quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Aproximando a razão da fé!


 

Praticamente todos os cultos e religiões da Terra, desde as mais remotas até as mais atuais, baseiam-se na reta conduta, no realizar o bem, evitar o mal, com castigos e punições para aqueles que desviam dos seus preceitos e normas de conduta e recompensas para os que agem de forma correta e de acordo com o ideal religioso que defendem e acreditam.

Jesus Cristo veio até nós para traduzir todo esse bem, dinamizando-o através de seus ensinamentos e exemplos, revertendo antigas concepções, trazendo toda a pureza e a grandeza do poder inquestionável do amor absoluto e amplo, ensinando a perdoar aos inimigos e com eles nos reconciliarmos enquanto no caminho terrestre, aprendendo a reconhecer os próprios erros, buscando na caridade, no respeito, na humildade, encontrar o verdadeiro caminho que leva a remissão de todas as faltas e a novas oportunidades de encontrar a porta que franqueará a evolução espiritual. Não mais o olho por olho e dente por dente e sim o amor incondicional, a tolerância, a paz, a igualdade, a fraternidade, a humildade.

Ainda hoje o Mestre não é unanimidade, vários povos e religiões não admitem sua superioridade, sua representatividade divina perante a humanidade, preferindo se prender a leis e a dogmas antigos, não acompanhando a evolução gradativa para o bem, a lógica das necessidades da inteligência, fazendo com que as descobertas científicas minem aos poucos seus conceitos, afastando seus discípulos e seguidores, fazendo com que o número de fiéis diminua e os que permanecem, infelizmente, passam a agir de forma reservada ou fanatizada, perdendo a oportunidade de melhorar, de progredir, preferindo um combate inconsequente e irreal, em vez de buscar aliar a moral, a religiosidade, a espiritualidade, à ciência.

Isso, infelizmente, acontece também como diversas frentes religiosas que tem o Cristo como parâmetro para seus conceitos, quando preferem monopolizar seus ensinamentos, traduzindo-os e incorporando-os de acordo com seus interesses imediatos e geralmente mesquinhos, apequenando o sentido real da missão do Mestre, deixando de levar aos seus seguidores toda a amplitude conceitual do amor a Deus a ao próximo como a si mesmo, de não fazer a ninguém o que não querem que façam para eles e fazer para os outros, tudo aquilo que gostariam que os outros lhes fizessem.

Difícil hoje em dia para aqueles que se dizem cristãos seguirem seus ensinamentos, principalmente, os que vão de encontro com seus interesses individuais ou contra princípios que alimentam baseados no orgulho, na vaidade, no preconceito social ou racial, tão vivo ainda entre as populações do mundo moderno.

Difícil alguém não sorrir incrédulo ou destilar criticas e comentários desairosos quando solicitado que ofereça a outra em face à quem lhe feriu, que perdoe não sete, mas, setenta vezes sete, que não julgue para não ser julgado, que não atire a primeira pedra caso também tiver algum erro de que se envergonhe.

Muitos se intitulam juízes, censores, acusadores, ao mesmo tempo que buscam numerosas justificativas para isentarem seus erros e suas quedas, sempre olhando a palha no olho do irmão do caminho e não enxergando uma trave nos seus, sempre valorizando os títulos, as riquezas, as posições sociais, o poder, em detrimento a bondade simples do samaritano, a pobre viúva que contribuiu com o que tinha, a simplicidade, a humildade, a pobreza honesta, a sinceridade, a ética, o respeito, a moral, menosprezando aos que se apresentam ante sua pretensa superioridade com os pés descalços e com a sua roupa surrada, rindo dos que mal sabem ler e escrever, dos que mal sabem falar duas palavras seguidas de forma correta, ou que nada conheça de seus modernos aparelhos tecnológicos.

Preferem a força à bondade, a riqueza à honestidade, a esperteza à sinceridade, quando o bom passa a ser visto como um fraco e aquele que tem fé e acredita em Deus como um pobre coitado, preso a velhas superstições.

Infelizes, ingratos, inconsequentes, vaidosos e orgulhosos demais para admitir a justiça e a bondade divina, os ensinamentos, os exemplos, a renúncia e o sacrifício do Mestre Jesus, e todo seu esforço para que compreendessem o único caminho, a única verdade, que poderá os levar a real existência e a jornada evolutiva para qual, todos estão destinados, que tem o bem como premissa e o amor como unicidade de sentimento.

