,
científicas e de conhecimento amplo, atuais, nos impedem que almejemos de
imediato, grandes voos, devido a nossa limitação intelectual e produtiva.
Temos,
sim, a obrigação, e nesta estamos bem atrasados, de dominar e extinguir a
influência destrutiva e perniciosa que as paixões degradantes, os vícios e os
sentimentos inferiores ainda exercem sobre nossa personalidade.
Para
os espíritas, acima de todas as demais correntes filosóficas e religiosas, esta
obrigação se torna ainda mais clara e imediata, porque, teoricamente, através
do estudo dos preceitos doutrinários, já devem ter o conhecimento sobre a
Verdade Eterna, sobre o destino do ser, de sua origem e das naturais consequências
de seus atos, de suas escolhas, que interferem decididamente no seu presente e
no seu futuro, tendo a ciência da necessidade da reencarnação para que corrija
seus erros e adquira infinitamente os conhecimentos que os levarão a evoluir
cada vez mais na escala dos seres, e consequentemente, com possibilidades de
auxiliar ao nosso mundo para que este também atinja um novo patamar dentro da
infinidade de mundos que compõe o todo universal divino.
Dentro
deste conhecimento adquirido, maior se faz a necessidade de assimilação íntima,
de materializar os conceitos, as normas de conduta e postura que fará com que
evoluamos e não mais venhamos a correr o risco de nos desvirtuar, novamente
dominados pela negatividade que acumulamos por séculos de inconsequências e
desatinos.
A
disciplina de intenções e a priorização de compromissos e atitudes passam a ser
de fundamental relevância para que venhamos a garantir o êxito nesta jornada
terrena no plano físico, na qual tivemos a oportunidade de conhecer o Consolador
Prometido por Jesus, o Espiritismo, responsabilidade que, muito provavelmente,
assumimos ainda quando em preparação no plano espiritual para o nosso retorno a
carne, o que nos torna ainda mais compromissados com as possibilidades de
estudo e trabalho que passam a surgir e se apresentar, quando o sincero tarefeiro
passa a disponibilizar seu tempo e sua energia no intuito de auxiliar no
crescimento da doutrina, assim como também, ao próximo, em suas necessidades
materiais ou espirituais.
Desta
forma, se temos a oportunidade de enriquecer nosso conhecimento e transformar
nossos sentimentos nas forças do bem, tratemos de não desperdiçar, valorizando
sobremaneira cada possibilidade de trabalho, cada chance de algo acrescentar à
nossa cultura, valores estes que carregaremos por toda a eternidade, não mais
os perdendo, e servindo de base para que novos desafios possam vir a ser
assumidos.
Quando,
de fato, dispostos a evoluir, poderemos sempre contar com o arrimo e o auxílio
das forças espirituais do bem, através da implícita influência de benfeitores e
mentores espirituais, que não deixam sós àqueles que, voluntariamente, buscam
enobrecer seus sentimos e combater, de alguma forma, os instintos e os vícios
que alimentaram em seu passado cármico.
Desta
forma, são potencializadas, não por proteção indevida ou privilégios, mas sim,
por merecimento, as energias criativas e realizadoras do tarefeiro cristão,
para que esse possa, através de seu próprio esforço, da sua própria
determinação, alcançar seus objetivos e evoluir dentro daquilo que já lhe está
franqueado alcançar, ciente que suas limitações deverão ser respeitadas, não
dando assim, passos maiores que sua capacidade atual lhe permita.
Não
há limites para nossa jornada evolutiva, para o que podemos almejar e alcançar,
dependendo sempre daquilo que temos capacidade de dar e receber, do que ainda
temos a resgatar e corrigir de nosso passado milenar, não nos deixando enredar
pelo entusiasmo improdutivo, pela vaidade, pelo orgulho, cientes que nossas
vitórias íntimas nos trarão não louros, ou glórias e riquezas indevidas, mas
sim, maiores e mais complexas oportunidades de trabalho, exigindo sempre um
maior esforço, um maior sacrifício, uma maior renúncia do individual para o
coletivo, como no exemplo que tivemos na jornada de Nosso Mestre Jesus quando
em sua passagem pelo plano físico.
Capacidade
todos nós temos, as oportunidades nos são sempre oferecidas, precisando apenas
para tal, para realmente alcançarmos maiores patamares evolutivos, o nosso
desejo sincero, a potencialização da nossa vontade, aliada a férrea disciplina,
para que, de fato, venhamos a vencer, sabedores que teremos ao nosso lado aqueles
que nos amam e nos orientam, assim como o Puro Amor Divino sempre a enriquecer
nossos sentimentos e a iluminar nossas mais sagradas aspirações.
Que
assim seja!
Nenhum comentário:
Postar um comentário