Um dos principais fatores que compõe o processo da nossa
evolução espiritual é o fator: TEMPO!
É o uso que dele fazemos, sendo ele de extrema relevância
em qualquer momento de nossa existência, estejamos encarnados ou desencarnados,
sejamos jovens ou já adultos, independente de qualquer tipo de diferencial que
tenhamos como base de análise, seja de classe social, de raça, de preferência sexual,
ou se nos encontramos enfermos, sãos, sejamos nós fortes ou fracos, cultos ou ignorantes.
Por mais que como espíritas sabedores somos da nossa
eternidade existencial, da sucessão de vidas, de inúmeras experiências que já
vivemos e que ainda iremos viver, não podemos, em nenhum momento, despreza-lo,
ou agirmos como se dele, o tempo, dispuséssemos como melhor nos aprouver,
adiando, como comumente fazemos, as ações e escolhas que nos exigem mais foco, mais
esforço e uma constante disciplina.
O caminho do erro, das paixões, dos vícios, sejam
eles ligados a matéria ou ao espírito, é, na maioria das vezes, prazeroso e
convidativo, por dar uma falsa sensação de felicidade e conquista, nos levando
a nos afastar cada vez mais de nossos objetivos maiores, nos fazendo adentrar na
porta larga da insubmissão à vontade divina e ao bem estar que dela deriva.
Podemos comparar o caminho tortuoso do mal como uma ladeira
íngreme e acentuada, onde a descida, por força da gravidade, nos ilude quando a
distância e o esforço dispendido, e, principalmente, quanto ao tempo que
estamos levando, ou melhor, desperdiçando, ao percorrê-la, invariavelmente, por
nossa livre vontade.
Se há, nesta descida, de acordo com aquilo que
realizamos, um inegável desperdício de tempo em relação ao nosso avanço
evolutivo como individualidade eterna, com certeza, será imensurável o que
deveremos dispor quando nos dispusermos a retornar, retomando nossa rota, quando
o esforço da subida se fará presente, exigindo de nós uma força e uma
disciplina maior, ainda mais que no caminho de volta, muito provavelmente,
encontraremos aqueles que ainda se encontram em descida, e que tudo farão para
que desistemos da nossa resolução em subir, de galgar os degraus da evolução, seja
por nos invejar o esforço, seja por nos considerar equivocados em nossa decisão,
tentando assim nos “ajudar” a retomar a “razão”.
O certo, porém, quando nos referimos ao TEMPO, é que
este, mesmo sendo sempre o mesmo em seu caminhar, sendo uma hora no plano físico,
em qualquer situação, composta por sessenta segundos, varia de acordo com o que
estivermos fazendo e vivendo, com o grau de intensidade de nossas emoções, com
a intenção maior que nos motiva a cada ação de nossa existência.
Quando estamos fazendo algo que nos é prazeroso, ou
que nos exige um alto nível de concentração, este parece voar, e mal sentimos
seu caminhar, quando horas se confundem com minutos, meses com dias, décadas
com anos.
Inegável, também, que quando o que fazemos encaramos
como obrigação, quando não estamos devidamente focados ou interessados, ele, o
tempo, parece se arrastar, quando não conseguimos prever o término, quando passamos
a sofrer pela ansiedade, ainda que seu caminhar seja sempre, e impreterivelmente,
o mesmo.
Algo é certo, quanto mais dele dispomos de forma equivocada,
mais dele precisaremos no processo doloroso de corrigenda e cura, e quanto mais
dele nos uitilizarmos para clarear a mente e o coração, mais ele se tornará
leve e imperceptível em seu avanço.
Cristo Jesus é o Caminho, a Verdade, e a Vida, assim,
todo o TEMPO que dispusermos em estuda-lo, em compreendê-lo e em vivencia-lo,
será uma fonte de riqueza que nos garantirá um retorno seguro e enriquecedor,
porque quanto mais gerarmos paz, por mais tempo a teremos ao nosso lado, assim
como o amor, assim como tudo que representa o bem e a verdadeira felicidade que
podemos aspirar em nosso atual estágio evolutivo.
Ao dispor do nosso tempo para o estudo e o trabalho
rumo a nossa transformação espiritual para o bem, a nossa renovação íntima,
mais forte nos sentiremos para enfrentar os naturais embates da vida, não nos
isentando da dor e da dificuldade, mas nos capacitando para delas fazermos
instrumentos para a nossa própria evolução, assim como daqueles que de alguma
forma pudermos influenciar de forma positiva.
Só consegue colher para si os frutos da felicidade
eterna aquele que dispor do seu tempo para a ela plantar, ainda que isso exija
por um período mais ou menos curto, de acordo com o esforço e o foco de cada
um, suor e lágrimas, coragem e fé, ousadia e determinação.
Quem usa do seu tempo para brincar ou alimentar paixões
e vícios não poderá esperar nada mais do que esta postura tem a oferecer, ou
seja, tédio, frustração, desânimo, medo, dor, ainda que por algum período acredite
estar desfrutando de sensações prazerosas que de alguma forma o levarão a ser
feliz.
Façamos do nosso tempo um tesouro consistente e seguro,
garantindo-nos no caminho do bem, único capaz de nos levar a felicidade eterna.
Trabalhar, estudar, praticar a caridade, ter um
lazer sadio, estar com quem amamos, respeitar as diferenças e com elas aprender
o que ainda nos falta conquistar, não prejudicar ou invejar a ninguém, produzir
pensamentos positivos e construtivos, utilizar da palavra para levar bem estar
e esperança, em nenhum momento prestigiar, comentar ou praticar o mal, este é o
guia seguro para fazermos do nosso TEMPO o que Nosso Pai Maior de nos espera rumo
ao nosso objetivo maior: a perfeição!
Que assim seja!
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