sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Que possamos um dia...




A educação quanto ao que pensamos e sentimos é fundamental para que possamos passar a externar equilíbrio e sensatez em todas as situações de nossa existência, estejamos a sós, com nossos íntimos, nos comezinhos problemas diários, e em tarefas mais amplas e abrangentes, vindo a tomar assim de forma natural, quando no bem e assim determinados, uma postura cristã, conciliatória, agregadora, construtiva, buscando disseminar o bem, combatendo, consequentemente, as paixões, os vícios, os instintos inferiores, não só com aqueles com quem convivemos e temos a oportunidade de influenciar positivamente com nossos exemplos, mas, principalmente, disciplinando a nós mesmos, visto que somos sempre o maior adversário a ser combatido quando do processo de nossa reforma íntima, tal o desequilíbrio acumulado em séculos de erros e equivocadas escolhas e posturas.



As maiores dificuldades a vencer são aquelas geradas por nossos sentimentos inferiores, as ações e escolhas que diariamente tomamos que não ferem as leis humanas, mas que agem negativamente sobre a nossa vida em sociedade, sobre a civilidade que devemos compartilhar com o próximo, seja em relacionamentos íntimos, em nosso lar, ou em nosso trabalho, em nosso lazer, nos encontros e compromissos diversos que temos durante um dia normal de nossa existência no plano físico.



Ao agirmos de forma egoísta, ao desprezar as necessidades e aos desejos do próximo, ao nos deixarmos enredar pela vaidade, pelo preconceito de qualquer tipo, ao sermos intolerantes e agressivos, mesmo que verbalmente, com aqueles que pensam e vivem de forma diversa que a nossa, aos nos julgarmos superiores ou inferiores, intelectualmente ou socialmente, condenando a vida alheia ou a julgando de acordo com a nossa estreita visão do todo, nos perdemos em um cipoal de conjecturas, de tabus, de estereótipos, acabando por nos prender a uma realidade fictícia, vendo ao mundo apenas pela visão de quem somos e do que estamos acostumados a ser, impedindo a nós mesmos de virmos angariar um cabedal maior de experiência e conhecimento, originários, geralmente, exatamente das diferenças, onde aprendemos e ao mesmo tempo orientamos, sem a noção que podemos ser felizes e vitoriosos, independente de nossa condição, seja ela, social, profissional, física, ou de qualquer outro tipo de caracterize uma diferente vivência em relação ao próximo, bastando para isso que tenhamos a humildade e a decência de respeitarmos a cada um como é, e lutarmos, no caminho do bem, para alcançarmos de forma digna e honesta àquilo que sonhamos ou almejamos vir a ser.



Tudo poderemos conquistar, tudo que existe no plano físico está franqueado para qualquer um de nós, porém, nossa consciência, se devidamente ouvida e respeitada, nos recambiará sempre para aquilo que mais necessitamos em nossa atual existência, e que muito está ligado ao  nosso passado cármico, as nossas precedentes vidas, o que por vezes, no obriga a abrir mão de certos prazeres que o mundo nos oferece, para nos focarmos essencialmente no que nos fará recuperar o equilíbrio, perdido devido aos nossos erros passados, assim como também nos realinharmos aos objetivos maiores que devem nortear a todos nós que temos por objetivo a transformação para o bem.



Desta forma, natural quando nos sintamos ansiosos, depressivos, angustiados, mesmo quando estamos plenamente vitoriosos no que se refere as conquistas materiais, aos valores de sucesso e felicidade que a sociedade nos determina, porque sentimos em nosso íntimo que algo nos falta, que algo ainda impede nossa felicidade, e essa falta, geralmente, está ligada ao compromisso  que assumimos antes de reencarnar, que pode vir a ser com alguém específico, com uma postura determinada, com uma ação relevante na coletividade, tudo ligado ao nosso passado e que ainda se encontra pendente, nos impedindo de avançar como desejaríamos, a razão que nos leva na maioria das vezes, quando no plano espiritual, a retornar a carne de forma voluntária, exatamente para conquistar o que nos falta para nossa evolução.



O esquecimento que reveste o nosso espírito quando reencarnamos impede que venhamos a conhecer os detalhes daquilo que mais nos falta para conquistar o equilíbrio íntimo como individualidade eterna, porém, não podemos desprezar, e é o que geralmente fazemos, aos inúmeros sinais que a vida física nos apresenta no decorrer do tempo que estamos encarnados, quando preferimos burlar os avisos íntimos de nossa consciência, em detrimento aos prazeres efêmeros e as conquistas transitórias as quais acostumados estamos a valorizar quando no plano físico.



Ainda que não recordemos, temos sim, chamados de várias frentes, para que venhamos a despertar para os conceitos e exemplos do Mestre Jesus, aqueles que se, conhecidos e vivenciados, nos levarão sempre a estar em paz e equilibrados para as melhores escolhas e decisões, tendo um suporte ainda maior se tivermos a oportunidade de conhecer e nos aprofundar nos estudos dos preceitos que nos trazem a Doutrina Espírita, quando nos apresenta os relevantes fatores da reencarnação, da lei da causa e efeito, da pluralidade das existências e dos mundos, assim como de tudo que poderemos vir a esperar para o nosso futuro, de acordo com a postura que escolhermos para nossa existência atual.



Se temos a oportunidade de conhecer a Jesus, seja em qual frente religiosa for, nada mais justifica, se esse for o nosso desejo, de continuarmos a valorizar a negatividade do proceder, os sentimentos inferiores, os vícios, as paixões degradantes, pois, Ele, em sua essência, é só amor, bondade, amizade, caridade, humildade, tolerância, representando a união, a solidariedade, o respeito, fazendo-nos compreender o quanto a nossa felicidade depende da felicidade do próximo, o quanto a dor do nosso irmão do caminho indiretamente nos atinge, ainda mais quando a nossa ação direta ou indireta poderia de alguma forma o auxiliar a recuperar o equilíbrio, e retomar sua jornada.



Nossa evolução individual dentro dos parâmetros cristãos, nos faz ingressar nas fileiras dos tarefeiros que lutam pela evolução coletiva, do próximo, do mundo onde vivemos, ainda mesmo que venhamos a conquistar o direito a mais altos voos, porque o amor que este sentimento representa, nos faz voltar, interessados em que nossos entes mais queridos também venham a conquistar por sua vez a este estágio, e quanto mais subimos, maior é o campo que nossa visão abrange, aumentando de forma significativa assim a nossa família, onde passamos a ver em cada ser um irmão amado a ser orientado e protegido.



Que possamos um dia, com nosso esforço e dedicação, alcançar a este estágio, onde de protegidos passaremos a ser protetores, de auxiliados poderemos vir a auxiliar, sendo parte integrante daqueles que nada mais tem a temer da inferioridade humana, apenas vendo-a como mais um tesouro a ser transformado e alçado ao amor infinito do nosso Criador.



Que assim seja!  

   

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