Vivemos em constante luta no plano físico para conseguirmos
as mais diversas conquistas dentro do que a sociedade moderna oferece em termos
profissionais, materiais, de bens de consumo, de conforto e comodidade. Nada
mais natural, pois, se estamos encarnados, temos que agir e reagir de acordo
com os costumes da época na qual estamos vivendo, assim como também já o
fizemos em outros períodos reeencarnatórios, que por sua vez também tinham,
mesmo sob outra perspectiva, suas necessidades e prioridades, que variam sempre
de acordo com a época e as realidades de cada período.
Temos que procurar viver sempre da melhor forma possível e
aproveitando tudo que a sociedade tem a oferecer, sendo lícito lutarmos para
tal, de forma honesta, digna, sem vir a querer ou tomar nada que não seja nosso
de direito ou que não esteja disponibilizado para tal, seguindo sempre as leis civis,
mesmo que com elas não concordemos, lutando para altera-las, também de forma
legal, quando assim julgarmos necessário.
As conquistas materiais não são infensas ao homem de bem, ao
cristão, ao espirita, aquele que busca sua transformação e renovação
espiritual, porém, é a forma utilizada para alcançar a estes objetivos que se
torna fator de relevância para o nosso avanço espiritual, para o nosso
enriquecimento íntimo, único que de fato importa quando formos chamados a
novamente retornar a nossa verdadeira pátria, a espiritual.
Viver de forma caridosa, simples, sem nos deixar arrastar
pelo orgulho, pela inveja, pela vaidade, pelo ciúme, pelo preconceito, pela
falsa pretensão a superioridade, buscando sempre auxiliar o irmão do caminho
que se encontra em dificuldade ou situação inferior a nossa, é o ponto chave
para encontramos o equilíbrio e viver de acordo com os preceitos cristãos, sem precisar
abrir mão da possibilidade de conforto e melhoramento material que a vida oferece
e disponibiliza.
O mal não está em possuir, mas na forma que escolhemos de viver
com aquilo que possuímos, na importância que damos para o status, para a posição
social, no quanto acumulamos indevidamente, no quanto estamos preocupados em acrescentar
cada vez mais em nossas riquezas sem uso efetivo e produtivo da fortuna ou da
condição material que a vida está nos emprestando, de não repartimos, de não dividimos,
ao não compreender que quem tem mais o têm exatamente para poder auxiliar o que
tem menos.
De nada valerá termos acumulado riquezas, não termos tentado
ou feito o mal para ninguém, se nada fizemos, por nossa vez, de bom para
auxiliar o próximo, para servir de arrimo para aquele que nesta existência física
não teve a oportunidade de conquistar as facilidades que a vida material e física
oferece, e por vezes, nem mesmo o mínimo das condições para sua subsistência.
O forte tem o dever cristão de auxiliar ao mais fraco, o rico
ao mais pobre, o são ao enfermo, o intelectual ao ignorante, o bom ao mau. Tudo
que acumulamos indevidamente e não utilizamos para melhorar a condição de vida
de nosso planeta, de nossa sociedade, servirá de peso extra a ser carregado
quando retornarmos a pátria espiritual, peso este que exercerá uma pressão muito
forte em nossa consciência, dificultando ao nosso equilíbrio e que desfrutemos,
por nossa vez, todos os benefícios e possibilidades de estudo e trabalho que o
plano espiritual oferece para aquele que, de fato, se interessa em crescer, em
evoluir.
É no estudo, no trabalho digno e honesto, na preocupação de fazer
o bem, de ser irmão, de ser justo, de ser fiel aos princípios cristãos que está
a verdadeira riqueza do homem, independente da posição social que ele ocupe no
mundo, independente do que faz, do que representa para a sociedade em que vive.
Tanto um presidente de uma nação como um gari pode alcançar
aos píncaros que uma vida encarnada, no atual estagio evolutivo do nosso
planeta, permite chegar. Não será o que cada um possui na vida material que irá
determinar sua vitória espiritual, mas o que cada um fez, o que produziu e gerou
de bem, para o enriquecimento da aura que envolve o planeta, pela luz que acendeu
em seu coração e no coração de todos aqueles que cruzaram seu caminho nesta
jornada evolutiva.
Vale salientar que o auxílio do que possui a melhor condição
material e financeira ao que enfrenta necessidades, não está necessariamente na
doação, mas principalmente, na geração de condições para que este venha a
conquistar com seu esforço aquilo que precisa para o sustento e o lazer, seu e
da sua família, é na geração de empregos, de condições de trabalho, do
pagamento justo aquele que lhe de alguma maneira o serve, é fazer circular a
riqueza que possui investindo no crescimento de seu país, garantindo que aquele
que se esforçar, que trabalhar, seja qual for sua função, tenha garantido o
mínimo de subsistência e respeito.
Rico é aquele que sente e vive o Cristo em seus pensamentos,
em suas palavras, em suas ações, no que acumulou de positivo para sua
personalidade cósmica na sua passagem por mais esta experiência entre inúmeras
que já se foram e do que virá a acumular nas inúmeras que ainda estão por vir
no plano físico deste amado planeta, na nossa amada Terra.
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