"...Impossível
sermos plenamente felizes, se qualquer irmão do caminho, seja ele próximo a nós
ou não, estiver sofrendo, estiver precisando de arrimo, de auxilio, seja ele
material ou espiritual, do corpo ou da alma..."
"...a palavra é uma das principais ferramentas que o homem dispõe para realizar seus
objetivos quando encarnado, tanto, que o ditado popular já nos alerta, se
nada de bom temos a dizer, é melhor permanecermos calados..."
"...Viver
para o bem, de acordo com a moral cristã, buscar no estudo dos preceitos
espíritas o porquê do sofrimento, da dificuldade e da dor, cientes que Deus
nunca dá um fardo superior as nossas forças e que o trabalho honesto, o real
desejo de acertar, a verdadeira fé nas possibilidades de transformação e evolução,
serão sempre as melhores maneiras de encontrar a paz que tanto almejamos..."
"...na
maioria das vezes nosso passado não foi tão bom como queremos acreditar e nem o
nosso presente é tão ruim como queremos nos convencer, na realidade, quando não
estamos satisfeitos com o que temos ou o que somos hoje, buscamos no que já
passou e no que já fizemos um lenitivo, algo em que se escorar, para não nos
decepcionarmos completamente com a nossa capacidade realizadora no presente, e
assim também agíamos no passado, mesmo que não recordemos, porque temos sempre
a tendência de acharmos que ontem a vida era mais fácil que hoje, mas, isso
ocorre simplesmente pelo fato de que, o que já passou, já foi superado, já foi
vencido, e o que estamos vivemos hoje, não poderemos deixar de enfrentar, se
quisermos vencer e superar..."
Um velho ditado popular, de forma
bem-humorada, ensina: “Quando um não quer, dois não brigam”.
Sabemos o quanto é difícil desculpar a
quem nos ofende, a quem, deliberadamente ou não, nos prejudica, o quanto é
complicado relevar maus tratos, injúrias, difamações, humilhações, o quanto
ainda lutamos para seguir a máxima do Cristo que ensina-nos para “não julgar afim
de não ser julgado”, o quanto ainda estamos distantes de conhecer e vivenciar o
sincero e verdadeiro perdão, ainda mais quando somos agredidos fisicamente ou
moralmente.
Foi o Mestre Jesus que trouxe à
humanidade terrestre a necessidade do Amor, do Perdão, do oferecer a outra face,
do desculpar aos inimigos, e, foi Ele, pela inferioridade dominante em sua época,
pela dificuldade de compreenderem e de aceitarem seus sublimes conceitos,
considerado pelos que dominavam e comandavam, que detinham o poder temporal, político
e religioso, um fraco, um louco, um revolucionário, sendo, por isso, consequentemente,
punido e castigado, por aqueles que não conseguiam entender sua sublimidade e
simplicidade, preferindo abafar na agressividade, no orgulho, na violência, as
Verdades Eternas que Ele nos trouxe, como se pudesse as trevas, apagar ou tirar
o brilho do Sol, já que, mesmo que posteriormente seus discípulos continuassem
a serem perseguidos e manietados em seus ideais, seus conceitos se espalharam
pelo mundo e sobrevivem até hoje em toda sua plenitude, ainda mais agora que
foi corroborado, ampliado e devidamente explicado pela Doutrina Espírita, pelo
Consolador que Ele nos prometeu e enviou, apontado na lei da causa e efeito, da
reencarnação, da pluralidade dos mundos, a ideia básica da necessidade de se
reconciliar com os inimigos e adversários enquanto na carne, de perdoar não
sete mais setenta vezes sete, para conscientizar a todos que todo o mal, toda a
dor, todo sofrimento que não é esquecido ou relevado, tende a se arrastar por
inúmeras existências, gerando vínculos entre aqueles que por não esquecerem as
ofensas, acabam por se enredar em longos processos de perseguições sistemáticas,
de obsessões, de relacionamentos baseados no ódio e no desejo de vingança.
