O
arrependimento de nossas faltas será o primeiro passo para nossa reabilitação
espiritual, quando nos encontrarmos desviados da senda evolutiva, quando
estivermos entregues aos instintos inferiores, aos sentimentos negativos,
decorrente de inúmeras existências de erros e desatinos que, até então, nortearam
nossas escolhas.
Saber
que erramos, nos conscientizarmos que desperdiçamos tempo e energia em atitudes
contrárias a postura cristã, se faz de fundamental importância para reiniciarmos
nossa jornada rumo à ascensão espiritual, saindo da zona estacionária onde nos
debatemos já à um prolongado período, dispersos que estivemos nas necessidades
e prioridades geradas pela nossa imperfeição.
Neste
caminho de volta ao equilíbrio, do abandono de nossas falhas e desatinos, não
haverá juízes implacáveis, não haverá a necessidade de castigos e sofrimentos
inenarráveis, não haverá agentes encarregados de nos seviciar a alma até que
sejam expurgados nossos pecados e culpas, o único ser que tem a autonomia e o
poder de nos julgar e condenar é Deus, e Ele não o faz, e nunca o fará, porque Ele
é puro amor, Ele nos ama incondicionalmente, e é Onisciente, sabendo exatamente
quem somos, do que somos capazes, dos nossos erros, e da nossa infinita capacidade
de reação, de crescimento, de retomada de direção no caminho no bem, pois, é
nosso Criador, e para Ele nada é surpresa, tudo se encadeia de uma forma absolutamente
lógica e necessária, para o equilíbrio geral de nosso universo.
Nós
mesmos, através da iluminação de nossa consciência, da descoberta em nosso íntimo
do amor que trazemos vivo dentro de nós, é que seremos nossos próprios juízes,
nossos censores, responsáveis maior por nossa recuperação, da mesma forma que o
fomos quando caímos nas teias do erro e dos desregramentos das paixões.
Sabedores
precisaremos ser, que quanto mais nos desviamos do caminho, maior será o
esforço e a distância que teremos que percorrer para vir a retoma-lo, e geralmente,
estaremos em condições mais difíceis, mais cansados, mais desequilibrados, mais
curvados pelo peso de nossas iniquidades, o que fará parecer que estamos percorrendo
o dobro ou mais da distância anterior, sem deixar de levar em conta que o
caminho de descida é sempre mais fácil e prazeroso que o de subida.
Conscientes
também precisaremos estar, que durante esta empreitada, a do retorno ao caminho
do bem, por inúmeras vezes irão ocorrer situações e aparecerão pessoas, que
dificultarão sobremaneira a que venhamos a atingir nossos objetivos, e isso pelos
mais diversos motivos, nos testando, para avaliar se realmente estamos aptos e
dispostos a vencer, que não estamos inseguros, se estamos ou não, sendo sinceros,
e fortes o suficiente para vencer nossos antigos vícios e avançar.
Poderão
ser inimigos e antigas vítimas querendo obstruir nossa passagem ou companheiros
e associados no erro que não se conformam com nossa tentativa de mudança, ou
acham que estamos loucos em procura-la, fazendo com que nossas frágeis e iniciais
resoluções corram sérios riscos de cair mais uma vez no esquecimento, vindo a
ser novamente adiadas para um futuro incerto.
Somos,
porém, os autores de nossa história, se caírmos e fraquejarmos, seremos os
culpados e os responsáveis, se resistirmos e vencermos, seremos os artífices e
os responsáveis por nossas conquistas, nada e ninguém têm o poder absoluto de
nos fazer evoluir ou estacionar.
Teremos,
sim, que enfrentar fortes influências e acerbos obstáculos, mas todos eles gerados
por nós mesmos, decorrentes de pretéritas escolhas, sendo este o “castigo” maior
que precisaremos suportar para avançar, o de superar as consequências naturais
de nossas decisões, de nossos atos, da carga negativa que acumulamos em nossos
alforjes quando traçamos para nós o rumo de nossa existência, fazendo com que venhamos
a ter que retroceder por todo caminho indevidamente percorrido, até encontrar àquele
que nos levará a novas e efetivas conquistas, nos transportando a novas paragens,
novas possibilidades realizadoras, que só o bem pode oferecer.
Somos
o maior adversário a ser vencido, são nossas paixões, nossos vícios, nossas
tendências inferiores, nossos sentimentos negativos as maiores dificuldades que
entravam a nossa ascensão, e para definitivamente expurga-las de nossa
individualidade eterna, se faz necessário, primeiramente, detecta-las e
assumi-las como fatores castradores e inibidores de nossa transformação,
combatendo-as de frente, com disciplina, com vigilância, com determinação, com
seriedade e sinceridade nas intenções, buscando o apoio seguro e a orientação
de nossos amigos e benfeitores espirituais, no exemplo maior de Nosso Mestre Jesus,
que não por acaso deixou explícito que para vencermos, necessário se faz
segui-lo, sem esquecermos da força íntima ao carregar a nossa cruz, o baú de nossos
erros, até transforma-los em pontos de luz que só a experiência no estudo e no
trabalho efetivo podem nos proporcionar.
Se
todos temos do que nos arrepender, que então nos arrependamos, seguindo de
fronte erguida na busca de nossa reabilitação, com humildade, com esforço, com
equilíbrio, olhando ao alto para buscar a luz a nos guiar, e estendendo a mão a
todos aqueles que queiram nos acompanhar, já que, como prometido, nenhuma
ovelha ficara esquecida, pois somos vários, mas nos devemos amar como a um só.
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