Cães & Gatos - Um
amor...quase...impossível!
2001
Acendem-se
as luzes, a Mãe segura as alças de um grande cesto disposto sobre a mesa,
grita, chamando pela filha.
Mãe: Carolina! Onde está
você? Venha ver o que comprei...
Carolina entra em cena, vai direto à mesa, se debruçando sobre o cesto.
Carolina: O que é mamãe?
Deixa eu ver...é um gatinho!
Mãe: Gatinha, e será o
novo membro de nossa família! Já ia até esquecendo, Filó pode ficar com ciúmes,
temos que tomar cuidado para ela não maltratá-la!
Carolina: Se a Filó se
meter a besta com a... é verdade...e o nome dela qual vai ser?
Mãe: Como quer chamá-la?
Carolina: Hummm... deixa
eu ver... já sei, Pituxa. O nome dela vai ser Pituxa!
Mãe: Bonito nome, bem já é
hora de você tomar seu banho e você Pituxa, fique aí direitinho que a gente já
volta.
Carolina: Banho de novo? Todo dia?
Mãe: Deixa de ser
porquinha e já pro banheiro, vamos, vamos...
Elas
saem de cena, lentamente o pano que cobre o cesto começa a se mexer, aparece
então o rosto de Pituxa, ela olha em volta e vai saindo de mansinho, ao avistar
o sofá dá um pulo de alegria e se joga sobre ele.
Pituxa: Finalmente um
lugar gostoso, bem diferente daquela feira de animais fedorenta, mas, Pituxa?
Não tinha um nomezinho melhor? Ai...ai... eu vou é descansar...
Entra em cena Filó , a cachorrinha, cheirando os móveis, olha desconfiada o cesto sobre a mesa, como não encontra
nada dentro, dá de ombros e vai distraidamente até o sofá, deitando em cima de
Pituxa.
Pituxa: Aiiiii! Não
enxerga sua pulguenta?
Filó: Quem é você?
Começa a avançar em direção a Pituxa que se arrepia toda em atitude de
defesa.
Pituxa: “Sai fora” sua
cadela! Olha que eu sou faixa preta de karatê!
Simula alguns golpes e cai sentada no sofá.
Filó: E eu faixa preta de
mordida, quer ver?
Avança em direção a Pituxa. Neste momento entram em cena Carolina e a Mãe.
Mãe: Pare Filó! Porque
está latindo tanto para sua nova amiguinha?
Pituxa finge que está machucada, deitada no sofá gemendo.
Carolina: Mãe, ela está chorando!
Filó sua feia se você machucou Pituxa você vai ver!
Ao ouvir isso Pituxa levanta a cabeça, dá um sorriso maroto para a
platéia e rapidamente deita de novo recomeçando a gemer.
Filó: Vejam! Ela está
fingindo!
Mãe: Pare de latir Filó!
Se você continuar maltratando Pituxa vai dormir lá fora! Venha Carolina, vamos
tomar um sorvetinho!
Carolina: Oba! Sorvete!
Joga Pituxa no chão e sai correndo atrás da mãe. Filó cai na gargalhada
ao ver Pituxa esparramada no chão.
Pituxa: “Tá” rindo de que
sua bruxa? Cuidado senão vai dormir lá fora!
Filó: Elas não teriam
coragem! Você é que tem que se comportar ou vai voltar para sua feirinha de
onde não deveria ter saído!
Pituxa: O mundo é das
espertas minha cara, e se eu quiser você vai lá pra fora rapidinho...
Filó: Você não é de nada!
Pensa que tenho medo de uma bola de pêlos?
Pituxa: É tem razão...
Vai se aproximando bem lentamente de Filó, começa a esfregar seu pelo
no dela, de repente dá um salto e abraça seu pescoço, começando a gritar bem
alto.
Pituxa: Socorro! Socorro!
Ela quer me matar, socorro!
Filó: O que está fazendo
sua maluca? Pare de gritar! Me solta, me larga...
Carolina e a Mãe entram
correndo em cena.
Mãe: Que é isso Filó?
A Mãe separa as duas, Carolina pega Pituxa no colo, que finge estar
desmaiada.
Carolina: Pituxa morreu
mamãe, Filó matou minha gatinha!
Mãe: Calma minha filha! Ela
deve ter desmaiado de susto, e você sua malvada eu avisei, para fora, vamos, já
para fora!