A bondade do Cristo, sua superioridade inconteste frente a todos os demais seres que povoaram e povoam atualmente nosso planeta, encarnados ou desencarnados, vem se afirmar com o advento prometido do Consolador, através do Espiritismo, da Doutrina trazida a todos pelo esforço e dedicação de valorosos trabalhadores que em Seu Nome, vieram ao plano físico para implanta-la e explana-la, entre eles, Allan Kardec, seu Codificador, que com sua disciplina, sua coragem, seu discernimento, sua humildade, sua imparcialidade, sua inteligência, sua lógica irrefutável, conseguiu reunir e organizar todos os preceitos que vieram completar e explicar o que o Mestre Jesus, quando de sua passagem pela Terra, não pode claramente expressar, devido a ignorância dos homens do seu tempo.

Agora sabemos e compreendemos que a morte não existe; que os castigos e as punições variam de acordo com nossa culpa e são impostos por nossa própria consciência, que somos nós que determinaremos o tempo e a intensidade com que os sofreremos; sabemos, também, que tanto o sofrimento quanto o mal, não são eternos, irremediáveis, que durarão exatamente o tempo que levar para compreendermos que somos artífices do nosso destino e que está em nossas mãos a oportunidade de remissão, de corrigenda, de transformação, da correção de nossos erros, do resgate de nossas dívidas, aprendendo a auxiliar aos que prejudicamos, perdoando aos que nos prejudicaram, aprendendo e trabalhando para que através do amor, consigamos cobrir uma multidão de pecados e com isso crescermos, evoluirmos, caminhando para frente, sem mais a desilusão das penas eternas, do sofrimento infinito, sem demônios, sem infernos, mas com a companhia daqueles que com quem nos juntamos por afinidade, por cumplicidade, por necessidade, até encontrarmos de forma definitiva o caminho que nos levara ao bem, ao recomeço, na certeza que nunca a porta estará fechada, bloqueada para aquele que, com vontade, com esforço, com coragem, com determinação, reconheça sua inferioridade e busque, sinceramente, sua superioridade, almejando o máximo, já que é o máximo que Deus, nosso Pai, possibilita a cada uma de suas criaturas.

Somos e seremos sempre os heróis e os vilões de nossa existência, nós que determinaremos se vamos sofrer, se vamos conquistar, se vamos destruir, se vamos realizar, se vamos amar ou odiar, se seremos amados ou odiados, se teremos amigos ou inimigos, vivendo de acordo com o que criarmos para nós mesmos, colhendo exatamente sempre o que plantarmos, de acordo com nossas escolhas, com nossas decisões.  

domingo, 19 de novembro de 2023

Em frente!




O brilhantismo na defesa dos conceitos no qual se acredita, ainda mais os plenamente justificáveis quando os que assim o fazem são cristãos, são espíritas, o esforço destes no estudo sistemático da Doutrina que os guia, a compreensão, decorrente desta postura, das dificuldades da vida encarnada, e as diferenças existentes de personalidades, originárias da lei da causa e efeito, da reencarnação, que faz com que convivam com seres das mais variadas fases evolutivas, os tornam altamente capacitados para combater a inferioridade humana, os sentimentos negativos, os vícios, as paixões degradantes, contribuindo para que o bem venha a prevalecer, tendo a oportunidade de influenciar a todos aqueles com quem tem a oportunidade de conviver, em uma troca de conhecimentos, de desejos e prioridades, onde cada um tem a chance de algo aprender e algo ensinar, em um compartilhamento constante de experiências, quando estas trazem em si a potencialidade de transformação espiritual para o bem.

Entretanto, ainda que ao deter o conhecimento, mais aptos nos tornamos para não mais recalcitrar, para não reincidir em reconhecidas posturas indevidas, o véu do esquecimento que nos acompanha quando encarnados, poderá fazer com que venhamos a alimentar outros tipos de sentimentos que nos distanciem do caminho da evolução espiritual, quando poderemos nos deixar levar pela vaidade, pelo orgulho, pela cobiça, pelo medo, pela dúvida, desperdiçando assim um tempo e uma energia que tendem a limitar nossa capacidade realizadora, vindo a mais uma vez falir em nossos objetivos maiores quando encarnados.

Para sermos, de fato, espiritas cristãos, a disciplina quanto a forma pela qual agimos e reagimos em nossas questões diárias, será fator preponderante para a vitória almejada, pois não é apenas nas etapas capitais da nossa existência que precisamos externar nossos sentimentos no bem e em prol do próximo e da sociedade onde vivemos, mas sim em cada escolha, em cada ato, em cada palavra, em cada pensamento que fazemos nascer em nós.

Como a uma cartilha, ou a um manual de procedimentos, nos atemos muitas vezes mais ao que esperam que venhamos a fazer pelo título que detemos, do que, em verdade, nossa mente e nosso coração desejam que seja feito, agindo, sim, talvez, de boa fé, mas sem focar de forma incisiva aos resultados e aos objetivos que deveriam nortear nossas existências, vindo a cair, mesmo que de forma disfarçada, no mundanismo que atualmente comanda as ações no plano físico.

