quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

O tempo é hoje...




No atual estágio evolutivo que nos encontramos, ainda no do início de nossa jornada rumo a tão sonhada transformação espiritual para o bem e a consequente vitória sobre o nosso “eu” inferior, temos por hábito procurar voltar no tempo, buscar nos refolhos de nossa memória encarnada situações que marcaram de forma significativa nossas vidas quando mais jovens e compara-las com os nossos dias atuais, por serem elas naturalmente, devido a nossa menor responsabilidade que tínhamos sobre nossos atos, consideradas leves, felizes, suaves, ainda mais quando o nosso presente, quando já na madureza física, é formado de problemas, sofrimentos, frustações por desejos não realizados, insatisfações, que geram uma intranquilidade, um desequilíbrio em nosso íntimo, quando passamos a considerar que poderíamos ter agido melhor ou de uma forma mais correta e produtiva, nos arrependendo de passos que demos ou daqueles que deixamos de dar, tentando descobrir em que momento nos afastamos dos nossos sonhos e dos ideais que na infância e na juventude preencheram nossa mente, aqueles que nos entusiasmavam e faziam-nos acreditar em uma vida feliz.


Desta forma, acabamos por viver entre recordações, achando sempre que o nosso passado foi bom e que o nosso presente é ruim, mesmo que, naquela época, não recordemos plenamente o que nos faltou fazer para que seguíssemos de acordo com o que planejávamos, nos enredando nas lembranças fortuitas, de decisões precipitadas e escolhas indevidas.


Na maioria das vezes nosso passado não foi tão bom como queremos acreditar e nem o nosso presente é tão ruim como queremos nos convencer, na realidade, quando não estamos satisfeitos com o que temos ou o que somos hoje, buscamos no que já passou e no que já fizemos um lenitivo, algo em que se escorar, para não nos decepcionarmos completamente com a nossa capacidade realizadora no presente, sem perceber que assim também agíamos no passado, mesmo que não recordemos, porque temos sempre a tendência de acharmos que ontem a vida era mais fácil que hoje, mas, isso ocorre simplesmente pelo fato de que o que já passou já foi superado, já foi vencido, e o que estamos vivemos hoje, não poderemos deixar de enfrentar, se quisermos vencer e superar.


Esconder-se do presente, rememorando o passado ou sonhando com o futuro, faz com que não consigamos progredir, avançar, buscando sempre justificativas e desculpas para nosso atraso, para nossos erros, para nossos fracassos, para nossas decepções, sempre enumerando culpados, desfiando justificativas, fugindo da realidade a qual determina que todos são responsáveis diretos por seus atos e pelas consequências deles decorrentes.


Se hoje não estamos vivendo de acordo com o que esperávamos, se nossos sonhos não se realizaram, se nossos objetivos não foram alcançados, é porque nossas escolhas, nossas decisões, não foram de acordo com o que precisávamos fazer para conquista-los, quando nossas atitudes equivocadas fizeram com que nos desviássemos do caminho, gerando a atual insatisfação, a decepção, a frustração, isso quando estes sentimentos não são derivados por estarmos traçando um rumo contrário as nossas capacidades naturais, nossos dons, nossas tendências, até mesmo de nossas necessidades cármicas evolutivas.


Muitas vezes nos desviamos de nossos objetivos por nos deixar dominar pelas nossas tendências inferiores originadas em outras existências, pelos mais variados motivos, geralmente fúteis, como no exemplo de, em vez de sermos um responsável pai de família, resolvemos nos envolver nas mais variadas aventuras amorosas, ou em vez de sermos um humilde, mas honesto trabalhador, nos enveredamos por situações escusas a procura do ganho fácil, entre tanto outros desvios de conduta e de postura fadados a nos trazer dissabores, dores, sofrimentos e fracassos.


Geralmente, somos os principais culpados por não alcançarmos a felicidade desejada, mais ainda quando nossos desejos e anseios não são baseados no bem, são direcionados ao desequilíbrio, aos vícios, aos crimes, quando são guiados pelos sentimentos negativos, como a inveja, o ciúme, o egoísmo, nos levando naturalmente a falir, a nos levar ao fracasso, a nos trazer dor, sofrimento, decepção, por suas naturais energias negativas e destrutivas, que nos impõe problemas, dificuldades, consequências dolorosas como retorno inevitável.


A vida, o nosso planeta, os nossos companheiros de jornada, precisam da nossa energia, do nosso esforço, da nossa participação efetiva, hoje, agora, neste exato momento, não justificando que nos agarremos a necessidade de um passado feliz ou um futuro promissor para que possamos agir de forma produtiva e ativa. Não podemos abrir mão do nosso presente, nos escorando no passado, fugindo assim de nossas responsabilidades, do nosso dever, não só para com o próximo e com a sociedade onde vivemos, mas, principalmente para com nossa própria consciência cósmica.


Se não estamos felizes com nossa vida, seja em âmbito familiar, profissional, social, espiritual, temos que aprender a avaliar o que já fizemos, o que estamos fazendo e o que poderemos fazer para reverter esta situação, aprendendo com os erros passados, com a dor do presente, nos renovando para melhorar, estudar, trabalhar, para que transformemos uma experiência ruim, dolorosa, em força atuante para reconquistar o direito de acertar, de realizar, de produzir, encontrando o equilíbrio, a nossa força criativa e realizadora e a consequente paz de espírito e de consciência, que nos levará a tão esperada felicidade.


O arrependimento doentio, o sentimento de culpa, a decepção, a depressão, o medo, a dúvida, a saudade de tempos que já se foram, o inconformismo, em nada adiantará para que consigamos modificar o nosso presente. Só a coragem de aceitar, de reconhecer, de assumir as responsabilidades de nossas escolhas, de nossos atos, nos dará condições de mudar, de transformar, não esquecendo que esta mudança só ocorrerá, de fato, se for baseada e construída, no bem, nos conceitos cristãos, na capacitação e habilitação de pensar e atuar dentro das leis divinas, sempre buscando agrega-las à todos esforços, a todos os planos, a todas atitudes.



Façamos de hoje um presente de estudo, de trabalho, de amor, de disciplina, de compreensão, de respeito, de humildade cristã, para que não só ele se torne um dia um passado capaz de nos fortalecer, mas, principalmente, para nos fazer entrever um futuro de feitos e realizações que nos levarão gradativamente a conquistar a verdadeira vitória, aquela que nos fará aspirar novos desafios, novas tarefas, na amplitude do Universo Divino.

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