A Mãe começa a arrastar Filó, que resiste. Enquanto isso Pituxa abre o
olho, faz uma careta e dá uma piscada para Filó, que luta para não sair.
Filó: Eu sou inocente, eu
juro! Ela está só fingindo, não fiz nada, quero um advogado, eu tenho meus
direitos!
A Mãe leva Filó para fora de cena, Carolina continua chorando.
Carolina: Será que ela vai
morrer?
Mãe: Calma minha filha, vamos
chamar o veterinário, ele deve ter alguma injeção boa para nossa gatinha.
Pituxa então levanta a cabeça assustada e começa a gemer como se
estivesse acordando.
Mãe: Graças a Deus!
Carolina: Ela já está boa
mamãe?
Mãe: Acho que sim minha
filha, vamos dormir que já é tarde, assim ela descansa...
Carolina: A Pituxa pode
dormir na minha cama? Só hoje vai mãe... deeixa!
Mãe: Está bem sua chorona,
mas só hoje!
Carolina:
“Eba”!
- 0 -
Pituxa está deitada esparramada no sofá.
Pituxa: Que beleza! Isso
sim que é vida!
Entra na sala a mãe que vem trazendo Filó, cabisbaixa, triste; Pituxa
dá um salto e fica em guarda.
Pituxa: Chega “pra” lá sua
velha pulguenta, senão eu grito, quer ver?
Mãe: Já sabe em Filó, ou se comporta ou vai lá para fora de novo!
A
Mãe sai de cena, Filó zangada e vai para um canto, enquanto Pituxa dança na sua
frente.
Pituxa: Quem tem medo de
cadelinha, cadelinha...
la,la,la…
Filó: Você vai ver sua fingida,
eu ainda vou te pegar...
Pituxa: Essa menininha
está “caidinha” por mim, você não tem a mínima chance...
Filó: Essa menininha tem nome, é
Carolina, a nossa dona...
Pituxa: Que dona, que
nada, eu não tenho dona...
Filó: Como você pode falar
assim, ela só nos dá carinho...
Pituxa: Não faz mais que a
obrigação e deixa de papo furado, Dona Jiló ou será Cipó, sei lá, eu tenho que
procurar algo para me distrair...
Começa a andar pela sala procurando algo diferente quando se depara com
uma boneca jogada na poltrona, dá um salto e a agarra.
Pituxa: “Oba” nada como
uma bonequinha bem fofinha para eu treinar minhas “garrinhas”...
Filó: Não faça isso sua
“bruxinha”, essa é a boneca preferida da Carolina e não vou deixar você
estragar...Carolina, Carolina...
Pituxa
começa a dançar com a boneca na mão, no exato momento que Carolina vai entrar em
cena, Pituxa dá um giro e arremessa a boneca, caindo bem no colo de Filó.
Carolina: O que foi Filó,
porque você está latindo tanto? Filóóóóóó, o que você está fazendo com a minha
bonequinha?
Mãe: O que foi minha
filha? O que aconteceu agora?
Carolina: A Filó festava
querendo estragar minha boneca....
Filó: Não! Eu amo vocês,
são minha família! Foi esta gata malvada, que quis rasgar sua boneca...
Mãe: Quieta Filó, já chega
de bagunça por hoje! Agora vamos dormir que já é tarde minha filha e você tem
aula amanhã...
Carolina: Mãe, ela pode
dormir comigo?
Mãe: Talvez seja melhor,
até essas duas se entenderem...
Filó
dá um salto de alegria.
Carolina: Vamos Pituxa,
vem minha gatinha...
Pituxa
caminha toda orgulhosa até Carolina e saem abraçadas.
Filó: O que fiz de errado?
Antes eu era a melhor amiga de Carol, estávamos sempre juntas, agora ela só
pensa naquela gata falsa que nem liga para o seu carinho...
Acendem-se
as luzes, Filó deitada, triste, entra Pituxa se espreguiçando.
Pituxa: Que noite
maravilhosa, se não fosse aquela chatinha me abraçando, tem que ver menina, ela
quase me estrangula!
Filó: Como pode reclamar,
ela adora você...
Pituxa: Humanos são todos
iguais, para eles somos só um brinquedo, depois se cansam e mandam a gente
embora como se fossemos uma boneca velha...
