quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Uma breve reflexão ou constatação...

Os benfeitores espirituais que nos auxiliam e orientam, tem responsabilidades definidas, obrigações previamente assumidas junto a várias frentes de trabalho no plano espiritual, não podendo ficar, portanto, a nossa disposição, como amas-secas, prontos para satisfazer nossos desejos e vontades ou nos proteger, sempre que, irresponsáveis, coloquemos nossa vida em perigo ou não cuidemos devidamente de nosso corpo físico. Se eles têm, como uma de suas tarefas, cumprir um plano de serviço ao nosso lado, devemos estar cientes que sua energia e seu tempo são valiosos, são por demais importantes, e que, por responsabilidade com o plano maior, não podem e nem devem desperdiça-los conosco, quando insistimos em agir e reagir como crianças mal educadas e teimosas, insistindo em não aproveitar preciosas oportunidades de aprendizado e trabalho que visam nossa transformação e nosso crescimento espiritual, quando, impensadamente, escolhemos por renegar as possibilidades que nos são ofertadas.

Não é justo que oneremos ainda mais aqueles que nos amam, que nos auxiliam e nos orientam sem nada de produtivo apresentar como reação, como retorno, para que seus esforços em nos ajudar sejam coroados de êxito, recompensados.

Insistindo em errar, em recalcitrar, em nos entregar voluntariamente aos vícios, as paixões degradantes, aos sentimentos negativos, nada podemos ou devemos esperar da espiritualidade superior, apesar de que, sempre dela lembrarmos e recorrermos, quando as consequências de nossas inconsequências começam a surgir, a nos afrontar, quando a vida começa a nos cobrar pelos atos e decisões equivocadas que perpetramos contra nós mesmos, contra o próximo e contra a sociedade onde vivemos, aquela nos acolheu para mais uma experiência cármica.

Se não podemos ainda agir inteiramente de acordo com os preceitos espíritas, com os conceitos cristãos, devemos, no mínimo, ter e demonstrar respeito, consideração, por aqueles que procuram nos auxiliar na espiritualidade, como o fazemos, ou pelo menos, deveríamos fazer com nossa família e nossos amigos no plano físico, nos propondo ao menos tentar, se este é nosso desejo, minimizar as decisões ainda não absolutamente baseadas no bem, revendo sempre nossas ações, avaliando o caminho que estamos traçando e nos esforçar para superar os obstáculos internos e externos que ainda nos mantém em desacordo com nossas necessidades de crescimento e melhoria espiritual.

Temos que demonstrar o respeito aos nossos amigos e benfeitores espirituais como o fazemos com nossos amigos e benfeitores encarnados, quando presentes em nossas atividades no centro, quando em atividades assistenciais, onde assumimos uma postura de acordo com o que as outras pessoas de nosso convívio esperam de nós.

Difícil de imaginar que compareceríamos nestas atividades mal vestidos, sem cuidar da higiene, com gestos relaxados, desrespeitosos, demonstrando má vontade, preguiça, tédio, ainda mais se essas pessoas merecem de nossa estima uma especial deferência, por suas qualidades, por sua educação, por sua superioridade moral.

Muitos podem estar questionando no que isso pode exemplificar quanto a necessidade de vigiarmos nossa postura, nossas atitudes, objetivando o respeito devido aos nossos benfeitores espirituais, porém, é fácil compreender, quando consideramos que nossos amigos nos visitam constantemente e o fato de não podermos visualiza-los junto de nós, não significa que lá eles não estejam. Desta forma, se somos espíritas, se buscamos, de fato, nosso melhoramento e crescimento, nossa transformação, se esperamos o apoio e o auxílio da espiritualidade superior para alcançarmos êxito em nossas aspirações, temos que ser espíritas e nos portar como tal, sempre, em qualquer situação, no lar, no trabalho, na rua, no lazer, porque se não gostaríamos de parecer mal-educados, agressivos, vaidosos, egoístas, displicentes, preguiçosos, hipócritas, indolentes, frente aos nossos amigos de doutrina, também, e muito mais, assim deveríamos desejar e agir, frente aos nossos amigos espirituais, que podem estar quando e onde quiserem, não apenas nas horas que estamos no centro, nas atividades doutrinárias, podendo ver, de fato, não quem queremos que pensem que somos, mas, sim, quem somos na realidade, e quando isso constatam, só não nos abandonam, indignados, assustados ou decepcionados pelo que veem, porque já possuem o discernimento, a compreensão, o amor, a caridade, para relevar nossos erros e esperar, pacientemente que cresçamos e assumamos de vez a postura de quem deseja ser e viver como espirita, como cristão, como um homem de bem, ficando a vergonha do fracasso, do erro, da falsa posição, para nós mesmos, quando mais cedo ou mais tarde compreendermos que, por mais que estejamos enganando as pessoas de nosso convívio e por vezes a nós mesmos, nunca iremos enganar ou iludir, aqueles que na espiritualidade superior velam por nós e nos acolhem em seus braços, em seu arrimo, em seu amor.

Orai e vigiai, é sempre o melhor caminho, a melhor forma de nos mantermos dentro da disciplina exigida para a conquista espiritual. Sejamos nossos maiores juízes, nossos maiores censores, buscando na seriedade, no esforço, na cobrança contínua, alijar de vez os instintos inferiores, os vícios, as paixões, lutando contra toda negatividade em nossos atos, em nossas palavras, em nossos pensamentos, em nossos sentimentos, policiando-nos para que com o tempo consigamos conquistar um novo patamar, onde o bem, o amor, o respeito o sentimento cristão se tornem algo natural e constante em nossa existência, para que em nossas novas experiências cármicas possamos não apenas receber o amparo de nossos benfeitores, mas, principalmente, retribuir e passar adiante tudo que recebermos deles e de 
Nosso Amado Pai, à todos nossos irmãos do caminho que ainda não conseguem compreender, como hoje ainda, efetivamente, não compreendemos.


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