Somos espíritas, mais aguardamos agradecimentos ou reconhecimento pelo que de alguma forma externamos ou fazemos, somos cristãos, mas em um difuso senso de justiça, julgamos e condenamos os nossos irmãos do caminho, ainda mais àqueles que de alguma forma nos prejudiquem com suas ações, sem nos ater aos conceitos básicos que o Mestre nos trouxe relativo ao perdão e a não valorização da falha alheia em detrimento e esquecimento das nossas.

Estamos sempre prontos para ajudar desde que o tempo utilizado para nossa vida diária não venha a ser corrompido, ou seja, desde que não tenhamos nada mais “importante” a fazer, seja a título de trabalho, de estudo, de lazer, colocando sempre em primeiro lugar aquilo que de alguma forma nos beneficiará no que diz respeito a vida encarnada, ao conforto material, e tudo mais que a sociedade moderna hoje supervaloriza.

A cada um será dado segundo suas obras, preconizou o Mestre Jesus, entretanto, quem valoriza, quem determina o que, de fato, venha algo acrescentar a nossa evolução individual e espiritual, não é o nosso desejo, ou o que determinamos como prioridade, mas sim, a própria Força Maior que a tudo comanda, apenas a Ele pertence o real valor de cada minuto de nossa existência, o quanto realizamos com desprendimento, com caridade, com renúncia, com humildade, com amor, sem nos deixar arrastar por nenhum outro sentimento que nos leve ao materialismo e a sensualidade das paixões que ainda fazem parte da inferioridade humana.

Por vezes, mais vale uma simples palavra de afeto, do que uma grande soma de dinheiro ou uma significativa ajuda material, vale mais um minuto de amor e dedicação, do que horas de atividades que nada mais visam do que a satisfação do ego, da vaidade, do orgulho, ou qualquer outra intenção que não se coaduna com o mais puro sentimento cristão.

Reflitamos quem somos, o que fazemos, o que nos motiva, o que priorizamos, o que sentimos, e o que poderemos fazer para a cada dia mais nos aproximarmos do ideal divino da perfeição a qual o ser humano, espírito eterno, pode almejar chegar.


Em frente...      

quinta-feira, 18 de maio de 2023

As leis individuais, as leis humanas e a Lei Divina!

    


 


    Todos somos espíritos eternos, e um dos principais benefícios que a Codificação Espírita nos trouxe, foi a comprovação da vida após a morte, como é essa continuidade, assim como a lei da reencarnação atualizada, já que dela se fala desde os mais remotos tempos, simplificando-a e explicando-a, caminho pelo qual todos já percorremos há inúmeros séculos, cada um de acordo com suas escolhas, com suas necessidades e prioridades.

    Assim, por toda essa bagagem que carregamos decorrente do aprendizado, do trabalho, das experiências vividas, a nossa personalidade já possui uma base, uma forma, as características principais que a acompanham, e ao renascermos, mesmo encobertos pelo véu temporário do esquecimento, ainda que infantes, que ingênuos, ignorantes ainda das coisas da vida em nossos primeiros anos encarnados, o nosso ser eterno estará ali, adormecido quanto a fatos passados, mas, plenamente atuante em termos de gostos e tendências, para  bem ou para o mal, de acordo com aquilo que até então valorizamos no caminho percorrido, já que a lei é para todos, ou seja, somos quem somos, somos o que construímos ao longo do tempo, e o que disso carregamos em nosso íntimo.

    Tendo essa personalidade como base de que seremos na atual existência física, a ela serão agregados os valores que formos recebendo, os fatores externos, como a educação no lar, quando o possuirmos, já que há irmãos do caminho que são criados em instituições, como a instrução escolar, como os ambientes à nossa volta, as pessoas com quem conviveremos, os amigos, as situações sociais, entre inúmeros outros agentes influenciadores na nova personalidade que estaremos construindo, ou seja, quem fomos e somos decorrente de outras vidas, mas o que atualizarmos nesta nova existência.

    Ninguém é igual a ninguém, isso é fato, da mesma forma que cada um atravessa um estágio evolutivo diferenciado, um momento único, assim, decorrente de tudo isso, e das situações e experiências que a cada minuto vamos vivenciando, formamos o nível de discernimento que rege quem somos, ou seja, criamos um código de conduta individual, e desta forma, algo independente do grau de aceitação e obediência que pudermos ter das leis humanas, onde cada um de nós acaba, mesmo que inconscientemente, criando as próprias leis, aquilo que acha bom ou ruim, certo ou errado, e isso em nosso íntimo, sendo este código aquele que seguimos em nossas escolhas e julgamentos, mesmo que não externemos, mesmo que nos utilizemos das normais máscaras sociais no nosso dia a dia, na relação com os diversos grupos que fazem parte de nossa existência.

