Ainda
distante estamos de nos considerar espíritos bons, ou seja, já capazes de
suportar e recusar aos chamados das paixões, dos vícios, dos instintos
inferiores que alimentamos já há inúmeras existências físicas e espirituais.
Ainda
hesitantes em nossas resoluções, difícil evitar que em nossas ações diárias,
não nos entreguemos aos sentimentos negativos motivados pelo ciúme, pela
vaidade, pelo orgulho, pelo egoísmo, que acaba por impedir que venhamos a agir
de forma cristã não só em nossos relacionamentos mais íntimos, no nosso lar, no
nosso trabalho, nas atividades de nossa vida, mas, principalmente, em relação
aos nossos irmãos do caminho, aos quais, além de pouco ajudar, ainda temos por
hábito, na maioria das vezes, os ignorar em suas dificuldades, em suas aflições,
em seus problemas.
Ainda
presos a negatividade no proceder, na postura, mesmo que não venhamos a
prejudicar ostensivamente a ninguém, ainda permanecemos presos as nossas limitações
emotivas, ignorando as necessidades básicas do próximo, não só materiais ou
físicas, mas também na forma de agir, de pensar, onde deixamos de respeitar e
aceitar que os outros pensem e ajam de forma diversa da nossa, que tenham
outras prioridades, que não valorizem a aceitem como realidade aquelas que
norteiam a nossa existência, gerando consequentemente, ações e reações baseadas
na discriminação e no preconceito, fonte de origem dos maiores distúrbios que a
nossa sociedade hoje enfrenta.
Amar
e aceitar ao próximo como ele é, dentro de suas limitações, de seus objetivos,
assim como sermos também respeitados na nossa forma de pensar e de viver, será
a base da transformação não só nossa, mas da sociedade em que vivemos como um
todo, nos aproximando cada vez mais dos princípios básicos cristãos de amor e
paz, traçando um novo rumo para nossa existência individual e coletiva, onde os
parâmetros do bem serviriam como guia para as decisões e escolhas que fossem
tomadas, o que consequentemente motivaria que aqueles que ainda preferem se
entregar a inferioridade de sentimentos se vissem pressionados pela maioria, se
veriam cada vez mais isolados e incomodados por persistirem em atitudes não
mais aceitas e valorizadas no trato recíproco de suas atividades diárias e
rotineiras.
Dentro
deste processo de renovação íntima, de transformação espiritual, da análise de
nossos atos atuais, de nossos ideais, de nossas oportunidades e prioridades,
precisamos aprender a desvincular aquilo que nos tentam impor como necessidade
daquilo que realmente poderá vir a agregar e acrescentar em nossa
personalidade, em nossa individualidade, sendo mais criteriosos, mais críticos,
mais incisivos em nos posicionarmos de acordo com a postura que se exige
daquele que não mais quer se deixar arrastar pelos mesmos erros que o dominaram
até então, e não mais recalcitrar, não mais se acomodar à situações fúteis e
inócuas que objetivam apenas uma frágil sensação de felicidade e sucesso, e que
na verdade, nada mais fazem que gerar desilusão, estresse, tédio, medos e
dúvidas quanto ao porvir.
Atualmente
atravessamos uma fase transitória de mudanças, de adequações, onde a luta por
direitos individuais e coletivos se confunde com posturas radicais e motivadas
pelo ódio, pela cisão, onde em vez de caminharmos juntos em busca de soluções,
preferimos nos dividir em partidos, em extremos, agindo como ferrenhos
adversários, onde o que mais importa não é solução, e sim a imposição de ideais
e de posturas, quando, então, ambos os lados se perdem em longos e agressivos
discursos, longe de realmente buscar a concórdia, o equilíbrio, o respeito que
todos merecem por viver de acordo com aquilo que almejam para si, desde que no
caminho do bem, da paz, do amor.
Inevitável
para que ocorra a transformação espiritual coletiva para o caminho do bem, que
se faça antes a transformação individual, íntima, requerendo o esforço disciplinado
de cada um de nós, cientes que enfrentaremos como sempre enfrentaram todos
aqueles que quiseram ir contra os conceitos inferiores e materialistas da
sociedade, que quiseram lutar contra os poderes dos inconsequentes, dos
ditadores de todos os tempos, lutas acerbas, onde o desprezo, as injúrias, a
zombaria, a agressão, a traição, estarão sempre tentando nos afastar de nossos
objetivos maiores, tentando nos desanimar, e nos fazer retroceder, para que
voltemos a nos acomodar na mesma inferioridade que nos prende já há vários séculos
de lutas improfícuas.
Atualmente,
precisamos reconhecer, que falar de Jesus em sua essência, em sua pureza fora
dos dogmas humanos, que falar de amor, de perdão, de religiosidade, de humildade,
faz com que venhamos a ser ignorados, desprezados, esquecidos, marginalizados,
como se fossemos pobres doentes totalmente alienados da realidade humana,
quando na verdade, é exatamente o inverso, quem assim o faz, são aqueles que
conseguem se manter na vanguarda das ideias, dos objetivos maiores, porque o
equilíbrio, por mais que forças ocultas lutem para tentar inverter, está e
estará sempre no bem, e este bem está essencialmente nos ensinamentos e
exemplos do Cristo, que vieram ser valorizados, ampliados, explicados, através
do advento do Consolador, do Espiritismo, que abriu as portas do mundo
espiritual para que pudéssemos ter pleno acesso ao nosso passado, para que
compreendamos melhor o nosso presente, planejando e construindo de forma segura
e objetiva o nosso futuro.
Não
mais dúvidas ou questionamentos, mas a certeza inconteste que somos e seremos aquilo
que geramos e criamos para nós, tendo hoje a colheita do que plantamos ontem, e
assim sucessivamente, sem condenações arbitrárias, sem paraísos prometidos, mas
simplesmente em uma continuidade lógica e absoluta de ações e reações, de
causas e efeitos, de acordo sempre com aquilo que desejamos para nós, com
aquilo que fazemos que amplie ou destrua nossas possibilidades imediatas de
crescimento e elevação.
O
importante não é subir uma escada em velocidade estonteante no afã de logo
chegar ao topo, e sim, ter a certeza que estamos subindo na direção certa, para
o local onde poderemos dar continuidade a nossa ascensão, não correndo o risco
de nos precipitar em novas e espetaculares quedas, recalcitrantes e
teimosamente motivados a nos entregar aos vícios e as paixões que até então nos
dominaram, quando insistimos em preferir a “cesar” do que a Deus, ao nosso Amado
Pai.
Viver
em sociedade não é viver dominado ou dominando, e sim, aprender a desenvolver o
raciocínio próprio, o discernimento, para ser um membro ativo e realizador, não
manipulável, assim podendo se tornar participativo, influindo dentro de suas
possibilidades na transformação coletiva, no progresso espiritual efetivo do
todo, onde o bem, a paz, a igualdade de direito e deveres se estabeleça, onde o
forte aprenderá a sustentar e fortalecer ao mais fraco, gerando inúmeras
oportunidades de aprendizado e trabalho, fazendo com que as forças do bem dominem
e transformem a todos trabalhadores de boa vontade.
Tudo
terá seu tempo, as mudanças e transformações costumam gerar traumas,
cicatrizes, mas a nossa força interior, como individualidades cósmicas, fará
com que cresçamos nas adversidades, fazendo com que delas surja o progresso, a
paz, o respeito, o verdadeiro amor que um dia unirá a todos sob o manto sagrado
do Nosso Amado Mestre Jesus.
Excelente!Traduz com perfeição o momento atual.
ResponderExcluir