“Educando
nossas crianças!”
Vamos falar um
pouco da importância que temos, de acordo com o Espiritismo, de educar bem as
nossas crianças, começando por destacar um pequeno trecho do Livro Lázaro
Redivivo, do autor espiritual Irmão X, psicografado pelo médium Francisco
Cândido Xavier:
“O amor, para
educar, não prescinde da energia, e a ternura, por mais valiosa, não pode
dispensar o esclarecimento.”
Antes de
comentarmos sobre as necessidades e prioridades quanto a educação de nossas
crianças, precisamos lembrar da lei da reencarnação, lembrando que todos nós já
tivemos diversas existências passadas, e desta forma, as almas delas já
passaram por diversas experiências, cada uma carregando sua própria bagagem,
sua personalidade, e claro, suas tendências.
Mas,
independente destas tendências, o período infantil, e este é um dos principais
motivos segundo a Doutrina que ele se faz necessário, decorrente do véu do
esquecimento que nos acompanha quando reencarnamos, é a fase onde o espírito se
encontra mais maleável para sofrer influências, pois depende da proteção e da
orientação dos pais, podendo receber significativas motivações íntimas para
crescer no bem, valorizando a moral, a ética, o respeito, vindo a superar e
dominar, quando for o caso, sentimentos negativos que carrega consigo em sua personalidade
eterna, tendo a chance de renovar sua postura, onde o ambiente, os exemplos e a
educação recebida serão de fundamental ajuda, ainda que saibamos que muitos,
mesmo com as melhores condições, ao irem crescendo, prefiram se entregar a
vícios, paixões, e atitudes negativas e inferiores.
Os pais devem
sempre buscar fazer a sua parte, pois sua atuação é fundamental para que a
criança cresça com todas as possibilidades de evoluir no bem, sendo ele a base
na qual ela se sentirá segura quando chegar a hora de enfrentar o mundo e
buscar por si todo o aprendizado que ele traz.
Para isso, se faz necessário que os pais assumam
posturas que venham de encontro ao trecho que destacamos no começo do nosso
estudo, onde o amor e a ternura são essenciais para o êxito desta sublime
missão, porém, sem abrir mão da disciplina e do esclarecimento constante na
formação do discernimento infantil do que vem a ser o certo e o errado, do que
vem a ser a postura correta e a indevida.
Os pais
precisam ser enérgicos quando necessário, não sendo permissivos, porém, nunca
recorrendo a castigos, principalmente os físicos, nada negando ou permitindo
sem a devida explicação, para a criança entender o porquê das coisas e das
situações, os pais precisam entender e respeitar a inteligência de seus filhos,
não menosprezando a capacidade que eles têm de compreensão, se preocupando em dizer
tanto o sim como o não na hora certa, de forma justificada, e não por razões
fúteis, com o para não serem perturbados, por estarem cansados, para não perderem
tempo ou para não parar algo que estejam fazendo de pouca importância.
A criança
precisa de regras, de limites, de saber esperar, precisa ter a noção de seus
direitos e de seus deveres, porém, que tudo seja levado a ela de forma pacificada,
com amor, com ternura, não devendo os pais barganharem com seus filhos, impondo
condições, ou prometendo recompensas, principalmente se for para que eles
venham cumprir seus deveres.
Como pais
também não devemos estar sempre exigindo que elas nos sejam gratas, que
reconheçam nossos esforços, não devemos nos vitimizar, colocando-as como a
causa de nosso cansaço, de nossas preocupações e problemas, não
supervalorizando ou depreciando situações.
A criança precisa
viver em um ambiente saudável, ela precisa brincar, ser feliz, precisa da
companhia dos pais, quando possível de seus avós, de sua família, de seus
amigos, quando necessário ou já em idade escolar, de seus professores,
lembrando sempre que a tarefa de educar é principalmente dos pais e de levar
conhecimento dos professores, deixando claro que tanto um como o outro, podem e
devem de alguma forma também auxiliar, complementar a parte do outro, tanto os
professores na educação, como os pais no aprendizado.
Quanto mais
cedo os pais conseguirem fazer nascer na criança o sentimento da empatia, mas
cedo seus filhos irão respeitar aos seus amiguinhos, aos seus professores, e a
todos, pois, terá o conhecimento que todos tem os mesmos direitos que ela,
assim como os deveres, que ela não é superior e nem inferior a ninguém, que
deve tratar a todos com bondade e carinho, até mesmos os profissionais que
poderão fazer parte de sua vida, com a empregada de sua casa, o porteiro de seu
prédio, os funcionários de sua escola.
Todos nós,
como pais, também nos beneficiaremos da empatia, buscando sempre recordar de
quando éramos criança, os nossos anseios, aquilo que nos despertava a atenção,
o que nos gerava receios, nos trazia alegria, para que venhamos a enxergar
melhor nossos filhos, não com isso querendo que eles passem por tudo da forma
que passamos, mas sim, para que venhamos a compreendê-los melhor, auxiliando-os
em suas escolhas e suas posturas.
Precisamos estar atentos para acompanharmos o
crescimento de nossas crianças no tempo certo e real, as auxiliando em não
queimar etapas, ainda mais no ritmo acelerado que tem se tornado a existência
humana, e também não os infantilizando, não os tratando como se ainda não
tivessem crescido, como se não fossem capazes de novas realizações, buscando
sempre o equilíbrio, sem temer que venhamos a perdê-los se crescerem, principalmente,
porque eles sempre crescem.
Para
finalizar, sabemos que eles deverão ter sempre o direito e o dever de escrever
seus próprios destinos, de fazerem suas escolhas, inclusive sobre sua religiosidade,
mas temos o dever de lhes apresentar desde pequenos a Deus, as leis morais, e
nós, como espiritas, de acordo com a compreensão que forem adquirindo, a lei da
causa e efeito, da reencarnação, e claro, que venham a conhecer, na essência,
os ensinamentos do Cristo, a importância da caridade e do amor ao próximo.
Façamos a
nossa parte, no bem!
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