Uma
das principais lições que precisamos assimilar quando da nossa decisão de
buscar a transformação espiritual para o bem, lutando contra e superando as
nossas tendências inferiores alimentadas por séculos de inadequadas escolhas, é que o erro não nos é interdito, ou seja, precisamos ter a
consciência que não somos seres infalíveis, e que o nosso caminhar ainda terá
pela frente muitas errôneas ações e reações, sejam elas em nossas atitudes, em
nossas palavras, ou mesmo apenas em nossos mais recônditos pensamentos.
Os mais conhecidos espíritos do bem que já passaram pelo plano físico do nosso
planeta, com exceção do Nosso Mestre Jesus, erraram por inúmeras vezes durante
sua trajetória terrestre, tendo que manter uma luta constante contra suas próprias
imperfeições, ainda que suas intenções fossem boas e aparentemente baseadas na
justiça divina.
Temos
como um exemplo marcante o Apóstolo dos gentios do início da era cristã, Paulo
de Tarso, que na juventude utilizou-se de toda sua intelectualidade e força
como jovem rabino do judaísmo dominante, na perseguição implacável aos
primeiros seguidores do Mestre Jesus, tendo cometido inúmeros crimes e
injustiças, ainda que convicto estivesse em sua consciência ainda deturpada,
que suas decisões estavam corretas.
Depois, Paulo, mesmo após ter sido diretamente confrontado na Estrada de Damasco pelo
próprio Cristo Jesus do porque tanto o perseguia, o que fez com que mudasse
totalmente sua postura e seu ideal de vida, passando a ser um dos pilares de
sustentação no crescimento inicial da santa doutrina de Amor que o Mestre
representava, ainda assim, por diversas vezes, se deixou levar por seu temperamento
intempestivo e intimorato, exagerando em suas ações, cometendo erros, mas não
deixando por eles se abater, aprendendo com eles, indo resoluto até o final de
seus dias no ideal de vida que escolhera para si.
Assim
precisamos ser em relação a inferioridade de sentimentos que ainda mantem-se
viva e ativa dentro de nós, reconhecendo-a e mantendo uma luta acirrada para
que não venhamos novamente a nos deixar por ela dominar, cientes que nem
sempre sairemos vitoriosos, mas, sim, prontos para a corrigenda e o
ressarcimento de tudo que nossos erros gerarem como consequência, para nós, para o próximo
e para a coletividade onde vivermos.
Nossos defeitos, mesmo os mais graves, não podem se tornar elementos castradores e
impeditivos de novas tentativas e ações, sendo, entretanto, de total relevância e
importância, neste nosso processo de renovação, a intenção sincera que comanda a nossa personalidade, para que não venhamos a cair no inverso da situação, ou
seja, que passemos a nos acomodar com o erro, até mesmo o utilizando como
desculpa para novos e conscientes desvarios, nos escorando na possibilidade de
corrigenda futura.
Só
há sincera motivação evolutiva, quando os erros não são cometidos
com consciência e intenção, mas, sim, quando visamos acertar, dentro dos conceitos
do bem que poderemos sempre encontrar, tanto nos conceitos cristãos, como em
sua continuação, nos preceitos espíritas.
A
dúvida, o medo, o desânimo, o remorso destrutivo são fatores improdutivos e
desnecessários, gerando um desperdício de tempo e de energia por parte daqueles
que de alguma maneira os alimentam, principalmente, porque em nada mudam para
melhor a situação, os mantendo estacionários e propensos a cometer erros ainda
maiores, principalmente se, indevidamente, se entregarem a influências
espirituais negativas por parte daqueles que interessados estão em se prevalecer em proveito próprio de seus estados emocionais enfermiços, sejam elas advindas de inimigos ou associados.
Importante
para quem erra é saber que, não devendo a ninguém julgar, também tem para si,
outorgado por Deus, o direito de ninguém julga-lo, a não ser o próprio Pai, que
no caso é só amor, só compreensão, só tolerância, como o é, para todos os
filhos, sem exceção.
Cada
um de nós, tem apenas, ainda que não saiba, a própria consciência a controlar e
julgar suas escolhas e atos, devendo sim, agir de forma rígida para que não
mais venha a falir, ainda mais quando já tem a disposição para aprendizado as esperanças do Consolador Prometido pelo Mestre Jesus, o
Espiritismo, que veio deixar claro e evidente, a continuidade e a eternidade da
vida, e das infinitas oportunidades de reparação, aprendizado, trabalho e
evolução.
Tenhamos
força, boa vontade, fé, disciplina, e essencialmente, amor, para que
continuemos firmes e seguros, ainda que erros sejam cometidos, rumo à mais altos voos, no caminho do Bem!
Que
assim seja!
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