Máxima 38
“...no plano carnal, toda boca, santamente
intencionada, pode prestar apreciáveis auxílios, notando-se, porém, que as
bocas generosas e puras poderão distribuir auxílios divinos, transmitindo
fluídos vitais de saúde e reconforto...”
Irmão Alfredo, Diretor do Posto.
“É um erro; a força magnética reside, sem
dúvida, no homem, mas é aumentada pela ação dos Espíritos que ele chama em seu
auxílio. Se magnetizas com o propósito de curar, por exemplo, e invocas um
bom Espírito que se interessa por ti e pelo teu doente, ele aumenta a tua
força e a tua vontade, dirige o teu fluido e lhe dá as qualidades necessárias.”
– (LM, Cap. 14, Item 176)
Nunca podemos alegar, estejamos encarnados ou
desencarnados, impossibilidade total, de servir, de trabalhar, de algo fazer em
prol do próximo, em auxiliar de alguma forma a melhoria de nossa humanidade.
Por mais simples que sejam nossas intercessões no todo,
no coletivo, sempre há algo a se fazer, sempre há algo a realizar, por menor
que sejam as ações, todos podemos de alguma forma interceder em favor de
alguém, auxiliando-o materialmente ou espiritualmente, bastando para isso boa
vontade, disposição, amor.
Mesmo sobre um leito de hospital, impossibilitados
de nos locomover, de frequentar outros lugares, de tomarmos atitudes mais efetivas,
podemos de alguma forma fazer o bem, auxiliar, seja através do exemplo de
coragem, de disposição, de fé, no enfrentamento da enfermidade, seja através de
conselhos, de conversas sadias, de estímulo e esperança para companheiros de
infortúnio que estejam em piores condições que nós, físicas ou psicológicas.
O espírita tem como lema, “fora da caridade não há
salvação”, como tão bem Allan Kardec nos orientou em suas obras doutrinárias, e
esta caridade, seja ela material ou espiritual, deve sempre ser baseada na mais
pura moral cristã, que nos determina não saber a mão direita o que faz a
esquerda, ou seja, ser praticada sem ostentação, sem notoriedade pessoal, com
humildade, com simplicidade, com alegria, tornando-nos participes daqueles a
quem direcionamos nosso auxílio, respeitando-os como irmãos do caminho e, acima
de tudo, conscientes que se a eles estamos em condições de ajudar, outras circunstâncias
existem ou existirão em que seremos nós os carentes de auxílio e que a bondade
divina, através de benfeitores, também não nos deixará faltar arrimo.
O perdão sincero, o conselho salutar, o sorriso
amigo, o silêncio de compreensão, a moeda, o prato de comida, o agasalho, o
abraço, o ósculo de carinho, o aperto de mão, a atenção para o desabafo, para a
confissão, tudo é caridade, tudo é amor, tudo é respeito, e todos nós,
independente do que fazemos, do que possuímos, da nossa classe social, de nosso
tempo disponível, de nossa saúde física, de nossa capacidade intelectual, poderemos
entre tantas formas de amar ao próximo, algo fazer, do mais simples ao mais complexo,
à favor daqueles que precisam de alguém que lhes de um pouco de amor, de
atenção, de boa vontade.
A caridade do pensamento, não julgando, não
questionando, não criticando e sim perdoando, compreendendo, emitindo forças
positivas, salutares, melhorando o ambiente, o astral, a atmosfera que vivemos.
A caridade das palavras, os conselhos, as orientações, os avisos, os ensinamentos,
as críticas construtivas, o bom humor, as brincadeiras sadias. A caridade da
ação, a física, a financeira, a material, da disponibilidade de tempo, de
atenção.
Ser espírita, ser cristão, implica na
obrigatoriedade benéfica e gratificante de sermos caridosos, de vivermos
preocupados com as condições de vida do próximo, sejam eles íntimos ou irmãos
do caminho que não conhecemos, mas, que buscam, como nós, algo que os fortaleça,
que os oriente, que lhes de novas esperanças.
É dar sem se preocupar em receber, em ser
reconhecido, em ser valorizado; é dar confiantes que estamos fazendo a coisa
certa, independente que sejamos traídos, desprezados, mal compreendidos,
desvalorizados; é dar e colocar nas mãos de Deus as consequências de nossas
ações, cientes que somos instrumentos de uma força e de um bem maior.
É estar consciente que qualquer coisa que façamos
em prol do próximo, não estamos só ajudando a ele, mas a nós mesmos, permitindo
que benfeitores espirituais de nós se aproximem, nos secundando, nos
fortalecendo, nos protegendo, para que cada vez mais possamos servir de
instrumento para o bem, objetivo maior de todos nós.
Se hoje estamos dando um prato de comida para um
morador de rua, um dia, no passado, em outra oportunidade cármica, também
precisamos estender a mão em busca de ajuda, de solidariedade; também nossos
olhos já brilharam de alegria por uma dádiva que recebemos em algum beco
escuro, em alguma marquise, e mesmo no futuro, em outra existência, não estamos
livres de também algo precisar, pois, talvez, nossas condições, não sejam tão
boas como a atual.
É um ciclo, uma corrente, não há credores e nem
devedores quando se trata de caridade, de auxílio, não estamos fazendo favor
nenhum a ninguém, estamos apenas cumprindo a nossa parte para que tenhamos uma
vida melhor, um mundo melhor e assim também será quando formos auxiliados por
benfeitores, por irmãos de jornada em melhores condições que a nossa.
A gratidão, o respeito, o amor, o reconhecimento, é
natural naquele que sabe dar valor àquilo que recebe; quem não sabe agradecer
ainda distante está de saber o valor de servir, mas, não cabe a nós julga-lo e
sim orar para que ele encontre o caminho da fraternidade que o levará a se
solidarizar com todos aqueles que o auxiliam e a todos a quem, por sua vez,
venha a ajudar.
Somos uma grande família, com o mesmo Pai, Nosso Amado
Pai, que tudo faz para que seus filhos cresçam felizes e conscientes de suas
responsabilidades. Sejamos bons, sejamos valorosos, sejamos merecedores desse
amor, sempre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário