A
mediunidade é um dom, uma ferramenta que trazemos conosco quando do retorno ao
plano físico para de forma efetiva, trabalharmos no intercâmbio entre
encarnados e desencarnados, para exercermos a situação, a posição, de
instrumentos dos benfeitores espirituais, nas mais diversas frentes de
trabalho, tendo como mérito a passividade, a pureza, a afinação, como se faz necessário
a qualquer bom instrumento, para que desempenhe sua função, seu objetivo maior.
Para
comunicações de espíritos interessados em nos instruir, em nos orientar,
alertar, em informar sua posição na espiritualidade, ou focados no reencontro
com afetos ou desafetos, dando prova de suas existências ou de alguma forma
influenciando vidas no plano físico, de forma positiva ou negativa, muitos
exprimindo suas revoltas, seus sofrimentos, seus anseios, na busca de lenitivo
e arrimo, quando médiuns, a elas nos prontificamos intermediar quando, de fato,
a seriedade e a boa intenção nortearem nossa posição de medianeiros, de
intermediários entre planos.
Médiuns,
como tão bem classifica a codificação espírita, podemos ser mecânicos, semi-mecânicos
ou intuitivos, assim como também em outras ordens e categorias, voltados a
psicografia, a psicofonia ou incorporação, bem como auditivos, curadores,
passistas, de efeitos físicos ou intelectuais.
Porém,
instrumentos, sempre meros instrumentos, e quanto mais disciplinados, mais bem
intencionados, mais preocupados em estudar e conhecer os mecanismos do intercâmbio,
suas dificuldades, seus escolhos, quanto mais nos aproximarmos dos conceitos
cristãos, norteando nossas atividades e nossa existência dentro do perdão, da
caridade, da humildade, do desejo sincero de ser útil ao próximo, mas
capacitados estaremos para cumprir a esta tarefa de acordo com aquilo que dela
se espera, aproveitando a este empréstimo divino, a esta capacidade de intermediar
a vida e a suposta morte, de forma a fazer do nosso planeta um lugar melhor,
assim como auxiliar a que outros irmãos do caminho venham a dela se beneficiar
em suas jornadas evolutivas e em suas lutas diárias pela renovação espiritual,
quando a isso estão dispostos e direcionados.
Médiuns
não somos para de nossa mediunidade esperarmos privilégios, facilidades, meios
de subsistência, elogios, agradecimentos, retribuições, posições de destaque, continuaremos
a enfermar, a estarmos sujeitos a fracassos tanto nas tarefas doutrinárias como
em nossa vida comum, também perderemos entes queridos e nos decepcionaremos com
as pessoas, seremos traídos, menosprezados, tudo que qualquer outro ser humano
está sujeito, exatamente como éramos antes de dar início ao nosso mediunato, e
como continuaremos a ser se um dia dele não mais fizermos uso.
Médiuns
não são santos e nem tem a obrigação de sê-los, deles não se exige a perfeição,
pois mesmo se a quisessem, não a conseguiriam, mas deles se espera apenas a boa
vontade, a sinceridade, o desejo sincero de fazer o bem, e de fazer da sua mediunidade
algo sério, produtivo, de acordo com os princípios básicos cristãos, que lute
com todas as suas forças para superar sua própria inferioridade, a não se
entregar aos seus vícios, as tendências que carrega consigo de outras vidas, não
se deixando dominar, principalmente pela vaidade, pelo egoísmo, pelo orgulho,
pela ambição, valorizando a cada momento a simplicidade, a humildade, a certeza
que ainda está suscetível ao erro, mas sempre pronto a se corrigir e a retomar
corajosamente a sua missão, ou como em muitos casos, a sua expiação.
Médium,
por mais sério e educado em suas obrigações e responsabilidades, ainda assim
estará sujeito a perseguições espirituais de entidades inferiores, de
obsessores, ligados ao seu passado ou presente, ou mesmo apenas interessados em
que mais um trabalhador do bem, ou candidato a tal, venha a falir, tendo para
isso como defesa e prevenção, a oração, a vigilância, a boa intenção, o estudo
constante, e todas as demais prioridades que devem caracterizar a vida daquele
que quer se dedicar a ser uma ponte entre os dois mundos, um intermediário
entre o plano físico e o espiritual.
Médium
tem que valorizar sua alimentação, regrando-a, assim como o controle sobre suas
energias, o seu uso, até mesmo a sexual, porque médium não o é só apenas
durante as poucas horas que se dedica a doutrina, mas sim, nas mais comezinhas
situações da sua existência, principalmente porque, se faz alvo de inúmeras
entidades que o tem como exemplo, ou como agente mais próximo no plano físico,
das tarefas que estarão levando a efeito em seus processos de renovação
espiritual, ou no anseio de um dia a ela vir a se interessar.
Evidente
que terá que levar uma vida normal, terá família, filhos, pais, irmãos, maridos
e esposas, mas ainda sim, deverá se preocupar em não se entregar a excessos, em
não desregrar, porque não poderá se transformar como em um passe de mágica,
mudando de água para o vinho, quando ingressar no centro onde tem suas tarefas,
esperando que as energias negativas que acumulou sumam por encanto, poderá, sim,
sem protegido e limpo por seus mentores e benfeitores espirituais, se seu
desejo no bem for sincero, tendo porém, limitadíssima a sua participação, por
ter mantido seu instrumento sujo e mal afinado, pouco contribuindo assim do
muito que poderia, de fato, ofertar, além do trabalho maior, desnecessário, que irá
imputar aos seus benfeitores.
Por
demais, suas obrigações e compromissos, se é que se pode assim chamar quanto a
necessidade de se cumprir dignamente com o que se propôs realizar, são as
mesmas de qualquer outro trabalhador da seara espírita, ser pontual, se assíduo,
se portar de forma equilibrada, e a de qualquer outro homem de bem, ainda mais
se cristão, sendo bondoso, caridoso, sabendo perdoar e pedir perdão, não sendo
preconceituoso, aprendendo a aceitar e respeitar as diferenças, sendo pacífico,
reagindo sempre a favor da paz, do entendimento, da concórdia.
Nada
é fácil em um processo de transformação espiritual, ainda mais quando temos o
dom da mediunidade e dele desejamos fazer um bom uso dentro daquilo que ele pode
realizar, ainda mais que nosso planeta nos coloca naturalmente em uma situação
de inferioridade, e do domínio e da presença que nosso passado culposo ainda nos
impõe, porém, a luta é válida de acordo com a recompensa que aguarda a todo tarefeiro
fiel e sincero do Cristo, que é a possibilidade de estar em companhia de amigos
e irmãos no bem, estando-lhe franqueada a possibilidade de novos estudos, novos
conhecimentos, além de maiores e mais significativas tarefas.
Aos
que são médiuns, que sejam bons médiuns então, no bem e do bem.
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