Bem próximos ainda estamos da animalidade inferior que baseia
as relações sexuais puramente no contato físico, e mesmo assim, eles, os
animais, a buscam unicamente para um dos seus objetivos principais, que é
o da reprodução das espécies.
Já o homem se deixa levar por seus desejos, por suas
necessidades íntimas imediatas, pouco se importando na maioria das vezes com o
caráter reprodutivo, chegando mesmo a extremos, quando a violência, os atos
imorais, prevalecem sobre a razão, para satisfazer seus instintos inferiores,
não tendo como estímulo nenhum sentimento nobre, de carinho, de respeito, de
amor pela parceira ou parceiro que procura.
Estupros, sedições, pedofilia, prostituições, inúmeras formas violentas e doentias, onde aquele que não
consegue o equilíbrio sobre seus desejos extravasa toda sua inferioridade sem limites,
acumulando para si, pesados débitos a serem ressarcidos em ocasiões futuras,
preso nas teias dos próprios desvarios, principalmente, quando suas vítimas não
conseguem perdoa-lo, perseguindo-o sem descanso, presas ao ódio e ao desejo de
vingança.
Os desequilíbrios e as quedas espirituais causadas pelos
desvios sexuais são inúmeros e arrastam consigo suas vítimas, seus algozes,
enredando-os, quando longe do sentimento cristão, em processos obsessivos
dolorosos e duradouros, deixando previsto um futuro onde a necessidade do
reencontro se fará premente, tendo o sexo ou a ausência dele, como fator
principal para que consigam provar que já conseguem encara-lo como uma das
forças motrizes para nossa evolução espiritual, doado por Deus para que a
alegria e o êxtase façam parte deste processo, quando utilizado com consciência
e em toda sua plenitude realizadora.
Sexo sem amor sempre foi uma constante, devido ao estágio
evolutivo de nossa humanidade, entretanto, nos dias de hoje, agravou-se esta
situação devido aos avanços tecnológicos e científicos que atravessamos, onde a
informação, as perspectivas, as prioridades, são moldadas por quem detém este
poder, de acordo com os interesses materiais e econômicos, instituindo uma
liberalidade que ultrapassa todos os limites do bom senso, fazendo com que cada
vez mais cedo nossas crianças tenham despertadas sua libido, e consequentemente, seu interesse pelo assunto, antecipando sua atividade sexual,
mesmo não estando preparadas, nem física e nem espiritualmente para tal,
banalizando e vulgarizando a união sexual, fazendo com que, crimes oriundos
dela, como o aborto, o estupro, a traição, o suicídio, o homicídio passional,
cresçam também assustadoramente em quantidade e importância, desagregando a
família, e obscurecendo os verdadeiros valores que formam e devem formar a
personalidade humana.
A luta, hoje para aqueles que desejam fazer com que os
conceitos cristãos se estabeleçam em nossa sociedade, deve ser voltada para que
se redescubra, aprendendo a valorizar, o verdadeiro sentimento que deve ser o
fator principal na união das pessoas, o verdadeiro amor, de difícil definição
no atual estágio evolutivo de nossa sociedade, onde impera o individualismo, o
materialismo, o imediatismo.
O verdadeiro amor dispensa todo e qualquer contato íntimo e
corre paralelo, quando se trata da relação de dois seres, à relação sexual, que
é valida por ser criação divina, não é como muitos pensam, imprescindível para
a felicidade humana, para que dois seres possam conviver e construir uma
história juntos.
No verdadeiro amor entre dois seres, existindo a relação
sexual, ela não é prioridade, não é obsessiva, não é dominante, é apenas mais
um dos fatores que compõe o todo.
Para aqueles que baseiam seu relacionamento no verdadeiro
amor, um olhar, um sorriso, o toque das mãos, um abraço, um diálogo, até mesmo
o silêncio, são tão gratificantes, tão prazerosos, tão importantes para a
felicidade, como o ato sexual em si.
Mesmo a distância, aqueles que verdadeiramente se amam estão
juntos, sentem de alguma forma um ao outro, estão felizes, integrados, pelo
fato de saber que o outro existe e que lhe pertence, tanto que o sentimento que
mais representa este puro sentimento é a renúncia, é estar feliz pelo simples
fato do outro também estar, estando juntos ou não, sabendo que, quando se faz
necessária a separação, esta é temporária, e que no futuro, voltarão a se
reunir, mais fortes, mais seguros, mais preparados para crescer.
Para aquele que vive preso às sensações puramente físicas,
para aquele que é orgulhoso, ciumento, possessivo, é difícil compreender este
sentimento, este prazer, esta energia que possuem aqueles que realmente se
amam, independente das relações meramente sexuais.
Longe estamos ainda deste estágio, de conseguirmos não mais
precisar do relacionamento sexual para externar nossos sentimentos, o mais
importante, assim, para o cristão, para o espírita, é tratar este sentimento,
esta vontade, como todas as outras que compõe sua existência planetária, ou
seja, sem excessos, sem exageros, sem se deixar arrastar e dominar,
transformando-o em algo positivo, sabendo respeitar a vontade e o desejo de
seus irmãos do caminho, sem colocar o sexo na frente da razão, sabendo
respeitar os compromissos alheios e buscando parceiros ou parceiras, usando de
sinceridade, de compreensão, de respeito, sem traições vis, falsas promessas,
sem se deixar levar por prazeres que o aproximem da animalidade, a título de
experimentar, de ser moderno, de aproveitar a vida, porque assim já pensavam os
antigos povos, gregos, egípcios, romanos, bárbaros, que violentavam, tomavam
amantes pela força, participavam de orgias, de relações promiscuas, em nome de
um falso prazer, que só os levavam, como acontece com quem age assim hoje, à
companhia de seres encarnados e desencarnados que esqueceram que o verdadeiro
êxtase, não esta no corpo e sim no espírito, e que a satisfação meramente
sexual, física, não se compara a sensação daquele que atingiu a vitória sobre
suas paixões e já pode contemplar o Cristo de frente, ciente que já alcançou a
transformação que Ele espera de todos nós.
Tudo na vida é equilíbrio, sem exceção, e nosso maior
desafio, em todas as frentes de estudo e trabalho, é alcançá-lo.
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