quarta-feira, 27 de março de 2019

"Máximas de André Luiz - Os Mensageiros" (Máxima 38)





Máxima 38
“...no plano carnal, toda boca, santamente intencionada, pode prestar apreciáveis auxílios, notando-se, porém, que as bocas generosas e puras poderão distribuir auxílios divinos, transmitindo fluídos vitais de saúde e reconforto...”
Irmão Alfredo, Diretor do Posto.


“É um erro; a força magnética reside, sem dúvida, no homem, mas é aumentada pela ação dos Espíritos que ele chama em seu auxílio. Se magnetizas com o propósito de curar, por exemplo, e invocas um bom Espírito que se interessa por ti e pelo teu doente, ele aumenta a tua força e a tua vontade, dirige o teu fluido e lhe dá as qualidades necessárias.” – (LM, Cap. 14, Item 176)


Nunca podemos alegar, estejamos encarnados ou desencarnados, impossibilidade total, de servir, de trabalhar, de algo fazer em prol do próximo, em auxiliar de alguma forma a melhoria de nossa humanidade.
Por mais simples que sejam nossas intercessões no todo, no coletivo, sempre há algo a se fazer, sempre há algo a realizar, por menor que sejam as ações, todos podemos de alguma forma interceder em favor de alguém, auxiliando-o materialmente ou espiritualmente, bastando para isso boa vontade, disposição, amor.
Mesmo sobre um leito de hospital, impossibilitados de nos locomover, de frequentar outros lugares, de tomarmos atitudes mais efetivas, podemos de alguma forma fazer o bem, auxiliar, seja através do exemplo de coragem, de disposição, de fé, no enfrentamento da enfermidade, seja através de conselhos, de conversas sadias, de estímulo e esperança para companheiros de infortúnio que estejam em piores condições que nós, físicas ou psicológicas.
O espírita tem como lema, “fora da caridade não há salvação”, como tão bem Allan Kardec nos orientou em suas obras doutrinárias, e esta caridade, seja ela material ou espiritual, deve sempre ser baseada na mais pura moral cristã, que nos determina não saber a mão direita o que faz a esquerda, ou seja, ser praticada sem ostentação, sem notoriedade pessoal, com humildade, com simplicidade, com alegria, tornando-nos participes daqueles a quem direcionamos nosso auxílio, respeitando-os como irmãos do caminho e, acima de tudo, conscientes que se a eles estamos em condições de ajudar, outras circunstâncias existem ou existirão em que seremos nós os carentes de auxílio e que a bondade divina, através de benfeitores, também não nos deixará faltar arrimo.
O perdão sincero, o conselho salutar, o sorriso amigo, o silêncio de compreensão, a moeda, o prato de comida, o agasalho, o abraço, o ósculo de carinho, o aperto de mão, a atenção para o desabafo, para a confissão, tudo é caridade, tudo é amor, tudo é respeito, e todos nós, independente do que fazemos, do que possuímos, da nossa classe social, de nosso tempo disponível, de nossa saúde física, de nossa capacidade intelectual, poderemos entre tantas formas de amar ao próximo, algo fazer, do mais simples ao mais complexo, à favor daqueles que precisam de alguém que lhes de um pouco de amor, de atenção, de boa vontade.
A caridade do pensamento, não julgando, não questionando, não criticando e sim perdoando, compreendendo, emitindo forças positivas, salutares, melhorando o ambiente, o astral, a atmosfera que vivemos. A caridade das palavras, os conselhos, as orientações, os avisos, os ensinamentos, as críticas construtivas, o bom humor, as brincadeiras sadias. A caridade da ação, a física, a financeira, a material, da disponibilidade de tempo, de atenção.
Ser espírita, ser cristão, implica na obrigatoriedade benéfica e gratificante de sermos caridosos, de vivermos preocupados com as condições de vida do próximo, sejam eles íntimos ou irmãos do caminho que não conhecemos, mas, que buscam, como nós, algo que os fortaleça, que os oriente, que lhes de novas esperanças.
É dar sem se preocupar em receber, em ser reconhecido, em ser valorizado; é dar confiantes que estamos fazendo a coisa certa, independente que sejamos traídos, desprezados, mal compreendidos, desvalorizados; é dar e colocar nas mãos de Deus as consequências de nossas ações, cientes que somos instrumentos de uma força e de um bem maior.
É estar consciente que qualquer coisa que façamos em prol do próximo, não estamos só ajudando a ele, mas a nós mesmos, permitindo que benfeitores espirituais de nós se aproximem, nos secundando, nos fortalecendo, nos protegendo, para que cada vez mais possamos servir de instrumento para o bem, objetivo maior de todos nós.
Se hoje estamos dando um prato de comida para um morador de rua, um dia, no passado, em outra oportunidade cármica, também precisamos estender a mão em busca de ajuda, de solidariedade; também nossos olhos já brilharam de alegria por uma dádiva que recebemos em algum beco escuro, em alguma marquise, e mesmo no futuro, em outra existência, não estamos livres de também algo precisar, pois, talvez, nossas condições, não sejam tão boas como a atual.
É um ciclo, uma corrente, não há credores e nem devedores quando se trata de caridade, de auxílio, não estamos fazendo favor nenhum a ninguém, estamos apenas cumprindo a nossa parte para que tenhamos uma vida melhor, um mundo melhor e assim também será quando formos auxiliados por benfeitores, por irmãos de jornada em melhores condições que a nossa.
A gratidão, o respeito, o amor, o reconhecimento, é natural naquele que sabe dar valor àquilo que recebe; quem não sabe agradecer ainda distante está de saber o valor de servir, mas, não cabe a nós julga-lo e sim orar para que ele encontre o caminho da fraternidade que o levará a se solidarizar com todos aqueles que o auxiliam e a todos a quem, por sua vez, venha a ajudar.
Somos uma grande família, com o mesmo Pai, Nosso Amado Pai, que tudo faz para que seus filhos cresçam felizes e conscientes de suas responsabilidades. Sejamos bons, sejamos valorosos, sejamos merecedores desse amor, sempre.

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