    Precisamos fazer apenas uma breve observação, mas importante para a continuidade de nosso estudo de hoje, que vem a ser o fato que vivemos todos em um mundo onde o inferior ainda predomina, em um mundo de provas e expiações, e aqueles de nós que aqui não estão em esclarecedoras e divinas missões, precisamos admitir que ainda são constantes as batalhas contra a negatividade de sentimentos, aqueles que ainda prevalecem em nosso íntimo, mesmo que relutemos em admitir.

    Dito isso, fica claro que, por mais que nos consideremos bons e justos, por mais que julguemos saber o que vem a ser o certo e o errado, por mais que venhamos nos escorar em desculpas e justificativas, fato é que as nossas leis individuais, o código de conduta que criamos para nós, lembrando que ele é composto do que carregamos de outras vidas e do que agregamos até agora desta, mesmo que em nenhum item, o que já é bem difícil, venhamos a ferir nenhum item da legislação humana, precisamos admitir, que em muito é antagônico e contraditório em relação as leis divinas, as leis cristãs.

    Caridade, humildade, perdão incondicional, reconhecimento dos próprios erros, bondade, disciplina, respeito, aceitação das diferenças, entre tantos outros exemplos e ensinamentos que o Cristo nos trouxe, são requisitos mínimos para que venhamos alinhar as nossas leis individuais, com as leis humanas, e principalmente, as leis divinas.

    Assim, precisamos nos esforçar para estudarmos e conhecermos as leis maiores, a avaliar quem somos e em quem precisamos nos tornar, e até lá, neste período, que aprendamos a ter um pouco mais de humildade, de empatia, para entender e reconhecer, que por mais que saibamos, nada sabemos, que não somos os donos da razão, que nossas experiências não sã a base para a verdade, para o que é certo ou errado, que não temos todas as respostas para a felicidade, e todos os remédios contra a infelicidade, entender que não podemos impor ideias ou condutas, da mesma forma que não podemos admitir que nos imponham ou vir a aceitar sem questionar e discernir.

    Precisamos viver não como sempre vivemos, não de acordo com o que nossos pais achavam ser o certo e o errado, não como as coisas eram no nosso tempo, porque o nosso tempo é hoje, precisamos viver de acordo com o Cristo, algo que muitos já acham que o fazem, mas não o fazem, porque o que nos define além de nossas palavras e de nossas atitudes, são os nossos sentimentos, e basta ler a passagem evangélica quando os apóstolos discutiam para ver quem era o primeiro no Reino de Deus, para compreender, ao ver o Cristo lavar aos seus pés, o valor da humildade, e o que, de fato, o Mestre espera de cada um de nós, e o quanto ainda disso estamos distantes.

    E assim vamos indo, ainda que só na intenção, no caminho do bem!

    Fiquemos em paz!

domingo, 11 de dezembro de 2022

Estamos preparados para morrer?

 

 


Estamos preparados para morrer? 

Por mais que as circunstâncias que estamos vivendo no plano físico estejam apontando e nos direcionando para o desencarne, seja pela idade avançada, por doenças terminais, por riscos que estejamos assumindo, nenhum de nós está, de fato, preparado para enfrentar equilibradamente e sobriamente a morte.

Daqueles que seguem a Doutrina Espírita, que a estudam, que a debatem, que trabalham e desenvolvem a mediunidade, que participam de atividades de intercâmbio espiritual, de assistência ao próximo, orientando ou sendo orientados sobre a continuidade da vida após a morte, da pluralidade de existências, de mundos, da lei da causa e efeito, por mais que recebam mensagens daqueles que já os antecederam ao túmulo, seja parentes próximos ou desconhecidos, por mais que já tenham uma ideia do que encontrão no plano espiritual, as possibilidades de estudo, de trabalho, as necessidades de resgate e expiação, difícil que venham a afirmar, categoricamente e de forma plenamente segura e honesta, que já estejam preparados para desencarnar e que não temem a morte física.

Mesmo com este receio, com esta preocupação, o espírita não pode se deixar levar pela dúvida ou pelo medo, sua fé, alicerçada na razão, deve prevalecer e o encorajar para enfrentar esta situação logo que ela se torne inevitável, mantendo-se em constante vigilância, em constante preparo, o que fará que esteja mais habilitado e capacitado para superar este momento e a consequente readaptação no plano espiritual.

