Todos os dias precisamos contar com uma dose extra de coragem, de determinação, de disciplina, para não nos deixarmos arrastar pelos sentimentos inferiores que predominam, não só no ambiente do nosso planeta, como também no nosso íntimo, tal o passado culposo que ainda trazemos vivo dentro nós, mesmo que seja apenas em estado latente, adormecido, esperando os gatilhos naturais da vida para que possam se manifestar e demonstrar quem realmente somos, frente aquele que aparentamos ser, mesmo que agindo de boa fé, e com as melhores das intenções.
Vemos muitos em nossa sociedade moderna, principalmente, nos ambientes religiosos e políticos, pessoas se auto intitulando "pessoas de bem", "defensores da família", mas com uma postura polarizadora, extremista, prontas a guerrear, a "combater", a afrontar, a todos aqueles que pensem e vivam de forma diferente, se colocando em uma posição de juízes, de censores, de donos e donas da razão, se prendendo em falsas premissas que no passado, em "seu tempo", as coisas eram melhores, sem perceber que, de fato, e, talvez, suas famílias sempre se encontraram em situações privilegiadas em relação aqueles que de alguma forma sofriam e eram perseguidos por, simplesmente, tentarem viver de uma maneira "diferente" do que era considerado lugar comum, ou por situações ditas "normais" pelas pessoas daquela época.
Assim, quem não é negro, se não tiver empatia, não consegue entender o que é o racismo!
Assim, quem não é homossexual, se não tiver empatia, não consegue entender preconceito e a perseguição sistemática!
Assim, quem não é obeso, magro demais, muito alto, muito baixo, fanhoso, gago, "nerd", se não tiver empatia, não conseguirá entender o efeito negativo do bullying, mesmo que o tenha sofrido quando jovem, porque (pela falta de empatia), não consegue entender que as pessoas são diferentes, que reagem de forma diferente umas das outras, e que, consequentemente, possam terem sido de tal forma negativamente afetadas que os efeitos ainda repercutam de forma incisiva até os dias atuais, prejudicando assim sua existência.
Ouvimos falar muito que "antigamente" eram feitas piadas de negros, de gays, de obesos, de nordestinos, de gagos. de fanhos, e que "não tinha nada demais", que ninguém sofria com isso, mas nunca pararam para pensar que, talvez, os negros, os gays, os obesos, os nordestinos, os gagos, os fanhos, não pensassem dessa forma, se sentindo em seu íntimo humilhados, preteridos, desprezados, e o pior, excluídos, de uma sociedade "normal".
E, por favor, se alguém pensou ao ler este artigo: "eu tive um amigo negro que não ligava e achava engraçado, ou um amigo gay, ou "gordinho", ou até mesmo foi a própria pessoa que sofreu o bullying, as estatísticas e os estudos científicos não são elaborados no achismo, ou em como o seu vizinho reage frente a questão que está sendo analisada.
Os fariseus existiram em todos os tempos, como até hoje existem, talvez até mesmo explicado pela lei da reencarnação, são aqueles que acham que só sua religião está certa, que todas as outras são equivocadas, que Deus está só do seu lado, sem conseguir enxergar o absurdo de tentar conceituar o Poder Supremo, de acordo com sua tacanha forma de ver o mundo e as coisas, moldando-O e apequenando-O sob a ótica de seus próprios preconceitos.
Em nossa recente, história, e querem até mesmo muda-la e adequá-la com seus desvarios, ou necessidades mesquinhas, tentam colocar, por exemplo, todos aqueles que lutaram contra a Ditadura Militar como criminosos, como terroristas, sem buscarem compreender que entre os que foram mortos, torturados, separados de suas famílias, em sua grande maioria, nunca pegou em uma arma, nunca se reuniu em grupos, simplesmente escrevia textos, demonstrava suas opiniões através de músicas, de filmes, de escritos, tal qual fazemos hoje diariamente nas redes sociais, e "só" por isso, eram perseguidas e agredidas.
Muitos tentam convencer que a escravidão não existiu como contam, que o holocausto foi uma mentira, que a Terra não é redonda, com o intuito apenas de confundir, fazendo com que as pessoas mais simples se afastem cada dia mais da razão, da lógica dos fatos, gerando dúvidas, com mentiras, com teorias mirabolantes, tudo, exclusivamente, para imporem sua forma de pensar, para conquistarem o poder de forma absoluta, acreditando que podem dizer como as outras pessoas devem viver, impondo regras, se colocando em posição de determinar o que é certo e o que é errado.
Seja na política,, seja na religião, seja no esporte, seja na vida social, no trabalho, na escola, em nosso lar, o único posicionamento que merece nossa total atenção, sendo, de fato, o agente direcionador de nossas existências, é o sentimento cristão, independente se somos ou não religiosos.
É amar e respeitar ao próximo, é perdoar, é pedir perdão, é não atirar pedras, não julgar para não ser julgado, é oferecer a outra face, é respeitar as diferenças.
Não importa cor, preferência sexual, classe social, características físicas, não importa em que país nascemos, qual nossa religião, qual o nosso grau de escolaridade, onde moramos ou o que fazemos, o que importa é o nosso caráter, a nossa bondade, o que pensamos em fazer a cada dia que despertamos em nosso lar, se vamos fazer o bem ou se vamos criticar, prejudicar, agredir, invejar, desprezar, denegrir ao próximo, aos nossos irmãos do caminho, sejam eles nossos entes queridos, nossos amigos, nossos adversários, ou pessoas totalmente desconhecidas.
Assim, nossa postagem de hoje não é para falar de sermos espíritas, é para falar de sermos humanos, de sermos pessoas de bem (de fato), de sermos pacificadores, de sermos atuantes em nossa sociedade no combate ao fariseus modernos, de sermos combatentes do mal, de sermos cristãos na essência do que este título representa.
Só uma reflexão para que avaliemos o momento que nossa humanidade vive, e o perigo que nos ronda de voltarmos a nos afundar nos sombrios meandros de falsos profetas e falsos messias.
Muita paz!
Parabéns pelo texto! Maravilhoso!
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