O brilhantismo na defesa dos conceitos no qual se
acredita, ainda mais os plenamente justificáveis quando os que assim o fazem são
cristãos, são espíritas, o esforço destes no estudo sistemático da Doutrina que
os guia, a compreensão, decorrente desta postura, das dificuldades da vida
encarnada, e as diferenças existentes de personalidades, originárias da lei da
causa e efeito, da reencarnação, que faz com que convivam com seres das mais
variadas fases evolutivas, os tornam altamente capacitados para combater a
inferioridade humana, os sentimentos negativos, os vícios, as paixões degradantes,
contribuindo para que o bem venha a prevalecer, tendo a oportunidade de influenciar
a todos aqueles com quem tem a oportunidade de conviver, em uma troca de
conhecimentos, de desejos e prioridades, onde cada um tem a chance de algo aprender
e algo ensinar, em um compartilhamento constante de experiências, quando estas
trazem em si a potencialidade de transformação espiritual para o bem.
Entretanto, ainda que ao deter o conhecimento, mais
aptos nos tornamos para não mais recalcitrar, para não reincidir em
reconhecidas posturas indevidas, o véu do esquecimento que nos acompanha quando
encarnados, poderá fazer com que venhamos a alimentar outros tipos de
sentimentos que nos distanciem do caminho da evolução espiritual, quando
poderemos nos deixar levar pela vaidade, pelo orgulho, pela cobiça, pelo medo,
pela dúvida, desperdiçando assim um tempo e uma energia que tendem a limitar
nossa capacidade realizadora, vindo a mais uma vez falir em nossos objetivos
maiores quando encarnados.
Para sermos, de fato, espiritas cristãos, a
disciplina quanto a forma pela qual agimos e reagimos em nossas questões diárias,
será fator preponderante para a vitória almejada, pois não é apenas nas etapas
capitais da nossa existência que precisamos externar nossos sentimentos no bem e
em prol do próximo e da sociedade onde vivemos, mas sim em cada escolha, em
cada ato, em cada palavra, em cada pensamento que fazemos nascer em nós.
Como a uma cartilha, ou a um manual de
procedimentos, nos atemos muitas vezes mais ao que esperam que venhamos a fazer
pelo título que detemos, do que, em verdade, nossa mente e nosso coração desejam
que seja feito, agindo, sim, talvez, de boa fé, mas sem focar de forma
incisiva aos resultados e aos objetivos que deveriam nortear nossas existências,
vindo a cair, mesmo que de forma disfarçada, no mundanismo que atualmente comanda
as ações no plano físico.
Somos espíritas, mais aguardamos agradecimentos ou reconhecimento
pelo que de alguma forma externamos ou fazemos, somos cristãos, mas em um
difuso senso de justiça, julgamos e condenamos os nossos irmãos do caminho,
ainda mais àqueles que de alguma forma nos prejudiquem com suas ações, sem nos
ater aos conceitos básicos que o Mestre nos trouxe relativo ao perdão e a não
valorização da falha alheia em detrimento e esquecimento das nossas.
Estamos sempre prontos para ajudar desde que o tempo
utilizado para nossa vida diária não venha a ser corrompido, ou seja, desde que
não tenhamos nada mais “importante” a fazer, seja a título de trabalho, de
estudo, de lazer, colocando sempre em primeiro lugar aquilo que de alguma forma
nos beneficiará no que diz respeito a vida encarnada, ao conforto material, e
tudo mais que a sociedade moderna hoje supervaloriza.
A cada um será dado segundo suas obras, preconizou o
Mestre Jesus, entretanto, quem valoriza, quem determina o que, de fato, venha
algo acrescentar a nossa evolução individual e espiritual, não é o nosso
desejo, ou o que determinamos como prioridade, mas sim, a própria Força Maior que
a tudo comanda, apenas a Ele pertence o real valor de cada minuto de nossa
existência, o quanto realizamos com desprendimento, com caridade, com renúncia,
com humildade, com amor, sem nos deixar arrastar por nenhum outro
sentimento que nos leve ao materialismo e a sensualidade das paixões que
ainda fazem parte da inferioridade humana.
Por vezes, mais vale uma simples palavra de afeto,
do que uma grande soma de dinheiro ou uma significativa ajuda material, vale
mais um minuto de amor e dedicação, do que horas de atividades que nada mais
visam do que a satisfação do ego, da vaidade, do orgulho, ou qualquer outra
intenção que não se coaduna com o mais puro sentimento cristão.
Reflitamos quem somos, o que fazemos, o que nos motiva,
o que priorizamos, o que sentimos, e o que poderemos fazer para a cada dia mais
nos aproximarmos do ideal divino da perfeição a qual o ser humano, espírito
eterno, pode almejar chegar.
Em frente...
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