Importante sempre ressaltar que para estarmos plenamente equilibrados e cônscios do momento que estaremos enfrentando, não bastará apenas conhecer os parâmetros, as circunstâncias, faz-se necessário, acima de tudo, termos vivenciado e solidificado nossas atitudes, palavras e pensamentos, ainda quando encarnados, de acordo com o verdadeiro sentimento cristão, os conceitos e preceitos espíritas, baseados no bem, no amor ao próximo e a Deus.

A readaptação ao plano espiritual para aquele que desencarnar, mesmo que seja ateu, ou totalmente avesso a ideia da continuidade da vida após a morte, será sempre menos traumática, se viveu no bem, se viveu com a caridade pura no coração, se domou e dominou seus instintos inferiores, do que para aquele que, mesmo se intitulando espírita, cristão, apesar de todo conhecimento e estudo, viveu de forma egoísta, arbitrária, que não colocou na prática, nas lides diárias, os preceitos que defendeu e que ensinou, fazendo-nos lembrar, sempre, da parábola do bom samaritano ou a do óbolo da viúva, onde Jesus deixa bem claro que o maior será sempre aquele que se fizer menor, que títulos ou nomeações de nada valerão se não tivermos amor no coração, se não formos caridosos com o próximo, se não perdoarmos as ofensas, se não nos reconciliarmos com nossos inimigos.

Sem dúvida, entretanto, aquele que teve a oportunidade de conhecer e vivenciar a Doutrina Espírita quando encarnado, e que a vivenciou em toda sua pureza, aliando a teoria à prática, terá condições maiores de compreender sua situação após o desencarne, e, assim, mais prontamente recuperar seu equilíbrio e o domínio sobre seu livre-arbítrio, sobre a situação que se encontra, podendo almejar novas condições, voltadas para novas oportunidades de estudo e de trabalho, não perdendo o tempo que aquele que não consegue entender a situação leva para aprender, para compreender e aceitar sua nova condição.

Maior, portanto, se torna a responsabilidade do espírita em levar a seu irmão do caminho os conceitos e os preceitos da Doutrina, não esperando simplesmente que a oportunidade de instruir venha até ele, mas, que tome a iniciativa e vá ao seu encontro, que não desperdice as oportunidades de dividir o conhecimento adquirido com o próximo, não se esquivando de contribuir, levando os conceitos cristãos, doutrinários para os que se encontram predispostos a ouvi-lo, para aqueles que têm a mente aberta e a vontade de melhorar, de evoluir, ciente que cada um de nos deve fazer a sua parte e que Deus saberá sempre reconhecer o esforço do sincero trabalhador de sua seara.

Nosso dever é fazer o bem e seguir adiante, e será sempre egoísta aquele que detém o conhecimento e não o dividir, não importando em qual justificativa se escore para manter esta postura, porque a cada um, conforme sentenciou Jesus, será dado segundo suas obras, e também, deveremos considerar que cada um deixará de receber por aquilo que poderia ter feito e não fez.

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Educando nossas crianças!



 

“Educando nossas crianças!”

Vamos falar um pouco da importância que temos, de acordo com o Espiritismo, de educar bem as nossas crianças, começando por destacar um pequeno trecho do Livro Lázaro Redivivo, do autor espiritual Irmão X, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier:

“O amor, para educar, não prescinde da energia, e a ternura, por mais valiosa, não pode dispensar o esclarecimento.”

Antes de comentarmos sobre as necessidades e prioridades quanto a educação de nossas crianças, precisamos lembrar da lei da reencarnação, lembrando que todos nós já tivemos diversas existências passadas, e desta forma, as almas delas já passaram por diversas experiências, cada uma carregando sua própria bagagem, sua personalidade, e claro, suas tendências.

Mas, independente destas tendências, o período infantil, e este é um dos principais motivos segundo a Doutrina que ele se faz necessário, decorrente do véu do esquecimento que nos acompanha quando reencarnamos, é a fase onde o espírito se encontra mais maleável para sofrer influências, pois depende da proteção e da orientação dos pais, podendo receber significativas motivações íntimas para crescer no bem, valorizando a moral, a ética, o respeito, vindo a superar e dominar, quando for o caso, sentimentos negativos que carrega consigo em sua personalidade eterna, tendo a chance de renovar sua postura, onde o ambiente, os exemplos e a educação recebida serão de fundamental ajuda, ainda que saibamos que muitos, mesmo com as melhores condições, ao irem crescendo, prefiram se entregar a vícios, paixões, e atitudes negativas e inferiores.

Os pais devem sempre buscar fazer a sua parte, pois sua atuação é fundamental para que a criança cresça com todas as possibilidades de evoluir no bem, sendo ele a base na qual ela se sentirá segura quando chegar a hora de enfrentar o mundo e buscar por si todo o aprendizado que ele traz.

