segunda-feira, 25 de maio de 2015

Na razão de ser...da paz...





Quantas vezes entramos em intermináveis disputas pela razão, sem perceber que a impaciência, a intolerância, a prepotência, o orgulho, a vaidade, por si, já nos a tiram, mesmo que com ela estejamos.


O que vale tanto lutar afinal quando, na maioria das vezes, na imposição, no timbre alterado da voz, no sarcasmo, no desprezo, na irritação, na humilhação, na violência, ao provarmos que estamos certos, deixamos um rastro de mágoa, tristeza, decepção, antipatia, ódio, rancor e de dor.

Mais ainda nos tornamos cruéis quando este nosso excessivo zelo pela razão, pela defesa da nossa realidade, é direcionado a quem amamos, a quem nos tem apreço, amizade, respeito, e em situações mais intensas, a quem nos tem amor.



Quantas vezes na equivocada ânsia de provar a razão, não afastamos de nós importantes pessoas, por causa de não tão importantes, até mesmo, fúteis, motivos.



Com raríssimas exceções, o que menos importa é, de fato, a razão, quando nos preocupamos mais em sair vencedores, do que encontrar o consenso, alimentando discussões desprovidas de sensos, onde a solução é um mero detalhe, e o que mais se valoriza é a satisfação de supostamente provarmos o quanto somos imbatíveis em nossas disputas.



Quantos confrontos intermináveis, com agressões de todos os tipos, não são motivados por absolutamente nada, nada que importe, nada que vá modificar a existência do envolvidos, nada que irá fazer com que se alcance a felicidade, ou com que a dor seja extinta.



Provavelmente, alguém, em algum tempo distante, alguém cansado de sofrer, ou talvez, de fazer outro alguém sofrer, decidiu que não mais queria isso para si, motivado pelo cansaço, ou pelo coração, ou pelo despertar da lucidez, quando determinou, sem mais argumentação que o fizesse mudar de ideia, se misturando assim aos demais sábios anônimos de quem a vida esqueceu de registrar as patentes, que:



"Quando um não quer, dois não brigam"


Sendo assim, desta forma, se o que almejamos é a paz, o equilíbrio, a valorização das nossas amizades, a positividade em nossos relacionamentos, íntimos ou ínfimos, que saibamos acatar este salutar conselho, aprendendo a encarar a razão, a opinião, o ponto de vista, a visão da realidade, nossa e do próximo, de forma pacífica, cordial, cordata, humilde, amorosa, cristã, não abrindo mão, quando for o caso, de nossos valores, mas tendo sempre o bom senso, de não nos ater simplesmente em conquistar troféus de "sabedoria", aprendendo a analisar relevâncias, importâncias, necessidades preeminentes, prioridades, naquilo que nos leva a tentar impor a nossa vontade, a nossa razão.



Assim, quem sabe aprenderemos a não confundir diferença de opinião com desavença na intenção.


Agora, se o motivo da nossa discórdia não é o motivo, mas simplesmente a necessidade de discordar, mais difícil ficará de se encontrar o equilíbrio, porque a discussão, o debate, a batalha verbal e emocional, não estará na transitória causa, e sim, será um simples efeito de uma desarmonia maior, quando a necessidade de ferir, de magoar, de agredir, não está na discussão, mas sim, nos refolhos do coração.



Quantas vezes a necessidade da guerra existe apenas porque o opositor traz dentro de si o cansaço, a frustração, a raiva, a impotência, seja com a vida que leva, com as pessoas que fazem parte desta vida, com aquilo que ele faz contra si mesmos, e que não consegue admitir, vindo a se tornar uma bomba relógio pronta para explodir, com tudo e com todos, por qualquer coisa ou até mesmo por nada.



Quantas vezes esta busca insana de ter a razão não está limitada apenas a um alvo, a alguém que não mais suportamos, a alguém a quem nos sentimos aprisionados, ou, simplesmente, temos a necessidade doentia de tiranizar, a alguém que nos foi caro, e que agora não mais passa, em nossa inconsequente concepção, de um peso a carregar ou de alguém fraco para carregar o nosso peso.



Não importa se ter a razão se não se tem Amor, não importa ter as provas que temos a razão, se tudo o que queremos e podemos provar, nos traga ou a alguém leve, a dor, o sofrimento, o fim.



Sempre que possível, e não indo contra o seu ideal de vida, deixe que guarde para si o troféu da razão aquele que só deseje a guerra, e simplesmente siga seu caminho em silêncio, na busca da paz,do amor, do infinito bem.



O mais importante em se ter a razão, é saber que isso afinal é o que menos importa, o que vale são os sorrisos, a harmonia, é encontrar o equilíbrio,é não se incomodar com quem tenta somente nos incomodar, é saber admitir o erro, e não se preocupar quando alguém não saiba admiti-lo.


Não perder o rumo no caminho do bem, não prejudicar a si mesmo e ao próximo, defender aos mais fracos e incapazes, não cometer ou se acumpliciar com injustiças, essas são algumas das raras vezes que a luta para se defender a razão vale a pena,são os troféus que merecem ser disputados e erguidos.



A conclusão é sempre a mesma afinal, no amor encontramos a resposta para tudo, até para a razão, então que assim seja,ame.  
   
  

   

Nenhum comentário:

Postar um comentário