Uma das melhores formas de aprender e aproveitar todas as
possibilidades que surjam para enriquecer nosso conhecimento, principalmente
quando estamos recebendo informações de forma prática, através de exemplos, de
situações, da expansão do ensino por parte de nossos mentores, professores,
orientadores, é bem simples, e altamente eficaz quando utilizada: saber ouvir!
O “saber ouvir” implica um esforço de nossa parte, de
autoeducação, de disciplina, ainda mais, pela necessidade de superar antigos
hábitos, oriundos da falta de humildade, quando, buscando mostrar ou provar que
não somos ignorantes, que somos intelectualizados, cultos, atualizados, geramos
nas comunicações, interferências, apartes, muitas das vezes, fugindo da lógica
que está sendo exposta, esplanada, fazendo com que, ao contrário do objetivo,
nos afastemos do tema proposto, dificultando ainda mais a compreensão e assimilação.
O correto, quando alguém direta ou indiretamente nos dirige a
palavra, em uma conversação formal ou informal, em uma palestra, uma aula, uma
exposição, é mantermos a mente aberta sobre o tema tratado, sem preconceitos,
sem ideias preconcebidas ou conclusões precipitadas, ouvindo atentamente, concordando
ou não, participando ou não da mesma opinião sobre o que nos está sendo passado,
primeiramente, por respeito, por educação, e depois, para permitir que nosso
interlocutor exponha tudo o que desejar de forma plena, pois, talvez, com o
decorrer da argumentação, venhamos a mudar nossa forma de ver o que está sendo
exposto ou que venhamos a entender melhor a sua posição, evitando, assim, agir
de forma prepotente ou arrogante, ainda mesmo que tenhamos argumentos
contrários poderosos ou que estejamos com a razão, já que a vida é um eterno
aprendizado, e sempre podemos tirar algo positivo e construtivo de qualquer
situação ou qualquer ensinamento, ou orientação que queiram nos transmitir.
Precisamos nos manter atentos e concentrados quando desejamos
apreender de fato o que nos querem informar, evitando ruídos desnecessários na
comunicação, pensamentos ou respostas precipitadas, não se preocupando em buscar
na nossa memória, enquanto falam conosco, exemplos e fatos similares que tenham
acontecido conosco, porque, acabamos por focar apenas em uma parte do que está
sendo passado, e terminamos por não mais prestar atenção na continuidade,
desperdiçando, por vezes, preciosas oportunidades de aprendizado.
Quem sabe ouvir, de fato, tem mais facilidade de comunicação,
de entendimento, de compreensão, e também, de se fazer compreender, porque tende
a tratar o assunto com mais equilíbrio, estando mais embasado, assimilando tudo
com maior facilidade, aumentando sua capacidade de análise e discernimento, aproveitando
o que é de positivo, e descartando o que nada irá contribuir para seu
melhoramento e evolução individual.
O “saber ouvir” é de fundamental importância para, além de enriquecermos
nosso conhecimento, aprendermos também a utilizar a palavra de forma correta,
produtiva, positiva, pois, ambos os fundamentos da comunicação, para serem
devidamente aproveitados em nossa transformação espiritual, devem se basear na
humildade, na sinceridade, no discernimento do bem e do mal, nos conceitos
cristãos, não desperdiçando ao falarmos, ao interagirmos com nossos irmãos do
caminho, nem o nosso tempo e nem o deles. Aquele que norteia sua existência no
orgulho, na vaidade, na prepotência, no egoísmo, se trai exatamente através de
suas palavras, de sua postura, na sua comunicação com as pessoas, e mesmo que,
por um período, consiga enganar, manipular, prejudicar, mais cedo ou mais tarde,
deixa entrever suas reais intenções, sua real personalidade, distante daquela
que angariaria, além de amizades sinceras, a possibilidade de crescer, de se
educar, de se tornar uma pessoa de bem.
A palavra é uma das principais ferramentas que o homem dispõe
para realizar seus objetivos quando encarnado. A palavra pode aliviar,
incentivar, auxiliar, ensinar, motivar, esclarecer, solucionar, explicar, comover,
confortar, entre tantas outras possibilidades de arrimo e engrandecimento
espiritual, como também, infelizmente, pode machucar, magoar, ferir, manipular,
derrotar, destruir, confundir, amedrontar, escandalizar, até mesmo matar, entre
tantos outros males que a inferioridade humana ainda não aprendeu a controlar e
expurgar de sua existência, tanto física como espiritual.
Temos na nossa história, antiga ou recente, inúmeros exemplos
entre artistas, políticos, religiosos, que pelo poder de sua palavra, pelo
poder que têm na formação de opiniões, levaram, e levam, seus seguidores, seus
discípulos, seus fãs, ao delírio, à guerras, ao fanatismo, a intransigência, a
loucura, vítimas e alvos fáceis de seres inescrupulosos ou indevidamente
esclarecidos, que por sua oratória, dominam e manipulam, interferindo de forma
indevida nas suas escolhas e decisões, prejudicando o avanço cármico daqueles
que iludidos são por suas argumentações.
Mesmo todos tendo o livre-arbítrio, a capacidade de decidir e
não aceitar, aquele que tem o dom da oratória, da manipulação das massas,
torna-se sempre corresponsável por tudo que gerar com seu discurso, com seus
conselhos, com o que sua índole priorizar de bom ou de ruim, vindo a assumir a
responsabilidade pelos fatos gerados por sua influência, tendo no futuro, que viver
as consequências, positivas ou negativas deles decorrentes, sempre de acordo
com a bondade e a justiça divina.
A palavra é um dom divino para aquele que dela pode vir a
realizar prodígios, por seu conteúdo, sua importância, levando o conhecimento,
a Verdade do Cristo, seus conceitos, seus exemplos, seus ensinamentos, tudo que
nos faz ficar mais próximos de quem amamos, de quem queremos auxiliar, de quem
nos pode ajudar.
Não pensemos nela, na palavra, como uma arma nas mãos
indevidas do crime, como os acusadores, os detratores, os caluniadores, os
mentirosos a utilizam, e sim, como os anjos o fazem, os nossos mentores
espirituais, nossos amigos, aqueles que a levam através da mediunidade cristã o
amor, a esperança, o companheirismo, a fé.
Pensemos na palavra como uma ferramenta de trabalho, que poderá
sempre nos trazer novos parâmetros, nossos ensinamentos, novas notícias, novos
consolos. A palavra é a expressão mais pura do pensamento, é a forma mais
eficaz de transmitirmos nosso sentimento, é a materialização do amor que trazemos
dentro de nós, e unida à ação, à atitude, nos possibilitará estarmos mais
próximos de quem amamos, de quem necessita de nosso arrimo, de quem pode nos
ajudar, de quem pode nos aconselhar, consolar e ensinar.
Bendito seja sempre aquele que traz nas suas palavras o amor
ensinado por Jesus, aquele que visa sempre o bem ao próximo e a compreensão de
que Deus estará sempre em nosso coração.
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