 Para isso, se faz necessário que os pais assumam posturas que venham de encontro ao trecho que destacamos no começo do nosso estudo, onde o amor e a ternura são essenciais para o êxito desta sublime missão, porém, sem abrir mão da disciplina e do esclarecimento constante na formação do discernimento infantil do que vem a ser o certo e o errado, do que vem a ser a postura correta e a indevida.

Os pais precisam ser enérgicos quando necessário, não sendo permissivos, porém, nunca recorrendo a castigos, principalmente os físicos, nada negando ou permitindo sem a devida explicação, para a criança entender o porquê das coisas e das situações, os pais precisam entender e respeitar a inteligência de seus filhos, não menosprezando a capacidade que eles têm de compreensão, se preocupando em dizer tanto o sim como o não na hora certa, de forma justificada, e não por razões fúteis, com o para não serem perturbados, por estarem cansados, para não perderem tempo ou para não parar algo que estejam fazendo de pouca importância.

A criança precisa de regras, de limites, de saber esperar, precisa ter a noção de seus direitos e de seus deveres, porém, que tudo seja levado a ela de forma pacificada, com amor, com ternura, não devendo os pais barganharem com seus filhos, impondo condições, ou prometendo recompensas, principalmente se for para que eles venham cumprir seus deveres.

Como pais também não devemos estar sempre exigindo que elas nos sejam gratas, que reconheçam nossos esforços, não devemos nos vitimizar, colocando-as como a causa de nosso cansaço, de nossas preocupações e problemas, não supervalorizando ou depreciando situações.

A criança precisa viver em um ambiente saudável, ela precisa brincar, ser feliz, precisa da companhia dos pais, quando possível de seus avós, de sua família, de seus amigos, quando necessário ou já em idade escolar, de seus professores, lembrando sempre que a tarefa de educar é principalmente dos pais e de levar conhecimento dos professores, deixando claro que tanto um como o outro, podem e devem de alguma forma também auxiliar, complementar a parte do outro, tanto os professores na educação, como os pais no aprendizado.

Quanto mais cedo os pais conseguirem fazer nascer na criança o sentimento da empatia, mas cedo seus filhos irão respeitar aos seus amiguinhos, aos seus professores, e a todos, pois, terá o conhecimento que todos tem os mesmos direitos que ela, assim como os deveres, que ela não é superior e nem inferior a ninguém, que deve tratar a todos com bondade e carinho, até mesmos os profissionais que poderão fazer parte de sua vida, com a empregada de sua casa, o porteiro de seu prédio, os funcionários de sua escola.

Todos nós, como pais, também nos beneficiaremos da empatia, buscando sempre recordar de quando éramos criança, os nossos anseios, aquilo que nos despertava a atenção, o que nos gerava receios, nos trazia alegria, para que venhamos a enxergar melhor nossos filhos, não com isso querendo que eles passem por tudo da forma que passamos, mas sim, para que venhamos a compreendê-los melhor, auxiliando-os em suas escolhas e suas posturas.

  Precisamos estar atentos para acompanharmos o crescimento de nossas crianças no tempo certo e real, as auxiliando em não queimar etapas, ainda mais no ritmo acelerado que tem se tornado a existência humana, e também não os infantilizando, não os tratando como se ainda não tivessem crescido, como se não fossem capazes de novas realizações, buscando sempre o equilíbrio, sem temer que venhamos a perdê-los se crescerem, principalmente, porque eles sempre crescem.

Para finalizar, sabemos que eles deverão ter sempre o direito e o dever de escrever seus próprios destinos, de fazerem suas escolhas, inclusive sobre sua religiosidade, mas temos o dever de lhes apresentar desde pequenos a Deus, as leis morais, e nós, como espiritas, de acordo com a compreensão que forem adquirindo, a lei da causa e efeito, da reencarnação, e claro, que venham a conhecer, na essência, os ensinamentos do Cristo, a importância da caridade e do amor ao próximo.

Façamos a nossa parte, no bem!

sexta-feira, 6 de maio de 2022

Definindo Prioridades

    


 São muitas as questões levantadas pela nossa consciência quando estamos determinados a efetivar nossa transformação espiritual, quando decidimos deixar para trás nosso passado inferior, precisando para isso redefinir nossas prioridades , o que só conseguiremos fazer sendo sinceros quanto aos erros que estamos cometendo, além, claro, quanto aos sentimentos negativos e instintos inferiores até então alimentados, e que ainda trazemos em estado latente em nosso íntimo, mesmo que, de alguma forma, já não mais os expressemos na convivência diária com nossos irmãos do caminho.