Jesus é até hoje o espírito mais
perfeito que a humanidade terrestre já teve entre si; toda sua jornada foi de
amor, de ensinamentos sublimes, de exemplos inesquecíveis, trazendo-nos na
plenitude, todo o Amor com que devemos traçar nosso caminho para que alcancemos
o reino dos céus, a espiritualidade superior, e foi Ele também até hoje, o
Modelo Maior desta necessidade de perdoarmos as ofensas a fim de também sermos
perdoados por quem ofendemos, já que, sendo o mais perfeito, foi também, consequentemente,
o mais injustiçado, e tendo o poder conferido por Deus para escapar do martírio
que lhe foi imposto, preferiu tudo sofrer, para deixar bem claro qual o único
caminho que nos levará a salvação, a evolução, que é, exatamente, o de carregarmos
valorosamente a nossa própria cruz, e como Ele, quando formos perseguidos ou
agredidos, erguer os olhos aos céus e suplicar a Deus que perdoe a todos,
porque como nós, eles não sabem ainda o que fazem.
Infelizmente, por ironia do destino,
quis a história, que as ações de seus seguidores, ao longo do tempo, invertessem
a posição de perseguidos, para perseguidores, gerando séculos de terror e
violência, usando para isso, indevidamente, o nome do Mestre para justificar
seus desatinos, em ações belicosas e violentas que se baseavam em uma pretensa
defesa aos princípios cristãos, os mesmos conceitos que colocam bem alto em sua
bandeira, o amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo.
As cruzadas, as guerras santas, a idade
média com suas fogueiras, com sua caça as bruxas, as perseguições aos
seguidores de Lutero, o silêncio de cumplicidade junto às atrocidades contra os
escravos, os índios; as guerras, situações onde a Verdade Cristã foi posta de
lado e o ódio, o preconceito, o poder temporal estiveram sempre em primeiro plano
em detrimento aos sublimes ensinamentos do Mestre, entre eles, aquele que
mandava atirar a primeira pedra quem estivesse sem pecado, aqueles que,
purificando os pecadores aconselhava-os a se reerguerem e não mais errar, que
colocava acima de tudo o Amor e o respeito incondicional, independente da raça,
da classe social, da cor, da religião, tratando a todos como o bom samaritano
em sua inolvidável parábola.
O Pai é supremo Amor e até hoje nos
aguarda, pacientemente, que nos voltemos para Ele e assumamos de vez o nosso
papel nas tarefas do bem, que nos tornemos soldados do seu exército e que
aprendamos a dar valor aos verdadeiros parâmetros do bem, priorizando a
caridade, a fraternidade, a igualdade de direitos entre todos, que, de fato,
nos tratemos e nos relacionemos como irmãos, o mais forte protegendo o mais
fraco, o mais inteligente ao ainda ignorante, nos unindo em uma extensa
corrente onde nenhuma das ovelhas do Cristo se perderá, chegando todos aos
píncaros da perfeição humana, cada um dentro de suas possibilidades, traçando o
caminho que escolher para si, levando o tempo que precisar, tendo, porém, a
certeza, que dependerá sempre do seu próprio esforço esta conquista, esta
efetiva transformação espiritual.
Somos todos irmãos, cúmplices, amigos,
companheiros de jornada, não cabendo a ninguém o papel de juiz, de censor,
porque se hoje somos vítima, ontem fomos o agressor, ou poderemos vir a ser
amanhã; se hoje já compreendemos o que fazer, pelo estudo, pelo discernimento,
outros, que nem mesmo sabem ler, já agem, já sentem, já vivenciam aquilo que
apenas agora alcançamos em teoria.
Somos iguais na criação e no destino,
sendo diferentes na forma e no caminho que cada um levará para percorrer de um
extremo ao outro, tendo, porém, na atual fase que o nosso planeta vive, uma única
certeza, a que está no Mestre Jesus a resposta para nossas dúvidas e incertezas,
pois, será Ele, sempre, o nosso Caminho, a nossa Verdade e a nossa Vida.
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