Por
mais que hoje os avanços tecnológicos favoreçam e ratifiquem a acerbada
necessidade da conquista dos bens de consumo, dos bens materiais, das vantagens
pessoais e do poder temporal, independente da forma desta conquista, mesmo que
para isso se ignore o direito e as prioridades do próximo, este é o momento cármico,
este é o milênio, no qual nosso planeta está predestinado a ascender em sua
jornada evolutiva, assim como nós, tornando-se um local de regeneração, de mais
missões e menos expiações, de mais possibilidades de realizações, do que de
corrigendas dolorosas e quitação sacrificiais de débitos contraídos, onde o bem
predominará, não só em força, mas principalmente, quantitativamente.
Pelos
meios de comunicação dos quais dispomos atualmente, pela velocidade que as
informações correm o mundo, unificando-o cada vez mais, decorrente do que se prioriza
como notícia, infelizmente ainda se supervaloriza o crime, os acidentes
espetaculares, as ações impactantes, as disputas políticas, deixando a impressão
que a nossa sociedade está cada vez mais cruel e mais violenta, mais injusta
socialmente, com o mal ganhando cada vez mais espaço, vendo expandida sua área
de atuação.
O
que precisamos, porém, analisar, é o fato de que se compararmos o passado de nossa
humanidade com o momento atual, perceberemos que mudanças profundas ocorreram
ao longo do tempo, muitas, inclusive, originárias da possibilidade que temos de
acompanhar on-line as situações e as decisões que são tomadas pelas pessoas e
pelos órgãos que possuem maior condição de influenciar as massas e a coletividade
em todo mundo.
Hoje
em dia é possível acompanhar aos governos, as frentes religiosas, a ciência, a
iniciativa privada, e aos órgãos da imprensa nas mais diversas redes sociais, o
que acaba nos permitindo pressionar a marcha progressiva, ainda que lenta, dos
valores morais e éticos que devem nortear a toda raça humana em seus níveis de
civilidade e respeito, mesmo encontrando resistência por parte daqueles que são
contrários a mudanças, os que ainda preferem valorizar unicamente as conquistas
materiais e financeiras.
Leis
que tem o intuito de proteger as minorias são mais comuns, diminuindo as
diferenças e levantando questões que tendem a proteger a liberdade de expressão, o direito que cada um tem de
escolher o melhor para si, desde que dentro dos parâmetros de respeito pela liberdade
do próximo e do bem comum da sociedade na qual está inserido.
Liberdade
de culto, de preferência sexual, à proteção ao idoso, a igualdade de direitos
da mulher, leis voltadas a proteção do meio ambiente, da fauna e da flora, e
que sustentam a luta pelo fim da pobreza e a diminuição das diferenças sociais,
são fatores de constante preocupação por parte dos países mais civilizados e modernos
de todo o mundo, em uma luta constante contra a intransigência política e religiosa
que tenta impor suas últimas barreiras ao progresso e a evolução de nosso planeta.
Dentro
desta necessidade preeminente e natural que a sociedade hoje tem de evoluir
como um todo, decorrente da transformação espiritual íntima de cada um de nós,
o Espiritismo, como Consolador Prometido, tem papel fundamental, por fazer
reviver, em sua essência, o sentimento cristão, valorizando o bem, a
fraternidade, a solidariedade, a tolerância, o respeito e o amor, dando-nos a
chave, pela lei da reencarnação, da causa e efeito, da pluralidade de vidas e
de mundos, do quanto podemos fazer no combate aos nossos sentimentos
inferiores, a negatividade de instintos, contra o materialismo e o positivismo
que ameaça ressurgir com a mesma força da época de Kardec.
Sem
dúvida, uma das ferramentas mais importantes para que venhamos a ter plena
consciência desse legado do Espiritismo, que é o de conhecer de perto quem nós somos;
de onde viemos, e para onde iremos, é a mediunidade, que veio abrir a porta
para que nossos próprios entes queridos, assim como companheiros de jornada que
passam por experiências únicas no plano espiritual, tenham um canal de
comunicação com nosso plano, nos informando como vivem, quais as condições que se
encontram, e o que precisamos fazer para termos uma vida regrada de vantagens e
possibilidades de crescimento para quando para lá retornarmos, dando-nos um guia
seguro, através de relatos, orientações e experiências pessoais, dos mais
comuns erros e acertos que nos levarão a desfrutar de possibilidades imediatas
de crescimento e evolução após o desencarne.
Assim,
de acordo com o estudo da Doutrina Espírita, das obras básicas da Codificação,
elaboradas por Allan Kardec, assim como a extensa coleção de títulos que a complementam
e enriquecem, temos os parâmetros necessários para utilizar desta possibilidade
de intercâmbio entre os dois planos, o físico e o espiritual, de forma produtiva
e segura, nos precavendo contra os percalços das influências inferiores, valorizando
a seriedade, a disciplina, a retidão do proceder e das intenções no bem, para
que não venhamos não só a nos prejudicarmos individualmente pelo menosprezo da
oportunidade desta ligação entre planos, como também, nos proteger contra espíritos
que queiram nos prejudicar, ou pior, que queiram diminuir o valor real dos ensinamentos
e das orientações cabíveis a nossa evolução, agindo através da mentira, da ilusão,
desviando o verdadeiro foco que deve nortear as possibilidades de intercâmbio,
que é o da renovação moral, da transformação dos sentimentos os para o bem, do estudo
e do trabalho sério em prol do gênero humano, na prática efetiva da caridade e
do amor ao próximo, preconizado e exemplificado pelo Mestre Jesus.
A
mediunidade é, e sempre será, preciosa ferramenta para que venhamos a nos
manter firmes e seguros no processo de elevação, abrindo novos horizontes e novas
perspectivas a cada passo que venhamos a nos capacitar no entendimento das leis
divinas e nas realizações humanas, o que exigirá sempre uma dose maior de vigilância,
de respeito, de disciplina, para que em nenhuma circunstância o orgulho venha a
superar a humildade, a vaidade se sobrepor a caridade, o egoísmo surpreender o
respeito e o amor que devemos emanar aos nossos amigos e benfeitores espirituais,
não dando oportunidade para que os oportunistas de todos os tempos venham a dominar
as ações de intercâmbio.
Por
mais que o mundo avance, será sempre nossa retidão de caráter, o nosso desejo
de crescer no bem, e a sinceridade de nossas intenções, que irão determinar as
consequências naturais de nossa escolhas, e as situações que no futuro farão
parte de nossa existência.
Com
amor e boa vontade, reunidos em nome do Cristo, temos a promessa e a certeza
que Ele estará sempre ao nosso lado, seja como médiuns, como espíritos comunicantes,
como mentores, como aprendizes, como tarefeiros, com socorristas ou socorridos,
na certeza que gradativamente, mas de forma real e progressiva, o bem irá
vencer e prevalecer, até a renovação definitiva de nosso planeta.
Que
assim seja!
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