Quando
finalmente, após milenares vidas, chafurdados em vícios e erros, dependentes de
nossas paixões inferiores, nós conseguimos começar a respirar novos ares, buscando
através do esforço próprio um novo rumo, uma nova direção, abrindo nosso
coração e nossa mente para os divinos e puros, ensinamentos e exemplos, que o
Mestre Jesus nos legou, sentimo-nos, quando realmente sinceros nesta aspiração,
nesta mudança que iniciamos a assumir em nossa jornada, felizes, estimulados, esperançosos,
começando a prestar mais atenção à nossa volta, aos nossos irmãos do caminho,
vendo-os com outros olhos, sob outro prisma, não mais enxergando adversários a
serem vencidos, inimigos a serem combatidos; não os julgando mais pelos olhos
da indiferença, do desprezo, do orgulho, e da vaidade.
Despertam
dentro de nós novos sentimentos, novas perspectivas se descortinam a nossa
frente, fazendo-nos aspirar ainda mais este mergulho nas verdades do bem, que
sempre estiveram à nossa volta, e que até então estavam desconhecidas, devido
ao nosso desinteresse pelo que de positivo elas trazem para o nosso crescimento
e fortalecimento como individualidade.
Começamos
a prestar mais atenção a pequenas coisas: uma criança, um idoso, um enfermo, um
morador de rua. Começamos de forma mais incisiva a nos preocupar com as
necessidades do próximo, suas limitações, com o que podemos fazer para ajuda-lo
a ter uma vida mais saudável, mais alegre, mais livre de preocupações, ajudando-o
com pequenas atitudes: uma palavra, um gesto amigo, uma orientação, um
brinquedo, uma muda de roupa, uma cesta com alimentos, um livro, o apoio na locomoção.
São
simples ações que não exigem fortunas ou posições superiores para ser levadas a
efeito quando dispostos estivermos em contribuir para uma sociedade mais justa
e produtiva.
Desta
forma, aos poucos, quando engajados de fato no processo de nossa renovação, de
nossa transformação espiritual, passamos a modificar também nossos hábitos, nossas
atitudes, valorizando mais as coisas simples, pois estas passam a despertar em
nós sentimentos mais adequados, mais límpidos e puros, a esta nova fase que se
inicia em nossa existência física, quando buscamos nas forças do bem os
subsídios para superarmos nossas ainda latentes imperfeições, aquelas que
alimentamos por um longo período, nas pretéritas existências de erros e crimes.
Neste
período, nossos gostos e preferências passam a acompanhar este processo
transformativo, quando, por exemplo, não mais assistiremos a um filme que
alimente violência, paixões degradantes, vícios, buscando aquele que traga uma
mensagem positiva, que agregue e fortaleça os valores morais que a nossa
sociedade moderna, temporariamente, relegou ao segundo plano, como a ética, a
justiça, a honestidade, o desprendimento em prol de um ideal coletivo, e não apenas
conquistas individuais e efêmeras.
Assim,
passamos a ter um gosto mais refinado em tudo que compõe nossa luta diária e
que nos traga, de alguma forma, informação e conhecimento, nos policiando mais
na escolha dos livros que iremos ler, como também nas músicas que iremos ouvir,
no teatro, nos programas televisivos, direcionando nossas escolhas de acordo
com os conceitos do bem, do sentimento cristão, passando a ser nossos próprios
censores quanto a qualidade do que assistimos, assim como também aqueles que vivam
sob nossa dependência e arrimo, como aos nossos filhos, vindo com isso não só a
enriquecer a nossa cultura, como também, não compactuar com os níveis de audiência
de programas que só trazem o negativismo, a desagregação dos laços da amizade,
do amor, da família, demonstrando aos responsáveis por sua produção que o
caminho que escolheram para a conquista de seus objetivos precisa ser revisto e
modificado, e isso só conseguiremos com a efetiva queda do nosso interesse para
com o que nos está sendo oferecido.
Conquistar
a nossa efetiva transformação espiritual para o bem, dentro dos parâmetros
cristãos, é renascer, é recomeçar, é conquistar a verdadeira fé, aquela que se
guia pela razão e não por dogmas impostos, é o crer por saber, por entender.
Rever
conceitos, prioridades, necessidades, compreender o que, de fato, tem
importância para nossa vida, valorizar os ganhos espirituais, o conhecimento, o
estudo, o trabalho digno e honesto, visando conquistar os bens materiais para
fazê-los frutificar, contribuindo com o todo, com nossos irmãos do caminho,
para que não mais a dor, a fome, o frio, as doenças facilmente curáveis e
tratáveis venham a ser motivo de sofrimento, de perdas irreparáveis, de separação
de entes queridos.
Nossa
transformação para ser real deve passar pela paz, pelo amor, pelo perdão, pela
tolerância, pelo respeito, pela fraternidade, pelo não preconceito, deve nascer
de nosso íntimo, despertando os mais belos sentimentos que trazemos guardados
dentro de nós desde nossa criação e que só esperam que consigamos acessa-los
para expor o nosso melhor, aquilo que podemos produzir, que podemos agregar ao
nosso mundo, passando a fazer parte efetiva da tão necessária renovação para o
bem que a nossa sociedade terrestre tanto aspira.
Que
assim seja!
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