Filó: Carolina nunca faria
isso...
Pituxa: Eu não “to” nem
ai, o importante é aproveitar o quanto durar, puxa, estou com uma fome, não tem
“rango” neste “barraco”?
Carolina
entra em cena, juntamente com Paulinho.
Carolina: Venha Paulinho,
venha conhecer a Pituxa!
Ela
senta-se no sofá e agarra a Pituxa que tenta se soltar.
Pituxa: Solta, me solta,
que coisa...
Paulinho: Deixa eu pegar
um pouco...
Carolina: Claro, senta
aqui...
Paulinho senta do outro lado do sofá, bem em cima do rabo de Pituxa.
Pituxa: Aiiiii! Olha por
onde senta!
Paulinho
tenta abraçar Pituxa, que se debate, eles riem.
Pituxa: Engraçado, muito
engraçado, solta, me solta...
Ouve-se
a voz da mãe de Carolina.
Voz da Mãe: Carolina! Foi
você quem chegou?
Carolina:
Foi mãe!
Voz da Mãe:
Então vai lavar as
mãos e venha comer, o almoço está pronto...
Pituxa: Almoço?
Carolina: Mãe! O Paulinho
veio almoçar com a gente, a mãe dele deixou...
Voz da Mãe: Então venham
crianças e não esqueçam, lavem as mãos...
Eles saem correndo e rindo de
cena.
Pituxa: Viu só! Ela nem
convidou a gente para almoçar...
Neste
momento entram pela porta silenciosamente dois meninos, Filó e Pituxa se
assustam.
Pedro: Veja Lucas, que
casa “maneira”, vamos ver o que tem de bom por aqui...
Lucas: Vamos embora,
Pedro, pode aparecer alguém e aí vai sobrar pra nós!
Pedro: Fica quieto seu “cagão”!
Aposto que está se borrando todo! Brummmm!
Lucas: Eu não tenho medo
de nada, “veio”!
Pedro: Sei, agora fique quieto,
olha...acho que vi um lindo gatinho, vi sim e uma cachorra com cara de boba, “cara”
arrumamos um belo brinquedo para hoje...
Pituxa: Viu só Dona
Filomena, que culpa tenho se todos gostam de mim...
Filó: Sei não, estes garotos são
estranhos, acho melhor chamar Carolina...
Ameaça gritar, mas Pedro vai até ela e segura sua boca.
Pedro: Rápido pegue o gato
e vamos cair fora antes que apareça alguém!
Lucas
então corre na direção de Pituxa e antes que ela possa esboçar qualquer reação,
a agarra e arrasta para fora do palco, enquanto isso Pedro dá um chute em Filó
e sai correndo tropeçando na mesa e derrubando o vaso que está em cima. Filó se ergue,
vai até a porta e começa a gritar.
Filó: Parem,
voltem aqui! Carolina! Carolina!
Entram
em cena Carolina ,
a Mãe e Paulinho.
Mãe: Filó, o
que foi? Meu Deus que bagunça! Você fechou a porta como eu mandei minha filha?
Carolina: Acho que
não mamãe, veja, Filó está mancando, e Pituxa? Onde está a Pituxa?
Filó: Os meninos
levaram ela...
Mãe: Calma
minha filha, vamos procurá-la pela casa, ela deve ter se assustado e se
escondeu em algum lugar...
Carolina: Foi a Filó
que quis maltratar a Pituxa de novo, tenho certeza...
Paulinho: Calma
Carolina, minha mãe sempre fala que nunca devemos acusar alguém sem saber...
Mãe: Paulinho tem razão, Carolina, vou procurar aqui em casa,
vocês vão procurar lá fora, ela tem que estar em algum canto...
Filó
fica sozinha na sala.
Filó: Nunca
faria nada que deixasse Carolina triste, só falta agora sobrar para mim, bem
feito para Pituxa, quem manda ser folgada? E agora o que faço? Ajudo ou não
ajudo aquela gata?
Anda
de um lado para o outro procurando tomar uma decisão. Joga-se no sofá e tenta
dormir; rola de um lado pro outro, inquieta. Ouve-se ao fundo.
Voz de Carolina: Minha
gatinha, onde ela foi parar? Pituxa, cadê você?
Voz de Paulinho: Vamos
encontrá-la, não chore...
Filó
dá um salto do sofá, com ar decidido, sai correndo de cena.
