Muitas
vezes precisamos conviver com pessoas que de alguma forma tiram a nossa paz, o
nosso equilíbrio, predominando sentimentos como a antipatia, o medo, o ódio, sejam
elas do âmbito mais íntimo, como familiares, até mesmo sob o mesmo teto, ou os que
fazem parte do nosso dia a dia em outras frentes de relacionamento, como no
trabalho, no lazer, nas atividades comerciais, entre inúmeras outras circunstâncias
onde somos chamados a enfrentar dentro das atividades normais da nossa sociedade.
Isso pode ocorrer por falta de afinidade espiritual, pura e simplesmente, ou por consequências
naturais de relações conturbadas advindas de outras existências, quando ocupávamos
posições de adversários, de algozes, de vítimas, onde a dor, o sofrimento, a mágoa,
o ódio, a revolta, o ciúmes, entre tantos outros sentimentos inferiores
predominavam entre nós e os nossos antagonistas.
Na
primeira opção, isto é, quando a causa principal da antipatia se baseia na
desarmonia da sintonia espiritual, para o espírita, quando este faz jus a personalidade
cristã esperada para este título, mais fácil se faz que as barreiras sejam
superadas, porque para que a harmonia prevaleça, basta que este seja tolerante,
pacífico, humilde, propenso a compreensão e ao perdão, ao respeito pleno de qualquer
diferença de postura ou de opinião que possa existir, mesmo se a outra parte
seja resistente a uma boa convivência, porque como diz a própria sabedoria
popular, quando um não quer dois não brigam, e o espírita nunca deve desejar
brigar.
Da
mesma forma, se torna evidente que maior será a dificuldade de entendimento
quando a origem da incompatibilidade de sentimentos seja oriunda de uma ou mais
encarnações passadas, principalmente, quando não houve o perdão, ou pelo menos
a boa vontade de ambos em não reincidirem em qualquer tipo de hostilidade, não
fazendo renascer antigas discórdias.
Fato
é, se juntos estão, é porque ambos são capazes de se entenderem e harmonizarem,
mesmo que para um ou para ambos seja difícil de assumir a postura necessária,
porque se estão retornando com o objetivo de apararem as arestas de seu relacionamento,
é porque esta possibilidade é real, dependendo unicamente da boa vontade e da
disposição de encontrarem a paz.
O
orgulho, a vaidade, o mal ainda predominando nas intenções, são os fatores que
mais dificultam o ressarcimento das dívidas que possam existir nos relacionamentos,
quando a ausência do sentimento cristão faz com que, por vezes, se tornem ainda
mais graves os fatores que os levam a divergir, até mesmo aumentando dívidas,
ou gerando a reversão de posições, onde antigas vítimas que não conseguiram perdoar
se tornam os atuais algozes, e vice e versa.
A
compreensão que somos todos falíveis, que não somos nem piores e nem melhores
que nenhum irmão do caminho, que muito erramos e ainda muito iremos errar, que por
vezes devemos desculpas, e em outras somos chamados a desculpar, nos leva a
ponderar, a refletir, o quanto temos a crescer e evoluir se nos dispusermos a
sermos nós a tomar a iniciativa do entendimento, quando a dificuldade para esta
se apresentar, assumindo de forma definitiva nossa personalidade espírita, a
conduta cristã, tornando-nos mais um ponto de luz a fortalecer a harmonia
espiritual no bem que um dia deverá predominar na atmosfera de nosso planeta.
Não
há justificativas para a guerra quando estamos na paz de consciência, quando
nos esforçamos de forma disciplinada e enérgica para fazer nascer e expandir o
amor divino que temos dentro de nós desde nossa criação.
Amar
a Deus e ao próximo, como também a nós mesmos, esta é a Lei, e que ela se cumpra
em nosso coração!
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