quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Teremos sempre liberdade...



O Amor, a Caridade, a Justiça, baseados nos ensinamentos e exemplos cristãos, deverão ser sempre os parâmetros pelos quais nos relacionemos com os nossos irmãos do caminho, garantindo assim que nossas ações e reações estejam revestidas da mais plena compreensão e aceitação das diferenças, não os julgando ou condenando em nenhuma hipótese, mesmo que às atitudes que venham a tomar, de alguma forma, nos prejudiquem, ou a alguém a quem amamos, ou mesmo a sociedade em geral.


Nesses parâmetros, se nos disciplinarmos a vivencia-los na essência, aprenderemos a ser pacientes, tolerantes, a termos respeito pelo próximo, tendo, porém, a prudência e a capacidade de discernimento para com o mal não compactuar, nos indignando, sim, com aquilo que o representa, mas nos mantendo equilibrados para reagir de forma construtiva e positiva, gerando paz e concórdia, ainda que em alguns casos sejam necessárias medidas mais incisivas para coibi-lo.


Todos nós temos, doado por Deus desde nossa criação, total liberdade de ação, o nosso livre arbítrio, que nos dá plena condição de traçarmos o nosso próprio destino, escrevendo a nossa própria história, sendo-nos facultado tanto percorrer o caminho do erro, onde o egoísmo e o orgulho prevalecem, além das demais paixões inferiores, como também o do correto, onde a humildade, o bem, o amor são guias seguros para nos fazer avançar mais prontamente aos nossos objetivos maiores de evolução.


Ninguém, desta forma, é obrigado a nada, sendo livre para determinar seu rumo, entretanto, atrelado implicitamente ao conceito de liberdade plena, temos o da responsabilidade total pelos nossos atos, tendo que assumir as consequências de tudo que realizarmos, colhendo tudo o que plantarmos, não por punição ou castigo, mas por sequência natural da vida, onde toda ação traz consigo a reação proporcional.


Se existe uma legislação específica que rege a nossa sociedade, de acordo com a cultura de cada povo e de cada região de nosso planeta, correto que aquele que a venha infrigir, já que tem plena liberdade para tal, venha a assumir para si a consequência prevista pelo seu ato, ao qual tinha ele plena ciência.


Assim, quanto menos ignorante somos, mais responsáveis somos por nossos atos, e maiores serão as consequência deles advindas, sendo proporcional o grau de dificuldade que deveremos enfrentar para corrigi-los e reequilibramos as forças da natureza que nós mesmos, com nossas inconsequências, influenciamos de forma negativa.


Se assim é a legislação plano físico, sendo este uma cópia pálida da verdadeira vida, a espiritual, nada diferente deve esperar aquele que infringe a legislação Divina, onde cada um deverá receber de acordo com as suas obras, nada podendo esperar de privilégios aquele que não se preocupou em ser útil e produtivo para si e para o todo, de acordo com as suas possibilidades realizadoras.


Teremos sempre liberdade, mas ela será cerceada e de acordo com aquilo que buscarmos para nós. Quem prefere o erro e as paixões inferiores, não pode esperar viver em um ambiente onde prevaleça o bem e a harmonia superior.


Se muitos são impedidos de agir livremente de acordo com seus desejos de forma ampla e irrestrita isso se dá ao fato que todos temos direitos absolutamente iguais, assim, se desejamos o bem, se desejamos estudar e trabalhar em prol de nossa evolução e de nosso mundo, se escolhemos o amor como bandeira, temos o direito de percorrer o nosso caminho longe daqueles que a isso não querem, sendo que estes deverão viver exatamente de acordo com o padrão vibratório que geraram para si, dentro dos limites que lhes são impostos, sendo a liberdade de cada um condicionada a fronteira onde começa a liberdade do seu irmão do caminho.


Natural, entretanto, que nos relacionemos com todos nossos irmãos do caminho, inferiores e superiores, pois cabe ao homem auxiliar na evolução do próprio homem, e se hoje, alguns de nós já se encontram em uma posição melhor, não devem nunca esquecer que seus espíritos são eternos, que já viveram outras vias, onde muitos erros devem ter sido cometidos, sendo, neste tempo, também auxiliados e socorridos pelo convívio direto com irmão do caminho mais avançados.


Aprendemos com nossos erros, com as consequências adversas de nossas escolhas, com a dor, com a enfermidade, lembrando sempre que quanto mais nos afastamos do ideal cristão, maiores serão as dificuldades a enfrentar para dele novamente nos aproximarmos.


Há prisões no mundo encarnado, assim como há prisões nos umbrais da espiritualidade, onde condicionada está a liberdade para aquele que sabe ou não dela fazer bom uso, onde seu livre arbítrio continua a existir, sendo restrito apenas, por consequência de suas escolhas, aos limites que sua própria inferioridade impôs.


Aqueles que, por esforço e trabalho, delas, das prisões, já conseguem se manter afastados, tem como dever, ou como tarefa voluntária e valorosa, tudo fazer para auxiliar aqueles que lá estão, não compactuando com seus erros, mas tudo fazendo para desperta-los para o verdadeiro caminho que os levarão a encontrar a paz e a felicidade, lembrando que a felicidade plena só é conquistada quando absolutamente todos a nossa volta também estão felizes.


Orar e vigiar para não decairmos, se hoje já estamos algo equilibrados no caminho do bem, não esqueçamos jamais os principais ensinamentos do Mestre, que é o de amar ao próximo como a nós mesmos, que é perdoar não sete, mas setenta vezes sete, assim como também, não julgar para não sermos julgados.


Com isso, um dia, aprenderemos a estender o nosso amor ao mais cruel dos criminosos, vendo-o como um irmão do caminho enfermo, que merece nossos cuidados e nossa compaixão.


Sabemos ser difícil olhar a um criminoso com caridade e comiseração, mas, lembremos que o Mestre padeceu na cruz ao lado de dois ladrões, e que por eles teve o mesmo amor com que tratava aos seus mais queridos seguidores.


Fiquemos em paz conosco mesmos, para que um dia nosso mundo também venha a encontra-la.

  

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