Acendem-se
as luzes, Lucas, Pedro e Pituxa ao centro. Pedro com um isqueiro ameaça
queimá-la.
Pituxa: Socorro!
Alguém me ajude...
Pedro: Pare de
gritar, você vai dizer onde escondeu o mapa do tesouro, ou será queimada
viva...
Lucas: É só uma
gata, ela não fala...
Pedro: Eu sei,
burro! Nós estamos brincando de pirata, esqueceu?
Lucas: Só que ela
não vai falar e o que faremos?
Pedro: Botar fogo
nela é claro! Com tanto pelo, vai ser uma festa, veja só...
Encosta
então o isqueiro no pêlo de Pituxa que grita e se esperneia, assoprando
tentando apagar o fogo.
Pituxa: Socorro,
“to” queimando, pare com isso menino, pare, ai, ui, ai, ui...
Pedro: Não quer
entregar o mapa? Então vai virar “churrasquinho”...
Quando
estão prestes a queimá-la entra correndo Filó e parte na direção deles.
Filó: Parem com
isso seus moleques, vocês vão ver como é bom mexer com a Super-Filomena...
Pedro: “Xô” vira-
lata, “xô”...
Lucas: Corre,
esta cachorra está louca...
Eles
saem correndo de cena.
Filó: Isso
mesmo, caiam fora!
Pituxa
está com a cabeça coberta pelas patas, tremendo de medo.
Filó: Pronto,
Dona Pituxa! Pode parar de tremer, eles já foram...
Pituxa: Quem
mandou se meter, eu tinha tudo sobre controle, ia dar uma lição naqueles
moleques...
Filó: É mesmo?
Bom então vou indo, já que você se vira tão bem sozinha, acho que deve conhecer
bem o caminho de volta...
Pituxa: Espere!
Vou junto com você, estes meninos podem aparecer e alguém tem que te proteger,
você não sabe fazer nada sozinha!
Filó: Vamos logo
então, Carolina está desesperada!
Pituxa: Ela que
espere...
Filó: Como você
pode ser assim?
Pituxa: Já disse
que não estou nem aí e...opa...”sujou”...
Entram
em cena os dois meninos, cada um com um pedaço de pau na mão, Lucas também tem
uma corda.
Pedro: Aí estão
elas, pensam que podem nos vencer? Sou o capitão mais temido dos sete mares e
vocês vão dizer onde está o tesouro!
Lucas: Mas eu já
disse que eles não falam, são só animais!
Pedro: E daí?
Você é burro e fala, qual a diferença?
Filó: Do que
eles estão falando? Que tesouro? Seja o que for devolva para eles!
Pituxa: Que
tesouro? Só se for “cocô” de gato, aí pode ter certeza que tenho bastante para
dar...
Pedro: Vamos
pegá-las, ao ataque!
Filó: Foge
Pituxa, corra!
Eles
vão na direção de Filó e Pituxa. Lucas empurra Pituxa que bate com a cabeça e
desmaia. Enquanto isso Pedro cerca Filó ameaçando bater com o pau.
Pedro: Agora,
passe a corda pelo pescoço!
Lucas
então corre, passa a corda no pescoço do Pedro e começa a arrastá-lo
Pedro: Em mim
não! Na cadela, “sua anta”!
Lucas
amarra Filó e a prende em um poste.
Pedro: É agora!
Vamos torturá-la, tenho certeza que ela vai abrir o bico!
Filó: Venham!
Podem vir! Não tenho medo de vocês!
Os
meninos então começam a bater com os paus em Filó que tenta se defender, os
latidos despertam Pituxa que meio tonta vê o que está acontecendo; ela com
medo, finge que ainda está desmaiada, mas quando Pedro acerta Filó, que grita
de dor, Pituxa dá um pulo e fica de pé, os meninos não percebem.
Pituxa: Agora
chega!
As
luzes então diminuem, o palco em penumbra, um foco de luz vai acendendo
gradativamente sobre Pituxa, que veste um quimono, com uma faixa preta. Quando
o foco estiver totalmente aceso, ela está acabando de amarrar uma fita na
cabeça.
Pituxa: Iaaaa! Uuuuuuu!Uuuuuuu!
As
luzes deverão voltar ao normal no momento do primeiro grito, Pituxa então
começa a simular golpes de karatê.
