quarta-feira, 13 de abril de 2016

Todos somos espíritos...



As semelhanças entre pais e filhos precisam ser analisadas levando-se em conta dois fatores, o físico e o espiritual.



A hereditariedade entre pais e filhos, ou seja, aquilo que os filhos herdam dos seus pais, se restringe unicamente aos fatores biológicos, sendo os fatores emocionais e as características de personalidade, condicionados a história cármica de cada um, de suas próprias conquistas, daquilo que agregou para si no decorrer de sua jornada evolutiva.



Conclui-se, então, que as semelhanças físicas são originárias da genética, dos genes que os pais passam aos filhos quando de sua concepção e formação, enquanto que as semelhanças de personalidade, de caráter, são originárias da afinidade de gostos, da simpatia, do amor, da sintonia de sentimentos que já os uniam antes mesmo de reencarnarem.



Assim, se explica as diferenças de tendências que muitas vezes acompanham pais e filhos, independente do ambiente onde vivem, de sua classe social, e mesmo de suas características de personalidade, onde vemos muitas vezes nascer em famílias onde impere a criminalidade e a agressividade, crianças de boa índole, carinhosas, gentis, doces, mesmo quando seus pais sejam dominados por paixões degradantes e maus instintos, da mesma forma que em lares onde impere a bondade, o sentimento cristão, a caridade, vemos nascer crianças de instintos vis, de tal inferioridade de intenções, que por mais que sejam educadas, tratadas com respeito, amor e carinho, por mais que tenham exemplos nobres e edificantes, acabam por desvirtuar o que receberam, escolhendo para si o caminho do mal e do erro.



Não há dúvida que seremos sempre os responsáveis por nossas escolhas e ações, independente do meio onde formos criados, mas também sabemos que o ambiente, a educação dos pais, as influências de familiares e amigos, serão sempre de fundamental importância para a formação do caráter da criança e do jovem, quando podem vir a ser prejudicados por excessos de todos os tipos por parte de quem deveria educa-los e auxilia-los em sua formação, tanto por parte daqueles que os abandonam aos seus próprios instintos, sem cuida-los e sem se preocuparem com sua educação, como por aqueles que exageram no amor, no cuidado, na proteção, impedindo que o jovem venha aprender a caminhar sozinho, a se defender, e a tomar suas próprias decisões quanto ao seu presente e o seu futuro.



Todos somos espíritos que já viveram inúmeras existências físicas e espirituais, já possuímos em nós uma personalidade viva e atuante, com características marcantes e soberanas, oriunda de nossas escolhas e atitudes, porém, ao retornarmos ao plano físico, recebemos por acréscimo da bondade divina, o véu temporário do esquecimento, que nos possibilita recomeçar da estaca zero uma nova experiência, deixando para trás erros aos quais poderiam nos prejudicar e nos limitar em nossas ações, trazendo intuitivamente os pendores de nossas conquistas, daquilo que já agregamos à nossa personalidade eterna, fazendo com que tenhamos novas chances de aprendizado, frente a pessoas e situações que no passado já possam ter nos induzido ao erro, ou a decisões equivocadas que nos fizeram desviar do caminho que nos levaria a ascensão como individualidade espiritual.



Por este motivo, a fase da infância e da adolescência é de fundamental importância para o êxito desta nova oportunidade no plano físico, quando nossa plena razão ainda se encontra em fase de adaptação ao novo plano, ao recomeço, nos deixando mais maleáveis, mais abertos a influências oriundas do ambiente e das pessoas à nossa volta, o que mostra o grau de responsabilidade dos pais, dos educadores, dos que tem como missão cuidar do crescimento daqueles que estão sob sua tutela, onde tudo que de positivo, de produtivo, que conseguirem incutir na personalidade deles, será de fundamental importância para que estejam mais fortes quando assumirem, em toda plenitude, a personalidade que trazem consigo desde outras existências, podendo assim mais facilmente virem à se subtrair da negatividade que ameace aflorar de seus íntimos, suplantando-a com o bem e com a positividade de intenções que receberam como estimulo e guia por parte daqueles que os criaram.



Da mesma forma, o desleixo, a irresponsabilidade, os desvios de conduta, motivados pela vaidade, pelo egoísmo, pelo orgulho, com que os responsáveis tenham criado seus tutelados, poderão fazer com que eles venham a suprimir as tendências positivas que traziam consigo, esquecendo dos nobres objetivos a que desejavam se entregar quando reencarnaram, vindo mais uma vez a falir, entregando-se ao erro, aos instintos e sentimentos inferiores que ainda mal dominados traziam dentro de si.



Fica claro desta forma a corresponsabilidade dos pais e dos responsáveis pela formação educacional das crianças e dos jovens, por tudo de positivo e de negativo que tenha tido origem quando do período de sua educação, o que não significa que estes estejam isentos de culpa por terem se deixado levar pelo erro e pelo mal, tendo à seu favor apenas fatores atenuantes para sua conduta, já que, pela capacidade de resistência que todos temos, e pelo poder de escolha a nós auferido, em qualquer circunstância, sob qualquer influência, poderemos sempre resistir aos chamados do mal e preferir, mesmo que no sofrimento, a direção que nos levará a futuras e permanentes conquistas evolutivas.




Sejamos assim bons pais, bons filhos, bons irmãos, bons amigos, bons professores, bons assistentes sociais, bons educadores, cientes que ser bom, necessariamente, precisa ser ou possuir, na essência, o sentimento cristão, levados em nossas ações pela paz, pela caridade, pela humildade, pelo discernimento, pela paciência, pela tolerância, pelo respeito, pela disciplina, pelo amor que ele representa, onde aprendemos a doar o nosso melhor sem nada esperar em troca, cientes que o resultado das nossas ações não nos pertence, mas sim ao Pai, nos preocupando em ser meros instrumentos do bem, dentro de nossas próprias limitações, conscientes que também nós precisamos de mentores amorosos a nos guiar, a nos orientar, a nos proteger, afinal, devido ao grau no qual se encontra o nosso mundo, somos todos ainda meros infantes frente as infinitas possibilidades de estudo e de trabalho que nos aguardam, o que nos motiva a ser, então, bons alunos, ensinando a quem podemos, e buscando aprender com aqueles que, no bem, estão sempre prontos a nos ensinar.    

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