O Amor, a Caridade, a Justiça, baseados nos ensinamentos
e exemplos cristãos, deverão ser sempre os parâmetros pelos quais nos relacionemos
com os nossos irmãos do caminho, garantindo assim que nossas ações e reações
estejam revestidas da mais plena compreensão e aceitação das diferenças, não os
julgando ou condenando em nenhuma hipótese, mesmo que às atitudes que venham a
tomar, de alguma forma, nos prejudiquem, ou a alguém a quem amamos, ou mesmo a
sociedade em geral.
Nesses parâmetros, se nos disciplinarmos a vivencia-los
na essência, aprenderemos a ser pacientes, tolerantes, a termos respeito pelo
próximo, tendo, porém, a prudência e a capacidade de discernimento para com o
mal não compactuar, nos indignando, sim, com aquilo que o representa, mas nos
mantendo equilibrados para reagir de forma construtiva e positiva, gerando paz
e concórdia, ainda que em alguns casos sejam necessárias medidas mais incisivas
para coibi-lo.
Todos nós temos, doado por Deus desde nossa criação,
total liberdade de ação, o nosso livre arbítrio, que nos dá plena condição de
traçarmos o nosso próprio destino, escrevendo a nossa própria história,
sendo-nos facultado tanto percorrer o caminho do erro, onde o egoísmo e o
orgulho prevalecem, além das demais paixões inferiores, como também o do
correto, onde a humildade, o bem, o amor são guias seguros para nos fazer
avançar mais prontamente aos nossos objetivos maiores de evolução.
Ninguém, desta forma, é obrigado a nada, sendo livre
para determinar seu rumo, entretanto, atrelado implicitamente ao conceito de
liberdade plena, temos o da responsabilidade total pelos nossos atos, tendo que
assumir as consequências de tudo que realizarmos, colhendo tudo o que
plantarmos, não por punição ou castigo, mas por sequência natural da vida, onde
toda ação traz consigo a reação proporcional.
Se existe uma legislação específica que rege a nossa
sociedade, de acordo com a cultura de cada povo e de cada região de nosso
planeta, correto que aquele que a venha infrigir, já que tem plena liberdade
para tal, venha a assumir para si a consequência prevista pelo seu ato, ao qual
tinha ele plena ciência.
Assim, quanto menos ignorante somos, mais responsáveis
somos por nossos atos, e maiores serão as consequência deles advindas, sendo
proporcional o grau de dificuldade que deveremos enfrentar para corrigi-los e reequilibramos
as forças da natureza que nós mesmos, com nossas inconsequências, influenciamos
de forma negativa.
Se assim é a legislação plano físico, sendo este uma
cópia pálida da verdadeira vida, a espiritual, nada diferente deve esperar aquele
que infringe a legislação Divina, onde cada um deverá receber de acordo com as
suas obras, nada podendo esperar de privilégios aquele que não se preocupou em
ser útil e produtivo para si e para o todo, de acordo com as suas possibilidades
realizadoras.
Teremos sempre liberdade, mas ela será cerceada e de
acordo com aquilo que buscarmos para nós. Quem prefere o erro e as paixões
inferiores, não pode esperar viver em um ambiente onde prevaleça o bem e a
harmonia superior.
Se muitos são impedidos de agir livremente de acordo
com seus desejos de forma ampla e irrestrita isso se dá ao fato que todos temos
direitos absolutamente iguais, assim, se desejamos o bem, se desejamos estudar
e trabalhar em prol de nossa evolução e de nosso mundo, se escolhemos o amor
como bandeira, temos o direito de percorrer o nosso caminho longe daqueles que a
isso não querem, sendo que estes deverão viver exatamente de acordo com o padrão
vibratório que geraram para si, dentro dos limites que lhes são impostos, sendo
a liberdade de cada um condicionada a fronteira onde começa a liberdade do seu
irmão do caminho.
Natural, entretanto, que nos relacionemos com todos
nossos irmãos do caminho, inferiores e superiores, pois cabe ao homem auxiliar
na evolução do próprio homem, e se hoje, alguns de nós já se encontram em uma
posição melhor, não devem nunca esquecer que seus espíritos são eternos, que já
viveram outras vias, onde muitos erros devem ter sido cometidos, sendo, neste tempo,
também auxiliados e socorridos pelo convívio direto com irmão do caminho mais
avançados.
Aprendemos com nossos erros, com as consequências
adversas de nossas escolhas, com a dor, com a enfermidade, lembrando sempre que
quanto mais nos afastamos do ideal cristão, maiores serão as dificuldades a
enfrentar para dele novamente nos aproximarmos.
Há prisões no mundo encarnado, assim como há prisões
nos umbrais da espiritualidade, onde condicionada está a liberdade para aquele
que sabe ou não dela fazer bom uso, onde seu livre arbítrio continua a existir,
sendo restrito apenas, por consequência de suas escolhas, aos limites que sua
própria inferioridade impôs.
Aqueles que, por esforço e trabalho, delas, das prisões,
já conseguem se manter afastados, tem como dever, ou como tarefa voluntária e
valorosa, tudo fazer para auxiliar aqueles que lá estão, não compactuando com
seus erros, mas tudo fazendo para desperta-los para o verdadeiro caminho que os
levarão a encontrar a paz e a felicidade, lembrando que a felicidade plena só é
conquistada quando absolutamente todos a nossa volta também estão felizes.
Orar e vigiar para não decairmos, se hoje já estamos
algo equilibrados no caminho do bem, não esqueçamos jamais os principais
ensinamentos do Mestre, que é o de amar ao próximo como a nós mesmos, que é perdoar
não sete, mas setenta vezes sete, assim como também, não julgar para não sermos
julgados.
Com isso, um dia, aprenderemos a estender o nosso
amor ao mais cruel dos criminosos, vendo-o como um irmão do caminho enfermo, que
merece nossos cuidados e nossa compaixão.
Sabemos ser difícil olhar a um criminoso com
caridade e comiseração, mas, lembremos que o Mestre padeceu na cruz ao lado de
dois ladrões, e que por eles teve o mesmo amor com que tratava aos seus mais queridos
seguidores.
Fiquemos em paz conosco mesmos, para que um dia
nosso mundo também venha a encontra-la.
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