segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Precisamos compreender...



Alegria de servir!


Nós, que iniciamos a nossa transformação espiritual, que reconhecemos hoje que devemos estancar nossos desatinos, nossa entrega aos vícios, às paixões degradantes, aos sentimentos inferiores, situações estas que nos ligam há muitos séculos a espiritualidade inferior.


Nós, que atualmente, passamos a estudar e procurar conhecer com mais seriedade os ensinamentos evangélicos, assim como também os preceitos espíritas que apresentam nossas necessidades e prioridades cármicas, apontando as consequências de todos os nossos atos, de acordo com a lei da causa e efeito, onde a premissa essencial passa a ser a de resgatarmos e ressarcirmos nossos erros, nossas dívidas, seja através do sofrimento ou do amor, do trabalho, do sacrifício em prol do próximo e do mundo onde vivemos, precisamos compreender e assimilar, que além da teoria cristã, dos ensinamentos doutrinários, da frequência assídua ao centro no qual escolhemos desenvolver nossas tarefas, na participação efetiva em atividades assistenciais e caritativas, precisamos nos manter atentos à valorização do sentimento que trazemos no imo do nosso ser, na pureza das intenções que nos movem quando nos dedicamos a servir, a agir, vivenciando o bem sem peias, sem fatores condicionantes, sem nada esperar em troca, nos preocupando, exclusivamente, com a eclosão do puro amor que trazemos em nosso ser desde nossa criação, não só direcionando esta nossa energia para nossos entes queridos, mas, principalmente, para tudo e para todos, independente da situação e das condições que a vida nos oferecer, ou que nossas escolhas a elas nos levar.


Este sentimento íntimo, esta paixão controlada e bem direcionada, esta satisfação, este ímpeto de servir, de ajudar, de amparar, de orientar, de servir de arrimo, para que venha a alcançar o seu objetivo maior, para que, de fato, venha a nos fortalecer e nos fazer evoluir como individualidade, precisa estar revestido da mais límpida das intenções, de sinceridade, de humildade, de alegria, de compreensão e tolerância para com o próximo, postura que só o bem carrega, não nos deixando levar por nenhum outro sentimento que não esteja baseado na mais pura caridade cristã.


Precisamos compreender, quando a isso nos dedicamos, a prática efetiva da caridade cristã, que somos apenas mais um dos milhares de tarefeiros que buscam sua renovação íntima através do estudo e do trabalho, não nos tornando assim em nada especiais ou diferenciados frente aos nossos irmãos do caminho, até mesmo àqueles que ainda preferem percorrer sua jornada presos aos vícios e aos desregramentos a que se entregam, forma de agir esta que nós mesmos assumíamos até um passado recente.


Não somos e não nos tornaremos melhores que ninguém ou merecedores de privilégios, por mais que nos empenhemos em prol do nosso melhoramento íntimo e do bem estar do próximo, esteja ele encarnado ou desencarnado, ainda mais que, o muito que fizermos, ainda será considerado pouco, frente as dívidas pretéritas que acumulamos, quando voluntariamente nos entregávamos à crimes e a satisfação pessoal de nossas paixões inferiores.


A humildade e a sinceridade de intenções são assim, de fundamental importância para que nos mantenhamos em marcha progressiva, mesmo que lenta, neste processo de renovação para o bem, cientes que ainda nos deixaremos arrastar em algumas oportunidades pelos sentimentos inferiores que estão arraigados em nossa personalidade eterna, precisando assim, uma alta e constante dose de disciplina, de atenção, para que não venhamos a recalcitrar ao ponto de nos entregarmos mais uma vez ao seu domínio, vindo assim a desperdiçar mais uma oportunidade cármica, algo não tão incomum, dado ainda a nossa inconstância frente aos nossos desafios e objetivos traçados.


O medo, a dúvida, a preguiça, o orgulho, a vaidade, a irresponsabilidade, o egoísmo, a falsa sensação de superioridade, são escolhos sérios que devem ser vencidos nesta etapa que estamos atravessando de adaptação ao bem, aos preceitos evangélicos, aos conceitos doutrinários, quando nos encontramos em fase de adequação dos desejos do homem mundano, frente as reais necessidades evolutivas do ser espiritual e eterno que somos, necessidades estas tão bem apresentada pelo nosso Cristo Jesus.


Apenas a constância, a regularidade, a vigilância sobre nossos pensamentos, nossas palavras, nossos atos, sobre as nossas reações em relação a inúmeras situações que a vida diária nos apresenta, poderão nos direcionar, de fato, a percorrer o caminho desejado de forma firme e segura, nos mostrando o quanto estamos avançando neste nosso desejo sincero de transformação, sendo, assim, útil, que façamos constantes avaliações do nosso proceder em relação aos mínimos fatos do nosso cotidiano, para que não venhamos a nos apoiar em frágeis vitórias, nos esquecendo que o mais difícil ser superado ainda está por vir, conscientes que o fardo que hoje carregamos é proporcional a nossa atual condição de carrega-lo, vindo a se tornar este mais pesado e mais difícil, de acordo com o que formos conquistando de força e resistência.



Otimismo, fé, alegria de servir e realizar, humildade e amor, são as ferramentas que nos farão avançar, sempre atentos para os inúmeros percalços do caminho, cientes que nunca estaremos a sós, que poderemos contar com o auxílio e a proteção de nossos benfeitores, desde que nos mantenhamos atentos e focados no objetivo maior, que é o de fazer nascer, de forma definitiva, o bem em nosso coração.

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