Alegria
de servir!
Nós,
que iniciamos a nossa transformação espiritual, que reconhecemos hoje que
devemos estancar nossos desatinos, nossa entrega aos vícios, às paixões degradantes,
aos sentimentos inferiores, situações estas que nos ligam há muitos séculos a
espiritualidade inferior.
Nós,
que atualmente, passamos a estudar e procurar conhecer com mais seriedade os
ensinamentos evangélicos, assim como também os preceitos espíritas que apresentam
nossas necessidades e prioridades cármicas, apontando as consequências de todos
os nossos atos, de acordo com a lei da causa e efeito, onde a premissa essencial
passa a ser a de resgatarmos e ressarcirmos nossos erros, nossas dívidas, seja através
do sofrimento ou do amor, do trabalho, do sacrifício em prol do próximo e do
mundo onde vivemos, precisamos compreender e assimilar, que além da teoria
cristã, dos ensinamentos doutrinários, da frequência assídua ao centro no qual
escolhemos desenvolver nossas tarefas, na participação efetiva em atividades assistenciais
e caritativas, precisamos nos manter atentos à valorização do sentimento que trazemos
no imo do nosso ser, na pureza das intenções que nos movem quando nos dedicamos
a servir, a agir, vivenciando o bem sem peias, sem fatores condicionantes, sem
nada esperar em troca, nos preocupando, exclusivamente, com a eclosão do puro
amor que trazemos em nosso ser desde nossa criação, não só direcionando esta
nossa energia para nossos entes queridos, mas, principalmente, para tudo e para
todos, independente da situação e das condições que a vida nos oferecer, ou que
nossas escolhas a elas nos levar.
Este
sentimento íntimo, esta paixão controlada e bem direcionada, esta satisfação,
este ímpeto de servir, de ajudar, de amparar, de orientar, de servir de arrimo,
para que venha a alcançar o seu objetivo maior, para que, de fato, venha a nos
fortalecer e nos fazer evoluir como individualidade, precisa estar revestido da
mais límpida das intenções, de sinceridade, de humildade, de alegria, de compreensão
e tolerância para com o próximo, postura que só o bem carrega, não nos deixando
levar por nenhum outro sentimento que não esteja baseado na mais pura caridade
cristã.
Precisamos
compreender, quando a isso nos dedicamos, a prática efetiva da caridade cristã,
que somos apenas mais um dos milhares de tarefeiros que buscam sua renovação
íntima através do estudo e do trabalho, não nos tornando assim em nada
especiais ou diferenciados frente aos nossos irmãos do caminho, até mesmo
àqueles que ainda preferem percorrer sua jornada presos aos vícios e aos
desregramentos a que se entregam, forma de agir esta que nós mesmos assumíamos
até um passado recente.
Não
somos e não nos tornaremos melhores que ninguém ou merecedores de privilégios,
por mais que nos empenhemos em prol do nosso melhoramento íntimo e do bem estar
do próximo, esteja ele encarnado ou desencarnado, ainda mais que, o muito que
fizermos, ainda será considerado pouco, frente as dívidas pretéritas que acumulamos,
quando voluntariamente nos entregávamos à crimes e a satisfação pessoal de
nossas paixões inferiores.
A
humildade e a sinceridade de intenções são assim, de fundamental importância
para que nos mantenhamos em marcha progressiva, mesmo que lenta, neste processo
de renovação para o bem, cientes que ainda nos deixaremos arrastar em algumas
oportunidades pelos sentimentos inferiores que estão arraigados em nossa
personalidade eterna, precisando assim, uma alta e constante dose de
disciplina, de atenção, para que não venhamos a recalcitrar ao ponto de nos
entregarmos mais uma vez ao seu domínio, vindo assim a desperdiçar mais uma
oportunidade cármica, algo não tão incomum, dado ainda a nossa inconstância
frente aos nossos desafios e objetivos traçados.
O
medo, a dúvida, a preguiça, o orgulho, a vaidade, a irresponsabilidade, o
egoísmo, a falsa sensação de superioridade, são escolhos sérios que devem ser
vencidos nesta etapa que estamos atravessando de adaptação ao bem, aos
preceitos evangélicos, aos conceitos doutrinários, quando nos encontramos em
fase de adequação dos desejos do homem mundano, frente as reais necessidades
evolutivas do ser espiritual e eterno que somos, necessidades estas tão bem
apresentada pelo nosso Cristo Jesus.
Apenas
a constância, a regularidade, a vigilância sobre nossos pensamentos, nossas
palavras, nossos atos, sobre as nossas reações em relação a inúmeras situações
que a vida diária nos apresenta, poderão nos direcionar, de fato, a percorrer o
caminho desejado de forma firme e segura, nos mostrando o quanto estamos
avançando neste nosso desejo sincero de transformação, sendo, assim, útil, que
façamos constantes avaliações do nosso proceder em relação aos mínimos fatos do
nosso cotidiano, para que não venhamos a nos apoiar em frágeis vitórias, nos
esquecendo que o mais difícil ser superado ainda está por vir, conscientes que
o fardo que hoje carregamos é proporcional a nossa atual condição de
carrega-lo, vindo a se tornar este mais pesado e mais difícil, de acordo com o
que formos conquistando de força e resistência.
Otimismo,
fé, alegria de servir e realizar, humildade e amor, são as ferramentas que nos
farão avançar, sempre atentos para os inúmeros percalços do caminho, cientes
que nunca estaremos a sós, que poderemos contar com o auxílio e a proteção de
nossos benfeitores, desde que nos mantenhamos atentos e focados no objetivo maior,
que é o de fazer nascer, de forma definitiva, o bem em nosso coração.
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