domingo, 16 de março de 2014

Uma história contada em 2008...

História do Dia: Setembro/2008



Curioso quando lembro que, no século passado, eu tinha várias prioridades em minha vida, e que julgava que assim elas seriam para sempre e se alguém falasse que eu iria mudar com o tempo, no mínimo daria de ombros e o deixaria falando sozinho.
Para mim, tudo que eu gostava de fazer não tinha prazo de validade, tal a importância e o prazer que eu sentia. Só que os anos vieram, algumas coisas foram mudando, o inverno chegou, a cigarra já não tinha forças para cantar, enquanto as formigas estavam muito bem, obrigado, quentinhas e bem alimentadas; amizades sólidas que se tornaram frágeis, divertimentos já não tão divertidos assim, festas nem tanto festejadas, baladas que perderam o ritmo, o brilho, churrascos, viagens, que foram se diluindo no ar.
Paqueras, namoros, compromissos que duraram exatamente o tempo que tinham que durar, apesar de algumas prorrogações. Trabalhos essenciais que nos levaram energias, tempo, horas de lazer, horas de ausência, ficaram para trás, sumiram, apagaram-se, nos deixando experiência, o aprendizado do como fazer e também do que não vale a pena fazer.
Prioridades, sonhos, promessas, que hoje, só de lembrar algumas, da vontade de rir ou talvez chorar, de como eram fúteis o que julgávamos o “máximo” para sermos felizes, fora aquelas que nem lembramos, mas que na época sofremos, brigamos, xingamos, por não ter conseguido realiza-las.
Sei que existem pessoas que, como dinossauros, envelhecem, mas querem se manter no seu Jurassic Park, firmes, resistentes, persistentes, imutáveis, imexíveis, "imudáveis", recusando-se a amadurecer, como se uma maçã, que, por teimosia, pudesse ficar para sempre na árvore, vermelha e fresca, apenas para seu próprio deleite.
Mudamos, não há como negar, como fingir que não, em algumas coisas para melhor, em outras para pior, e continuaremos mudando, o mais importante é que agora sabemos que não mais precisamos sofrer quando algo não der certo ou quando tomarmos um fora, ou quando perdermos um campeonato, porque daqui há alguns anos, ou meses, ou dias, já teremos esquecido, já terá ficado para trás, e novos desafios, novos sonhos, novas esperanças, novas prioridades, novos amigos, surgirão..
Por isso que fica mais difícil de entender como tem gente que mata por amor, que tira a própria vida porque a mulher o deixou, ou porque perdeu o emprego, o dinheiro, o poder, meu, daqui a um ano toda sua vida terá mudado e o que é muito importante hoje, talvez, amanhã...pronto...esqueceu...
Já fui um bom namorador.
Já fui um bom jogador de vôlei.
Já fui um excelente goleiro.
Já fui o melhor aluno da minha turma na faculdade.
Já fui em muito baile.
Já tomei alguns porres.
Já fui um “rato” de praia.
Já ensinei muita gente a trabalhar.
Já aprendi a viver com muitas pessoas.
Já fui amigo de muita gente.
Já promovi muitos churrascos.
Já levei muitos pagodes.
Já contei algumas mentiras.
Já amei algumas vezes e me iludi em outras.
Já acertei em decisões difíceis.
Já errei em fáceis decisões.
Já tantas coisas…
Hoje sou um monte de coisas diferentes dessas ai de cima e não me arrependo de nada que fiz, e de nada que deixei de fazer, também não fico chorando porque não faço mais, a fila andou e temos que continuar caminhando para a frente, para não ficarmos para trás, procurando sempre errar menos e acertar mais.
Ainda tenho algumas coisitas para fazer e que ainda não tive tempo ou oportunidade. Quem sabe faça amanhã ou depois…
Não tem nada a ver com a história, mas, ontem a noite eu vi o brilho do sol…pode acreditar…

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