Hoje já temos a consciência, ou pelo menos deveríamos ter, em decorrência do estudo e da vivência no Espiritismo, que a Verdade é Única, e ela está no Cristo, em tudo que Ele nos trouxe através de seus ensinamentos e exemplos, não mais podendo assim haver sofismas que venham nos desviar do caminho a seguir.

Infelizmente, em vez de nos fixarmos a esta Verdade, insistimos de forma recorrente a nos acomodar às realidades temporárias que mais se adequam aos nossos desejos imediatistas, elevando-as a um patamar no qual elas não merecem estar, as permitindo moldar nossas posturas e servirem de base as nossas escolhas.

Realidades que possuem apenas a aparência do que vem a ser o certo, de acordo com o que cada um de nós enxerga o mundo, as adequando aos nossos desejos, sempre encontrando uma forma de as proteger através das mais variadas justificativas e desculpas, por mais que elas venham a nos desviar de nossa jornada evolutiva.

Quando assim agimos nos mantemos, geralmente, afastados e ainda distantes do tão almejado equilíbrio íntimo, o protelando de forma inconsequente, sem atinar que será ele, no futuro, que possibilitará a que venhamos nos livrar dos mais resistentes resquícios da inferioridade, a mesma que alimentamos por séculos de erros e desvios de conduta.

O egoísmo, a vaidade, o orgulho, a dúvida, o medo, são sentimentos comuns ainda em nosso atual estágio evolutivo, e mesmo que através deles não venhamos a cometer graves crimes que firam a legislação humana, a eles nos mantemos presos por transgredirmos as Leis Divinas, ainda que para a sociedade humana sejamos vistos como pessoas de bem.

Entretanto, estes sentimentos, ainda que disfarçados, não deixam de ser fatos geradores para que venhamos a recalcitrar em antigos erros cármicos, realimentando nossa inferioridade, e mesmo que não venhamos prejudicar diretamente a ninguém, permanecemos estacionários, porque são eles que nos impedem de agir diretamente em prol do próximo, de pensarmos menos em nós e mais no coletivo, quando preferimos nos manter comodamente em uma posição de neutralidade, para não dizer de nulidade.

Desta forma, o passo inicial para vivenciarmos a Verdade Cristã, não mais nos perdendo nos labirintos de inúmeras equivocadas realidades humanas, está ligado intimamente ao que o Mestre nos ensinou, e que o Espiritismo, como seu Consolador Prometido veio ratificar e ampliar, escolhendo priorizar aquilo que precisamos, como o apóstolo nos ensinou, o que nos convém, e não, o que desejamos por mais que nos seja permitido, focando nossa vontade, não mais justificando nossas equivocadas escolhas, não mais criando subterfúgios ou fatores condicionantes que visem adiar nossas escolhas e atitudes no bem.

Estudar o Cristo, enxergar o Mestre nos conceitos que Ele deixou para nós, valorizando sentimentos como o amor, a humidade, a caridade, a tolerância, a coragem, e tudo o que de mais valioso pudermos fazer nascer dentro de nós, gerando a empatia, conhecendo melhor o nosso irmão do caminho, e assim como também a nós mesmos, em uma análise profunda do que fomos, do que somos, e de tudo, sem exceção, que precisaremos mudar e transformar para que venhamos a ser, de fato, um tarefeiro do bem.

Na essência, é finalmente vivenciar a Lei Cristã que recomenda amar ao próximo como a nós mesmos, e a Deus sobre todas as coisas!

 

Que assim seja!  

sábado, 28 de agosto de 2021

RECONCILIAÇÃO!





RECONCILIAÇÃO! 

 

    Perdoar não sete, mas, setenta vezes sete!

    Quem estiver sem pecado que atire a primeira pedra!

    Oferecer a outra face!

    Reconciliar com o inimigo enquanto estiver no caminho com ele!

    Essas são apenas algumas passagens evangélicas, onde os ensinamentos e exemplos cristãos deixam claro à necessidade de focarmos na paz, no entendimento, no perdão, no não julgar para não ser julgado, pois, se a isso fizermos, daremos abertura para sermos julgados pela mesma medida.

    Sempre que um espírito se deixa levar por seus sentimentos inferiores, suas paixões degradantes, seus vícios, mesmo que tenha boas intenções, suas escolhas e ações tendem a fazer com que, em seus relacionamentos, venha a prejudicar ou, de alguma forma, magoar ao próximo, seja nas suas relações mais íntimas com entes queridos e amigos, seja nas interações mais distantes, no trabalho, no lazer, no cotidiano diário.