Pedro: Que é
isso? Estou sonhando?
Lucas: Acho
melhor a gente cair fora!
Pedro: “Tá” com
medo de quê? É só uma gatinha vira-lata!
Pituxa: Só uma
gatinha vira-lata? Pois saibam, que sou “Pituxa Kid”! Iaaa!
Ela
então pula em cima deles, e começa a desferir golpes, eles caem no chão
assustados, Pituxa aproveita, corre e solta Filomena.
Filó: Agora
vocês vão ver seus moleques!
Pituxa: É isso aí,
somos Batman e Robin!
Filó: Mas eles
são homens!
Pituxa: É verdade,
então somos as meninas-superpoderosas!
Pulam
para cima deles, que saem correndo.
Filó: Puxa, eu
não acreditei que você fosse faixa preta de karatê!
Pituxa: Para falar
a verdade nem eu! Agora vamos!
Filó: Vamos,
Carolina deve estar muito triste, ela gosta muito de você.
Pituxa: É
mesmo...coitada...
Filó: Ué...
Elas
vão saindo devagar, mancando.
Carolina está chorando no colo da mãe, Paulinho triste no outro canto
do sofá, quando entram em cena, mancando, Filó e Pituxa.
Filó: Ai...ui...
Pituxa: Ui...ai...
Filó: Ai...ui...
Pituxa: Ui...ai...
Carolina grita de alegria e corre para abraçar
Pituxa.
Carolina: Pituxa,
você voltou! Está toda machucada, o que houve?
Mãe: Filó,
também está machucada, andaram brigando de novo?
Carolina:
Está vendo mamãe? Eu falei, foi a Filó, ela não gosta da Pituxa e acho
que nem mais de mim, manda ela embora...
Mãe: Acho que
você tem razão, por enquanto vamos amarrar Filó lá fora, depois a gente vê o
que faz...
A
mãe caminha em direção a Filó que recua assustada, Pituxa dá um salto e se põe
na frente de braços abertos.
Pituxa: Parem, a
culpa não foi dela, foram os meninos, ela me salvou...
Mãe: O que deu
nesta gata agora?
Paulinho: Acho que
ela quer dizer que a culpa não foi da Filó...
Carolina: Será? Mais
por que estão machucadas então?
Paulinho: Vai ver
que Pituxa se meteu em alguma encrenca e Filó a salvou...
Pituxa
começa a saltar e afirmar com a cabeça.
Pituxa: Isso! Foi
isso mesmo!
Mãe: Pelo jeito
Filó é mesmo inocente...
Paulinho: Acho mesmo
que ela é uma heroína...
Pituxa
pula de novo.
Pituxa: É verdade,
difícil de acreditar, mais é verdade...
Filó: Muito
engraçada, não adianta, eles não entendem...
Carolina
corre e abraça Filó.
Carolina: Obrigada
Filó por salvar Pituxa, eu amo você, amo vocês...
Filó: Obrigada,
Carolina, eu também te amo, isso me beije, eu gosto, me beije...
Pituxa: Que nojo,
toda babada...
Mãe: Bem, já
que está tudo em ordem, vamos, vou fazer pipoca para vocês...
Carolina: Oba,
pipoca!
Paulinho: Isso que é
um final feliz, está vendo Carolina, nunca devemos julgar ninguém...
Carolina: É verdade,
”tadinha” da Filó...
Mãe: Agora
vamos, a pipoca nos espera...
Paulinho/Carolina:
Oba!
Os
três saem de cena
Filó: O que deu
em você agora? Essa eu não entendi, você me protegendo? Está se sentindo bem?
Pituxa: Sabe o que
é dona Filomena, é que você tem razão, agora eu vivo em uma verdadeira família,
todos me amam, até você! Mesmo depois de tudo que lhe fiz, foi em meu socorro e
me salvou de virar churrasquinho de gato. Eu também aprendi a gostar de você e de agora em diante nunca mais vou fazer
nada que a prejudique ou que a deixe triste...nada...
Filó
então lhe dá um abraço bem apertado, depois ajeita uma almofada no sofá e
quando vai deitar, Pituxa corre deitando em seu lugar, fazendo com que Filó cai
no chão, Pituxa deita, preguiçosamente.
Pituxa: Não vamos
exagerar, é claro...
Apagam-se
as luzes.
Cai
a cortina.
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