    Em inúmeras situações de nossa existência no plano físico, a lei da causa e efeito se faz presente, de forma inexorável, e isso em nada programado ou regrado em termos de recompensas ou punições, mas, unicamente, pela premissa que toda ação, gera sempre uma reação, geralmente acompanhada com as consequências positivas ou negativas de acordo com o que foi criado pela individualidade eterna.

    Se vivemos em um mundo de provas e expiações, natural que o sofrimento, a dificuldade, a violência, a desonestidade, os problemas, a dúvida, o medo, a intolerância, a raiva, a traição, a agressividade, o menosprezo, a cobiça, a usura, a sexualidade desregrada, o sensualismo acerbado, entre tantos outros vícios de conduta que caracteriza o gênero humano se façam presentes, e em significativa intensidade.

     Se há inferioridade, haverá sempre má intenção, e consequentemente, alguém que esteja sendo prejudicado, e alguém que esteja a outrem prejudicando, vítimas e algozes, agressores e agredidos, onde aquele que tenha mais força, mais energia, mais determinação, acaba ao final sempre se prevalecendo sobre os demais, de um jeito ou de outro.

     Inegável que há espíritos, encarnados e desencarnados, que anseiam em ser melhores, e muitos deles são, enquanto, que outros estão em constante batalha para vencerem suas próprias imperfeições, lutando dia a dia para serem pessoas do bem e viverem dentro das leis que regulam a sociedade em que vivem, despertando todos os dias sem a intenção de fazer o mal à ninguém.

  Porém, quem de nós poderá afirmar categoricamente, por mais que estudemos e vivenciemos os ensinamentos espiritas cristãos, que não reagiremos a provocações ou agressões de forma igual e proporcional ao que sofrermos, ainda mais se essas ações tiverem por objetivo prejudicar aqueles a quem amamos e que, frágeis, ainda não sabem ou não conseguem se defender sozinhos?

  Como vimos no início do nosso estudo, os ensinamentos cristão são em boa parte direcionados a compreensão do mal alheio, mesmo que este nos atinja, e isso, sem fatores condicionantes, ou seja, e em resumo, amar ao próximo como a nós mesmos, independente do que ele nos faça, de nossa parte caberá apenas ama-lo.

    Infelizmente, nosso orgulho, nossa vaidade, nossa indignação exacerbada, nossa revolta, nos leva a crer que, por nos considerarmos vítimas, por estarmos com a razão ou a lei humana ao nosso lado, temos direito de nos colocar no papel de juiz, ou melhor, de policial, de promotor, de juiz, e até mesmo de verdugo, independente do que tenhamos sofrido, das circunstâncias que envolveram as situações, dos motivos que levaram nossos agressores a assim agir, e dos fatos geradores.

    E é exatamente esta conduta aparentemente baseada no direito humano, que nos afasta da postura divina, e, consequentemente, nos igualando em posição àquele que de alguma forma nos prejudicou, pois, em nenhuma hipótese o Cristo dá o direito a reações agressivas, de nos colocar no direito de julgar e tomar a justiça pelas próprias mãos.

   Processos obsessivos, perseguições espirituais, que, por vezes, atravessam fronteiras entre o físico e o espiritual, se arrastando por mais de uma existência, são escopo para continuadas recapitulações, entre agressores e vítimas, em uma alternância de posições que acaba por estagnar a evolução dos envolvidos, os prendendo em uma simbiose negativa e depressiva, infelizmente, por muitas vezes, arrastando com eles muitos cúmplices e associados dos seus desatinos.

Os envolvidos, que têm por característica principal a incapacidade de perdoar, de relevar, de esquecer as ofensas e compreender que ninguém é perfeito, não conseguem perceber que são os maiores prejudicados, e os maiores culpados pela própria situação que enfrentam, pois apesar de sofrerem, sem conseguir crescer e se libertar das amarras que os mantém na inferioridade de sentimentos, não são inocentes, pois não há vítimas, não há agressores, há só a resistência em amar, em se entregar a humildade cristã, em aceitar as próprias imperfeições, em baixar a cerviz e não mais gerar a guerra, mas buscar a paz, independente de quem tenha razão, porque na verdade, no mal, no inferior, ninguém a tem.   

Alguém precisa dar o primeiro passo rumo a reconciliação, ao entendimento, a desistência da guerra, a renúncia da desforra, e será vencedor aquele que o fizer, que reconhecer seus erros e buscar à remissão, independente se o outro lado queira ou não também terminar o conflito, porque, afinal, cada um é responsável apenas por si mesmo, por sua própria história, seu próprio destino.

Que sejamos nós, quando em conflitos com nossos irmãos do caminho, os primeiros a perdoar e a pedir perdão, a reconhecer erros e aceitar diferenças, em valorizar a humildade e a caridade de aceitar as ofensas e oferecer a outra face.

Que sejamos nós.